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CAPÍTULO DEZESSETE

KAPITOLA SEDMNÁCTÁ

 A Descida do Rio Ganges

Původ a sestup řeky Gangy

O décimo sétimo capítulo descreve a origem do rio Ganges e seu curso dentro de Ilāvṛta-varṣa e ao redor do mesmo. Também há uma descrição das orações que o senhor Śiva oferece ao Senhor Saṅkarṣaṇa, uma das expansões quádruplas da Suprema Personalidade de Deus. Certa vez, o Senhor Viṣṇu aproximou-Se de Bali Mahārāja enquanto o rei executava um sacrifício. O Senhor apareceu diante dele como Trivikrama, ou Vāmana, e pediu ao rei que lhe fizesse uma doação de três passos de terra. Com dois passos, o Senhor Vāmana cobriu todos os três sistemas planetários e, com os dedos do Seu pé esquerdo, perfurou a cobertura do universo. Algumas gotas de água do Oceano Causal emanaram desse orifício e caíram sobre a cabeça do senhor Śiva, onde permaneceram por mil milênios. Essas gotas de água são o sagrado rio Ganges. Primeiramente, ele corre pelos planetas celestiais, que se localizam nas solas dos pés do Senhor Viṣṇu. O rio Ganges é conhecido por muitos nomes, tais como Bhāgīrathī e Jāhnavī. Ele purifica Dhruvaloka e os planetas dos sete sábios porque o único desejo tanto de Dhruva quanto dos sábios é servir aos pés de lótus do Senhor.

Sedmnáctá kapitola popisuje původ řeky Gangy a její cestu Ilāvṛta-varṣou. Je zde také popis modliteb Pána Śivy k Pánu Saṅkarṣaṇovi, části čtveřice expanzí Nejvyšší Osobnosti Božství. Pán Viṣṇu jednou přišel za Mahārājem Balim, který vykonával oběť. Zjevil se před ním jako Trivikrama neboli Vāmana a požádal ho o milodar v podobě tří kroků země. Dvěma kroky Pán Vāmana pokryl všechny tři planetární systémy a prsty Své levé nohy prorazil obal vesmíru. Tímto otvorem vniklo dovnitř několik kapek vody z Oceánu Příčin, které dopadly na hlavu Pána Śivy, kde zůstaly tisíc věků. Tyto kapky vody jsou posvátnou řekou Gangou. Ganga nejprve teče na nebeské planety, jež se nacházejí na chodidlech nohou Pána Viṣṇua. Je známá pod mnoha jmény, jako například Bhāgīrathī a Jāhnavī. Očišťuje Dhruvaloku a planety sedmi mudrců, protože jak Dhruva, tak mudrci nemají jinou touhu než sloužit lotosovým nohám Pána.

O rio Ganges, que brota dos pés de lótus do Senhor, inunda os planetas celestiais, especialmente a Lua, após o que ele corre por Brahmapurī, no cume do monte Meru. Nesse ponto, o rio se divide em quatro braços (conhecidos como Sītā, Alakanandā, Cakṣu e Bhadrā), os quais, a seguir, descem rumo ao oceano de água salgada. O defluente conhecido como Sītā corre por Śekhara-parvata e Gandhamādana-parvata, após o que se dirige para Bhadrāśva-varṣa, onde, a leste, mistura-se com o oceano de água salgada. O defluente Cakṣu flui por Mālyavān-giri e, após alcançar Ketumāla-varṣa, já no Ocidente, mistura-se com o oceano de água salgada. O defluente conhecido como Bhadrā flui pelo monte Meru, monte Kumuda e pelas montanhas Nīla, Śveta e Śṛṅgavān, antes de alcançar Kuru-deśa, onde, no norte, desemboca no oceano de água salgada. O defluente Alakanandā corre por Brahmālaya, atravessa muitas montanhas, dentre as quais, Hemakūṭa e Himakūta, após o que alcança Bhārata-varṣa, onde desemboca no lado sul do oceano de água salgada. Muitos outros rios e seus defluentes correm pelos nove varṣas.

