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Capítulo 81

QUATRE-VINGT-ET-UNIÈME CHAPITRE

O Brāhmana Sudāmā É Abençoado pelo Senhor Kṛṣṇa

Śrī Kṛṣṇa bénit le brāhmaṇa Sudāmā

O Senhor Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus, a Superalma de todas as entidades vivas, conhece muito bem o coração de todos. Ele é especialmente inclinado aos devotos brāhmaṇas. O Senhor Kṛṣṇa também é chamado brahmaṇya-deva, o que significa que Ele é adorado pelos brāhmaṇas. Portanto, compreende-se que um devoto que seja completamente rendido à Suprema Personalidade de Deus já adquiriu a posição de um brāhmaṇa. Sem se tornar um brāhmaṇa, a pessoa não pode se aproximar do Brahman Supremo, o Senhor Kṛṣṇa. Kṛṣṇa está especialmente preocupado em erradicar a angústia dos Seus devotos e Ele é o único abrigo dos devotos puros.

Śrī Kṛṣṇa, Dieu, la Personne Souveraine, l’Âme Suprême pour tous les êtres, connaît fort bien le cœur de chacun. Et Il porte une attention toute particulière à Ses dévots brāhmaṇas ; on Le qualifie en effet de brahmaṇya-deva, Celui que révèrent les brāhmaṇas. Nous pouvons comprendre par là que le bhakta tout entier abandonné au Seigneur Suprême se situe d’ores et déjà au niveau du brāhmaṇa. Car, à moins de devenir brāhmaṇa, nul ne peut approcher le Brahman Suprême, Śrī Kṛṣṇa. Celui-ci, l’unique Refuge des purs bhaktas, S’occupe principalement à détruire le malheur de Ses dévots.

O Senhor Kṛṣṇa passou bom tempo conversando com Sudāmā Vipra sobre a antiga amizade. Então, unicamente para desfrutar a companhia de um velho amigo, o Senhor Kṛṣṇa começou a sorrir e perguntou: “Meu querido amigo, o que trouxe para Mim? Sua esposa lhe pediu para entregar-Me alguma preparação saborosa?” Enquanto dirigia-Se ao Seu amigo, o Senhor Kṛṣṇa olhou para ele e sorriu com grande amor. Ele continuou: “Meu querido amigo, você deve ter trazido algum presente para Mim de sua casa”.

Śrī Kṛṣṇa passa de longues heures à S’entretenir avec Sudāmā Vipra de leurs échanges d’antan. Puis, à seule fin d’accroître Son bonheur en la compagnie de Son vieil ami, Śrī Kṛṣṇa, souriant, lui demanda : « Cher compagnon, que M’as-tu donc apporté ? Ton épouse t’a-t-elle confié pour Moi quelque délicieuse nourriture ? » En lui adressant ces mots, Śrī Kṛṣṇa le regardait et souriait très affectueusement. Il reprit : « Cher ami, Je suis sûr que tu M’as apporté de chez toi quelque présent. »

O Senhor Kṛṣṇa sabia que Sudāmā estava hesitante em presenteá-lO com o arroz quebrado, que era realmente impróprio para Seu consumo. Entendendo a mente de Sudāmā Vipra, o Senhor disse: “Meu querido amigo, certamente Eu não tenho falta de nada, mas, se Meu devoto Me dá algo como uma oferta de amor, embora possa ser muito insignificante, Eu aceito isso com grande prazer. Por outro lado, se alguém não é devoto, embora ele possa Me oferecer muitas coisas valiosas, Eu não gosto de aceitar. Eu, na verdade, só aceito coisas oferecidas a Mim com devoção e amor; caso contrário, por mais valioso que algo possa ser, Eu não aceito. Se Meu devoto puro Me oferece até mesmo as coisas mais insignificantes – uma pequena flor, um pequeno pedaço de folha, um pouco d’água –, mas satura o oferecimento de amor devocional, não só aceito tal oferecimento alegremente, mas o como com grande deleite”.

Śrī Kṛṣṇa savait que Sudāmā hésitait à Lui offrir le peu de riz en lamelle qu’il Lui destinait, en vérité indigne d’être par Lui goûté, et devinant ses pensées, Il dit : « Mon cher ami, certes, Je n’ai besoin de rien ; mais si Mon dévot, par amour, Me présente une offrande, fût-elle insignifiante, c’est avec grand plaisir que Je l’accepte. En contrepartie, si un abhakta Me présente une offrande, fût-elle de haute valeur, il ne Me plaît point de l’accepter. Car Je n’apprécie en vérité que ce qui M’est offert avec amour et dévotion. Ainsi, que Mes purs dévots M’offrent les choses même les plus simples – une petite fleur, un petit bout de feuille, un peu d’eau –, mais imprègnent leur offrande d’amour et de dévotion, et non seulement Je l’accepte avec joie, mais c’est pour Moi un grand plaisir que de la consommer. »

O Senhor Kṛṣṇa assegurou Sudāmā Vipra de que Ele se alegraria em aceitar o arroz quebrado que ele trouxera de casa, mas, devido à grande timidez, Sudāmā Vipra vacilou em apresentá-lo ao Senhor. Ele estava pensando: “Como posso oferecer tal coisa insignificante a Kṛṣṇa?”, e apenas curvou sua cabeça.

