Skip to main content

Capítulo Sete

KAPITOLA SEDMÁ

Bebendo Veneno, o Senhor Śiva Salva o Universo

Pán Śiva zachraňuje vesmír vypitím jedu

O resumo do sétimo capítulo é o seguinte. Como se descreve neste capítulo, a Suprema Personalidade de Deus, aparecendo sob Sua encarnação de tartaruga, mergulhou muito fundo no oceano para carregar sobre Suas costas a montanha Mandara. Primeiramente, a batedura ocorrida no oceano produziu o veneno kālakūṭa. Todos temiam esse veneno, mas o senhor Śiva agradou a todos bebendo o veneno.

Sedmá kapitola popisuje, jak se Nejvyšší Pán, Osobnost Božství, který se zjevil v inkarnaci želvy, ponořil hluboko do oceánu, aby držel horu Mandara na svých zádech. Stloukáním oceánu nejprve vznikl jed kālakūṭa. Každý se ho bál, ale Pán Śiva všechny uspokojil tím, že ho vypil.

Tendo chegado a um acordo de que, quando o néctar fosse produzido através da batedura, eles o repartiriam igualmente, os semi­deuses e demônios trouxeram então Vāsuki para ser usado como a corda do bastão com o qual se realizaria a batedura. Pelo hábil ar­ranjo da Suprema Personalidade de Deus, os demônios seguraram a serpente perto da boca, ao passo que os semideuses seguraram a cauda da grande serpente. Então, com grande esforço, eles começa­ram a puxar a serpente em ambas as direções. Visto que o bastão que seria utilizado na batedura, a montanha Mandara, era muito pe­sado e não tinha nenhum suporte na água, ele afundou no oceano, e, dessa maneira, a força dos demônios e dos semideuses se esgotou. Então, a Suprema Personalidade de Deus apareceu sob a forma de tartaruga e sustentou sobre Suas costas a montanha Mandara. Com isso, a batedura voltou então a ser realizada com muito ím­peto. Como resultado da batedura, produziu-se uma enorme quanti­dade de veneno. Os prajāpatis, não vendo outrem capaz de salvá-los, aproximaram-se do senhor Śiva e ofereceram-lhe orações cheias de verdades. O senhor Śiva se chama Āśutoṣa porque fica muito satisfeito se alguém é um devoto. Portanto, ele facilmente concor­dou em beber todo o veneno gerado pela batedura. A deusa Durgā, Bhavānī, esposa do senhor Śiva, não se assustou nem um pouco quando ele concordou em beber o veneno, pois ela conhecia o poder do senhor Śiva. Na verdade, ela expressou seu prazer com essa decisão tomada pelo senhor Śiva. Então, o senhor Śiva reuniu o veneno devastador, que estava espalhado por toda parte, colo­cou o mesmo em sua mão e o bebeu. Após beber o veneno, seu pescoço se tornou azulado. Uma pequena quantidade de veneno escorregou de suas mãos, caindo ao chão. É por causa desse veneno que existem neste mundo serpentes e escorpiões venenosos, plantas tóxicas e outras entidades peçonhentas.

S představou, že stloukáním vzniklý nektar bude rozdělen rovným dílem, přivedli polobozi a démoni Vāsukiho, aby ho použili jako provaz při otáčení tloukem. Nejvyšší Pán, Osobnost Božství, chytře zařídil, aby démoni drželi tohoto velkého hada blízko tlamy, zatímco polobozi ho drželi za ocas. Pak ho začali usilovně tahat ze strany na stranu. Jelikož tlouk tvořený horou Mandara byl velice těžký a neměl se ve vodě o co opřít, potápěl se do oceánu, a tak se démoni i polobozi namáhali zbytečně. Nejvyšší Pán se pak zjevil v podobě želvy a podepřel horu Mandara svými zády. Stloukání tedy začalo s velkým úsilím nanovo. Jako jeho výsledek vzniklo velké množství jedu. Prajāpatiové neznali nikoho jiného, kdo by je mohl zachránit, než Pána Śivu, a proto šli za ním a přednesli mu modlitby plné pravdy. Pán Śiva se nazývá Āśutoṣa, protože ho velmi potěší, když vidí oddanost. Bez námitek tedy souhlasil, že vypije všechen jed vytvořený stloukáním. Bohyni Durgu neboli Bhavānī, Śivovu manželku, vůbec nerozrušilo, když její muž souhlasil, že jed vypije, protože znala jeho moc. Dokonce dala najevo radost z jeho rozhodnutí. Potom Pán Śiva shromáždil zhoubný jed, který byl všude, vzal ho do dlaně a vypil ho. Tím jeho krk zmodral. Malé množství jedu mu z dlaní ukáplo na zem, a proto na světě existují jedovaté rostliny, jedovatí hadi a štíři a jiná jedovatá stvoření.

