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Capítulo 82

QUATRE-VINGT-DEUXIÈME CHAPITRE

O Senhor Kṛṣṇa e Balarāma Se Encontram com os Habitantes de Vṛndāvana

Kṛṣṇa et Balarāma rencontrent les habitants de Vṛndāvana

Certa vez, enquanto o Senhor Kṛṣṇa e Balarāma viviam pacificamente na grande cidade de Dvārakā, houve a rara ocasião de um eclipse solar total, como ocorre ao término de todo kalpa, ou dia de Brahmā. Ao final de todo kalpa, o Sol é encoberto por uma grande nuvem, e chuvas incessantes encobrem os sistemas planetários inferiores até Svargaloka. Através de cálculo astronômico, as pessoas foram informadas sobre esse grande eclipse antes de seu acontecimento, em decorrência do que todos os homens e mulheres decidiram reunir-se no lugar santo de Kurukṣetra, conhecido como Samanta-pañcaka.

Un jour, tandis que Śrī Kṛṣṇa et Balarāma vivaient paisiblement dans Leur belle cité de Dvārakā, survint, événement rare, une éclipse totale du soleil, telle qu’il en est à la fin de chaque kalpa, ou jour de Brahmā. À la fin d’un kalpa, le soleil se couvre d’un grand nuage, et des pluies incessantes inondent les systèmes planétaires inférieurs, jusqu’à Svargaloka. Grâce aux calculs des astronomes, les gens furent informés à l’avance de cette grande éclipse ; et tous, hommes et femmes, décidèrent de s’assembler au lieu saint de Kurukṣetra, connu sous le nom de Samanta-pañcaka.

O local de peregrinação Samanta-pañcaka é célebre porque o Senhor Paraśurāma executou grandes sacrifícios lá depois de matar todos os kṣatriyas no mundo vinte e uma vezes. Quando o Senhor Paraśurāma matou todos os kṣatriyas, o sangue deles, depois de derramado, fluiu como uma correnteza. O Senhor Paraśurāma cavou cinco grandes lagos em Samanta-pañcaka e os encheu com esse sangue. O Senhor Paraśurāma é viṣṇu-tattva. Como declarado no Iśopaniṣad, um viṣṇu-tattva não pode ser contaminado por alguma atividade pecaminosa. Muito embora o Senhor Paraśurāma seja completamente poderoso e não contaminado, Ele, com o intuito de exibir o caráter ideal, executou grandes sacrifícios em Samanta-pañcaka para reconciliar sua matança supostamente pecaminosa dos kṣatriyas. Pelo Seu exemplo, o Senhor Paraśurāma estabeleceu que a arte de matar, embora às vezes necessária, não é boa. Se o Senhor Paraśurāma considerou-Se culpável pela matança pecaminosa dos kṣatriyas, quão mais culpados somos nós ao cometermos tais atos abomináveis não sancionados? Portanto, a matança de entidades vivas é proibida no mundo inteiro desde tempos imemoriais.

Le pèlerinage de Samanta-pañcaka est célébré du fait que Śrī Paraśurāma y accomplit d’importants sacrifices après avoir anéanti à vingt et une reprises tous les kṣatriyas du monde. Le sang accumulé de tous ces guerriers forma comme une rivière, et Paraśurāma creusa cinq grands lacs au lieu dit Samanta-pañcaka, qu’il remplit de ce sang. Paraśurāma appartient aux Viṣṇu-tattvas, et comme l’enseigne la Śrī Īśopaniṣad, les Viṣṇu-tattvas ne sauraient connaître la souillure des actes coupables. Mais cependant, malgré sa puissance et sa pureté incontestables, Paraśurāma voulut montrer un comportement exemplaire ; c’est ainsi qu’il accomplit de grands sacrifices à Samanta-pañcaka, soi-disant afin de réparer ses crimes. Par son geste, Paraśurāma montra que l’usage des arts exterminateurs, bien qu’on doive parfois y recourir, n’est point une bonne chose. Or, si Paraśurāma se tint pour coupable d’avoir tué, combien plus le sommes-nous lorsque nous nous livrons à de tels actes, abominables et le plus souvent non autorisés ? Ainsi, la mise à mort d’êtres vivants est condamnée depuis des temps immémoriaux, partout à travers le monde.

Aproveitando a ocasião do eclipse solar, todas as pessoas importantes de todas as partes de Bhārata-varṣa visitaram o lugar santo de peregrinação. Algumas das ilustres personalidades são mencionadas como segue. Entre as pessoas idosas, estavam Akrūra, Vasudeva e Ugrasena e, entre a geração mais jovem, estavam Gada, Pradyumna, Sāmba e muitos outros membros da dinastia Yadu que tinham ido até lá com o objetivo de purificar-se das atividades pecaminosas advindas no curso da execução de seus respectivos deveres. Porque quase todos os membros da dinastia Yadu haviam ido para Kurukṣetra, algumas personalidades importantes, como Aniruddha, o filho de Pradyumna, e Kṛtavarmā, o comandante em chefe da dinastia Yadu, juntamente com Sucandra, Śuka e Sāraṇa, permaneceram em Dvārakā para proteger a cidade.

Profitant de l’éclipse solaire, toutes les personnalités dominantes visitèrent le saint lieu de pèlerinage. Parmi les aînés : Akrūra, Vasudeva et Ugrasena ; parmi les plus jeunes : Gada, Pradyumna, Sāmba ; et de nombreux autres membres de la dynastie Yadu, venus là dans la perspective de réparer les fautes commises dans l’exercice de leurs devoirs respectifs. Et comme presque tous les Yadus se rendaient à Kurukṣetra, quelques personnalités importantes, tels Aniruddha – le fils de Pradyumna –, Kṛtavarmā – le chef des armées Yadus –, ainsi que Sucandra, Śuka et Sāraṇa, demeurèrent à Dvārakā afin de protéger la ville.

Conquanto todos os membros da dinastia Yadu fossem naturalmente muito bonitos, sua beleza natural e personalidade aumentaram cem vezes nessa ocasião, quando eles apareceram apropriadamente decorados com colares de ouro e guirlandas de flores, vestidos em valiosas roupas e corretamente equipados com suas respectivas armas. Os membros da dinastia Yadu entraram em Kurukṣetra em suas carruagens esplendidamente ornamentadas, que se assemelhavam aos aeroplanos dos semideuses e eram puxadas por grandes cavalos, os quais se moviam como as ondas do oceano. Alguns Yadus estavam montados em elefantes robustos e elegantes, que se moviam como as nuvens no céu. Suas esposas eram transportadas em belos palanquins por homens bonitos, cujas características se assemelhavam àquelas dos vidyādharas. Toda a comitiva parecia tão bela quanto uma assembleia dos semideuses, que habitam os céus.