Řeka Ganga, která vyvěrá z Pánových lotosových nohou, zaplavuje nebeské planety (zvláště Měsíc) a poté protéká Brahmapurīm na vrcholu hory Meru. Zde se dělí na čtyři ramena, známá jako Sītā, Alakanandā, Cakṣu a Bhadrā, která potom stékají do oceánu slané vody. Rameno jménem Sītā protéká Śekhara-parvatou a Gandhamādana-parvatou a poté stéká do Bhadrāśva-varṣi, kde se mísí s oceánem slané vody na západní straně. Rameno Cakṣu teče přes Mālyavān-giri a po dosažení Ketumāla-varṣi se rovněž mísí s oceánem slané vody na západě. Rameno jménem Bhadrā teče po hoře Meru, hoře Kumudě a horách zvaných Nīla, Śveta a Śṛṅgavān, až dosáhne Kuru-deśe, kde vtéká do oceánu slané vody na severní straně. Rameno Alakanandā protéká Brahmālayou, překonává mnoho hor včetně Hemakūṭy a Himakūṭy a dosahuje Bhārata-varṣi, kde se vlévá do oceánu slané vody na jihu. Devíti varṣami protéká ještě mnoho dalších řek a jejich ramen.

A extensão de terra conhecida como Bhārata-varṣa é o campo de atividades, e se reservam os outros oito varṣas a pessoas que querem desfrutar de conforto celestial. Em cada uma dessas oito belas províncias, os cidadãos celestiais desfrutam de vários padrões de conforto e prazeres materiais. Diferentes encarnações da Suprema Personalidade de Deus distribuem Sua misericórdia em cada um dos nove varṣas de Jambūdvīpa.

Území známé jako Bhārata-varṣa je polem činností a osm zbývajících varṣ Jambūdvīpu je určeno pro ty, jimž je dáno užívat si nebeského pohodlí. V každé z těchto osmi krásných oblastí si obyvatelé nebes užívají různých úrovní hmotného blahobytu a radosti a v každé z nich rozdává Svou milost jedna inkarnace Nejvyšší Osobnosti Božství.

Em Ilāvṛta-varṣa, o senhor Śiva é o único homem, e vive com sua esposa, Bhavānī, que é servida por muitas criadas. Se algum outro homem se adentra naquela província, Bhavānī o amaldiçoa a se tornar uma mulher. O senhor Śiva adora o Senhor Saṅkarṣaṇa oferecendo várias orações, uma das quais é a seguinte: “Meu querido Senhor, por favor, libertai da vida material todos os Vossos devotos e fazei prisioneiros do mundo material todos aqueles que não são devotos. Sem Vossa misericórdia, ninguém conseguirá libertar-se do cativeiro da existência material.”

Pán Śiva je v Ilāvṛta-varṣe jediným mužem. Žije tam se svou manželkou Bhavānī, které pomáhá mnoho služebných. Pokud do této oblasti vstoupí nějaký jiný muž, Bhavānī ho prokleje, aby se stal ženou. Pán Śiva uctívá Pána Saṅkarṣaṇa různými modlitbami, z nichž jedna zní takto: “Můj drahý Pane, prosím vysvoboď všechny Své oddané z hmotného života a všechny neoddané připoutej k hmotnému světu. Bez Tvé milosti se nemůže nikdo vymanit z pout hmotné existence.”

VERSO 1​​​​​​:
Śukadeva Gosvāmī disse: Meu querido rei, o Senhor Viṣṇu, o desfrutador de todos os sacrifícios, apareceu como Vāmanadeva na arena de sacrifício de Bali Mahārāja. Em seguida, estendeu o pé esquerdo até o fim do universo, em cuja cobertura Ele perfurou um orifício com a unha do dedão de Seu pé. Através desse orifício, sob a forma do rio Ganges, a água pura do Oceano Causal penetrou neste universo. Após lavar os pés de lótus do Senhor, que estão cobertos de pó avermelhado, a água do Ganges adquiriu uma coloração rósea muito bela. Basta tocar a água transcendental do Ganges para que o ser vivo possa, de imediato, purificar sua mente, tirando-lhe a contaminação material; não obstante, as águas do rio continuam puras. Porque, antes de descer a este universo, o Ganges toca diretamente os pés de lótus do Senhor, ele é conhecido como Viṣṇupadī. Posteriormente, ele recebe outros nomes, tais como Jāhnavī e Bhāgīrathī. Passados mil milênios, a água do Ganges desce a Dhruvaloka, o planeta mais elevado deste universo. Portanto, todos os sábios e estudiosos eruditos apregoam que Dhruvaloka é Viṣṇupada [“situado aos pés de lótus do Senhor Viṣṇu”].