VERSO 1:
Śukadeva Gosvāmī disse: Ó melhor dos Kurus, Mahārāja Parīkṣit, os semideuses e demônios convocaram Vāsuki, o rei das serpentes, pedindo-lhe que viesse e prometendo dar-lhe uma parte do néctar. Enrolando Vāsuki em torno da montanha Mandara para que servisse de corda a ser utilizada na batedura, eles, com grande prazer, esforçaram-se por produzir néctar, batendo o oceano de leite.
Sloka 1:
Śukadeva Gosvāmī řekl: Ó nejlepší z Kuruovců, Mahārāji Parīkṣite, polobozi a démoni povolali Vāsukiho, krále hadů — požádali ho, aby přišel, a slíbili mu podíl na nektaru. Obtočili ho kolem hory Mandara jako provaz používaný ke stloukání a s velkou radostí se snažili vytvořit nektar stloukáním oceánu mléka.
VERSO 2:
A Personalidade de Deus, Ajita, agarrou a parte dianteira da serpente, e, em seguida, os semideuses fizeram o mesmo.
Sloka 2:
Ajita, Osobnost Božství, uchopil přední část hadova těla a polobozi Ho následovali.
VERSO 3:
Os líderes dos demônios julgaram imprudente segurar a cauda, a parte inauspiciosa da serpente. Em vez disso, queriam segurar a parte da frente, a qual a Personalidade de Deus e os semideuses pegaram, porque essa parte era auspiciosa e gloriosa. Então, os demô­nios, sob o pretexto de que eram todos estudantes altamente avançados em conhecimento védico e famosos em virtude de seu nascimento e atividades, protestaram, pois queriam agarrar a extremidade dianteira da serpente.
Sloka 3:
Vůdci démonů nepovažovali za moudré držet ocas, který je nepříznivou částí hada. Místo toho chtěli držet předek, který již uchopili polobozi společně s Osobností Božství, jelikož tato část byla příznivá a slavná. Pod záminkou, že jsou pokročilí studenti védského poznání a proslulí svým zrozením a činnostmi, démoni protestovali, že chtějí držet předek hada.
VERSO 4:
Assim, os demônios permaneceram silenciosos, opondo-se ao desejo dos semideuses. Observando os demônios e compreendendo seus motivos, a Personalidade de Deus sorriu. Sem entrar em discus­são, Ele imediatamente aceitou a proposta deles, pegando a cauda da serpente, e os semideuses imitaram-nO.
Sloka 4:
Démoni zůstali mlčky stát, a tím dali najevo svůj nesouhlas s přáním polobohů. Když Pán, Osobnost Božství, viděl démony a poznal jejich pohnutky, usmál se a bez dalších diskusí jejich návrh přijal. Vzal hada za ocas a polobozi Ho následovali.
VERSO 5:
Após fazerem esse acordo segundo o qual a serpente seria segurada dessa maneira, os filhos de Kaśyapa, tanto os semideuses quanto os demônios, come­çaram suas atividades desejando obter o néctar ao baterem o oceano de leite.
Sloka 5:
Poté, co se shodli na tom, jak budou hada držet, začali Kaśyapovi synové — polobozi i démoni — stloukat oceán mléka s touhou získat nektar.
VERSO 6:
Ó filho da dinastia Pāṇḍu, quando estava sendo usada como um bastão para bater o oceano de leite, a montanha Mandara não tinha suporte algum e, portanto, embora fosse segurada pelas fortes mãos dos semideuses e dos demônios, ela afundou na água.
Sloka 6:
Ó synu Pāṇḍuovské dynastie, když byla hora Mandara takto používána jako tlouk v oceánu mléka, neměla o co se opřít, a přestože ji držely silné ruce polobohů a démonů, zmizela pod hladinou.
VERSO 7:
Porque a montanha afundara por força da providência, os se­mideuses e demônios ficaram desapontados, e as expressões em suas faces pareceram murchar.