Kṛṣṇa assura Sudāmā qu’Il serait fort heureux d’accepter le riz apporté de chez lui ; mais fort embarrassé, Sudāmā Vipra hésita encore à offrir son présent au Seigneur. Il pensait : « Comment pourrais-je offrir à Kṛṣṇa si peu de chose ? » Et il inclina simplement tête.

O Senhor Kṛṣṇa, a Superalma, sabe tudo no coração de todos. Ele conhece a determinação e o desejo de todos. Portanto, Ele sabia a razão pela qual Sudāmā Vipra estava indo a Ele. Ele sabia que, movido pela pobreza extrema, ele fora até lá a pedido de sua esposa. Considerando Sudāmā como Seu amigo de classe muito querido, Ele sabia que o amor de Sudāmā por Ele como um amigo nunca fora manchado por qualquer desejo por benefício material. Kṛṣṇa pensou: “Sudāmā não veio Me pedir algo; sendo obrigado pelo pedido da sua esposa, ele veio Me ver apenas para agradá-la”. O Senhor Kṛṣṇa decidiu, então, que Ele concederia mais opulência material a Sudāmā Vipra do que poderia ser imaginado até mesmo pelo rei dos céus.

Śrī Kṛṣṇa, l’Âme Suprême, a toute connaissance du cœur de chacun. Lui qui connaît de tous la détermination et la volonté, savait dans quel but Sudāmā Vipra venait Lui rendre visite. Il savait que c’était à la requête de sa femme qu’il était venu là, poussé par une extrême pauvreté. Et voyant Sudāmā comme Son très cher compagnon de classe, le Seigneur savait également que l’amour de ce dernier pour Lui en tant que Son ami n’avait jamais été teinté du moindre désir d’en tirer quelque bénéfice matériel. Aussi Kṛṣṇa pensa-t-Il : « Sudāmā n’est point venu en ces lieux pour obtenir de Moi quoi que ce soit, mais plutôt pour plaire à son épouse, obligé par sa requête. » Śrī Kṛṣṇa résolut donc de prodiguer à Sudāmā Vipra plus de biens matériels que n’en pourrait jamais imaginer le roi des planètes édéniques en personne.

Assim, Ele arrebatou o pacote de arroz quebrado que estava sobre o ombro do brāhmaṇa pobre, empacotado em um dos lados de sua vestimenta, e disse: “O que é isto? Meu querido amigo trouxe arroz quebrado agradável e saboroso para Mim!” Ele encorajou Sudāmā Vipra dizendo: “Eu acredito que esta quantidade de arroz quebrado não apenas Me satisfará, mas satisfará a criação inteira”. Entende-se, a partir desta declaração, que Kṛṣṇa, que é a fonte original de tudo, é a raiz de toda a criação. Visto que se regando a raiz de uma árvore de imediato distribui-se água a todas as partes da árvore; uma oferenda a Kṛṣṇa, ou qualquer ação feita para Kṛṣṇa, deve ser considerada o trabalho mais elevado de bem-estar para todo o mundo porque o benefício de tal oferenda é distribuído ao longo da criação. O amor pelo Senhor Kṛṣṇa é distribuído a todas as entidades vivas.

Il Se saisit alors du petit paquet qui pendait sur l’épaule du pauvre brāhmaṇa, noué dans un coin de son châle, et S’exclama : « Qu’est-ce là ? Ô, Mon ami, tu M’as apporté du bon, du délicieux riz en lamelle ! » Il encouragea Sudāmā Vipra par ces mots : « Je considère cette quantité de riz suffisante pour combler non seulement Ma propre Personne, mais aussi la Création totale ! » Ce qui laisse entendre que Śrī Kṛṣṇa, Source originelle de toutes choses, représente la Racine de la Création tout entière. De même qu’en arrosant la racine d’un arbre, on nourrit du coup toutes ses autres parties, une offrande faite à Kṛṣṇa, un acte qui Lui est offert, doit être tenu pour le plus haut des actes de bienfaisance, et profitable à tous, car les fruits d’une telle offrande se trouvent distribués à travers toute la Création ; l’amour porté à Kṛṣṇa retombe sur tous les êtres vivants.

Enquanto o Senhor Kṛṣṇa estava falando com Sudāmā Vipra, Ele comeu um punhado de arroz quebrado do pacote e, quando tentou comer um segundo bocado, Rukmiṇī-devī, a própria deusa da fortuna, impediu o Senhor segurando-Lhe a mão. Depois de tocar a mão de Kṛṣṇa, Rukmiṇī disse: “Meu querido Senhor, este único punhado de arroz quebrado é suficiente para fazer com que o doador seja muito opulento nesta vida e que mantenha sua opulência na vida seguinte. Meu Senhor, Você é tão amável com Seus devotos que até mesmo esse bocado de arroz quebrado muito O agrada, e Seu prazer assegura ao devoto opulência nesta vida e na próxima”. Isso indica que, quando é oferecida comida ao Senhor Kṛṣṇa com amor e devoção e Ele fica satisfeito e a aceita do devoto, Rukmiṇī-devī, a deusa da fortuna, fica tão agradecida ao devoto que ela tem de ir pessoalmente à casa do devoto para torná-la a mais opulenta residência no mundo. Se a pessoa alimenta Nārāyaṇa suntuosamente, a deusa da fortuna, Lakṣmī, automaticamente se torna uma convidada naquela casa, o que significa que aquela casa torna-se opulenta. O erudito brāhmaṇa Sudāmā passou aquela noite na casa do Senhor Kṛṣṇa e, enquanto estava lá, ele se sentiu como se estivesse vivendo em um planeta Vaikuṇṭha. De fato, ele estava vivendo em Vaikuṇṭha, porque onde quer que o Senhor Kṛṣṇa, o Nārāyaṇa original, e Rukmiṇī-devī, a deusa da fortuna, vivam, não é diferente dos planetas espirituais, Vaikuṇṭha-loka.