Sloka 1:
Śukadeva Gosvāmī řekl: Můj milý králi, Pán Viṣṇu, příjemce všech obětí, se zjevil jako Vāmanadeva v obětní aréně Baliho Mahārāje. Pak natáhl Svou levou nohu k hranici vesmíru a nehtem palce prorazil otvor ve vesmírném obalu. Tudy vnikla do vesmíru čistá voda Oceánu Příčin jako řeka Ganga. Jelikož voda Gangy omyla lotosové nohy Pána, pokryté načervenalým práškem, získala nádhernou růžovou barvu. Každá živá bytost může dotekem transcendentální vody Gangy okamžitě očistit svou mysl od hmotných nečistot, ale tato voda zůstává přesto věčně čistá. Protože se Ganga před svým sestupem do tohoto vesmíru přímo dotýká lotosových nohou Pána, nazývá se Viṣṇupadī. Později dostala další jména, jako například Jāhnavī a Bhāgīrathī. Po tisíci věcích sestoupila voda Gangy na Dhruvaloku, nejvyšší planetu v tomto vesmíru, a proto všichni mudrci a učenci o Dhruvaloce prohlašují, že je Viṣṇupada (“spočívající na lotosových nohách Pána Viṣṇua”).
VERSO 2:
Devido à sua firme determinação de prestar serviço devocional, Dhruva Mahārāja, o famoso filho de Mahārāja Uttānapāda, é conhecido como o devoto mais elevado do Senhor Supremo. Conhecedor de que a água sagrada do Ganges lava os pés de lótus do Senhor Viṣṇu, Dhruva Mahārāja, situado em seu próprio planeta, continua recebendo com grande devoção essa água sobre sua cabeça. Como se dedica a pensar constantemente em Kṛṣṇa no âmago do seu coração, ele está sempre transbordando de anseios extáticos. Lágrimas correm de seus olhos semicerrados, e erupções aparecem em todo o seu corpo.
Sloka 2:
Dhruva Mahārāja, slavný syn Mahārāje Uttānapādy, je díky svému pevnému odhodlání ve vykonávání oddané služby známý jako nejvznešenější oddaný Nejvyššího Pána. Jelikož ví, že posvátná voda Gangy omývá lotosové nohy Pána Viṣṇua, dodnes tuto vodu s velkou oddaností přijímá na svou hlavu. Sídlí na své planetě, a protože v hloubi srdce neustále velmi oddaně myslí na Kṛṣṇu, je zaplaven extatickou úzkostí. Z přivřených očí mu tečou slzy a na celém jeho těle se projevují příznaky extáze.
VERSO 3:
Os sete grandes sábios [Marīci, Vasiṣṭha, Atri e assim por diante] residem em planetas abaixo de Dhruvaloka. Cientes da influência das águas do Ganges, até hoje eles mantêm a água do Ganges nos tufos de seus cabelos. Eles concluíram que essa é a riqueza definitiva, a perfeição de todas as austeridades e o melhor meio de praticar vida transcendental. Tendo alcançado o ininterrupto serviço devocional à Suprema Personalidade de Deus, eles rejeitam todos os outros processos benéficos, tais como religião, desenvolvimento econômico, gozo dos sentidos e, inclusive, a imersão no Supremo. Assim como os jñānīs pensam que imergir na existência do Senhor é a realidade máxima, essas sete personalidades elevadas aceitam o serviço devocional como a perfeição da vida.
Sloka 3:
Sedm velkých mudrců (Marīci, Vasiṣṭha, Atri a další) sídlí na planetách pod Dhruvalokou. Jsou si dobře vědomi vlivu vody Gangy, a proto ji dodnes nosí na hlavách v kadeřích svých vlasů. Došli k závěru, že to je nejvyšší bohatství, dokonalost veškeré askeze a nejlepší způsob praktikování transcendentálního života. Jelikož dosáhli nepřerušované oddané služby Nejvyšší Osobnosti Božství, opomíjejí všechny ostatní prospěšné procesy, jako je náboženství, hospodářský rozvoj, uspokojování smyslů, a dokonce i splynutí s Nejvyšším. Tak jako si jñānī myslí, že splynutí s Pánem je nejvyšší pravdou, těchto sedm vznešených osobností uznává za dokonalost života oddanou službu.