Sloka 7:
Jelikož se řízením osudu hora potopila, polobozi a démoni byli zklamáni a měli svraštěné obličeje.
VERSO 8:
Vendo a situação que fora criada por Sua própria vontade, o Senhor ilimitadamente poderoso, cuja determinação é infalível, assu­miu uma maravilhosa forma de tartaruga, entrou na água e ergueu a grande montanha Mandara.
Sloka 8:
Nekonečně mocný Pán, jehož odhodlání nikdy neselže, viděl, jaká situace vůlí Nejvyššího nastala. V úžasné podobě želvy proto vstoupil do vody a sám velkou horu Mandara zdvihl.
VERSO 9:
Ao verem que a montanha Mandara fora erguida, os semideuses e demônios reanimaram-se, sentindo-se cheios de disposição para reiniciar a batedura. A montanha repousava sobre as costas da grande tartaruga, cuja extensão era de um milhão e duzentos e oitenta mil quilômetros, como uma grande ilha.
Sloka 9:
Když polobozi a démoni spatřili, že hora Mandara byla vyzdvižena, vzchopili se a povzbudilo je to k tomu, aby začali stloukat nanovo. Hora spočívala na zádech velké želvy, připomínající rozlehlý ostrov o průměru 1 280 000 kilometrů.
VERSO 10:
Ó rei, quando os semideuses e demônios, com a força de seus braços, giraram a montanha Mandara sobre as costas da extraordinária tartaruga, a tartaruga acolheu a rotação da montanha como uma atividade que servia para coçar Seu corpo, e isso Lhe dava uma sensação agradável.
Sloka 10:
Ó králi, když polobozi a démoni silou svých paží točili horou Mandara na zádech neobyčejné želvy, Pán to přivítal jako poškrábání, které Mu dělalo dobře.
VERSO 11:
Em seguida, o Senhor Viṣṇu entrou nos demônios como a qualidade da paixão; nos semideuses, como a qualidade da bondade, e em Vāsuki, como a qualidade da ignorância. Ele o fez a fim de encorajá-los e intensi­ficar suas várias classes de forças e energias.
Sloka 11:
Poté Pán Viṣṇu vstoupil jako kvalita vášně do démonů, jako kvalita dobra do polobohů a jako kvalita nevědomosti do Vāsukiho, aby je podpořil a zvětšil jejich sílu a energii příslušného druhu.
VERSO 12:
Manifestando-Se com milhares de mãos, o Senhor, parecendo outra montanha enorme, apareceu, então, no pico da montanha Mandara e, com Sua mão, sustentou a montanha Mandara. Nos sistemas planetários superiores, o senhor Brahmā e o senhor Śiva, juntamente com Indra, o rei dos céus, e outros semideuses, ofereceram orações ao Senhor e lançaram sobre Ele uma chuva de flores.
Sloka 12:
Pán se potom zjevil s tisíci rukou na vrcholku hory Mandara jako další velká hora a jednou rukou horu Mandara přidržoval. Pán Brahmā a Pán Śiva společně s nebeským králem Indrou a dalšími polobohy na vyšších planetárních soustavách Pánu přednášeli modlitby a zasypávali Ho květy.
VERSO 13:
Na tentativa de obter o néctar, os semideuses e os demônios se empenhavam quase como se tivessem perdido sua sanidade, e esse seu frenesi era impulsionado pelo Senhor, que estava acima e abaixo da montanha e que entrara nos semideu­ses, nos demônios, em Vāsuki e na própria montanha. Devido à grande força dos semideuses e demônios, o oceano de leite foi tão intensamente agitado que, na água, todos os crocodilos ficaram muito perturbados. Entretanto, a batedura do oceano continuou dessa maneira.
Sloka 13:
Polobozi a démoni kvůli nektaru pracovali jako šílení a byli povzbuzováni Pánem, který byl nad i pod horou a zároveň vstoupil do polobohů, démonů, Vāsukiho i samotné hory. Silou polobohů a démonů byl oceán mléka tak mocně rozbouřen, že byli všichni aligátoři ve vodě velmi rozrušení. Stloukání oceánu však pokračovalo dál.
VERSO 14:
Vāsuki tinha milhares de olhos e bocas. De suas bocas, exalava fumaça e um fogo abrasador, que afetavam os demônios, encabeçados por Pauloma, Kāleya, Bali e Ilvala. Assim, os demônios, que pare­ciam árvores sarala queimadas por um incêndio florestal, gradual­mente perderam o seu poder.