Tous les membres de la dynastie Yadu jouissaient d’une beauté naturelle remarquable, mais lorsque pour cette occasion ils apparurent dûment parés de colliers d’or et de guirlandes de fleurs, vêtus de riches habits et armés comme il faut, de leurs armes respectives, leur grâce naturelle ainsi que le caractère déjà peu commun de leurs personnalités s’en trouvèrent cent fois accrus. Ils se rendirent à Kurukṣetra dans leurs chars somptueusement décorés, rappelant les aéronefs des devas, et tirés par de grands chevaux se déplaçant telles les vagues de l’océan. Certains montèrent sur de vaillants et robustes éléphants qui avançaient tels les nuages dans le ciel. Leurs épouses étaient portées sur de somptueux palanquins, par des hommes d’une grande beauté, et dont les traits rappelaient ceux des Vidyādharas. L’assemblée tout entière était aussi belle qu’une multitude de devas des planètes édéniques.

Depois de chegarem a Kurukṣetra, os membros da dinastia Yadu banharam-se cerimoniosamente, com autocontrole, como ordenado nos śāstras, e eles observaram jejum por todo o período do eclipse para neutralizar as reações das suas atividades pecaminosas. Visto que é um costume védico dar em caridade tanto quanto possível durante as horas do eclipse, os membros da dinastia Yadu distribuíram muitas centenas de vacas em caridade para os brāhmaṇas. Todas essas vacas foram completamente decoradas com tecidos e ornamentos adequados. A característica especial dessas vacas era que elas portavam sinos de tornozelo dourados e guirlandas de flores nos seus pescoços.

Arrivés à Kurukṣetra, les membres de la dynastie Yadu firent leurs ablutions avec cérémonie, en pleine maîtrise de soi, tel que le prescrivent les śāstras ; puis ils observèrent le jeûne pendant toute la durée de l’éclipse afin de réduire à néant les suites de leurs actes pécheurs. Il est de coutume, d’après les Vedas, de prodiguer autant que possible la charité pendant les heures de l’éclipse ; aussi les Yadus distribuèrent-ils aux brāhmaṇas plusieurs centaines de vaches, chacune entièrement décorée, vêtue de riches étoffes et couverte de parures. Plus spécialement, ces vaches portaient des clochettes dorées à leurs pattes et des guirlandes de fleurs à leur cou.

Depois do eclipse, todos os membros da dinastia Yadu se banharam novamente nos lagos criados pelo Senhor Paraśurāma. Em seguida, alimentaram suntuosamente os brāhmaṇas com comida de primeira classe, toda preparada em manteiga. De acordo com o sistema védico, há duas classes de comida. Uma é chamada comida crua e a outra é conhecida como cozida. “Comida crua” não indica legumes crus e grãos crus, mas comida fervida em água, ao passo que os alimentos cozidos são preparados em ghī. Capātīs, dāl, arroz e legumes comuns são chamados “comidas cruas”, como são as frutas e as saladas. Por outro lado, purīs, kachaurīs, samosās, doces e assim por diante são chamados “comidas cozidas”. Todos os brāhmaṇas convidados naquela ocasião pelos membros da dinastia Yadu foram suntuosamente servidos com alimentos cozidos.

Tous les membres de la dynastie firent à nouveau leurs ablutions dans les lacs créés par Paraśurāma, après quoi ils nourrirent somptueusement les brāhmaṇas, leur offrant toutes sortes de mets savoureux, préparés à partir d’ingrédients de premier choix et cuits dans le beurre clarifié. En cuisine védique, il est deux sortes de nourriture. L’une est dite crue et l’autre cuite. La nourriture crue ne se compose pas des légumes et des céréales crues, mais regroupe tous les aliments préparés à l’eau ; et la nourriture cuite est celle qu’on prépare dans le ghī, le beurre clarifié. Les capātīs, le dāl, le riz et les préparations de légumes ordinaires appartiennent donc aux aliments crus, de même que les fruits et les salades. Mais les purīs, les kachaurīs, les samosās et les luglus sont tous des aliments cuits. Ainsi, tous les brāhmaṇas invités pour l’occasion par les membres de la dynastie Yadu se virent somptueusement nourris de mets cuits.

As funções cerimoniais executadas pelos membros da dinastia Yadu se assemelhavam externamente às cerimônias ritualísticas executadas pelos karmīs. Quando um karmī executa alguma cerimônia ritualística, sua ambição é a satisfação dos sentidos – boa posição, boa esposa, boa casa, boas crianças ou riqueza –, contudo, a ambição dos membros da dinastia Yadu era diferente. Sua ambição era ofertar fé e devoção perpétuas a Kṛṣṇa. Todos os membros da dinastia Yadu eram grandes devotos. Como tal, após muitos nascimentos de acumuladas atividades piedosas, eles obtiveram a oportunidade de se associarem com o Senhor Kṛṣṇa. Indo tomar banho no lugar de peregrinação de Kurukṣetra, observando os princípios reguladores durante o eclipse solar, ou alimentando os brāhmaṇas – em todas as suas atividades –, eles simplesmente pensavam em devoção a Kṛṣṇa. Seu adorável Senhor ideal era Kṛṣṇa, e ninguém mais.

Les cérémonies accomplies par les Yadus ressemblaient, vues du dehors, aux rites auxquels se livrent les karmīs. Mais lorsqu’un karmī se livre à quelque sacrifice, son ambition n’est autre que le plaisir des sens : une bonne position dans la société, une bonne épouse, une belle demeure, de bons enfants ou de grandes richesses ; alors que l’ambition des Yadus était toute différente : ils désiraient offrir à jamais leur foi et leur dévotion à Kṛṣṇa. Tous les membres de la dynastie étaient de grands bhaktas. Après avoir accumulé des actes de vertu au long de nombreuses vies, ils avaient obtenu la grâce de vivre en la compagnie de Śrī Kṛṣṇa. Ainsi, qu’ils aillent faire des ablutions au lieu saint de Kurukṣetra, qu’ils observent les principes régulateurs prescrits au cours d’une éclipse solaire, ou qu’ils nourrissent les brāhmaṇas – dans tous leurs actes –, ils pensaient uniquement en termes de dévotion à Kṛṣṇa. Leur modèle, leur Seigneur adoré, était Kṛṣṇa et nul autre.

Depois que os brāhmaṇas são alimentados, é costumeiro o anfitrião, com a permissão deles, aceitar prasadā. Assim, com a permissão dos brāhmaṇas, todos os membros da dinastia Yadu almoçaram. Logo após, eles escolheram lugares de repouso debaixo de grandes árvores sombrias e, depois de descansarem o suficiente, prepararam-se para receber os visitantes, entre os quais estavam parentes e amigos, como também muitos reis e governantes subordinados. Havia os governantes das províncias de Matsya, Uśīnara, Kośala, Vidarbha, Kuru, Sṛñjaya, Kāmboja, Kekaya, Madras, Kuntī, Anarta, Kerala e muitos outros países e províncias. Alguns dos governantes pertenciam a grupos adversários, e alguns eram amigos. Porém, acima de tudo, os visitantes de Vṛndāvana eram muito proeminentes. Os residentes de Vṛndāvana, encabeçados por Nanda Mahārāja, tinham estado vivendo em grande ansiedade por causa da separação de Kṛṣṇa e Balarāma. Aproveitando-se do eclipse solar, todos eles foram ter com sua vida e alma, Kṛṣṇa e Balarāma.