VERSO 4:
Após purificar os sete planetas próximos a Dhruvaloka [a estrela polar], a água do Ganges é transportada pelos caminhos espaciais dos semideuses em bilhões de aeroplanos celestiais. Então, ela inunda a Lua [Candraloka] e, por fim, chega à morada do senhor Brahmā, situada no cume do monte Meru.
Sloka 4:
Po očištění sedmi planet poblíž Dhruvaloky (Polárky) je voda Gangy přepravována vesmírnými cestami polobohů v miliardách nebeských letadel. Pak zaplavuje Měsíc (Candraloku) a nakonec dosahuje sídla Pána Brahmy na vrcholu hory Meru.
VERSO 5:
No topo do monte Meru, o Ganges se divide em quatro braços, cada um dos quais flui em uma direção diferente [leste, oeste, norte e sul]. Esses defluentes, conhecidos pelos nomes Sītā, Alakanandā, Cakṣu e Bhadrā, descem rumo ao oceano.
Sloka 5:
Na vrcholu hory Meru se Ganga dělí na čtyři ramena, z nichž každé teče na jinou stranu (na východ, západ, sever a jih). Tato ramena, známá pod jmény Sītā, Alakanandā, Cakṣu a Bhadrā, stékají do oceánu.
VERSO 6:
O defluente do Ganges conhecido como Sītā flui por Brahmapurī, no topo do monte Meru, de onde desce para os cumes das circunvizinhas montanhas Kesarācala, que têm quase a mesma altura do próprio monte Meru. Essas montanhas parecem um feixe de filamentos em volta do monte Meru. A partir das montanhas Kesarācala, o Ganges cai sobre o pico da montanha Gandhamādana e depois flui até a terra de Bhadrāśva-varṣa. Enfim, alcança a leste o oceano de água salgada.
Sloka 6:
Rameno Gangy jménem Sītā protéká Brahmapurīm na hoře Meru a odtamtud stéká na blízké vrcholy pohoří Kesarācaly, které jsou téměř stejně vysoké jako samotná Meru. Z těchto hor, jež jsou jako nitky tyčinek kolem hory Meru, padá Ganga na vrchol hory Gandhamādana a poté teče na území Bhadrāśva-varṣi. Nakonec dosahuje oceánu slané vody na západní straně.
VERSO 7:
O defluente do Ganges conhecido como Cakṣu cai sobre o topo da montanha Mālyavān, de onde cascateia pela terra de Ketumāla-varṣa. O Ganges corre incessantemente por Ketumāla-varṣa e, dessa maneira, também alcança, a oeste, o oceano de água salgada.
Sloka 7:
Rameno Gangy Cakṣu padá na vrchol hory jménem Mālyavān a odtamtud ve vodopádech na území Ketumāla-varṣi. Ganga proudí bez ustání Ketumāla-varṣou a dosahuje oceánu slané vody rovněž na západě.
VERSO 8:
O defluente do Ganges conhecido como Bhadrā corre a partir do lado norte da montanha Meru. Suas águas caem sucessivamente sobre os picos da montanha Kumuda, do monte Nīla, da montanha Śveta e da montanha Śṛṅgavān. Depois, correm pela província de Kuru e, após cruzarem essa terra, dirigem-se ao oceano de água salgada, onde desembocam a norte.
Sloka 8:
Rameno Gangy zvané Bhadrā stéká ze severní strany hory Meru a jeho vody postupně padají na vrcholy hor Kumudy, Nīly, Śvety a Śṛṅgavānu. Poté Bhadrā stéká do provincie Kuru a po překonání tohoto území se vlévá do oceánu slané vody na severu.