Sloka 14:
Vāsuki měl tisíce očí a tlam. Svými tlamami vydechoval dým a planoucí oheň, jenž zasahoval démony, vedené Paulomou, Kāleyou, Balim a Ilvalou. Démonům, kteří vypadali jako stromy sarala spalované lesním požárem, tak postupně ubývalo sil.
VERSO 15:
Visto que os semideuses também ficaram afetados pela respiração abrasadora de Vāsuki, seu brilho corpóreo diminuiu, e suas roupas, guirlandas, armas e rostos ficaram enegrecidos pela fumaça. Entretanto, pela graça da Suprema Personalidade de Deus, apareceram nuvens no mar, derramando torrentes de chuvas, e as brisas sopra­ram, carregando partículas de água das ondas do mar, e ambos os fenômenos serviram para aliviar os semideuses.
Sloka 15:
Jelikož polobozi byli také postiženi planoucím dechem Vāsukiho, jejich těla ztrácela svůj lesk a jejich šaty, girlandy, zbraně a obličeje byly začerněné kouřem. Milostí Nejvyšší Osobnosti Božství se však nad mořem objevily mraky, z nichž vydatně zapršelo, a vánky nesoucí kapičky vody z mořských vln, aby poskytly polobohům úlevu.
VERSO 16:
Visto que, depois de tanto esforço desempenhado pelos melhores semideuses e demônios, o néctar não surgia no oceano de leite, a Su­prema Personalidade de Deus, Ajita, pessoalmente começou a bater o oceano.
Sloka 16:
Když se i přes všechnu snahu nejlepších z polobohů a démonů nektar z oceánu neobjevil, začal oceán stloukat sám Ajita, Nejvyšší Osobnost Božství.
VERSO 17:
O Senhor parecia uma nuvem escura. Ele vestia roupas amarelas, Seus brincos em Suas orelhas emitiam raios brilhantes, e Seu cabe­lo caía espalhado pelos ombros. Ele usava uma guirlanda de flores, e Seus olhos eram rosados. Com Seus braços fortes e gloriosos, que inspiram destemor em todo o universo, Ele segurou Vāsuki e, usando a montanha Mandara como o bastão com o qual se realizaria a ba­tedura, começou a bater o oceano. Enquanto executava essa ta­refa, o Senhor parecia uma bela montanha chamada Indranīla.
Sloka 17:
Pán vypadal jako načernalý mrak. Byl oděn ve žlutých šatech, náušnice na Jeho uších zářily jako blesk a vlasy Mu splývaly na ramena. Na sobě měl květinovou girlandu a Jeho oči měly narůžovělou barvu. Svými silnými, náhernými pažemi, jež poskytují nebojácnost celému vesmíru, uchopil Vāsukiho a začal stloukat oceán s horou Mandara jako tloukem. Vypadal přitom jako nádherná hora Indranīla.
VERSO 18:
Os peixes, tubarões, tartarugas e serpentes ficaram muito agitados e perturbados. Todo o oceano se tornou turbulento, e até mesmo os maiores animais aquáticos, tais como as baleias, elefantes aquá­ticos, crocodilos e os peixes timiṅgilas [enormes baleias que podem engolir pequenas baleias] subiram à superfície. Enquanto era batido dessa maneira, o oceano primeiramente produziu um veneno perigoso chamado hālahala.
Sloka 18:
Ryby, žraloci, želvy a hadi byli nanejvýš znepokojeni a rozrušeni. Celý oceán se bouřil a dokonce i velcí vodní živočichové, jako jsou velryby, vodní sloni, krokodýli a timiṅgily (velké velryby, které dokáží spolknout menší velryby), vyplavali na povrch. Tímto stloukáním oceánu ze všeho nejdříve vznikl velmi nebezpečný jed zvaný hālahala.
VERSO 19:
Ó rei, vendo que aquele veneno incontrolável se espalhava implacavelmente para cima e para baixo e em todas as direções, todos os semideuses, juntamente com o próprio Senhor, aproximaram-se do senhor Śiva [Sadāśiva]. Sentindo-se desprotegidos e amedronta­dos, buscaram refúgio nele.