Après avoir nourri les brāhmaṇas, c’est la coutume pour l’hôte d’honorer à son tour, avec leur permission, le prasādam. Ainsi, après que les brāhmaṇas les y aient conviés, tous les membres de la dynastie Yadu prirent leur déjeuner. Ils choisirent ensuite divers lieux de repos sous de grands arbres ombreux. Une fois bien reposés, ils s’apprêtèrent à recevoir des visiteurs, parmi lesquels des proches et des amis, ainsi que de nombreux rois et administrateurs à eux subordonnés. Se trouvaient présents les dirigeants des provinces de Matsya, d’Uśīnara, de Kośala, de Vidarbha, de Kuru, de Sṛñjaya, de Kāmboja, de Kekaya et de nombreuses autres régions. Certains de ces administrateurs appartenaient à des camps ennemis et d’autres à des camps amis. Mais les plus éminents de tous étaient bien les visiteurs de Vṛndāvana. Eux, que menait Nanda Mahārāja, avaient vécu dans la plus profonde inquiétude en raison de leur séparation d’avec Kṛṣṇa et Balarāma. Profitant de l’éclipse solaire, ils étaient tous venus rencontrer leur âme, leur vie même, Kṛṣṇa et Balarāma.

Os habitantes de Vṛndāvana eram benquerentes e amigos íntimos da dinastia Yadu. Essa reunião das duas dinastias, depois de uma longa separação, foi um incidente muito comovente. Todos os Yadus e os residentes de Vṛndāvana sentiram tanto prazer em se encontrarem e conversarem que foi algo sem paralelo. Encontrando-se depois de longa separação, eles ficaram todos jubilosos; seus corações pulsaram e suas faces pareciam como flores de lótus recém-desabrochadas. Gotas de lágrimas caíram dos seus olhos, pelos se eriçaram em seus corpos, e, por causa do êxtase extremo, eles ficaram temporariamente mudos. Em outras palavras, eles mergulharam no oceano de felicidade.

Les habitants de Vṛndāvana ont toujours été des amis intimes et bienveillants pour la dynastie Yadu. Et cette rencontre, après une si longue séparation, formait un bien touchant tableau. Les Yadus et les habitants de Vṛndāvana ressentaient un tel plaisir à se rencontrer et à parler ensemble, que se déroulait là une scène unique. La jubilation s’était emparée de tous ; les cœurs palpitaient et les visages s’épanouissaient telles des fleurs de lotus fraîchement écloses. Des larmes perlaient à leurs yeux, et sur leur corps les poils se dressaient. Leur extase extrême les rendait muets. Pour tout dire, ils baignaient dans l’océan du bonheur.

Enquanto os homens cumprimentavam-se daquele modo, as mulheres também trocavam cumprimentos entre si da mesma maneira. Eles abraçavam uns aos outros com grande amizade, sorriam muito suavemente e olhavam uns para os outros com grande afeto. Quando elas se abraçaram, o açafrão e o kuṅkuma untados em seus peitos foram passados de uma para a outra. Todos sentiram êxtase divino devido a tal abraço caloroso, e torrentes de lágrimas deslizaram pelas suas faces. Os mais jovens ofereceram suas reverências aos idosos, e esses ofereceram suas bênçãos aos jovens. Assim, eles deram boas-vindas uns aos outros e, em seguida, perguntaram pelo bem-estar de cada um. Porém, em última análise, todas as suas conversas eram unicamente a respeito de Kṛṣṇa. Todos os vizinhos e parentes estavam relacionados com os passatempos do Senhor Kṛṣṇa neste mundo, e, consequentemente, Kṛṣṇa era o centro de todas as suas atividades. Quaisquer atividades que eles executavam – sociais, políticas, religiosas ou convencionais – eram transcendentais.

Pendant que les hommes se rencontraient ainsi, les femmes connurent de leur côté les mêmes joies. Elles s’étreignaient les unes les autres, mues par une amitié profonde, et se souriaient avec douceur, échangeant des regards pleins d’affection. Lorsqu’elles s’étreignaient, le safran et le kuṅkuma dont elles avaient enduit leur poitrine étaient communiqués d’une personne à l’autre, et toutes ressentirent une joie paradisiaque. Ces étreintes de cœur à cœur firent jaillir des torrents de larmes le long de leurs joues. Les plus jeunes offraient leur hommage aux aînées, et les aînées offraient leurs bénédictions aux plus jeunes. Ainsi s’accueillirent-ils les uns les autres, s’enquérant mutuellement de leur bien-être. Et enfin, toutes leurs paroles furent pour Kṛṣṇa. Tous ces proches et parents étaient liés aux Divertissements du Seigneur en ce monde ; Kṛṣṇa représentait le Centre de toutes leurs activités. Quoi qu’ils fassent, dans le domaine social, politique, religieux ou domestique, revêtait un caractère spirituel et absolu.

A verdadeira elevação da vida humana encontra-se em conhecimento e renúncia. Como enunciado no Primeiro Canto do Śrīmad-Bhāgavatam, serviço devocional prestado a Kṛṣṇa automaticamente produz conhecimento perfeito e renúncia. Os membros familiares da dinastia Yadu e os vaqueiros de Vṛndāvana tinham suas mentes fixas em Kṛṣṇa. Esse é o sintoma do conhecimento perfeito. E porque suas mentes estavam sempre ocupadas com Kṛṣṇa, eles foram automaticamente libertos de todas as atividades materiais. Essa fase de vida chama-se yukta-vairāgya, como declarado por Śrīla Rūpa Gosvāmī. Então, conhecimento e renúncia não significam especulação árida e renúncia das atividades. Ao contrário, a pessoa deve começar a falar e agir apenas em relação a Kṛṣṇa.

Le véritable progrès se mesure pour l’homme en termes de savoir et de renoncement. Comme l’enseigne le premier Chant du Śrīmad-Bhāgavatam, le service de dévotion offert à Kṛṣṇa entraîne tout naturellement le développement d’un savoir et d’un renoncement parfaits. Les membres de la dynastie Yadu et les pâtres de Vṛndāvana avaient tous leur mental fixé sur Kṛṣṇa. Et telle est la marque du parfait savoir ; de ce fait même, tous se trouvaient affranchis des actes matériels. Or, comme l’enseigne Śrīla Rūpa Gosvāmī, ce niveau d’existence porte le nom de yukta-vairāgya. Savoir et renoncement ne s’identifient donc nullement à d’arides spéculations ou au renoncement à tout acte, mais bien plutôt au fait de parler et d’agir seulement en relation avec Kṛṣṇa.