VERSO 9:
Do mesmo modo, o braço do Ganges conhecido como Alakanandā flui a partir do lado sul de Brahmapurī (Brahma-sadana). Atravessando o topo das montanhas em várias regiões, ele, com imensa impetuosidade, cai sobre o pico das montanhas Hemakūṭa e Himakūṭa. Após inundar o topo dessas montanhas, o Ganges cai sobre a extensão territorial conhecida como Bhārata-varṣa, a qual é também por ele inundada. Então, ao sul, o Ganges desemboca no oceano de água salgada. As pessoas que se banham nesse rio são afortunadas. Não têm grande dificuldade em alcançar progressivamente os resultados decorrentes da execução de grandes sacrifícios, tais como os yajñas Rājasūya e Aśvamedha.
Sloka 9:
Rameno Gangy jménem Alakanandā stéká z jižní strany Brahmapurī (Brahma-sadany). Poté, co překoná vrcholy hor v různých zemích, řítí se s velkou dravostí na vrcholy hor Hemakūṭy a Himakūṭy, zaplavuje je a padá dolů na území zvané Bhārata-varṣa, které rovněž zaplavuje. Potom Ganga vtéká do oceánu slané vody na jižní straně. Těm, kdo se do této řeky přicházejí koupat, přeje štěstí. Není pro ně nijak obtížné získávat na každém kroku výsledky vykonávání velkých obětí, jako jsou Rājasūya a Aśvamedha yajña.
VERSO 10:
Muitos outros rios, grandes ou pequenos, fluem do topo do monte Meru. Esses rios são como filhas da montanha, e, formando centenas de braços, correm pelas várias extensões territoriais.
Sloka 10:
Z vrcholu hory Meru stékají ještě mnohé jiné řeky, velké i malé. Každá z těchto řek je jako dcera hory a všechny ve stovkách ramen tečou na různá území.
VERSO 11:
Entre os nove varṣas, a porção de terra conhecida como Bhārata-varṣa é tida como o campo das atividades fruitivas. Os estudiosos eruditos e as pessoas santas declaram que os outros oito varṣas se destinam a pessoas piedosas muitíssimo elevadas, as quais, após retornarem dos planetas celestiais, desfrutam nesses oito varṣas terrestres o restante do saldo de suas atividades piedosas.
Sloka 11:
Mezi devíti varṣami je území známé jako Bhārata-varṣa pokládáno za pole plodonosných činností. Učenci a světci prohlašují, že zbývajících osm území je určeno pro velmi pokročilé zbožné osoby, které si v těchto osmi pozemských varṣách užívají zbytky výsledků svých zbožných činností po návratu z nebeských planet.
VERSO 12:
Nesses oito varṣas, ou extensões de terra, os seres humanos vivem dez mil anos de acordo com os cálculos terrestres. Todos os habitantes são quase como semideuses. Eles têm a força corpórea de dez mil elefantes. De fato, seus corpos são tão vigorosos como raios. Levam vidas agradabilíssimas no esplendor da juventude, e tanto os homens quanto as mulheres sentem intenso e demorado prazer durante a união sexual. Passados muitos anos de prazer sensual – quando resta um ano de vida –, a esposa concebe uma criança. Assim, o padrão de prazer dos residentes dessas regiões celestiais é exatamente como o dos seres humanos que viviam em Tretā-yuga.
Sloka 12:
V těchto osmi varṣách žijí lidské bytosti podle pozemských počtů deset tisíc let. Všichni obyvatelé jsou téměř jako polobozi; mají tělesnou sílu deseti tisíc slonů a jejich těla jsou pádná jako blesky. Jejich životy, prožité v mládí, jsou velice příjemné a muži i ženy si po dlouhou dobu s velkým potěšením užívají pohlavního spojení. Po letech smyslového požitku — když zbývá poslední rok života — počne manželka dítě. Obyvatelé těchto nebeských oblastí tedy prožívají stejné radosti jako lidé, kteří žili v Tretā-yuze.
VERSO 13:
Em cada uma dessas extensões de terra, existem muitos jardins repletos de flores e frutas sazonais, e existem também eremitérios belamente decorados. Entre as grandes montanhas que demarcam essas terras, encontram-se enormes lagos de água cristalina, cheios de flores de lótus recém-desabrochadas. As aves aquáticas, tais como os cisnes, patos, galinhas-d’água e grous ficam muito agitadas com a fragrância das flores de lótus, e o som fascinante das abelhas invade o ar. Os habitantes dessas terras são líderes importantes entre os semideuses. Sempre servidos por seus respectivos servos, gozam da vida em jardins ao longo dos lagos. Nessa situação agradável, as esposas dos semideuses sorriem de modo galhofeiro para seus esposos e olham para eles com desejos luxuriosos. Todos os semideuses e suas esposas estão constantemente recebendo de seus servos polpa de sândalo e guirlandas de flores. Dessa maneira, todos os habitantes dos oito varṣas celestiais deleitam-se, atraídos pelas atividades do sexo oposto.