Sloka 19:
Ó králi, když se tento neovladatelný jed prudce šířil nahoru i dolů a na všechny strany, všichni polobozi se spolu se samotným Pánem obrátili na Pána Śivu (Sadāśivu). Jelikož se cítili nechráněni a měli velký strach, hledali útočiště u něho.
VERSO 20:
Os semideuses observaram que, no topo da colina Kailāsa, o senhor Śiva estava sentado com sua esposa, Bhavānī, para que ocorresse o auspicioso desenvolvimento dos três mundos. Ele era adorado por grandes pessoas santas que desejavam a liberação. Com grande respeito, os semideuses lhe ofereceram reverências e orações.
Sloka 20:
Polobozi spatřili Pána Śivu, jak sedí na vrcholu hory Kailās se svou manželkou Bhavānī a dbá na příznivý rozvoj tří světů. Byl uctíván velkými světci toužícími po vysvobození. Polobozi mu s velkou úctou složili poklony a přednesli své modlitby.
VERSO 21:
Os prajāpatis disseram: Ó maior de todos os semideuses, Mahādeva, a Superalma de todas as entidades vivas e a causa de sua felicidade e prosperidade, viemos refugiar-nos em teus pés de lótus. Portanto, sê bondoso conosco e salva-nos deste veneno ardente, que está se espalhando por todos os três mundos.
Sloka 21:
Prajāpatiové řekli: Ó nejpřednější z polobohů, Mahādevo, Nadduše všech živých bytostí a příčino jejich blahobytu a štěstí, hledáme útočiště u tvých lotosových nohou. Zachraň nás prosím před tímto pálivým jedem, který se šíří po všech třech světech.
VERSO 22:
Ó senhor, és a causa do cativeiro e liberação a que se submete todo o universo porque és o seu governante. Aqueles que são avançados em consciência espiritual rendem-se a ti e, portanto, de ti é que vem a mitigação de suas aflições, e também sua liberação. Por­tanto, adoramos Vossa Onipotência.
Sloka 22:
Ó pane, jsi příčinou otroctví i osvobození v celém vesmíru, protože jsi jeho vládce. Ti, kdo jsou pokročilí v duchovním chápání, se odevzdávají tobě. Jsi tedy tím, kdo zmírňuje jejich utrpení, a také jsi příčinou jejich vysvobození. Proto uctíváme tebe.
VERSO 23:
Ó senhor, és autorrefulgente e supremo. Através de tua energia pessoal, crias este mundo material e assumes os nomes Brahmā, Viṣṇu e Maheśvara quando ages na criação, manutenção e aniquilação.
Sloka 23:
Ó Pane, jsi soběstačný a nejvyšší. Svou osobní energií tvoříš tento hmotný svět, a když působíš při stvoření, udržování a zničení, přijímáš jména Brahmā, Viṣṇu a Maheśvara.
VERSO 24:
És a causa de todas as causas, o autorrefulgente e inconcebível Brahman impessoal, que é originalmente Parabrahman. Apresentas várias potências nesta manifestação cósmica.
Sloka 24:
Jsi příčina všech příčin, zářící, nepochopitelný, neosobní Brahman, který je původně Parabrahmanem. Projevuješ v tomto vesmíru různé energie.
VERSO 25:
Ó senhor, és a fonte que origina a literatura védica. És a causa que origina a criação material, a força vital, os sentidos, os cinco elementos, os três modos e o mahat-tattva. És o tempo eterno, a determinação e os dois sistemas religiosos chamados verdade [satya] e veracidade [ṛta]. És o refúgio da sílaba oṁ, a qual é composta das três letras “a-u-m”.
Sloka 25:
Ó pane, jsi původním zdrojem védské literatury. Jsi původní příčina hmotného stvoření, životní síla, smysly, pět prvků, tři kvality a mahat- tattva. Jsi věčný čas, odhodlání a dva náboženské systémy zvané satya (pravda) a ṛta (pravdivost). Jsi útočištěm slabiky oṁ, která se skládá ze tří písmen: “a-u-m”.
VERSO 26:
Ó pai de todos os planetas, os estudiosos eruditos sabem que o fogo é tua boca, a superfície do globo são teus pés de lótus, o tempo eterno é teu movimento, todas as direções são teus ouvidos, e Varuṇa, o senhor das águas, é tua língua.