Pendant qu’Il parlait à Sudāmā Vipra, Kṛṣṇa mangea un peu du riz que Lui avait offert son ami, et lorsqu’Il S’apprêta à en prendre une seconde fois, Rukmiṇīdevī, la déesse de la fortune en personne, Le retint par la main. Elle s’exclama : « Cher Seigneur, ces quelques grains de riz suffisent à conférer à celui qui Te les a offerts une grande opulence en cette vie, et qui se poursuivra dans la prochaine. Mon Seigneur, si grande Ta bonté envers Ton dévot que cette seule bouchée Te satisfait infiniment, et ce plaisir assure à Ton dévot toute opulence en cette vie comme en la prochaine. » Voilà qui montre comment, lorsqu’on offre de la nourriture à Śrī Kṛṣṇa avec amour et dévotion, et qu’Il S’en montre satisfait, l’accepte de la main de Son dévot, Rukmiṇīdevī – la déesse de la fortune – devient à tel point obligée envers le bhakta qu’elle doit en personne se rendre en sa demeure pour la transformer en le plus opulent palais du monde. Si l’on nourrit somptueusement Nārāyaṇa, Lakṣmī, la déesse de la fortune, se fait par là même notre hôte, et comble notre demeure de toutes les richesses. Sudāmā, le brāhmaṇa érudit, passa cette nuit-là dans le palais de Śrī Kṛṣṇa, et il se sentit alors comme s’il vivait dans le Royaume de Vaikuṇṭha. Et en vérité, il se trouvait bel et bien à Vaikuntha ! Car là où vivent Śrī Kṛṣṇa, le Nārāyana originel, et Rukmiṇīdevī, la déesse de la fortune, là est Vaikuṇṭhaloka, le monde spirituel.

O erudito brāhmaṇa Sudāmā não pareceu ter recebido qualquer coisa significativa do Senhor Kṛṣṇa enquanto esteve em Seu palácio, mas ele não pediu nada ao Senhor. Na manhã seguinte, ele partiu para sua casa e estava sempre pensando na recepção que lhe fora oferecida por Kṛṣṇa, e assim ele mergulhou em felicidade transcendental. Em todo o caminho para casa, ele simplesmente se lembrava do comportamento do Senhor Kṛṣṇa e se sentia muito feliz por ter visto o Senhor.

L’érudit brāhmaṇa ne semblait pas avoir reçu de Kṛṣṇa le moindre don substantiel pour réparer sa pauvreté, mais il ne demanda rien au Seigneur. Le lendemain matin, il reprit la route de son foyer, absorbé dans le souvenir de la réception que Kṛṣṇa lui avait offerte, et ce souvenir même l’emplit de félicité spirituelle. Tout le long du chemin, il se rappelait simplement des gestes de Kṛṣṇa, et il se sentait fort heureux d’avoir vu le Seigneur.

O brāhmaṇa pensou: “É muito aprazível ver o Senhor Kṛṣṇa, que é assaz dedicado aos brāhmaṇas. Quão grande amante Ele é da cultura bramânica! Ele é o próprio Brahman Supremo, mas Ele reciproca com os brāhmaṇas. Ele também respeita tanto os brāhmaṇas que Ele abraçou um brāhmaṇa pobre como eu, embora Ele nunca abrace ninguém contra Seu peito, exceto a deusa da fortuna. Como pode haver qualquer comparação entre eu, um brāhmaṇa pobre e pecaminoso, e o Supremo Senhor Kṛṣṇa, que é o único abrigo da deusa da fortuna? Malgrado isso, considerando-me um brāhmaṇa, Ele abraçou-me com prazer sincero com Seus dois braços transcendentais. O Senhor Kṛṣṇa foi tão gentil comigo que Ele permitiu que eu me sentasse na mesma cama onde a deusa da fortuna se deita. Ele considerou-me Seu irmão verdadeiro. Como posso avaliar minha dívida para com Ele? Quando eu estava cansado, Śrimatī Rukmiṇī-devī, a deusa da fortuna, começou a abanar-me segurando o abano cāmara em sua própria mão. Ela nunca considerou sua elevada posição como a primeira rainha do Senhor Kṛṣṇa. Recebi serviço da Suprema Personalidade de Deus por causa da Sua elevada consideração para com os brāhmaṇas e, massageando minhas pernas e alimentando-me com Suas próprias mãos, Ele praticamente adorou-me! Todos no universo adoram os pés de lótus do Senhor Kṛṣṇa aspirando por elevação aos planetas divinos, libertação, todos os tipos de opulência material ou perfeição nos poderes do yoga místico. Não obstante, o Senhor foi tão gentil comigo que Ele não me deu nem mesmo uma quantia ínfima de qualquer forma de riqueza, sabendo muito bem que, sendo eu um homem paupérrimo, se eu adquirisse algum dinheiro, poderia tornar-me orgulhoso e louco por opulência material e, assim, esquecê-lO”.

