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Capítulo Dois

Os Viṣṇudūtas Libertam Ajāmila

Neste capítulo, os mensageiros de Vaikuṇṭha explicam aos Yamadūtas as glórias do cantar do santo nome do Senhor. Os Viṣṇudūtas disseram: “Agora, atos impiedosos estão sendo executados na própria assembleia de devotos, pois alguém que não é passível de punição está sendo levado para ser castigado na assembleia de Yamarāja. A massa da população é desamparada e depende do governo para a sua segurança, porém, se o governo se aproveita disso para prejudicar os cidadãos, para onde eles irão? Vemos perfeitamente que Ajāmila não deve receber uma punição, embora estejais tentando levá-lo a Yamarāja para ser punido.”

Por ter glorificado o santo nome do Senhor Supremo, Ajāmila não era passível de punição. Os Viṣṇudūtas explicaram isso da seguinte maneira: “Simplesmente cantando uma vez o santo nome de Nārāyaṇa, este brāhmaṇa se livrou das reações da vida pecaminosa. Na verdade, libertou-se não apenas dos pecados desta vida, mas dos pecados de muitos e muitos milhares de outras vidas. Ele já se submeteu à verdadeira expiação de todas as suas ações pecaminosas. Se alguém pratica expiações de acordo com as orientações dos śāstras, não se livra realmente das reações pecaminosas, mas, se canta o santo nome do Senhor, mesmo um vestígio de tal canto pode livrá-lo imediatamente de todos os pecados. Cantar as glórias do santo nome do Senhor traz toda a boa fortuna. Portanto, não há dúvidas de que Ajāmila, estando inteiramente livre de todas as reações pecaminosas, não deve ser punido por Yamarāja.”

Enquanto diziam isso, os Viṣṇudūtas soltaram Ajāmila das cordas dos Yamadūtas e partiram para a sua própria morada. Contudo, o brāhmaṇa Ajāmila ofereceu suas respeitosas reverências aos Viṣṇu­dūtas. Ele pôde entender o quão afortunado fora por ter proferido no final de sua vida o santo nome de Nārāyaṇa. Na verdade, ele pôde entender toda a importância dessa boa fortuna. Tendo enten­dido completamente a discussão entre os Yamadūtas e os Viṣṇu­dūtas, tornou-se devoto puro da Suprema Personalidade de Deus. Lamentou-se muito de ter sido tão pecaminoso, e se condenava vezes e mais vezes.

Finalmente, devido à sua associação com os Viṣṇudūtas, Ajāmila despertou sua consciência original, abandonou tudo e foi para Hardwar, onde se ocupou em serviço devocional indesviável, sempre pensando na Suprema Personalidade de Deus. Assim, os Viṣṇu­dūtas foram até lá, fizeram-no sentar-se em um trono de ouro e o levaram até Vaikuṇṭhaloka.

Em suma, embora o pecaminoso Ajāmila tivesse proferido o nome de Nārāyaṇa com o intuito de chamar seu filho, o santo nome do Senhor Nārāyaṇa, mesmo cantado em uma etapa preliminar, nāmā­bhāsa, foi capaz de lhe dar a liberação. Portanto, todo aquele que, com fé e devoção, canta o santo nome do Senhor com certeza é uma pessoa elevada. Recebe proteção mesmo em sua condicionada vida material.

VERSO 1:
Śukadeva Gosvāmī disse: Meu querido rei, os servos do Senhor Viṣṇu são sempre muito hábeis em lógica e argumentos. Após ouvi­rem as afirmações dos Yamadūtas, eles responderam o seguinte.
VERSO 2:
Os Viṣṇudūtas disseram: Oh! Quão doloroso é que a irreligião esteja se infiltrando em uma assembleia onde se deveria manter a re­ligião. Na verdade, aqueles que estão encarregados de primar pelos princípios religiosos estão desnecessariamente punindo uma pessoa que, não tendo pecados, não merece punição alguma.