Sloka 13:
Na každém z těchto území je mnoho zahrad, které jsou v příslušných ročních obdobích vždy plné různých květů a plodů, a nacházejí se tam také krásně vyzdobené poustevny. Mezi velkými horami, jež vyznačují hranice těchto území, leží rozlehlá jezera průzračné vody, plná čerstvě vyrostlých lotosů. Vodní ptáky, jako jsou labutě, kachny a jeřábi, velice vzrušuje vůně lotosových květů a vzduch je naplněn libozvučným bzučením čmeláků. V oněch zemích sídlí důležití vůdci polobohů, kteří si užívají života v zahradách na březích jezer, přičemž je neustále obsluhují jejich osobní služebníci. V těchto příjemných podmínkách se ženy polobohů na své manžely laškovně usmívají a pohlížejí na ně s chtivými touhami. Služebníci neustále přinášejí všem polobohům a jejich manželkám santálovou dřeň a květinové girlandy. Takto si všichni obyvatelé osmi nebeských varṣ užívají, přitahováni činnostmi opačného pohlaví.
VERSO 14:
Para mostrar misericórdia aos Seus devotos que residem em cada uma dessas nove extensões de terra, a Suprema Personalidade de Deus, conhecido como Nārāyaṇa, expande-Se nos princípios quádruplos de Vāsudeva, Saṅkarṣaṇa, Pradyumna e Aniruddha. Dessa maneira, Ele permanece perto de Seus devotos para aceitar-lhes o serviço.
Sloka 14:
Nejvyšší Osobnost Božství, Pán Nārāyaṇa, se na každém z těchto devíti území expanduje do čtveřice podob — Vāsudeva, Saṅkarṣaṇa, Pradyumny a Aniruddhy — aby projevil milost Svým oddaným. Takto jim zůstává nablízku, aby přijímal jejich službu.
VERSO 15:
Śukadeva Gosvāmī disse: No trecho de terra conhecido como Ilāvṛta-varṣa, o único homem é o senhor Śiva, o semideus mais poderoso. A deusa Durgā, esposa do senhor Śiva, não gosta de que homem algum entre naquela terra. Se algum tolo ousa fazê-lo, ela imediatamente o transforma em mulher. Explicarei isso oportunamente [no nono canto do Śrīmad-Bhāgavatam].
Sloka 15:
Śukadeva Gosvāmī řekl: Na území zvaném Ilāvṛta-varṣa je jediným mužským obyvatelem Pán Śiva, nejmocnější polobůh. Bohyně Durgā, jeho manželka, si nepřeje, aby tam vstupoval jakýkoliv jiný muž. Pokud se toho nějaký blázen opováží, Durgā ho okamžitě promění v ženu. To vysvětlím později (v devátém zpěvu Śrīmad-Bhāgavatamu).
VERSO 16:
Em Ilāvṛta-varṣa, o senhor Śiva está sempre rodeado pelos dez bilhões de criadas da deusa Durgā, que lhe prestam serviços. A expansão quádrupla do Senhor Supremo é composta de Vāsudeva, Pradyumna, Aniruddha e Saṅkarṣaṇa. Saṅkarṣaṇa, a quarta expansão, é certamente transcendental, porém, como no mundo material Suas atividades de destruição estão no modo da ignorância, Ele é conhecido como tāmasī, o Senhor cuja forma está no modo da ignorância. Sabendo que Saṅkarṣaṇa é a causa que origina sua própria existência, o senhor Śiva, cantando o seguinte mantra, absorve-se em transe e sempre medita em Saṅkarṣaṇa.
