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CAPÍTULO QUINZE

As Glórias dos Descendentes do Rei Priyavrata

Neste capítulo, descrevem-se os descendentes de Bharata Mahārāja e de muitos outros reis. O filho de Mahārāja Bharata se chamava Sumati. Ele seguiu o caminho da liberação traçado por Ṛṣabhadeva. Algumas pessoas erroneamente pensavam que Sumati era uma encarnação direta do senhor Buddha. O filho de Sumati se chamava Devatājit, e seu neto foi Devadyumna. Devadyumna teve um filho chamado Parameṣṭhī, e este teve como filho Pratīha. Pratīha, um grandioso devoto do Senhor Viṣṇu, teve três filhos, chamados Pratihartā, Prastotā e Udgātā. Pratihartā teve dois filhos, Aja e Bhūmā. O filho de Bhūmā foi Udgītha, cujo filho tinha o nome de Prastāva. O filho de Prastāva foi Vibhu, e o filho de Vibhu foi Pṛthuṣeṇa, cujo filho foi Nakta. Druti, a esposa de Nakta, deu à luz Gaya, que foi um famosíssimo rei santo. Na verdade, o rei Gaya era uma encarnação parcial do Senhor Viṣṇu e, devido à sua intensa devoção pelo Senhor Viṣṇu, ele recebeu o título de Mahāpuruṣa. O rei Gaya teve filhos chamados Citraratha, Sumati e Avarodhana. O filho de Citraratha foi o imperador Samrāṭ, e o filho deste foi Marīci, cujo filho foi Bindu. O filho de Bindu foi Madhu, e o filho de Madhu foi Vīravrata. Os dois filhos de Vīravrata foram Manthu e Pramanthu, e o filho de Manthu foi Bhauvana. O filho de Bhauvana foi Tvaṣṭā, e o filho de Tvaṣṭā foi Viraja, que glorificou toda a dinastia. Viraja teve cem filhos e uma filha. Dentre estes, Śatajit se tornou muito famoso.