Nessa reunião em Kurukṣetra, Kuntīdevī e Vasudeva, que eram irmãos, encontraram-se depois de uma prolongada separação, juntamente com seus respectivos filhos e noras, crianças e outros membros familiares. Falando entre si, eles logo se esqueceram de todas as suas misérias passadas. Kuntīdevī dirigiu-se especialmente a seu irmão Vasudeva como segue: “Meu querido irmão, eu sou muito infeliz porque nenhum de meus desejos jamais foi realizado; caso contrário, como poderia acontecer que, embora eu tenha um irmão santo como você, perfeito sob todos os aspectos, você não tenha inquirido sobre como eu estava passando meus dias em uma condição aflitiva de vida?” Parece que Kuntīdevī estava se lembrando dos dias miseráveis quando ela fora banida com seus filhos pelos planos iníquos de Dhṛtarāṣṭra e Duryodhana. Ela continuou: “Meu querido irmão, posso entender que, quando a providência vai contra alguém, mesmo os parentes mais próximos esquecem-no. Em tal condição, mesmo o pai, a mãe ou os próprios filhos de alguém irão esquecê-lo. Portanto, meu querido irmão, eu não o acuso”.

Lors de cette rencontre à Kurukṣetra, Kuntīdevī et Vasudeva, sœur et frère, se revirent après une longue période de séparation. Avec eux se trouvaient leurs fils respectifs, leurs belles-filles, leurs conjoints et leurs enfants, ainsi que d’autres membres de la famille. À parler ainsi entre eux, ils oublièrent bientôt toutes leurs souffrances passées. Kuntīdevī s’adressa tout particulièrement à son frère Vasudeva en ces termes : « Mon cher frère, quelle mauvaise fortune me poursuit, car jamais un seul de mes désirs n’a été comblé ; comment, sinon, se pourrait-il qu’un frère aussi saint que toi, et parfait en tous points, ne se soit jamais enquis de ma personne, de la façon dont mes jours s’écoulaient, rongés par la détresse ? » Il semble ici que Kuntīdevī se souvenait des jours misérables qu’elle avait passés lorsqu’elle et ses fils avaient été exilés par les malins projets de Dhṛtarāṣṭra et de Duryodhana. Elle poursuivit : « Mon cher frère, je peux comprendre que lorsque la Providence s’oppose à un être, même les plus proches intimes de cette personne l’oublient. Alors, même son père, sa mère ou son propre enfant manqueront de se souvenir d’elle. Voilà pourquoi, cher frère, je ne porte point d’accusation vers toi. »

Vasudeva respondeu: “Minha querida irmã, não se lamente e não me culpe desse modo. Deveríamos sempre nos lembrar de que somos todos apenas brinquedos nas mãos da providência. Todos estão sob o controle da Suprema Personalidade de Deus. É unicamente sob o controle dEle que todos os tipos de ações fruitivas e reações acontecem. Minha querida irmã, você sabe que nós fomos muito hostilizados pelo rei Kaṁsa e nos dispersamos devido às suas perseguições. Estávamos sempre cheios de ansiedades. Somente nos últimos dias que retornamos para nossos próprios lares, pela graça de Deus”.

Et Vasudeva de répondre : « Ma chère sœur, ne soit pas désolée, et ne me blâme pas ainsi. Rappelons-nous toujours que nous ne sommes que des jouets dans les mains de la Providence. Chacun se trouve sous la domination de Dieu, la Personne Suprême. C’est toujours sous Sa gouverne que s’accomplissent toutes sortes d’actes intéressés, entraînant à leur suite diverses conséquences. Chère sœur, tu n’es pas sans savoir que nous avons été fort persécutés par le roi Kaṁsa, et que ce sont précisément ses harcèlements qui nous ont dispersés. Nous vivions dans l’angoisse la plus complète. Et c’est seulement ces jours derniers que par la grâce de Dieu, nous avons pu réintégrer nos propres demeures. »

Depois dessa conversa, Vasudeva e Ugrasena receberam os reis que vieram vê-los e deram-lhes as devidas boas-vindas. Vendo o Senhor Kṛṣṇa presente naquele mesmo lugar, todos os visitantes sentiram prazer transcendental e ficaram muito pacíficos. Algumas das visitas proeminentes eram as seguintes: Bhīṣmadeva, Droṇācārya, Dhṛtarāṣṭra, Duryodhana, Gāndhārī junto com seus filhos, o rei Yudhiṣṭhira e sua esposa, os Pāṇḍavas juntamente com Kuntī, bem como Sañjaya, Vidura, Kṛpācārya, Kuntībhoja, Virāta, Bhīṣmaka, o rei Nagnajit, Purujit, Drupada, Śalya, Dhṛṣṭaketu, o rei de Kāśī, Damaghoṣa, Viśālākṣa, o rei de Mithilā, o rei de Madras (antigamente conhecida como Madra), o rei de Kekaya, Yudhāmanyu, Suśarmā, Bāhlika e seus filhos, além de muitos outros governantes subordinados ao rei Yudhiṣṭhira.

Après cette conversation, Vasudeva et Ugrasena reçurent les rois désireux de les rencontrer, et les accueillirent comme il convient. À la vue de Śrī Kṛṣṇa présent en ces lieux, les visiteurs ressentirent tous un vif plaisir spirituel et se sentirent envahis par une sérénité profonde. Voici les noms de certains parmi les visiteurs les plus notoires : Bhīṣmadeva, Droṇācārya, Dhṛtarāṣṭra, Duryodhana, Gāndhārī et ses fils, le roi Yudhiṣṭhira et son épouse, les Pāṇḍavas et Kuntī, Sañjaya, Vidura, Kṛpācārya, Kuntībhoja, Virāṭa, le roi Nagnajit, Purujit, Drupada, Śalya, Dhṛṣṭaketu, le roi de Kāśī, Damaghoṣa, Viśālākṣa, le roi de Mithilā, le roi de Madras (jadis Madra), le roi de Kekaya, Yudhāmanyu, Suśarmā, Bāhlika et ses fils, ainsi que de nombreux autres administrateurs subordonnés au roi Yudhiṣṭhira.

Quando os visitantes viram o Senhor Kṛṣṇa com Suas milhares de rainhas, eles ficaram completamente satisfeitos com a visão de tamanha beleza e opulência transcendentais. Todos os que estavam pessoalmente presentes viram o Senhor Balarāma e Kṛṣṇa e, tendo recebido as boas-vindas dos dois irmãos, começaram a glorificar os membros da dinastia Yadu, especialmente Kṛṣṇa e Balarāma. Porque Ugrasena era o rei dos Bhojas, ele foi considerado o Yadu principal, razão pela qual os visitantes dirigiram-se especialmente a ele: “Sua Majestade Ugrasena, rei dos Bhojas, na verdade, os Yadus são as únicas pessoas dentro deste mundo que são perfeitas sob todos os aspectos. Todas as glórias a você! Todas as glórias a você! A condição específica de sua perfeição é que você sempre vê o Senhor Kṛṣṇa, que é procurado por muitos yogīs místicos, os quais se submetem a severas austeridades e penitências por muitos anos. Todos vocês estão em contato direto com o Senhor Kṛṣṇa a todo momento”.