Sloka 26:
Ó otče všech planet, učenci vědí, že oheň jsou tvá ústa, povrch Země jsou tvé lotosové nohy, věčný čas je tvůj pohyb, všechny strany jsou tvoje uši a Varuṇa, vládce vod, je tvůj jazyk.
VERSO 27:
Ó senhor, o céu é teu umbigo; o ar, tua respiração; o Sol, teus olhos, e a água, teu sêmen. És o refúgio de toda classe de entidades vivas, superiores e inferiores. O deus da Lua é tua mente, e o sistema planetário superior, tua cabeça.
Sloka 27:
Ó pane, nebe je tvůj pupek, vzduch je tvůj dech, Slunce jsou tvé oči a voda tvoje semeno. Jsi útočištěm veškerých živých bytostí, vyvinutých i nízkých. Bůh Měsíce je tvá mysl a vyšší planetární systém tvá hlava.
VERSO 28:
Ó senhor, és os três Vedas personificados. Os sete mares são teu abdômen, e as montanhas, teus ossos. Todas as substâncias medicinais, trepadeiras e vegetais são os pelos do teu corpo; os mantras védicos, como o Gāyatrī, são as sete camadas do teu corpo, e o sistema religioso védico é o âmago do teu coração.
Sloka 28:
Ó pane, jsi zosobněné tři Védy. Sedm moří je tvoje břicho a hory jsou tvé kosti. Všechny léčivé, popínavé a jiné rostliny jsou chlupy na tvém těle, védské mantry jako například Gāyatrī jsou sedmi složkami tvého těla a védský náboženský systém je nitro tvého srdce.
VERSO 29:
Ó senhor, os cinco importantes mantras védicos são representados por teus cinco rostos, a partir dos quais foram gerados os trinta e oito mantras védicos mais célebres. Vossa Onipotência, sendo famoso como senhor Śiva, é autoiluminado. Estás diretamente situado como a verdade suprema, conhecida como Paramātmā.
Sloka 29:
Ó pane, pět důležitých védských manter je představováno tvými pěti obličeji, z nichž vzešlo třicet osm nejslavnějších védských manter. Ty, jenž jsi oslavován jako Pán Śiva, vydáváš vlastní záři. Jsi přímo nejvyšší pravdou, zvanou Paramātmā.
VERSO 30:
Ó senhor, tua sombra se projeta sob a forma de irreligião, que provoca muitas variedades de criações irreligiosas. Os três modos da natureza – bondade, paixão e ignorância – são teus três olhos. Todos os textos védicos, que estão cheios de versos, são tuas emana­ções, pois foi após receberem teu olhar que aqueles encarregados de compilá-los escreveram as várias escrituras.
Sloka 30:
Ó pane, tvůj stín je možno vidět v bezbožnosti, jež vytváří různá bezbožná stvoření. Tři kvality přírody — dobro, vášeň a nevědomost — jsou tvé tři oči. Všechny védské texty, plné veršů, vycházejí z tebe, neboť jejich tvůrci sepsali různá písma poté, co jsi na ně pohlédl svým zrakem.
VERSO 31:
Ó Senhor Girīśa, uma vez que a refulgência Brahman impessoal é transcendental aos modos materiais manifestos sob a forma de bondade, paixão e ignorância, os vários diretores deste mundo mate­rial decerto não podem apreciá-la ou sequer saber onde ela está. Ela não é compreensível nem mesmo ao senhor Brahmā, ao Senhor Viṣṇu ou a Mahendra, o rei dos céus.
Sloka 31:
Ó pane Girīśo, jelikož neosobní záře Brahmanu je transcendentální vůči hmotným kvalitám dobra, vášně a nevědomosti, nedovedou ji různí vládci tohoto hmotného světa vnímat a nevědí ani, kde se nachází. Nezná ji dokonce ani Pán Brahmā, Pán Viṣṇu či nebeský král Mahendra.
VERSO 32:
Quando a aniquilação é efetuada por meio das chamas e centelhas que emanam de teus olhos, toda a criação é reduzida a cinzas. Entretanto, não sabes como isso acontece. Porém, que se há de dizer de tuas atividades em que destróis o Dakṣa-yajña, Tripurāsura e o veneno kālakūṭa? Tais atividades não podem ser os temas das orações oferecidas a ti.