Il se prit à penser : « C’est bien le plus haut des plaisirs que de voir Śrī Kṛṣṇa, Lui si dévoué aux brāhmaṇas. Quel grand amoureux de la culture brahmanique ! Il est le Brahman Suprême en Personne, et cependant Il répond aux élans des brāhmaṇas. Si profond Son respect pour eux qu’Il a serré contre Sa poitrine un pauvre brāhmaṇa comme moi alors que d’ordinaire Il n’agit ainsi qu’avec la déesse de la fortune. Comment pourrait-on établir la moindre comparaison entre moi, un pauvre pécheur, et le Seigneur Suprême, Śrī Kṛṣṇa, l’unique Refuge de la déesse de la fortune ? Et pourtant, me tenant pour un brāhmaṇa, Il m’a étreint de Ses bras sublimes, et en a ressenti un vif plaisir. Śrī Kṛṣṇa S’est montré si bon envers moi qu’Il m’a permis de m’asseoir sur le divan même où s’allonge la déesse de la fortune. Il m’a traité comme un vrai frère. Comment pourrai-je jamais évaluer la dette que j’ai contractée envers Lui ? Lorsque je me suis senti fatigué, Śrīmatī Rukmiṇīdevī, la déesse de la fortune, s’est mise à m’éventer, tenant de sa propre main le cāmara. Pas un instant elle n’a pris en compte sa haute position, celle de la première reine de Śrī Kṛṣṇa. Dieu Lui-même m’a offert Son service du fait de Sa haute estime pour les brāhmaṇas ; en massant mes jambes, en me nourrissant de Sa propre main, Il m’a pour ainsi dire porté un culte ! Aspirant à être élevé aux planètes édéniques, à la libération, à l’obtention de toutes sortes de biens matériels ou à la maîtrise parfaite des pouvoirs yogiques, tous à travers l’Univers adorent les pieds pareils-au-lotus de Śrī Kṛṣṇa. Et cependant, si grande la bonté du Seigneur envers moi qu’Il ne m’a pas même donné un sou, fort de savoir que je ne suis qu’un pauvre homme qui, s’il possédait quelque argent, pourrait s’enorgueillir, s’attacher follement à l’opulence matérielle, et L’oublier, Lui, le Seigneur. »

A declaração do brāhmaṇa Sudāmā está correta. Um homem comum, que é muito pobre, que ora ao Senhor pela bênção de opulência material e que, de uma maneira ou de outra, fica mais rico em opulência material, imediatamente se esquece de sua obrigação para com o Senhor. Por conseguinte, o Senhor não oferece opulências ao Seu devoto a menos que o devoto seja completamente testado. Mais propriamente, se um devoto neófito serve o Senhor muito sinceramente e, ao mesmo tempo, deseja opulência material, o Senhor o impede de obtê-la.

Et ces pensées de Sudāmā Brāhmaṇa sont tout à fait justes. Un homme du commun vivant dans la pauvreté et priant le Seigneur de lui accorder des biens matériels, risque, en s’enrichissant, d’oublier aussitôt son obligation envers Lui. Voilà pourquoi Ce dernier n’offre guère de richesses à Son dévot à moins que celui-ci ne soit tout à fait démuni. En fait, si un bhakta néophyte sert le Seigneur avec sincérité mais désire en même temps quelque opulence matérielle, Kṛṣṇa l’empêche de l’obtenir.

Pensando desse modo, o brāhmaṇa erudito se aproximava aos poucos de sua casa. No entanto, lá ele viu que tudo fora maravilhosamente mudado. Ele percebeu que, em lugar da cabana dele, havia grandes palácios feitos de valiosas pedras e joias, as quais reluziam como o Sol, a Lua e os raios de fogo. Não apenas havia enormes palácios, mas, a intervalos, havia parques belamente decorados, pelos quais muitos homens bonitos e mulheres formosas estavam passeando. Nesses parques, havia lagos agradáveis cheios de belas flores de lótus e lírios, e havia revoadas de pássaros multicoloridos. Vendo a conversão maravilhosa do seu lugar nativo, o brāhmaṇa começou a pensar consigo mesmo: “Como posso estar vendo todas estas mudanças? Este lugar pertence a mim ou a alguma outra pessoa? Se este lugar é o mesmo onde eu vivia, como mudou tão maravilhosamente?”