Lorsqu’ils virent Śrī Kṛṣṇa et Ses milliers de reines, tous, devant un tableau d’une telle beauté, d’une telle opulence spirituelle, se sentirent pleinement comblés. Toutes les personnes présentes rendirent une visite personnelle à Balarāma et à Kṛṣṇa. Et reçus comme il convient par le Seigneur, ils entreprirent de glorifier les membres de la dynastie Yadu, notamment – il va sans dire – Kṛṣṇa et Balarāma. Roi des Bhojas, Ugrasena était tenu pour le chef des Yadus, et les visiteurs s’adressèrent plus spécifiquement à lui : « Ta Majesté Ugrasena, roi des Bhojas, nous devons dire qu’en vérité, les Yadus sont les seuls en ce monde à jouir d’une perfection totale. Gloire à toi ! Gloire à toi ! La marque particulière de votre perfection réside en ce que vous voyez constamment Kṛṣṇa, Lui que recherchent tant de yogīs soumis pour de longues années à de sévères austérités et pénitences. À chaque instant, chacun de vous se trouve en contact direct avec Kṛṣṇa.

“Todos os hinos védicos glorificam a Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa. A água do Ganges é considerada santificada por ser a água usada para lavar os pés de lótus do Senhor Kṛṣṇa. A literatura védica não é nada mais do que as injunções do Senhor Kṛṣṇa. O propósito do estudo de todos os Vedas é conhecer Kṛṣṇa, daí as palavras de Kṛṣṇa e a mensagem dos passatempos dEle serem sempre purificantes. Pela influência do tempo e das circunstâncias, todas as opulências deste mundo foram quase completamente extintas, mas, visto que Kṛṣṇa apareceu neste planeta, todas as características auspiciosas surgiram novamente, graças ao toque de Seus pés de lótus. Por causa da presença dEle, todos os nossos desejos e ambições estão sendo realizados. Sua Majestade, rei dos Bhojas, você está relacionado com a dinastia Yadu através da relação matrimonial e também por laços consanguíneos. Como resultado, você está constantemente se associando com o Senhor Kṛṣṇa, e você não tem qualquer dificuldade de vê-lO ou tocá-lO a qualquer hora. O Senhor Kṛṣṇa caminha, conversa, senta-Se, descansa e janta com você. Os Yadus parecem estar sempre ocupados com negócios mundanos, que são considerados como sendo a verdadeira estrada para o inferno. No entanto, devido à presença do Senhor Kṛṣṇa, a original Personalidade de Deus, na categoria de Viṣṇu, que é onisciente, onipresente e onipotente, todos vocês encontram-se, na verdade, aliviados de toda a contaminação material e estão situados na posição transcendental de libertação e existência Brahman”.

« Les hymnes védiques glorifient tous Dieu, la Personne Suprême Śrī Kṛṣṇa. Si les eaux du Gange sont tenues pour sanctifiées, c’est parce qu’elles baignent les pieds pareils-au-lotus de Śrī Kṛṣṇa. Et les Écritures védiques ne contiennent en fait rien d’autre que les instructions de Śrī Kṛṣṇa. L’étude des Vedas elle-même n’a pour but que de connaître Kṛṣṇa ; ainsi, les paroles de Śrī Kṛṣṇa et le message de Ses Divertissements ont toujours un effet purifiant. Sous l’influence du temps et des circonstances, toutes les richesses de ce monde avaient été presque entièrement anéanties, mais depuis l’Apparition de Kṛṣṇa sur cette planète, tous les signes de bon augure se manifestent à nouveau grâce au contact de Ses pieds pareils-au-lotus. Du fait de Sa présence, toutes nos ambitions et tous nos désirs se trouvent peu à peu comblés. Ô Majesté, roi des Bhojas, tu te trouves uni à la dynastie Yadu par les liens du mariage, mais aussi par le sang. Ce qui te permet de vivre sans trêve au contact de Śrī Kṛṣṇa, sans qu’aucun obstacle ne puisse t’empêcher de Le contempler à tout moment. Śrī Kṛṣṇa Se déplace à tes côtés, parle avec toi, S’assoit avec toi, Se repose avec toi et dîne avec toi. Les Yadus semblent toujours engagés dans les affaires du monde, lesquelles sont tenues pour paver l’accès à la spacieuse route de l’enfer ; mais du fait de la présence de Śrī Kṛṣṇa, l’Originelle Personne Divine, le premier Viṣṇu-tattva, l’Omniscient, l’Omniprésent, l’Omnipotent, vous vous trouvez tous totalement affranchis de la souillure matérielle, et évoluez au niveau spirituel, au niveau du Brahman, parfaitement libérés. »

Quando Nanda Mahārāja e os outros residentes de Vṛndāvana ouviram que Kṛṣṇa estaria presente em Kurukṣetra por causa do eclipse solar e que todos os membros da dinastia Yadu também estariam lá, eles imediatamente se preparam para ir até o local. O rei Nanda, acompanhado pelos seus pastores, tinha carregado toda a sua parafernália necessária em carros de boi, e todos os residentes de Vṛndāvana tinham ido a Kurukṣetra para ver seus amados filhos, o Senhor Balarāma e o Senhor Kṛṣṇa. Quando os pastores de Vṛndāvana chegaram a Kurukṣetra, todos os membros da dinastia Yadu ficaram bastante satisfeitos. Assim que viram os residentes de Vṛndāvana, eles se levantaram para dar as boas-vindas e pareceram ter recuperado suas vidas. Todos os Yadus e residentes de Vṛndāvana tinham estado muito ansiosos para se encontrar e, quando de fato se encontraram, eles se abraçaram para a satisfação de seus corações e permaneceram abraçados durante um tempo considerável.

Dès qu’ils avaient appris que Kṛṣṇa serait présent à Kurukṣetra au moment de l’éclipse solaire, les habitants de Vṛndāvana, conduits par Nanda Mahārāja, avaient décidé de s’y rendre, en sorte que tous les membres de la dynastie Yadu se trouvaient réunis pour l’occasion. Le roi Nanda et ses pâtres avaient chargé sur des chars à bœufs les bagages nécessaires au voyage, et tous les habitants de Vṛndāvana s’étaient rendus à Kurukṣetra pour voir leurs Fils bien-aimés, Kṛṣṇa et Balarāma. Lorsque les pâtres arrivèrent sur les lieux, tous les Yadus s’en montrèrent fort satisfaits. Aussitôt qu’ils aperçurent les habitants de Vṛndāvana, ils se levèrent pour les accueillir, et il sembla alors qu’ils avaient retrouvé la vie. L’impatience de se rencontrer avait rongé les deux parties, et lorsqu’ils s’approchèrent enfin les uns des autres, ce fut pour s’étreindre jusqu’à combler leur cœur. Et ils prolongèrent longtemps cette étreinte.