VERSO 3:
Um rei ou um funcionário governamental devem ser muito bem qua­lificados para que, devido à afeição e ao amor, possam agir como pai, mantenedor e protetor dos cidadãos. Devem dar bons conselhos aos cidadãos e instruí-los de acordo com as escrituras autênticas e devem ser equânimes para com todos. Yamarāja é exemplo disso, pois ele é o mestre supremo da justiça, e aqueles que seguem seus passos também servem de exemplo. Contudo, se tais pessoas se deixam corromper e demonstram parcialidade, punindo uma pessoa ino­cente e imaculada, onde os cidadãos se refugiarão em busca de proteção e segurança?
VERSO 4:
A massa da população segue o exemplo de seus líderes na socieda­de e imita o seu comportamento. Ela aceita como evidência qualquer coisa que os líderes aceitem.
VERSOS 5-6:
As pessoas em geral não são muito avançadas em conhecimento através do qual possam discriminar entre religião e irreligião. O ci­dadão inocente e sem iluminação é como um animal ignorante que dorme em paz com sua cabeça no colo de seu dono, fielmente acre­ditando que este lhe confere proteção. Se um líder realmente tem um bom coração e é digno da fé que nele deposita uma entidade viva, como ele pode punir ou matar uma pessoa ingênua que, com boa fé e amizade, rendeu-se por completo a ele?
VERSO 7:
Ajāmila já expiou todas as suas ações pecaminosas. Na verdade, ele expiou não apenas os pecados executados em uma vida, mas aqueles praticados em milhões de vidas, pois, em uma condição desamparada, ele cantou o santo nome de Nārāyaṇa. Muito embora ele não tivesse cantado com pureza, cantou sem cometer ofensas e, por­tanto, agora se tornou puro e apto à liberação.
VERSO 8:
Os Viṣṇudūtas prosseguiram: Mesmo anteriormente, enquanto comia e em outras ocasiões, Ajāmila costumava chamar seu filho, dizendo: “Meu querido Nārāyaṇa, por favor, aproxima-te.” Muito embora estivesse chamando o nome de seu filho, ele pronunciava as quatro sílabas nā-rā-ya-ṇa. Simplesmente cantando o santo nome de Nārāyaṇa dessa maneira, ele praticou a expiação necessária para remi-lo das reações pecaminosas de milhões de vidas.
VERSOS 9-10:
O canto do santo nome do Senhor Viṣṇu é o melhor processo de expiação para um ladrão de ouro ou outras coisas preciosas, para um bêbado, para alguém que trai um amigo ou parente, para alguém que mata um brāhmaṇa ou para aquele que faz sexo com a esposa de seu guru ou de outro superior. É também o melhor método ex­piatório para quem assassina mulheres, o rei ou o pai, para alguém que chacina vacas e para todos os outros homens pecaminosos. Pelo simples fato de cantar o santo nome do Senhor Viṣṇu, os maiores pecadores podem atrair a atenção do Senhor Supremo, que, então, considera: “Porque este homem cantou Meu santo nome, Meu dever é protegê-lo.”
VERSO 11:
Seguindo as cerimônias ritualísticas védicas ou se submetendo a expiações, os homens pecaminosos não se purificam tanto quanto cantando uma só vez o santo nome do Senhor Hari. Embora a expiação ritualística possa deixar alguém livre de reações pecaminosas, ela não o faz ingressar no serviço devocional, ao contrário do canto dos nomes do Senhor, que suscita nessa pessoa a lembrança da fama, das qualidades, dos atributos, dos passatempos e da parafernália do Senhor.
VERSO 12:
As cerimônias ritualísticas de expiação recomendadas nas escritu­ras religiosas são insuficientes para limpar todo o coração, visto que, após a expiação, a mente volta a se fixar em atividades materiais. Por conseguinte, para alguém que deseja libertar-se das reações fruitivas de atividades materiais, o canto do mantra Hare Kṛṣṇa, ou a glorificação do nome, fama e passatempos do Senhor, é recomendado como o mais perfeito processo de expiação, pois, com esse canto, a pessoa erradica por completo a poeira do seu coração.