Abîmé dans ces pensées, le brāhmaṇa érudit s’approchait peu à peu de chez lui. Mais parvenu sur les lieux de sa demeure, quelle ne fut pas sa surprise ! Tout avait changé, et d’une façon merveilleuse. Là où se trouvait auparavant sa chaumière, s’élevaient à présent de splendides palais bâtis de pierres précieuses et de joyaux, brillants comme le soleil, la lune et le feu. Devant lui s’étendaient encore, ici et là, des parcs de toute beauté où se promenaient de nombreux hommes et femmes, également fort beaux. Dans ces parcs, de plaisants lacs, jonchés de fleurs de lotus et de doux nénuphars. Et une multitude d’oiseaux multicolores volaient en bandes. Devant l’étonnante métamorphose de sa demeure natale, le brāhmaṇa se demanda : « Quels sont tous ces changements ? Est-ce que ces lieux m’appartiennent, ou sont-ils la propriété d’autrui ? S’il s’agit là de l’endroit où j’ai toujours vécu, comment a-t-il pu se transformer de façon si merveilleuse ? »

Enquanto o brāhmaṇa erudito pensava assim, um grupo de homens e mulheres bonitos, com características que se assemelhavam a dos semideuses, acompanhados por recitadores musicais, aproximou-se para dar-lhe boas-vindas. Todos estavam cantando canções auspiciosas. A esposa do brāhmaṇa estava muito alegre em ouvir as novidades da chegada do seu marido e, com grande pressa, ela saiu do palácio. A esposa do brāhmaṇa estava tão formosa que parecia que a própria deusa da fortuna tivesse ido recebê-lo. Assim que ela viu seu marido apresentar-se diante dela, lágrimas de alegria caíram dos seus olhos, e sua voz ficou tão embargada que ela não pôde nem mesmo dirigir-se ao marido. Ela simplesmente fechou os olhos em êxtase. Contudo, com grande amor e afeto, ela se curvou diante do seu esposo e, interiormente, pensou em abraçá-lo. Ela estava completamente decorada com um colar e ornamentos de ouro e, enquanto se encontrava entre as criadas, ela se parecia com a esposa de um semideus que há pouco descera de um aeroplano. O brāhmaṇa ficou surpreso ao ver sua esposa tão bonita e, com grande afeição e sem dizer uma só palavra, entrou no palácio com ela.

Alors que l’érudit brāhmaṇa considérait la situation, un groupe d’hommes et femmes, aux traits rappelant ceux des devas, tous très beaux, et escortés de chanteurs et de musiciens, s’approcha de lui pour l’accueillir. Tous modulaient des chants de bon augure. L’épouse du brāhmaṇa se sentit transportée de joie lorsqu’elle apprit l’arrivée de son époux : en grande hâte, elle aussi sortit du palais. Si agréable son apparence qu’on eût dit la déesse de la fortune, venue recevoir en personne le brāhmaṇa. Dès qu’elle aperçut son époux devant elle, des larmes de bonheur jaillirent de ses yeux, et sa voix s’étrangla, tant et si bien qu’elle ne put lui adresser la parole. Elle ferma simplement les yeux, ravie. Mais avec un amour et une affection débordants, elle s’inclina devant son époux, et chérit en elle-même la pensée de l’étreindre. Parée d’un collier d’or et de mille autres bijoux, elle semblait, parmi ses servantes, être l’épouse d’un deva à peine descendu de son aéronef. Le brāhmaṇa, surpris de voir sa femme si belle, éprouva pour elle une profonde affection, et sans mot dire, entra dans le palais à ses côtés.

Quando o brāhmaṇa entrou em seus aposentos pessoais no palácio, ele viu que não eram aposentos comuns, mas a residência do rei dos céus. O palácio estava cercado por muitas colunas de joias. Os sofás e as camas eram de marfim e haviam sido ornados com ouro e joias, e a roupa de cama era tão branca quanto a espuma do leite e tão suave quanto um lótus. Havia muitos dosséis de barras douradas pendurados e muitos tronos dourados com almofadas tão suaves quanto flores de lótus. Em vários lugares, havia pálios aveludados e sedosos com pingentes de pérolas em toda parte. A estrutura do edifício firmava-se sobre excelente mármore transparente, com gravuras feitas de gemas de esmeralda. Todas as mulheres no palácio carregavam lamparinas incrustadas com pedras preciosas. As chamas e as joias combinavam-se para produzir uma luz maravilhosamente brilhante. Quando o brāhmaṇa viu que sua posição mudara de repente para grande opulência e ele não era capaz de determinar a causa para tal mudança súbita, ele começou a considerar muito gravemente como aquilo acontecera.

Lorsque le brāhmaṇa pénétra dans ses appartements personnels, il constata qu’il ne s’agissait point là de simples appartements, mais bien d’une résidence digne du roi des planètes édéniques. Le palais était entouré de nombreuses colonnes en pierreries. Les lits et les divans étaient d’ivoire, incrustés d’or et de pierres précieuses. La literie elle-même avait le blanc de la mousse sur le lait et la douceur d’une fleur de lotus. De nombreux cāmaras pendaient à des tiges dorées. Nombreux aussi les trônes d’or aux coussins doux comme le lotus. En divers endroits se trouvaient des dais de velours et de soie d’où pendaient, tout autour, des dentelles de perles. La structure du bâtiment reposait sur du marbre transparent de premier choix, et gravé d’émeraudes incrustées. Toutes les femmes du palais tenaient des lampions faits de joyaux précieux. Les flammes et les joyaux produisaient ensemble une lumière vive et féerique. Lorsque le brāhmaṇa vit sa condition devenue si opulente, il ne put déterminer la cause de ce changement soudain. Il se mit donc à en considérer avec gravité les raisons.

