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VERSO 37

Sloka 37

Texto

Verš

śrī-yama uvāca
aho amīṣāṁ vayasādhikānāṁ
vipaśyatāṁ loka-vidhiṁ vimohaḥ
yatrāgatas tatra gataṁ manuṣyaṁ
svayaṁ sadharmā api śocanty apārtham
śrī-yama uvāca
aho amīṣāṁ vayasādhikānāṁ
vipaśyatāṁ loka-vidhiṁ vimohaḥ
yatrāgatas tatra gataṁ manuṣyaṁ
svayaṁ sadharmā api śocanty apārtham

Sinônimos

Synonyma

śrī-yamaḥ uvāca — Śrī Yamarāja disse; aho — ó; amīṣām — desses; vayasā — pela idade; adhikānām — daqueles avançados; vipaśyatām — vendo todos os dias; loka-vidhim — a lei da natureza (segundo a qual todos morrem); vimohaḥ — a desorientação; yatra — de onde; āgataḥ — veio; tatra — lá; gatam — retornou; manuṣyam — o homem; svayam — eles próprios; sa-dharmāḥ — semelhantes em natureza (destinados a morrer); api — embora; śocanti — eles se lamentam; apārtham — inutilmente.

śrī-yamaḥ uvāca — Śrī Yamarāja řekl; aho — běda; amīṣām — těchto; vayasā — věkem; adhikānām — pokročilých; vipaśyatām — vidících každý den; loka-vidhim — zákon přírody (že každý umírá); vimohaḥ — zmatenost; yatra — odkud; āgataḥ — přicházející; tatra — tam; gatam — navrácený; manuṣyam — člověk; svayam — samy; sa-dharmāḥ — stejné povahy (nucené zemřít); api — ačkoliv; śocanti — naříkají; apārtham — zbytečně.

Tradução

Překlad

Śrī Yamarāja disse: Oh! Isso é muito espantoso! Essas pessoas, que são mais velhas do que eu, têm plena experiência de que centenas e milhares de entidades vivas nasceram e morreram. Assim, elas devem entender que também estão destinadas a morrer, mas, ainda assim, confundem-se. A alma condicionada vem de um lugar desconhecido e, após a morte, retorna ao mesmo lugar desconhecido. Essa regra, conduzida pela natureza material, não possui exceção. Sabendo disso, por que se lamentam inutilmente?

Śrī Yamarāja řekl: Ó, jak podivuhodné! Tyto osoby jsou starší než já a mají dostatečnou zkušenost, že tisíce živých bytostí se rodí a umírají. Měly by proto pochopit, že i je čeká smrt; přesto jsou však zmateny. Podmíněná duše přichází z neznámého místa a po smrti se na totéž neznámé místo vrací. Z tohoto pravidla, které uplatňuje hmotná příroda, neexistují výjimky. Když to tedy vědí, proč nesmyslně naříkají?

Comentário

Význam

SIGNIFICADO—Na Bhagavad-gītā (2.28), o Senhor diz:

V Bhagavad-gītě (2.28) Pán říká:

avyaktādīni bhūtāni
vyakta-madhyāni bhārata
avyakta-nidhanāny eva
tatra kā paridevanā
avyaktādīni bhūtāni
vyakta-madhyāni bhārata
avyakta-nidhanāny eva
tatra kā paridevanā

“Todos os seres criados são imanifestos no seu começo, manifestos no seu estado intermediário, e de novo imanifestos quando aniquilados. Então, qual a necessidade de lamentação?”

“Všechny stvořené bytosti jsou na počátku neprojevené, v přechodném období projevené, a když jsou zničeny, zůstávají opět neprojevené. Proč tedy bědovat?”

Aceitando-se que existem duas classes de filósofos, uma delas que acredita na existência da alma e outra que não acredita na existência desta, não há causa para lamentação em nenhum dos casos. Os seguidores da sabedoria védica chamam de ateístas aqueles que não creem na existência da alma. No entanto, mesmo que, à guisa de argumento, aceitemos a teoria ateísta, não há motivo para lamentação. Excetuando-se o fato de que a alma existe separadamente, os elementos materiais permanecem imanifestos antes da criação. A partir desse estado sutil e imanifesto, surge a manifestação, assim como do éter gera-se o ar; do ar, gera-se o fogo; do fogo, gera-se a água, e, a partir da água, manifesta-se a terra. Da terra, surgem muitas variedades de manifestações; por exemplo, um grande arranha-céu se manifesta da terra. Quando ele é demolido, a manifestação novamente se torna imanifesta, até permanecer como átomos. Existe a lei da conservação da energia, mas, no decorrer do tempo, as coisas ora se manifestam, ora ficam imanifestas – essa é a diferença. Então, qual é a causa de lamentação, seja na manifestação, seja no estado imanifesto? De alguma forma, mesmo na fase imanifesta, as coisas não estão perdidas. Tanto no começo quanto no fim, todos os elementos permanecem imanifestos, e isso não faz nenhuma diferença material verdadeira.