VERSO 13:
Na hora da morte, Ajāmila, sentindo-se desamparado e falando muito alto, cantou o santo nome do Senhor, Nārāyaṇa. Bastou este canto para que ele ficasse livre das reações de toda a vida pecaminosa. Portanto, ó servos de Yamarāja, não queirais que ele receba a punição de ser lançado em condições infernais e, portanto, eximi­-vos de levá-lo até vosso mestre.
VERSO 14:
Aquele que canta o santo nome do Senhor se livra imediatamente das reações de ilimitados pecados, mesmo que cante indiretamente [querendo indicar alguma outra coisa], por brincadeira, ou por entretenimento musical, ou mesmo com negligência. Isso é aceito por todos os sábios conhecedores das escrituras.
VERSO 15:
Se alguém canta o santo nome de Hari e então morre em decorrência de um infortúnio acidental, como, por exemplo, ao cair do telhado de uma casa, ao escorregar e sofrer fraturas de ossos enquanto viaja pela estrada, ao ser picado por uma serpente, ao ser fustiga­do de dores e febre alta, ou ao ser ferido por uma arma, imediata­mente se livra de ter que entrar na vida infernal, mesmo que seja um homem pecaminoso.
VERSO 16:
As autoridades que são estudiosos e sábios eruditos certificaram-­se cuidadosamente de que se devem expiar os pecados mais graves submetendo-se a um rigoroso processo de penitência e devem-se expiar pecados mais leves submetendo-se a penitências leves. O canto do mantra Hare Kṛṣṇa, no entanto, elimina todos os efeitos de atividades pecaminosas, não importando se são leves ou graves.
VERSO 17:
Embora alguém possa neutralizar as reações da vida pecaminosa através de austeridade, caridade, votos e outros métodos semelhan­tes, essas atividades piedosas não podem erradicar de seu coração os desejos materiais. Entretanto, se ele servir aos pés de lótus da Personalidade de Deus, imediatamente se libertará de todas essas contaminações.
VERSO 18:
Assim como o fogo reduz a cinzas a grama seca, do mesmo modo, o santo nome do Senhor, cantado quer consciente, quer inconscien­temente, fatalmente reduz a cinzas todas as reações das atividades pecaminosas de alguém.
VERSO 19:
Se alguém, ignorando a potência de um certo remédio, consome esse remédio ou é forçado a consumi-lo, o remédio agirá mesmo que essa pessoa não o saiba, pois sua potência independe do grau de com­preensão do paciente. Do mesmo modo, muito embora alguém des­conheça o valor de cantar o santo nome do Senhor, quer ele cante consciente, quer o faça inconscientemente, o canto será muito eficaz.
VERSO 20:
Śrī Śukadeva Gosvāmī prosseguiu: Meu querido rei, tendo assim julgado perfeitamente os princípios do serviço devocional, ocasião em que expuseram suas razões e argumentos, os mensageiros do Senhor Viṣṇu soltaram do cativeiro dos Yamadūtas o brāhmaṇa Ajāmila e o salvaram da morte iminente.
VERSO 21:
Meu querido Mahārāja Parīkṣit, ó subjugador de todos os inimi­gos, após ouvirem a resposta dos mensageiros do Senhor Viṣṇu, os servos de Yamarāja foram ter com este e lhe explicaram tudo o que ocorrera.
VERSO 22:
Ao se libertar dos laços dos servos de Yamarāja, o brāhmaṇa Ajāmila, agora livre do temor, voltou à razão e imediatamente ofereceu reverências aos Viṣṇudūtas, prostrando-se com a cabeça aos seus pés de lótus. Estava extremamente satisfeito com a presença deles, dado que havia visto como salvaram sua vida das mãos dos servos de Yamarāja.
VERSO 23:
Ó impecável Mahārāja Parīkṣit, os mensageiros da Suprema Per­sonalidade de Deus, os Viṣṇudūtas, perceberam que Ajāmila tentava dizer algo, momento no qual desapareceram subitamente de sua presença.