Sloka 32:
Když plameny a jiskry šlehající z tvých očí ničí svět, je celé stvoření spáleno na popel. Ty však ani nevíš, jak se to děje. Co potom říci o tvém zničení Dakṣa-yajñi, Tripurāsury a jedu kālakūṭa? O těchto činnostech modlitby, určené na tvoji oslavu, nemohou pojednávat.
VERSO 33:
As pessoas magnânimas, autossatisfeitas e que pregam para o mundo inteiro pensam constantemente em teus pés de lótus dentro de seus corações. Todavia, quando aqueles que não conhecem tuas austeridades te veem caminhando com Umā, confundem-te com alguém luxurioso ou, quando te veem perambulando pelos crematórios, pensam que és cruel e invejoso. Com certeza, eles são sujeitos desavergonhados que não podem entender tuas atividades.
Sloka 33:
Vznešené, vnitřně spokojené osoby, jež kážou celému světu, v srdci neustále myslí na tvé lotosové nohy. Když tě však lidé, kteří neznají tvou askezi, vidí s Umou, mylně se domnívají, že jsi posedlý chtíčem. Když tě vidí v krematoriu, mylně tě považují za zuřivého a plného zášti. Tito lidé jsou nestydatí. Nemohou chápat tvé jednání.
VERSO 34:
Nem mesmo personalidades como o senhor Brahmā e outros semideuses podem entender tua posição, pois estás situado além da criação móvel e imóvel. Uma vez que ninguém consegue entender-te de verdade, como alguém poderia oferecer-te orações? Isso é impossível. No que se refere a nós, somos entidades incluídas na criação realizada pelo senhor Brahmā. Nessas circunstâncias, portanto, não podemos oferecer-te orações adequadas, mas, na medida em que nossa ha­bilidade o permite, expressamos os nossos sentimentos.
Sloka 34:
Ani osobnosti, jako je Pán Brahmā a další polobozi, nechápou tvé postavení, neboť stojíš nad pohyblivým a nehybným stvořením. Jelikož tě nikdo nezná v pravdě, jak ti někdo může přednést modlitby? To není možné. Pokud jde o nás, jsme produkty stvoření Pána Brahmy. Za těchto okolností nejsme schopni přednést náležité modlitby, ale podle svých schopností jsme alespoň vyjádřili své pocity.
VERSO 35:
Ó maior de todos os governantes, tua verdadeira identidade é im­possível de ser entendida por nós. Até onde podemos ver, tua pre­sença traz para todos uma próspera felicidade. Ninguém pode apreciar as outras atividades que executas. Nossa compreensão se resume a isso.
Sloka 35:
Ó největší ze všech vládců, nedokážeme pochopit tvou skutečnou totožnost. Vidíme jen to, že tvá přítomnost skýtá zdar a štěstí všem. Mimo to nikdo nedokáže ocenit tvé činnosti. Vidíme jen tolik, nic víc.
VERSO 36:
Śrīla Śukadeva Gosvāmī prosseguiu: O senhor Śiva é sempre be­nevolente para com todas as entidades vivas. Ao perceber que as entidades vivas estavam muito assustadas com o veneno, que se espalhava por toda parte, ele se compadeceu delas. Então, dirigiu a Satī, sua eterna consorte, as seguintes palavras.
Sloka 36:
Śrīla Śukadeva Gosvāmī pokračoval: Pán Śiva je vždy laskavý ke všem živým bytostem. Když viděl, že jsou velmi znepokojené jedem, který se všude šířil, měl s nimi soucit. Promluvil tedy ke své věčné choti Satī.
VERSO 37:
O senhor Śiva disse: Minha querida Bhavānī, observa como todas estas entidades vivas foram postas em perigo devido ao veneno pro­duzido pela batedura do oceano de leite.
Sloka 37:
Pán Śiva pravil: Milá Bhavānī, jen se podívej, do jakého nebezpečí se dostaly všechny živé bytosti kvůli jedu, který vznikl při stloukání oceánu mléka!
VERSO 38:
É meu dever dar proteção e segurança a todas as entidades vivas que lutam pela existência. Certamente é dever do mestre proteger seus dependentes que sofrem.
Sloka 38:
Mou povinností je poskytnout ochranu a bezpečí všem živým bytostem, bojujícím o přežití. Pán je nepochybně povinen chránit své trpící poddané.
VERSO 39:
A população em geral, estando desorientada pela energia ilusória da Suprema Personalidade de Deus, está sempre ocupada em lutar entre si. Mas os devotos, mesmo arriscando suas próprias vidas temporárias, esforçam-se para salvá-la.