VERSO 1:
Śrīla Śukadeva Gosvāmī continuou: O filho de Mahārāja Bharata conhecido como Sumati seguiu o caminho traçado por Ṛṣabhadeva, mas algumas pessoas inescrupulosas julgavam que ele fosse o próprio senhor Buddha. Essas pessoas, que na verdade eram ateístas de má índole, querendo encontrar respaldo para as suas atividades, adotaram de uma forma imaginária e perversa os princípios védicos. Assim, essas pessoas pecaminosas aceitaram Sumati como o senhor Buddhadeva e propagaram a teoria de que todos devem seguir os princípios de Sumati. Dessa maneira, eles ficaram ao capricho da invenção mental.
VERSO 2:
Sumati gerou no ventre de sua esposa Vṛddhasenā um filho chamado Devatājit.
VERSO 3:
Em seguida, Devatājit gerou, no ventre de sua esposa Āsurī, um filho chamado Devadyumna, o qual, por sua vez gerou, no ventre de sua esposa Dhenumatī, um filho chamado Parameṣṭhī. Parameṣṭhī gerou no ventre de sua esposa Suvarcalā um filho chamado Pratīha.
VERSO 4:
O rei Pratīha pessoalmente divulgou os princípios da autorrealização. Dessa maneira, ele não apenas se purificou, mas também se tornou um grande devoto do Senhor Viṣṇu, a Pessoa Suprema, e O compreendeu perfeitamente.
VERSO 5:
No ventre de sua esposa Suvarcalā, Pratīha gerou três filhos, chamados Pratihartā, Prastotā e Udgātā. Esses três filhos eram muito hábeis em executar rituais védicos. Pratihartā gerou no ventre de sua esposa Stutī dois filhos, chamados Aja e Bhūmā.
VERSO 6:
No ventre de sua esposa Ṛṣikulyā, o rei Bhūmā gerou um filho chamado Udgītha. De Devakulyā, esposa de Udgītha, nasceu um filho chamado Prastāva, que fecundou em sua esposa Niyutsā um filho chamado Vibhu. No ventre de sua esposa Ratī, Vibhu gerou um filho chamado Pṛthuṣeṇa. Pṛthuṣeṇa gerou no ventre de sua esposa Ākūti um filho chamado Nakta. A esposa de Nakta era Druti, de cujo ventre nasceu o grande rei Gaya. Gaya era muito famoso e piedoso; ele era o melhor dos reis santos. O Senhor Viṣṇu e Suas expansões, que se destinam a proteger o universo, estão sempre situados no modo da bondade transcendental, conhecido como viśuddha-sattva. Sendo uma expansão direta do Senhor Viṣṇu, o rei Gaya também estava situado em viśuddha-sattva. Em virtude disso, Mahārāja Gaya era plenamente dotado de conhecimento transcendental. Portanto, ele chamado de Mahāpuruṣa.
VERSO 7:
O rei Gaya dava plena proteção e segurança aos cidadãos para que a propriedade pessoal deles não fosse perturbada por elementos indesejáveis. Ele também atentava para que houvesse suficiente comida para alimentar todos os cidadãos. (Isso se chama poṣaṇa.) Às vezes, ele distribuía presentes aos cidadãos para satisfazê-los. (Isso se chama prīṇana.) Às vezes, convocava reuniões e, usando palavras doces, satisfazia os cidadãos. (Isso se chama upalālana.) Dava-lhes também boas instruções sobre como tornarem-se cidadãos de primeira classe. (Isso se chama anuśāsana.) Essas eram as características da ordem real do rei Gaya. Além de tudo isso, o rei Gaya era um chefe de família que observava estritamente as normas e os preceitos da vida familiar. Ele realizava sacrifícios e era um autêntico devoto puro da Suprema Personalidade de Deus. Chamava-se Mahāpuruṣa porque, como rei, conferia todas as facilidades aos cidadãos e, como chefe de família, executava todos os seus deveres para que, no final, se tornasse um estrito devoto do Senhor. Como devoto, estava sempre disposto a oferecer respeitos a outros devotos e a ocupar-se no serviço devocional ao Senhor. É esse o processo de bhakti-yoga. Devido a todas essas atividades transcendentais, o rei Gaya vivia livre da concepção corpórea. Compreendia o Brahman na íntegra e, consequentemente, mantinha-se sempre feliz. Não se entregava jamais à lamentação material. Embora fosse perfeito sob todos os aspectos, não era orgulhoso, tampouco ansiava governar o reino.
VERSO 8:
Meu querido rei Parīkṣit, os eruditos que são conhecedores das histórias dos Purāṇas elogiam e glorificam o rei Gaya com os seguintes versos.
VERSO 9:
O grande rei Gaya costumava realizar toda espécie de rituais védicos. Era muitíssimo inteligente e estudava com afinco todos os textos védicos. Fazia os princípios religiosos prevalecerem e possuía todo tipo de opulências. Era um líder entre os cavalheiros e servo dos devotos. Ele era uma expansão plenária da Suprema Personalidade de Deus totalmente qualificada. Portanto, quem lhe seria comparável na execução de grandiosas cerimônias ritualísticas?
VERSO 10:
Todas as filhas castas e honestas de Mahārāja Dakṣa, tais como Śraddhā, Maitrī e Dayā, cujas bênçãos eram sempre eficazes, banharam Mahārāja Gaya com água santificada. Na verdade, elas estavam muito satisfeitas com Mahārāja Gaya. O planeta Terra personificado veio sob a forma de uma vaca e, como se tivesse visto o seu bezerro, derramou leite em profusão ao testemunhar todas as boas qualidades de Mahārāja Gaya. Em outras palavras, Mahārāja Gaya pôde obter todos os benefícios da Terra e, assim, atender os desejos de seus súditos. Contudo, ele pessoalmente não tinha desejos.
VERSO 11:
Porque o rei Gaya executava os rituais védicos, todas as suas aspirações se concretizavam, embora ele não cultivasse desejos pessoais de gozo dos sentidos. Todos os reis com os quais Mahārāja Gaya tinha de lutar eram forçados a lutar com base em princípios religiosos. A forma como ele lutava satisfazia-os muitíssimo, tanto que lhe davam toda espécie de presentes. Do mesmo modo, todos os brāhmaṇas em seu reino estavam muito contentes com a generosidade do rei Gaya. Em consequência disso, os brāhmaṇas contribuíram com um sexto de suas atividades piedosas em benefício da próxima vida do rei Gaya.
VERSO 12:
Nos sacrifícios de Mahārāja Gaya, era largamente servida a bebida inebriante conhecida como soma. O rei Indra costumava ir e embriagar-se ao tomar grandes quantidades de soma-rasa. Também, a Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Viṣṇu [o yajña-puruṣa] comparecia e pessoalmente aceitava todos os sacrifícios que, com devoção pura e firme, lhe eram oferecidos na arena sacrificatória.
VERSO 13:
Quando o Senhor Supremo Se satisfaz com as ações de alguém, naturalmente todos os semideuses, seres humanos, bestas, pássaros, abelhas, trepadeiras, árvores, gramíneas e todas as outras entidades vivas, começando com o senhor Brahmā, satisfazem-se. A Suprema Personalidade de Deus é a Superalma de todos, e Ele, por natureza, é plenamente satisfeito. Todavia, Ele compareceu à arena de Mahārāja Gaya e disse: “Estou plenamente satisfeito.”
VERSOS 14-15:
No ventre de Gayantī, Mahārāja Gaya gerou três filhos, chamados Citraratha, Sugati e Avarodhana. No ventre de sua esposa Ūrnā, Citraratha gerou um filho chamado Samrāṭ. A esposa de Samrāṭ foi Utkalā, em cujo ventre ele produziu um filho chamado Marīci. No ventre de sua esposa Bindumatī, Marīci gerou um filho chamado Bindu. No ventre de sua esposa Saraghā, Bindu gerou um filho chamado Madhu. No ventre de sua esposa chamada Sumanā, Madhu gerou um filho chamado Vīravrata. No ventre de sua esposa chamada Bhojā, Vīravrata produziu dois filhos, chamados Manthu e Pramanthu. No ventre de sua esposa Satyā, Manthu gerou um filho chamado Bhauvana, e, no ventre de sua esposa Dūṣaṇā, Bhauvana gerou um filho chamado Tvaṣṭā. No ventre de sua esposa Virocanā, Tvaṣṭā gerou um filho chamado Viraja. A esposa de Viraja foi Viṣūcī, em cujo ventre ele gerou cem filhos e uma filha. Dentre todos esses filhos, sobressaiu-se Śatajit.
VERSO 16:
Existe um verso muito famoso sobre o rei Viraja. “Devido às suas nobres qualidades e imensa fama, o rei Viraja se tornou a joia da dinastia do rei Priyavrata, assim como o Senhor Viṣṇu, com Sua potência transcendental, embeleza e abençoa os semideuses.”