Jsou dva druhy filozofů: jedni věří v existenci duše a druzí nikoliv. Žádný z nich však nemá důvod naříkat. Ti, kdo následují Védy, nazývají lidi nevěřící v existenci duše ateisty. Ale i když za účelem diskuse přijmeme ateistickou teorii, přesto platí, že není důvod k nářku. Ponecháme-li stranou oddělenou existenci duše, je skutečností, že hmotné prvky zůstávají před stvořením neprojevené. Z tohoto subtilního neprojeveného stavu dochází k projevení. Z éteru vzniká vzduch, ze vzduchu oheň, z ohně voda a z vody země. Ze země vzniká mnoho rozmanitých projevů, například velký mrakodrap. Po zbourání je tento mrakodrap opět neprojevený a nakonec zůstává v podobě atomů. Zákon zachování energie platí stále, ale v průběhu času jsou věci projevené a neprojevené. To je jediný rozdíl. Proč tedy naříkat kvůli projevenému či neprojevenému stavu? Skutečností zůstává, že ani v neprojeveném stavu není nic ztraceno. Na počátku i na konci jsou všechny prvky neprojevené a jen v prostředním stádiu jsou projevené; z hmotného hlediska to neznamená žádný skutečný rozdíl.

Se aceitamos as conclusões védicas, contidas na Bhagavad-gītā (antavanta ime dehāḥ), segundo as quais esses corpos materiais são perecíveis no decorrer do tempo (nityasyoktāḥ śarīriṇaḥ), mas a alma é eterna, então devemos lembrar-nos sempre de que o corpo é como uma veste; portanto, quem se lamentaria apenas porque muda de roupa? O corpo material não tem existência verdadeira que o vincule à alma eterna. É algo como um sonho. Em um sonho, talvez pensemos que estamos a voar no céu ou que estamos sentados em uma quadriga como se fôssemos um rei, mas, quando acordamos, podemos ver que não estamos nem no céu, nem sentados na quadriga. A sabedoria védica encoraja que se cultive a autorrealização tendo como base a inexistência do corpo material. Portanto, em qualquer caso, quer se acredite na existência da alma, quer não se acredite na existência da alma, não há motivo de lamentação pela perda do corpo.

Přijímáme-li védský závěr uvedený v Bhagavad-gītě — že tato hmotná těla časem zaniknou (antavanta ime dehāḥ), ale duše je věčná (nityasyoktāḥ śarīriṇaḥ) — pak musíme mít vždy na paměti, že tělo je jako oděv. Proč bychom tedy měli naříkat nad změnou oděvu? Hmotné tělo je ve vztahu k věčné duši prakticky neskutečné; je něco jako sen. Ve snu si můžeme myslet, že létáme po obloze nebo sedíme v kočáře jako král, ale když se probudíme, vidíme, že nejsme ani na nebi, ani v kočáře. Védská moudrost nabádá k seberealizaci na základě toho, že hmotné tělo prakticky neexistuje. V žádném případě, ať v existenci duše věříme, nebo ne, tedy nemáme důvod naříkat nad ztrátou těla.

No Mahābhārata, afirma-se: adarśanād ihāyātaḥ punaś cādarśanaṁ gataḥ. Essa afirmação poderia apoiar a teoria dos cientistas ateus, segundo a qual o feto presente no ventre da mãe não tem vida, sendo simplesmente um monte de matéria. Seguindo essa teoria, se um monte de matéria é abortado através de uma cirurgia, não se tira a vida de ninguém. O corpo de uma criança é como um tumor, e, quando se opera um tumor e se joga o tumor fora, não há nenhum pecado. Em relação ao rei e suas rainhas, o mesmo argumento poderia ser apresentado. O corpo do rei se manifestou de uma fonte imanifesta, e voltou a se tornar imanifesto a partir do estado de manifestação. Como a manifestação existe somente no período intermediário – entre os dois pontos do estado imanifesto – por que alguém deveria chorar pelo corpo manifesto no referido período?

V Mahābhāratě stojí: adarśanād ihāyātaḥ punaś cādarśanaṁ gataḥ. Tento výrok by mohl podpořit teorii ateistických vědců, kteří tvrdí, že dítě v lůně matky není živé a je pouhým kusem hmoty. Tato teorie by ve svém důsledku znamenala, že když je kus hmoty potracen vyoperováním z lůna, nejedná se o zabití; tělo dítěte je jako nádor a chirurgické odstranění nádoru nepředstavuje žádný hřích. Tentýž argument by bylo možné použít v případě krále a jeho královen. Královo tělo se projevilo z neprojeveného zdroje a pak se opět stalo neprojeveným. Když projevený stav existuje pouze uprostřed, mezi dvěma neprojevenými, proč by někdo měl bědovat pro tělo projevené v mezidobí?