VERSOS 24-25:
Após ouvir o colóquio entre os Yamadūtas e os Viṣṇudūtas, Ajāmila pôde compreender os princípios religiosos que agem sob os três modos da natureza material. Mencionam-se esses princípios nos três Vedas. Ele também pôde compreender os princípios reli­giosos transcendentais, que estão acima dos modos da natureza ma­terial e que dizem respeito à relação entre o ser vivo e a Suprema Personalidade de Deus. Ademais, Ajāmila ouviu a glorificação do nome, fama, qualidades e passatempos da Suprema Personalidade de Deus. Assim, tornou-se um devoto perfeitamente puro. Então, pôde lembrar-se de suas atividades pecaminosas, e lamentou muito tê-las cometido.
VERSO 26:
Ajāmila disse: Ai de mim! Sendo um servo dos meus sentidos, como me degradei! Caí de minha posição de brāhmaṇa devidamen­te qualificado e gerei filhos no ventre de uma prostituta.
VERSO 27:
Oh! Que toda a condenação caia sobre mim! Agi tão pecaminosamente que degradei minha tradição familiar. Na verdade, abandonei minha casta, bela e jovem esposa para fazer sexo com uma prosti­tuta degenerada, acostumada a beber vinho. Que toda a condenação caia sobre mim!
VERSO 28:
Meu pai e minha mãe estavam velhos e não tinham nenhum outro filho ou amigo para cuidar deles. Porque não me encarreguei de zelar por eles, viveram muitas dificuldades. Oh! Como um abominável homem de classe inferior, fui ingrato e os larguei nessa condição.
VERSO 29:
Agora está claro que, como consequência dessas atividades, um sujeito pecaminoso como eu tem que ser atirado em condições infernais, reservadas àqueles que quebraram os princípios religiosos e onde serão submetidos a dores extremas.
VERSO 30:
O que vi foi sonho, ou será que foi realidade? Vi homens aterradores, munidos de cordas, que vinham prender-me e arrastar-me. Para onde foram?
VERSO 31:
E para onde foram aquelas quatro belíssimas pessoas liberadas, que me salvaram do aprisionamento e me pouparam de ser arrastado às regiões infernais?
VERSO 32:
Certamente, sou muito abominável e desafortunado de ter imergido em um oceano de atividades pecaminosas. Contudo, devido às minhas atividades espirituais anteriores, pude ver aquelas quatro personalidades elevadas que vieram resgatar-me. Agora, em decor­rência da visita deles, sinto-me muitíssimo feliz.
VERSO 33:
Se não fosse meu serviço devocional passado, como é que eu, o impuríssimo mantenedor de uma prostituta, obteria a oportunidade de cantar o santo nome de Vaikuṇṭhapati quando estava prestes a morrer? Decerto isso não teria sido possível.
VERSO 34:
Ajāmila prosseguiu: Sou um trapaceiro desavergonhado e que matou sua cultura bramânica. Na verdade, sou o pecado personificado. Quem sou eu em comparação ao auspiciosíssimo canto do santo nome do Senhor Nārāyaṇa?
VERSO 35:
Sou uma pessoa muito pecaminosa, mas, como obtive esta opor­tunidade, devo exercer pleno controle sobre minha mente, vida e sen­tidos e devo sempre me ocupar no serviço devocional para que não recaia na profunda escuridão e ignorância da vida material.
VERSOS 36-37:
Devido ao fato de se identificarem com o corpo, as pessoas se sujeitam aos desejos de obter gozo dos sentidos e, dessa maneira, ocupam-se nas mais diferentes espécies de ações piedosas e impiedosas. Isso cons­titui o cativeiro material. Agora, eu me desvencilharei do meu cati­veiro material, que foi propiciado pela energia ilusória da Suprema Personalidade de Deus agindo sob a forma de mulher. Sendo uma alma muito degradada, caí vítima da energia ilusória e me tornei como um cão dançarino, conduzido pela mão de uma mulher. Então, abandonarei todos os desejos luxuriosos e me livrarei desta ilusão. Eu me tornarei um misericordioso amigo benquerente de todas as en­tidades vivas e sempre me absorverei em consciência de Kṛṣṇa.