Sloka 16:
V Ilāvṛta-varṣe Pána Śivu neustále obklopuje deset miliard služebnic bohyně Durgy, které mu věrně slouží. Čtyřnásobnou expanzi Nejvyššího Pána tvoří Vāsudeva, Pradyumna, Aniruddha a Saṅkarṣaṇa. Saṅkarṣaṇa jakožto čtvrtá expanze je bezpochyby transcendentální, ale jelikož Jeho činnosti — zničení hmotného světa — náleží ke kvalitě nevědomosti, je známý jako tāmasī, Pánova podoba v kvalitě nevědomosti. Pán Śiva ví, že Saṅkarṣaṇa je původní příčinou jeho vlastní existence, a proto o Něm neustále v tranzu medituje recitováním následující mantry.
VERSO 17:
O poderosíssimo senhor Śiva diz: Ó Suprema Personalidade de Deus, estando Vós sob essa Vossa expansão de Senhor Saṅkarṣaṇa, aproveito para oferecer-Vos minhas respeitosas reverências. Sois o reservatório de todas as qualidades transcendentais. Embora sejais ilimitado, permaneceis imanifesto para os não-devotos.
Sloka 17:
Nejmocnější Pán Śiva říká: Ó Nejvyšší Pane, Osobnosti Božství, skládám Ti v Tvé expanzi jako Pán Saṅkarṣaṇa uctivé poklony. Jsi rezervoárem všech transcendentálních vlastností. I když jsi neomezený, pro neoddané zůstáváš neprojevený.
VERSO 18:
Ó meu Senhor, sois a única pessoa adorável, pois sois a Suprema Personalidade de Deus, o reservatório de todas as opulências. Vossos seguros pés de lótus são a única fonte de proteção para todos os Vossos devotos, os quais satisfazeis manifestando-Vos em várias formas. Ó meu Senhor, libertais das garras da existência material os Vossos devotos. Contudo, por Vossa vontade, os não-devotos permanecem emaranhados na existência material. Por favor, aceitai-me como Vosso servo eterno.
Sloka 18:
Ó můj Pane, jsi jediná osoba hodná uctívání, jelikož jsi Nejvyšší Osobnost Božství, rezervoár všech vznešených vlastností. Tvé bezpečné lotosové nohy jsou jediným zdrojem ochrany pro všechny Tvé oddané, které uspokojuješ tím, že se projevuješ v mnoha různých podobách. Ó můj Pane, Své oddané vysvobozuješ z pout hmotné existence, ale neoddaní v ní Tvou vůlí zůstávají zapleteni. Přijmi mě prosím za Svého věčného služebníka.
VERSO 19:
Não podemos controlar a força de nossa ira. Portanto, quando olhamos para as coisas materiais, não podemos evitar de sentir atração ou aversão por elas. Mas o Senhor Supremo jamais Se deixa afetar dessa maneira. Embora Ele lance Seu olhar sobre o mundo material com o propósito de criar, manter ou destruí-lo, Ele não Se deixa afetar nem um pouco. Portanto, quem deseja dominar a força dos sentidos deve refugiar-se aos pés de lótus do Senhor. Ele, então, sairá vitorioso.
Sloka 19:
My nedokážeme ovládat sílu svého hněvu, a proto když hledíme na hmotné věci, nejsme schopni se vyhnout tomu, že nás přitahují nebo odpuzují. Nejvyšší Pán však není nikdy takto ovlivněn. I když pohlíží na hmotný svět za účelem jeho stvoření, udržování a zničení, ani v nejmenším to na Něho nepůsobí. Proto ten, kdo si přeje přemoci sílu smyslů, musí přijmout útočiště u lotosových nohou Pána. Pak nad svými smysly zvítězí.
VERSO 20:
Para as pessoas que têm uma visão impura, os olhos do Senhor Supremo assemelham-se aos de alguém que consome bebidas embriagantes indiscriminadamente. Confusas, semelhantes pessoas ininteligentes se iram contra o Senhor Supremo, e, como elas apresentam esse temperamento irascível, o próprio Senhor parece irado e muito amedrontador. Contudo, isso é uma ilusão. Ao ficarem agitadas pelo contato com os pés de lótus do Senhor, as esposas da serpente demoníaca, devido à timidez, não puderam dar continuidade à adoração que Lhe prestavam. Todavia, o Senhor não Se deixou agitar pelo contato com elas, visto que, em todas as circunstâncias, Ele Se mantém controlado. Portanto, quem se negaria a adorar a Suprema Personalidade de Deus?