Assim que Vasudeva viu Nanda Mahārāja, Vasudeva levantou-se de um salto, correu para ele e o abraçou muito afetuosamente. Vasudeva começou a narrar sua própria história passada – como ele fora encarcerado pelo rei Kaṁsa, como seus bebês tinham sido mortos, como imediatamente depois do nascimento de Kṛṣṇa ele levara Kṛṣṇa para a residência de Nanda Mahārāja e como Kṛṣṇa e Balarāma tinham sido criados por Nanda Maharaja e sua rainha, Yaśodā, como seus próprios filhos. Da mesma forma, o Senhor Balarāma e Kṛṣṇa também abraçaram o rei Nanda e mãe Yaśodā e, então, ofereceram Seus respeitos aos seus pés de lótus curvando-Se. Por causa do Seu afeto por Nanda e Yaśodā, os Senhores Kṛṣṇa e Balarāma ficaram com a voz embargada e, por alguns segundos, não puderam falar. O afortunadíssimo rei Nanda e mãe Yaśodā colocaram seus filhos no colo e começaram a abraçá-lOs para sua plena satisfação. Por causa da separação de Kṛṣṇa e Balarāma, o rei Nanda e Yaśodā haviam mergulhado em grande angústia por um tempo muito longo. Agora, depois de encontrá-lOs e abraçá-lOs, todos os seus sofrimentos foram mitigados.

Dès que Vasudeva vit Nanda Mahārāja, il bondit et courut vers lui pour l’étreindre avec affection. Il se mit à conter son histoire – comment il avait été emprisonné par le roi Kaṁsa, comment ses enfants avaient été mis à mort, et comment, dès que Kṛṣṇa était né, il L’avait transporté jusque chez le roi de Vraja ; et comment encore Kṛṣṇa et Balarāma avaient été élevés par le roi et sa reine, Yaśodā, comme leurs propres enfants. De même, Kṛṣṇa et Balarāma étreignirent le roi Nanda et Mère Yaśodā, puis leur offrirent Leurs respects en Se prosternant à leurs pieds pareils-au-lotus. Leur affection filiale pour Nanda et Yaśodā fit que Leurs voix s’étranglèrent et qu’Ils ne purent parler pendant quelques secondes. Le roi Nanda et Mère Yaśodā, les êtres les plus fortunés au monde, prirent leurs Fils contre eux et Les étreignirent jusqu’à pleine satisfaction. La séparation d’avec Kṛṣṇa et Balarāma avait plongé Nanda et Yaśodā dans une profonde détresse pendant fort longtemps. À présent, après Les avoir revus et étreints, toutes leurs souffrances s’étaient effacées.

Logo após, a mãe de Kṛṣṇa, Devakī, e a mãe de Balarāma, Rohiṇī, ambas abraçaram mãe Yaśodā. Elas disseram: “Querida rainha Yaśodā-devī, você e Nanda Mahārāja têm sido grandes amigos nossos, e, quando nos lembramos de você, ficamos imediatamente submersas nos pensamentos de suas atividades amigáveis. Estamos tão endividadas com você que, até mesmo se fôssemos retribuir sua bênção, dando-lhe a opulência do rei do céu, não seria bastante para recompensar sua amizade. Nunca nos esqueceremos de seu comportamento bondoso para conosco. Quando Kṛṣṇa e Balarāma nasceram, antes mesmo que Eles vissem Seu pai e Sua mãe verdadeiros, Eles foram confiados a seu cuidado e você Os criou como seus próprios filhos e Os nutriu como os pássaros cuidam de sua prole no ninho. Você Os alimentou bem, nutriu-Os e Os amou e executou muitas cerimônias religiosas auspiciosas para o benefício dEles”.

Puis, la mère de Kṛṣṇa, Devakī, et celle de Balarāma, Rohiṇī, étreignirent toutes deux Mère Yaśodā. Elles dirent : « Chère reine Yaśodā-devī, toi et Nanda Mahārāja avez été de merveilleux amis pour nous ; chaque fois que votre souvenir nous revient, nous nous trouvons envahies par la pensée de vos gestes d’amitié. Notre dette envers vous est si considérable que même si nous vous offrions l’opulence dont jouit le monarque des planètes édéniques, cela ne suffirait point à compenser votre bienveillance à notre égard. Jamais nous n’oublierons ce que vous avez fait pour nous. Lorsque naquirent Kṛṣṇa et Balarāma, avant même qu’Ils aient vu Leur véritable père et mère, Ils vous furent confiés, et vous Les avez élevés comme vos propres enfants, Les protégeant comme des oiseaux leur géniture dans le nid. Vous Les avez si bien nourris et aimés ! Vous avez pour Eux accompli tant de cérémonies propitiatoires !

“De fato, Eles não são nossos filhos; Eles pertencem a você. Nanda Mahārāja e você são os verdadeiros pais de Kṛṣṇa e Balarāma. Enquanto Eles estavam sob seu cuidado, Eles não sentiram nem mesmo a mínima dificuldade em relação a alguma coisa. Sob sua proteção, Eles estavam completamente fora de todos os tipos de medo. Esse cuidado afetuoso que você dispensou a Eles é inteiramente apropriado à sua elevada posição. As personalidades mais nobres não discriminam entre os próprios filhos e os filhos dos outros, e não pode haver personalidades mais nobres do que Nanda Mahārāja e você”.

« En vérité, Ils ne sont pas nos fils ; Ils vous appartiennent. Nanda Mahārāja et toi-même êtes les vrais père et mère de Kṛṣṇa et Balarāma. Aussi longtemps qu’Ils furent sous vos soins, Ils ne rencontrèrent pas la moindre difficulté. Sous votre protection, Ils furent tout à fait protégés contre toute crainte. Ces soins chargés d’affection que vous Leur avez prodigués sont parfaitement dignes de votre vénérable position. Les plus nobles d’entre les hommes ne font point de discrimination entre leurs propres fils et ceux d’autrui, et il ne peut exister plus nobles personnages que Nanda Mahārāja et toi-même. »

Quanto às gopīs de Vṛndāvana, elas não conheciam nada além de Kṛṣṇa desde o começo das suas vidas. Kṛṣṇa e Balarāma eram sua vida e alma. As gopīs eram tão apegadas a Kṛṣṇa que elas não podiam nem mesmo tolerar não O ver momentaneamente quando suas pálpebras piscavam e impediam sua visão. Elas condenavam Brahmā, o criador do corpo, por tolamente ter feito as pálpebras que piscam e impedem-nas de ver Kṛṣṇa. Porque tinham estado separadas de Kṛṣṇa por tantos anos, as gopīs, tendo vindo com Nanda Mahārāja e mãe Yaśodā, sentiram intenso êxtase ao ver Kṛṣṇa. Ninguém pode nem mesmo imaginar quão ansiosas as gopīs estavam em ver Kṛṣṇa novamente. Tão logo Kṛṣṇa ficou visível, elas O levaram para dentro dos seus corações através dos olhos e O abraçaram para sua plena satisfação. Embora só estivessem abraçando Kṛṣṇa mentalmente, elas ficaram tão extáticas e tomadas de alegria que, naquele momento, esqueceram-se completamente de si. O transe extático que elas alcançaram simplesmente abraçando Kṛṣṇa mentalmente é impossível de ser alcançado até mesmo pelos grandes yogīs constantemente ocupados em meditação na Suprema Personalidade de Deus. Kṛṣṇa pôde entender que as gopīs estavam extasiadas abraçando-O em suas mentes, e, como está presente no coração de todos, Ele reciprocou o abraço internamente.