VERSO 38:
Simplesmente porque cantei o santo nome do Senhor na companhia dos devotos, meu coração agora está se purificando. Portanto, não recairei vítima dos falsos encantos do gozo dos sentidos materiais. A partir de agora que me fixei na Verdade Absoluta, não me identificarei com o corpo. Abandonarei as falsas con­cepções de “eu” e “meu” e fixarei minha mente aos pés de lótus de Kṛṣṇa.
VERSO 39:
Devido a um momento de associação com os devotos [os Viṣṇu­dūtas], Ajāmila desenvolveu a determinação de se desapegar do conceito de vida material. Assim, livre de toda a atração material, ele partiu para Hardwar imediata­mente.
VERSO 40:
Em Hardwar, Ajāmila se refugiou em um templo de Viṣṇu, onde executou o processo de bhakti-yoga. Ele controlou seus sentidos e aplicou toda a sua mente a serviço do Senhor.
VERSO 41:
Ajāmila se ocupou em serviço devocional pleno. Assim, arrancou sua mente do processo de gozo dos sentidos e se absorveu por com­pleto em pensar na forma do Senhor.
VERSO 42:
Quando sua inteligência e sua mente se fixaram na forma do Senhor, o brāhmaṇa Ajāmila voltou a ver diante dele quatro pessoas celestiais. Ele pôde entender que eram as mesmas que vira antes e, dessa maneira, ofereceu-lhes suas reverências, prostrando-se diante delas.
VERSO 43:
Ao ver os Viṣṇudūtas, Ajāmila abandonou seu corpo material em Hardwar, às margens do Ganges. Ele recobrou seu corpo espiritual ori­ginal, que era o corpo apropriado para um associado do Senhor.
VERSO 44:
Acompanhado dos mensageiros do Senhor Viṣṇu, Ajāmila subiu a bordo de um aeroplano feito de ouro. Passando pelas rotas aéreas, ele foi diretamente à morada do Senhor Viṣṇu, o esposo da deusa da fortuna.
VERSO 45:
Ajāmila era um brāhmaṇa que, devido à má associação, abando­nara toda a cultura bramânica e princípios religiosos. Uma vez que se tornou muito caído, passou a roubar, beber e realizar outros atos abomináveis. Até mesmo manteve uma prostituta. Assim, ele estava des­tinado a ser arrastado para o inferno pelos mensageiros de Yamarāja, mas foi imediatamente resgatado por um simples vislumbre do cantar do santo nome de Nārāyaṇa.
VERSO 46:
Portanto, quem deseja libertar-se do cativeiro material deve adotar o processo de cantar e glorificar o nome, a fama, a forma e os pas­satempos da Suprema Personalidade de Deus, em cujos pés per­manecem todos os lugares sagrados. Ninguém pode obter o devido benefício com outros métodos, tais como expiação piedosa, conhe­cimento especulativo e meditação através do yoga místico, pois, mesmo após seguir tais métodos, adotam-se mais uma vez as atividades fruitivas, visto que a pessoa é incapaz de controlar a mente contaminada pelas qualidades básicas da natureza, a saber, paixão e ignorância.
VERSOS 47-48:
Porque esta narração histórica e muito confidencial tem a potência de eliminar todas as reações pecaminosas, aquele que a ouve ou a descreve com fé e devoção não está mais fadado à vida infernal, não importando se possui um corpo material ou quão pecaminoso tenha sido. Na verdade, os Yamadūtas, que cumprem as ordens de Yamarāja, não se aproximam dele nem mesmo para o ver. Após aban­donar seu corpo, ele retorna ao lar, retorna ao Supremo, onde é muito respeitosamente recebido e reverenciado.
VERSO 49:
Enquanto sofria na hora da morte, Ajāmila cantou o santo nome do Senhor, e, muito embora o canto se dirigisse a seu filho, ele regressou ao lar, regressou ao Supremo. Portanto, se uma pessoa fiel canta o santo nome do Senhor, e não comete ofensas, que dúvidas poderá haver quanto ao seu retorno ao Supremo?