Sloka 20:
Těm, jejichž pohled je nečistý, se oči Nejvyššího Pána jeví jako oči někoho, kdo bezuzdně pije opojné nápoje. Takto zmateni se takoví neinteligentní lidé na Pána hněvají a kvůli jejich zlostné náladě vypadá i Samotný Pán rozhněvaně a nahání hrůzu. To je však iluze. Když byly manželky hadího démona vzrušeny dotekem Pánových lotosových nohou, kvůli studu nemohly dále pokračovat v Jeho uctívání. Pána však jejich dotek nevzrušil, protože je za všech okolností vyrovnaný. Kdo by tedy neuctíval Nejvyšší Osobnost Božství?
VERSO 21:
O senhor Śiva prosseguiu: Todos os grandes sábios aceitam o Senhor como a fonte da criação, manutenção e destruição, embora, em verdade, Ele não tenha qualquer ligação com essas atividades. Portanto, o Senhor é chamado de ilimitado. Embora em Sua encarnação de Śeṣa o Senhor mantenha todos os universos sobre Seus capelos, para Ele cada universo não pesa mais do que uma semente de mostarda. Portanto, quem é a pessoa que, desejando a perfeição, deixaria de adorar o Senhor?
Sloka 21:
Pán Śiva pokračoval: Všichni velcí mudrci uznávají Pána za příčinu stvoření, udržování a zničení, i když ve skutečnosti nemá s těmito činnostmi nic společného. Proto se nazývá Neomezený. I když ve Své inkarnaci Śeṣi drží všechny vesmíry na Svých kápích, žádný pro Něho není těžší než hořčičné semínko. Kdo z těch, jež touží po osvobození, by tedy neuctíval Nejvyšší Osobnost Božství?
VERSOS 22-23:
A partir da Suprema Personalidade de Deus, aparece o senhor Brahmā, cujo corpo é formado da totalidade da energia material, o reservatório de inteligência subjugado pelo modo da paixão da natureza material. Do senhor Brahmā, eu próprio nasço como uma representação do falso ego conhecida como Rudra. Com meu próprio poder, crio todos os outros semideuses, os cinco elementos e os sentidos. Portanto, adoro a Suprema Personalidade de Deus, que, maior do que qualquer um de nós, mantém sob Seu controle, como pássaros amarrados a uma corda, todos os semideuses, os elementos e sentidos materiais, e mesmo o senhor Brahmā e eu somos assim controlados. Somente pela graça do Senhor é que podemos criar, manter e aniquilar o mundo material. Portanto, ofereço minhas respeitosas reverências ao Ser Supremo.
Sloka 22-23:
Z oné Nejvyšší Osobnosti Božství se zjevuje Pán Brahmā, jehož tělo tvoří celková hmotná energie, rezervoár inteligence ovládané hmotnou kvalitou vášně. Z Pána Brahmy se rodím já jakožto představitel falešného ega zvaný Rudra a svou mocí tvořím všechny ostatní polobohy, pět prvků a smysly. Proto uctívám Nejvyššího Pána, Osobnost Božství, Jenž je větší než kdokoliv z nás a pod Jehož vládou jsou všichni polobozi, hmotné prvky a smysly — a dokonce i Pán Brahmā a já sám — jako ptáci svázaní provazem. Jedině Jeho milostí dokážeme tvořit, udržovat a ničit hmotný svět. Uctivě se proto klaním Nejvyšší Bytosti.
VERSO 24:
A energia ilusória da Suprema Personalidade de Deus prende todos nós, almas condicionadas, neste mundo material. Portanto, enquanto não recebermos o favor dEle, pessoas como nós não poderão descobrir o meio para se escapar dessa energia ilusória. Ofereço minhas respeitosas reverências ao Senhor, que é a causa da criação e da aniquilação.
Sloka 24:
Iluzorní energie Nejvyššího Pána, Osobnosti Božství, nás podmíněné duše všechny poutá k tomuto hmotnému světu. Bez Jeho přízně proto osoby, jako jsme my, nemohou pochopit, jak z této iluzorní energie uniknout. Uctivě se klaním Pánu, Jenž je příčinou stvoření a zničení.