Quant aux gopīs de Vṛndāvana, depuis le tout début de leur existence, elles n’avaient rien connu d’autre que Kṛṣṇa. Kṛṣṇa et Balarāma étaient leur âme, leur vie même. Les gopīs nourrissaient à l’endroit de Kṛṣṇa un attachement tel qu’elles ne pouvaient pas même tolérer de ne plus Le voir pour un instant, ou le temps d’un simple clignement d’yeux. Elles condamnèrent d’ailleurs Brahmā, le créateur du corps, pour avoir si sottement créé des paupières qui battent, et les empêchaient ainsi de voir Kṛṣṇa. Séparées d’avec Kṛṣṇa depuis tant d’années, les gopīs, venues avec Nanda Mahārāja et Mère Yaśodā, ressentirent une extase profonde à la vue du Seigneur. Nul ne peut même imaginer l’impatience des gopīs à revoir Kṛṣṇa. Dès qu’elles L’aperçurent, elles L’amenèrent à travers leurs yeux jusqu’au plus profond de leur cœur, et là L’étreignirent jusqu’à leur pleine satisfaction. Même si elles ne L’étreignaient que mentalement, elles furent prises d’une extase si intense, et d’une joie si pénétrante, qu’elles s’oublièrent alors complètement. L’extatique samādhi qu’elles atteignirent par la simple étreinte mentale de Śrī Kṛṣṇa , même les grands yogīs, constamment engagés à méditer sur Dieu, la Personne Suprême, ne le peuvent connaître. Kṛṣṇa pouvait comprendre que les gopīs étaient envahies d’extase en L’étreignant par la pensée, et puisqu’Il est présent dans le cœur de chacun, Il répondit à leur étreinte de l’intérieur même de leurs cœurs.

Kṛṣṇa estava sentado com mãe Yaśodā e Suas outras mães, Devakī e Rohinī, mas, quando as mães começaram a conversar, Ele aproveitou a oportunidade e foi para um lugar retirado para encontrar as gopīs. O Senhor sorriu assim que Se aproximou das gopīs e, depois de abraçá-las e inquirir sobre o seu bem-estar, Ele começou a encorajá-las e disse: “Minhas queridas amigas, vocês sabem que o Senhor Balarāma e Eu deixamos Vṛndāvana apenas para agradar Nossos parentes e familiares. Portanto, estivemos por muito tempo comprometidos em lutar contra Nossos inimigos e fomos obrigados a esquecê-las, vocês que estavam tão apegadas a Mim com amor e afeição. Eu posso entender que lhes fui ingrato, mas sei que vocês ainda são fiéis a Mim. Posso perguntar se vocês têm pensado em Nós, embora tenhamos de tê-las deixado para trás? Minhas queridas gopīs, vocês agora não apreciam mais recordações sobre Mim, considerando-Me ingrato a vocês? Vocês consideraram muito grave Meu mau comportamento com vocês?”

Kṛṣṇa était assis avec Mère Yaśodā et Ses autres mères, Devakī et Rohiṇī ; mais alors que les mères se trouvaient occupées à parler entre elles, Il saisit l’opportunité du moment pour Se rendre en un lieu solitaire et y rencontrer les gopīs. S’approchant d’elles, le Seigneur leur sourit aussitôt, et après les avoir étreintes et S’être enquis de leur bien-être, Il entreprit de les encourager par ces mots : « Mes chères amies, vous savez que Balarāma et Moi avons quitté Vṛndāvana à seule fin de plaire à Nos proches et aux membres de Notre famille. Ainsi avons-Nous pendant longtemps été occupés à combattre Nos ennemis, si bien que nous avons dû vous oublier, vous qui étiez à Moi tant attachées par les liens de l’amour et de l’affection. Je peux comprendre que par ce geste, Je Me suis montré bien peu reconnaissant envers vous ; mais Je vous sais tout de même fidèles à Moi. Puis-Je vous demander si en dépit du fait que Nous ayons eu à vous quitter, vous avez tout de même pensé à Nous ? Mes chères gopīs, est-ce qu’il vous déplaît à présent de vous souvenir de Moi ? Me tenez-vous pour un ingrat ? Prenez-vous très au sérieux Ma mauvaise conduite avec vous ?

“Afinal, vocês devem saber que não foi Minha intenção deixá-las; nossa separação foi disposta pela Providência, que, em última instância, é a controladora suprema e age como quer. Ela causa o encontro de diferentes pessoas e, em seguida, as dispersa como Ela deseja. Às vezes, vemos que um vento forte funde algumas nuvens, partículas atômicas de poeira ou pedaços desfiados de algodão, e, depois que o vento forte desaparece, todas as nuvens, partículas de pó e pedaços de algodão são novamente separados, espalhando-se por diversos lugares. De igual modo, o Senhor Supremo é o criador de tudo. Os objetos que vemos são diferentes manifestações da energia dEle. Por Sua vontade suprema, estamos ora unidos, ora separados. Podemos concluir, então, que, em última instância, somos absolutamente dependentes da vontade dEle”.

« Après tout, vous devriez savoir qu’il n’était pas dans Mon intention de vous quitter ; notre séparation fut ordonnée par la Providence, qui en fait a la main haute sur tout, et agit comme elle l’entend. Cette même Providence cause la rencontre de différentes personnes, pour ensuite les disperser à son gré. Nous observons parfois qu’en présence de nuages et d’un vent violent, des fragments de coton et d’infimes particules de poussière se mélangent entre eux ; mais lorsque s’apaise le vent, ils se séparent à nouveau, dispersés dans toutes les directions. De même, le Seigneur Suprême est le Créateur de toutes choses, et les divers objets que nous connaissons représentent autant de manifestations de Son énergie. C’est par Sa volonté suprême que nous nous trouvons tantôt réunis, tantôt séparés. Nous pouvons donc conclure qu’en dernière analyse, nous dépendons absolument de Sa volonté.

“Afortunadamente, vocês desenvolveram afeição amorosa por Mim, que é o único modo de alcançar a posição transcendental de associação coMigo. Qualquer entidade viva que desenvolva tal afeição devocional pura por Mim, certamente, ao final, voltará ao lar, voltará ao Supremo. Em outras palavras, serviço devocional imaculado e afeto por Mim são a causa da libertação suprema”.

« Par fortune, vous avez pour Moi développé amour et affection, seul moyen par quoi accéder au niveau spirituel où il est possible de vivre en Ma compagnie. Tout être vivant qui acquiert pour Ma Personne une telle affection dévotionnelle, pure et totale, retourne certes, à la fin de cette existence, en sa demeure originelle, dans le Royaume de Dieu. En d’autres mots, l’affection et le service de dévotion pur que l’on M’offre entraînent la libération suprême.

“Minhas queridas amigas gopīs, devo dizer-lhes que são apenas Minhas energias que agem em todos os lugares. Por exemplo, considerem uma panela de barro, que nada mais é do que uma combinação de terra, água, ar, fogo e céu. É sempre a mesma composição física, quer em seu começo, durante sua existência ou depois de sua aniquilação. Quando é criada, a panela de barro é feita de terra, água, fogo, ar e céu; enquanto permanece, é da mesma composição, e, quando é quebrada e aniquilada, seus diversos ingredientes são conservados em diferentes partes da energia material. De modo semelhante, na criação desta manifestação cósmica, durante sua manutenção e após sua dissolução, tudo não passa de uma diferente manifestação de Minha energia. E porque a energia não está separada de Mim, deve-se concluir que Eu estou existindo em tudo”.