Ele começou a pensar desta forma: “Desde o começo da minha vida, tenho sido extremamente pobre, portanto, qual será a causa de tão grande e súbita opulência? Eu não consigo determinar qualquer causa diferente do olhar todo-misericordioso de meu amigo Senhor Kṛṣṇa, o líder da dinastia Yadu. Certamente, estes são presentes da misericórdia sem causa do Senhor Kṛṣṇa. O Senhor é autossuficiente, o esposo da deusa da fortuna, e assim Ele sempre está pleno das seis opulências. Ele pode entender a mente do Seu devoto e cumpre suntuosamente o desejo do devoto. Todos esses são atos do meu amigo Senhor Kṛṣṇa. Meu belo e negro amigo Kṛṣṇa é mais liberal do que a nuvem, que pode encher o grande oceano com água. Sem perturbar o cultivador com chuva durante o dia, a nuvem traz chuva liberal à noite apenas para satisfazê-lo. Não obstante, quando o cultivador desperta pela manhã, ele pensa que não choveu o bastante. De igual modo, o Senhor cumpre o desejo do mundo inteiro de acordo com sua posição, apesar do que alguém que não esteja em consciência de Kṛṣṇa considera todos os presentes do Senhor como inferiores àqueles do seu desejo. Por outro lado, quando o Senhor recebe uma pequena coisa de Seu devoto com amor e devoção, Ele a considera um grande e valioso presente. Eu sou um exemplo vívido disso: eu Lhe ofereci simplesmente um bocado de arroz quebrado, e, em troca, Ele me deu opulência maior do que a opulência do rei dos céus”.

Il songea : « Depuis le tout début de mon existence, je n’ai connu que la pauvreté extrême ; qu’est-ce qui aurait donc bien pu m’apporter une si grande et si soudaine opulence ? Je ne peux voir de cause autre que le regard plein de miséricorde de mon ami Kṛṣṇa, le Chef de la dynastie Yadu. Certes, toutes ces merveilles sont le gage de la miséricorde immotivée de Śrī Kṛṣṇa. Époux de la déesse de la fortune, le Seigneur Se suffit à Lui-même, et toujours jouit pleinement des six excellences. Il peut percer le mental de Son dévot et en combler somptueusement tous les désirs. Tous ces traits appartiennent en propre à mon ami, Śrī Kṛṣṇa. Mon bel ami au teint sombre, Kṛṣṇa, Se montre bien plus libéral encore que le nuage, capable le remplir d’eau le grand océan. Évitant de perturber de ses eaux le cultivateur pendant le jour, le nuage, à seule fin de le satisfaire, apporte la nuit sa pluie généreuse. Mais à son réveil, le cultivateur pense encore qu’il n’a point assez plu. De même, le Seigneur comble les désirs de tous les êtres, selon leur position respective ; mais celui qui ne vit pas dans la Conscience de Kṛṣṇa tient tous les dons du Seigneur pour insuffisants. Le Seigneur, par contre, lorsqu’Il reçoit fût-ce la plus petite chose de Son dévot, offerte avec amour et dévotion, y voit un présent de valeur. Et j’en suis l’exemple vivant ! Je Lui ai simplement offert un peu de riz, et voilà qu’en échange Il m’a accordé des richesses plus considérables encore que celles dont jouit le souverain des planètes édéniques. »

O que o devoto oferece ao Senhor não é de fato necessário, porque Ele é autossuficiente. Se o devoto oferece algo para o Senhor, Ele age para seu próprio interesse, porque qualquer coisa que um devoto ofereça retorna em uma quantidade um milhão de vezes maior do que a que foi oferecida. A pessoa não se torna um perdedor ao dar ao Senhor; a pessoa se torna um ganhador em milhões de vezes.

Le Seigneur n’a en fait nul besoin de ce que Lui offre Son dévot. Il Se suffit entièrement à Lui-même. Quand le bhakta Lui fait une offrande, celle-ci agit en fait dans le sens de son propre intérêt, car tout ce qu’il présente à Kṛṣṇa lui revient des millions de fois. Nul ne perd à donner au Seigneur, mais y gagne plutôt à l’infini.

O brāhmaṇa, sentindo-se muito agradecido a Kṛṣṇa, pensou: “Oro para ter a amizade do Senhor Kṛṣṇa, para me ocupar no serviço a Ele e me render completamente a Ele em amor e afeição, vida após vida. Eu não quero opulências. Eu apenas desejo não esquecer do serviço a Ele. Apenas desejo associar-me com Seus devotos puros. Possam minha mente e minhas atividades estarem sempre ocupadas em Seu serviço. A não-nascida Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa, sabe que muitas grandes personalidades caíram de suas posições por causa de extravagante opulência. Portanto, mesmo quando Seu devoto Lhe pede alguma opulência, o Senhor, às vezes, não concede isso. Ele é muito cauteloso com Seus devotos. Porque um devoto em uma posição imatura de serviço devocional pode, se receber grande opulência, cair da sua posição por estar no mundo material, o Senhor não lhe oferece opulências. Essa é outra manifestação da misericórdia sem causa do Senhor ao Seu devoto. Seu primeiro interesse é que Seu devoto não caia. Ele é precisamente como um pai amoroso, que não dá muita riqueza na mão do filho imaturo, mas que, quando o filho é crescido e sabe gastar o dinheiro, dá a ele todo o tesouro”.