Sloka 39:
Obyčejní lidé, zmatení iluzorní energií Nejvyšší Osobnosti Božství, mezi sebou neustále udržují nepřátelství. Oddaní se je však snaží zachránit i za cenu svých vlastních dočasných životů.
VERSO 40:
Minha querida e gentil esposa Bhavānī, quando alguém realiza atividades benéficas para os outros, a Suprema Personalidade de Deus, Hari, fica muito satisfeito. E, quando o Senhor está satisfeito, eu também fico satisfeito, juntamente com todas as outras criaturas vivas. Portanto, beberei este veneno para que eu ajude todas as entidades vivas a se tornarem felizes.
Sloka 40:
Má drahá, laskavá ženo Bhavānī, Hari, Nejvyšší Osobnost Božství, je velice potěšen, když někdo jedná pro dobro druhých. A je-li Pán spokojen, jsem spokojen i já a také všechny ostatní živé bytosti. Proto vypiji tento jed, neboť tak mohou být díky mně všichni živí tvorové šťastní.
VERSO 41:
Śrīla Śukadeva Gosvāmī continuou: Após transmitir a Bhavānī esta informação, o senhor Śiva passou a beber o veneno, e Bhavānī, que conhecia perfeitamente bem a capacidade do senhor Śiva, concedeu-lhe a permissão para que ele assim procedesse.
Sloka 41:
Śrīla Śukadeva Gosvāmī pokračoval: Poté, co Pán Śiva takto zpravil Bhavānī o vzniklé situaci, začal pít jed a Bhavānī, která dobře znala jeho schopnosti, mu dala své svolení.
VERSO 42:
Em seguida, o senhor Śiva, que se dedica a realizar trabalho aus­picioso e benévolo em prol da humanidade, compassivamente colocou todo aquele veneno na palma da mão e o bebeu.
Sloka 42:
Pán Śiva, jenž se věnuje příznivým činnostem pro blaho lidstva, soucitně vzal všechen jed do dlaně a vypil ho.
VERSO 43:
Como se fosse uma difamação, o veneno nascido do oceano de leite manifestou sua potência marcando o pescoço do senhor Śiva com uma linha azulada. Essa linha, entretanto, agora é aceita como um adorno do senhor.
Sloka 43:
Jed vytvořený z oceánu mléka projevil takovou intenzitu, že poznamenal krk Pána Śivy modrou čarou, jako kdyby ho chtěl zneuctít. Nyní je však tato čára přijímána jako Pánova ozdoba.
VERSO 44:
Afirma-se que grandes personalidades quase sempre aceitam sofri­mentos voluntários para poderem debelar o sofrimento da população em geral. Esse é considerado o método mais elevado de adorar a Su­prema Personalidade de Deus, que está presente no coração de todos.
Sloka 44:
Je řečeno, že velké osobnosti téměř vždy souhlasí s tím, že budou dobrovolně trpět kvůli utrpení obyčejných lidí. To je dokonalá metoda uctívání Nejvyššího Pána, Osobnosti Božství, jenž je přítomný v srdci každého.
VERSO 45:
Ao ouvirem sobre esse ato, todos, incluindo Bhavānī [a filha de Mahārāja Dakṣa], o senhor Brahmā, o Senhor Viṣṇu e a população em geral, louvaram calorosamente essa façanha realizada pelo senhor Śiva, o qual é adorado pelos semideuses e concede bênçãos às pessoas.
Sloka 45:
Poté, co slyšeli o tomto činu, začali všichni — jak Bhavānī (dcera Mahārāje Dakṣi), tak Pán Brahmā, Pán Viṣṇu i obyčejní lidé — vysoce chválit skutek Pána Śivy, jehož uctívají i polobozi a jenž dává lidem požehnání.
VERSO 46:
Enquanto o senhor Śiva tomava o veneno, os escorpiões, as cobras, as drogas venenosas e outros animais cujas picadas são peçonhentas aproveitaram-se da oportunidade para beber qualquer resquício de veneno que caiu da mão do senhor Śiva e se espalhou enquanto ele bebia.
Sloka 46:
Štíři, kobry, jedovaté rostliny a jiní tvorové, jejichž kousnutí je jedovaté, využili příležitosti a vypili nepatrné množství jedu, které ukáplo Pánu Śivovi z ruky, když pil.