Se sentant grandement obligé envers Śrī Kṛṣṇa, le brāhmaṇa pensa : « Je prie de toujours avoir l’amitié de Kṛṣṇa, de toujours m’engager dans Son service, et de m’abandonner tout entier à Lui avec amour et dévotion, vie après vie. Je n’aspire à aucune richesse matérielle. Mon seul désir est de ne point oublier Son service. Je souhaite simplement pouvoir vivre en la compagnie de Ses purs dévots. Puisse mon mental et mes actes toujours se trouver engagés à Son service. Le Seigneur Suprême, Śrī Kṛṣṇa, le Non-né, sait trop bien que de nombreux personnages ont chu de leur haute position en raison d’une opulence extravagante. Voilà pourquoi, même lorsque Son dévot Lui demande quelque bien matériel, le Seigneur ne le lui accorde pas toujours. Il prend grand soin de Ses dévots. Le Seigneur n’octroie point de richesses à un bhakta qui n’a pas encore atteint la maturité dans son service de dévotion, car il risque, confronté à une grande opulence, de choir de sa position, ceci du fait qu’il vit encore dans ce monde. Telle est une autre manifestation de la miséricorde immotivée du Seigneur envers Ses dévots. Son intérêt premier réside en ce que le bhakta ne choie point ; Il est tel un père qui veut le bien de ses enfants et qui, par suite, ne met pas beaucoup de richesses dans les mains d’un fils non encore mûr, mais qui, lorsque ce même fils a grandi et sait gérer ses biens, lui donne tout son trésor. »

Assim, o brāhmaṇa erudito concluiu que, qualquer opulência que ele tivesse recebido do Senhor, não era para sua extravagante satisfação dos sentidos, mas para o serviço ao Senhor. O brāhmaṇa aceitou sua opulência recentemente adquirida, mas ele assim o fez em um espírito de renúncia, desapegando-se do gozo dos sentidos. Portanto, ele viveu muito pacificamente com sua esposa desfrutando todas as facilidades da opulência como prasāda do Senhor. Ele desfrutou variadas comidas oferecendo-as ao Senhor e aceitando-as, então, como prasāda. Semelhantemente, se, pela graça do Senhor, nós adquirimos tais opulências, como riqueza material, fama, poder, educação e beleza, é nosso dever considerar que elas são todas presentes do Senhor e que devem ser usadas no serviço a Ele, e não para nosso prazer sensorial. O brāhmaṇa erudito permaneceu nessa posição, e, assim, seu amor e seu afeto pelo Senhor Kṛṣṇa aumentaram dia após dia – sem se deteriorarem devido à opulência. Essa opulência material pode ser a causa de degradação e também a causa de elevação, de acordo com os propósitos para os quais é usada. Se a opulência for usada para a satisfação dos sentidos, ela se torna causa de degradação e, se for usada para o serviço do Senhor, é causa de elevação.

Ainsi, le brāhmaṇa érudit conclut que toute opulence reçue du Seigneur ne devrait jamais être utilisée pour satisfaire l’extravagance de ses sens, mais uniquement pour le service du Seigneur. Le brāhmaṇa accepta donc sa nouvelle condition, mais dans un esprit de renoncement, détaché de tout sentiment de jouissance matérielle ; ainsi vécut-il en grande paix avec son épouse, jouissant de tous ses nouveaux avantages en les acceptant comme le prasāda du Seigneur. Il prit également plaisir à déguster divers mets d’abord offerts au Seigneur. De même, si par la grâce de Kṛṣṇa nous nous voyons bénis d’excellences telles que la richesse, le renom, le pouvoir, l’éducation ou la beauté en ce monde, il va de notre devoir de les tenir pour autant de dons du Seigneur, qu’il ne faut utiliser que pour Son service, et certes non pour la satisfaction de nos sens. Le brāhmaṇa érudit demeura donc dans cette position, et au lieu de se dégrader en raison de son opulence peu commune, son amour et son affection pour Śrī Kṛṣṇa grandirent jour après jour. L’opulence matérielle peut être cause de dégradation aussi bien que d’élévation, selon l’usage que l’on en fait. Si elle sert le plaisir des sens, elle devient cause de dégradation, alors que si on l’emploie dans le service du Seigneur, elle favorise l’élévation.

Fica evidente, com base no relacionamento do Senhor Kṛṣṇa com Sudāmā Vipra, que a Suprema Personalidade de Deus fica muitíssimo satisfeito com uma pessoa que possui qualidades bramânicas. Um brāhmaṇa qualificado como Sudāmā Vipra é naturalmente um devoto do Senhor Kṛṣṇa. Então, é dito, brāhmaṇo vaiṣṇavaḥ: um brāhmaṇa é um vaiṣṇava. Ou, às vezes, é dito, brāhmaṇa paṇḍitaḥ. Paṇḍita significa uma pessoa altamente instruída. Um brāhmaṇa não pode ser tolo ou inculto. Então, há duas divisões de brāhmaṇas, a saber, vaiṣṇavas e paṇḍitas. Aqueles que são só eruditos são paṇḍitas, mas ainda não são devotos do Senhor, ou vaiṣṇavas. O Senhor Kṛṣṇa não fica especialmente satisfeito com eles. Simplesmente a qualificação de ser um brāhmaṇa erudito não é suficiente para atrair a Suprema Personalidade de Deus. Não apenas deve um brāhmaṇa ser bem qualificado de acordo com as exigências declaradas nas escrituras, tais como o Bhagavad-gītā e o Śrīmad-Bhāgavatam, mas, ao mesmo tempo, deve ser devoto do Senhor Kṛṣṇa. O exemplo vívido é Sudāmā Vipra. Ele era um brāhmaṇa qualificado, desapegado de todos os tipos de prazeres dos sentidos materiais e, ao mesmo tempo, ele era um grande devoto do Senhor Kṛṣṇa. O Senhor Kṛṣṇa, o desfrutador de todos os sacrifícios e penitências, tem apreço especial por brāhmaṇas como Sudāmā Vipra, e pudemos ver pelo comportamento do Senhor Kṛṣṇa neste episódio o quanto Ele adora tais brāhmaṇas. Então, a fase ideal de perfeição humana é se tornar um brāhmaṇa-vaiṣṇava, tal qual Sudāmā Vipra.

L’attitude de Śrī Kṛṣṇa envers Sudāmā Vipra révèle à l’évidence que Dieu, la Personne Suprême, Se montre infiniment satisfait de toute personne en possession des qualités brahmaniques. Un brāhmaṇa qualifié tel Sudāmā Vipra est tout naturellement un dévot de Kṛṣṇa. C’est pourquoi il est dit : brāhmaṇo vaiṣṇavaḥ, « Un brāhmaṇa est un vaiṣṇava. » Et encore : brāhmaṇaḥ paṇḍitaḥ ; le mot paṇḍita désigne un homme d’une haute érudition. Un brāhmaṇa ne saurait être sot ou ignorant. On distingue donc deux sortes de brāhmaṇas : les vaiṣṇavas et les paṇḍitas. Les simples érudits sont qualifiés de paṇḍitas, car ils n’appartiennent pas encore aux dévots du Seigneur, les vaiṣṇavas. Śrī Kṛṣṇa ne leur porte aucune affection particulière. Le simple fait d’être un brāhmaṇa érudit ne suffit point à attirer Dieu, la Personne Suprême. Un brāhmaṇa doit non seulement être parfaitement qualifié, selon les exigences scripturaires, qu’on trouve entre autres, dans la Śrīmad Bhagavad-gītā et le Śrīmad-Bhāgavatam, mais aussi porter sa dévotion à Śrī Kṛṣṇa. L’exemple vivant en est Sudāmā Vipra. Il était un brāhmaṇa qualifié, détaché de toute forme de satisfaction sensorielle, et en même temps un grand dévot de Śrī Kṛṣṇa. Celui-ci, Bénéficiaire de tout sacrifice et pénitence, chérit tout particulièrement un brāhmaṇa tel Sudāmā Vipra ; nous avons d’ailleurs pu voir, par le comportement de Śrī Kṛṣṇa, combien Il aime un tel brāhmaṇa. En conclusion, le degré ultime de la perfection humaine consiste à devenir un brāhmaṇa vaiṣṇava comme Sudāmā Vipra.

Sudāmā Vipra percebeu que, muito embora o Senhor seja inconquistável, Ele concorda em ser conquistado pelo Seu devoto. Ele percebeu o quão amável o Senhor Kṛṣṇa era para com ele, que estava sempre em transe e constantemente pensando em Kṛṣṇa. Através de tal associação constante com o Senhor Kṛṣṇa, qualquer escuridão de contaminação material que ainda permanecesse dentro do seu coração foi completamente dissipada, e, em pouco tempo, ele foi transferido para o reino espiritual, que é a meta de todas as pessoas santas na fase perfeita da vida.

Sudāmā réalisa que même si Kṛṣṇa ne peut être conquis, Il consent cependant à ce que Ses dévots Le conquièrent. Il réalisa l’immense bonté que le Seigneur lui avait montrée et, toujours en samādhi, il méditait sans fin sur Kṛṣṇa. Par ce contact constant avec Lui, quelques ténèbres de souillure matérielle qui avaient pu demeurer en son cœur se dissipèrent tout à fait. Et peu après, il se vit élevé au monde spirituel, but de tous les saints ayant atteint la perfection de l’existence.

Śukadeva Gosvāmī declarou que todas as pessoas que ouvem esta história de Sudāmā Vipra e do Senhor Kṛṣṇa saberão como o Senhor Kṛṣṇa é afetuoso com os devotos brāhmaṇas, como Sudāmā. Então, qualquer um que ouça esta história se qualificará tanto quanto Sudāmā Vipra e será, desta forma, transferido para o reino espiritual do Senhor Kṛṣṇa.

Śukadeva Gosvāmī a souligné le fait que tous ceux qui écouteront l’histoire de Sudāmā Vipra et de Śrī Kṛṣṇa sauront l’affection que Ce dernier porte à Ses dévots brāhmaṇas, comme Sudāmā. C’est pourquoi quiconque écoute ce récit verra peu à peu se développer en lui les qualités de Sudāmā Vipra, pour enfin retourner au Royaume spirituel de Śrī Kṛṣṇa.

Neste ponto, encerram-se os significados Bhaktivedanta do capítulo oitenta e um de Kṛṣṇa, intitulado “O Brāhmaṇa Sudāmā É Abençoado pelo Senhor Kṛṣṇa”.

Ainsi s’achèvent les enseignements de Bhaktivedanta pour le quatre-vingt-et-unième chapitre du Livre de Kṛṣṇa, intitulé: « Śrī Kṛṣṇa bénit le brāhmaṇa Sudāmā ».