« Mes chères amies gopīs, apprenez de Mes lèvres que ce sont Mes énergies seules qui agissent partout. Prenez un pot de terre : vous n’avez rien d’autre qu’un assemblage de terre, d’eau, de feu, d’air et d’éther. Et que le pot soit neuf, ancien ou cassé, les mêmes éléments le composent toujours. Lorsqu’il est créé, le pot n’est qu’une combinaison de terre, d’eau, de feu, d’air et d’éther ; durant toute son existence, ses composants restent les mêmes, et lorsqu’il sera enfin détruit, annihilé, ses ingrédients seront conservés en divers secteurs de l’énergie matérielle. Selon le même ordre d’idée, lors de la création de ce cosmos, tout le temps que dure sa manifestation, ainsi qu’après sa destruction, c’est Mon énergie, toujours la même, qui revêt différents aspects. Et parce que Mon énergie n’est point séparée de Ma Personne, il faut en conclure que J’existe en toutes choses.

“Da mesma maneira, o corpo de um ser vivo não é nada mais do que uma composição dos cinco elementos, e a entidade viva corporificada na condição material é também Minha parte integrante. A entidade viva encontra-se encarcerada na condição material por causa da sua falsa concepção de ser o desfrutador supremo. Esse falso ego da entidade viva é a causa de seu encarceramento na existência material. Como a Suprema Verdade Absoluta, Eu sou transcendental à entidade viva, bem como à sua corporificação material. As duas energias, material e espiritual, agem sob Meu controle supremo. Minhas queridas gopīs, peço a vocês que, em vez de ficarem aflitas, tentem aceitar tudo com uma atitude filosófica. Então, vocês compreenderão que estão sempre coMigo e que não há nenhuma causa para lamentação por nossa separação um do outro”.

« Pareillement, le corps d’un être vivant n’est rien d’autre qu’un assemblage des cinq éléments grossiers, et l’être incarné dans cette condition matérielle représente lui-même un fragment de Ma Personne. Si l’âme se trouve ainsi emprisonnée, c’est parce qu’elle nourrit une conception erronée de son identité, et se prend pour le bénéficiaire suprême. C’est ce faux ego chez l’être vivant qui l’oblige à connaître l’incarcération au sein de l’existence matérielle. En tant que la Vérité Suprême et Absolue, Je Me situe personnellement au-delà de l’être vivant, ainsi que de son enveloppe matérielle. Les deux énergies, matérielle et spirituelle, agissent sous Mon autorité souveraine. Mes chères gopīs Je vous demande de ne point tant vous affliger, et d’essayer de voir toute chose avec philosophie. Vous comprendrez dès lors que vous êtes toujours avec Moi, et qu’il n’est donc nulle cause de lamentation dans la séparation de nos corps. »

Essa importante instrução do Senhor Kṛṣṇa às gopīs pode ser utilizada por todos os devotos dedicados à consciência de Kṛṣṇa. Toda a filosofia é considerada com base na inconcebível igualdade e diferença simultâneas. No Bhagavad-gītā, o Senhor diz que Ele está presente em toda parte em Seu aspecto impessoal. Tudo existe nEle, mas, ainda assim, Ele não está pessoalmente presente em todos os lugares. A manifestação cósmica não é nada mais do que uma exibição da energia de Kṛṣṇa, e, porque a energia não é diferente do energético, nada é diferente de Kṛṣṇa. Quando essa consciência absoluta, a consciência de Kṛṣṇa, está ausente, ficamos separados de Kṛṣṇa, mas, felizmente, se a consciência de Kṛṣṇa está presente, não estamos separados de Kṛṣṇa. O processo de serviço devocional é a revitalização da consciência de Kṛṣṇa, e, se o devoto é afortunado o bastante para entender que a energia material não está separada de Kṛṣṇa, ele pode, então, utilizar a energia material e seus produtos no serviço ao Senhor. Não obstante, na ausência da consciência de Kṛṣṇa, a entidade viva esquecida, embora seja parte integrante de Kṛṣṇa, falsamente se coloca na posição de desfrutador do mundo material e, ficando assim enredada na prisão material, é forçada pela energia material a continuar sua existência material. Isso é confirmado no Bhagavad-gītā. Embora uma entidade viva seja forçada a agir pela energia material, ela pensa falsamente que é o todo de tudo e o desfrutador supremo.

Cet important enseignement de Kṛṣṇa aux gopīs peut être mis à profit par tous les bhaktas engagés dans la Conscience de Kṛṣṇa. Cette philosophie repose tout entière sur l’inconcevable et simultanée différence et non-différence qui existe entre Kṛṣṇa et tout ce qui est. Le Seigneur enseigne dans la Bhagavad-gītā qu’Il pénètre toute chose à travers Son aspect impersonnel. Tout existe en Lui, mais Il ne Se trouve pas personnellement partout. Le cosmos entier n’est qu’une manifestation de l’énergie de Kṛṣṇa, et comme l’énergie ne diffère pas de sa source, rien en vérité n’est séparé de Kṛṣṇa. Lorsque est absente cette conscience absolue, la conscience de Kṛṣṇa, nous nous trouvons dissociés de Kṛṣṇa ; mais dès que par bonheur cette conscience de Kṛṣṇa est présente, nous ne sommes plus isolés du Seigneur. Or, la pratique du service de dévotion sert à raviver notre conscience de Kṛṣṇa, et lorsque le bhakta a suffisamment de fortune pour comprendre que l’énergie matérielle n’est aucunement séparée de Kṛṣṇa, il devient à même d’utiliser cette énergie et ses produits au service du Seigneur. À l’opposé cependant, soit en l’absence de la conscience de Kṛṣṇa, l’âme oublieuse de ce qu’elle représente un infime fragment du Seigneur, se place artificiellement dans la position de bénéficiaire des plaisirs de ce monde ; et ainsi lancée dans le labyrinthe matériel, elle se voit contrainte par l’énergie illusoire de poursuivre son existence conditionnée. Ce que confirme la Bhagavad-gītā : c’est l’énergie matérielle qui pousse à l’action l’être vivant, mais il ne s’en croit pas moins, et bien à tort, le tout de ce qui est et le bénéficiaire suprême.

Se o devoto sabe perfeitamente que a arcā-vigraha, ou a forma da Deidade do Senhor Kṛṣṇa no templo, é exatamente a mesma sac-cid-ānanda-vigraha do próprio Kṛṣṇa, então o serviço que ele presta à Deidade no templo se torna serviço direto à Suprema Personalidade de Deus. De igual modo, o templo propriamente dito, a parafernália do templo e a comida oferecida à Deidade também não são distintos de Kṛṣṇa. A pessoa deve seguir as regras e regulações prescritas pelos ācāryas, e, assim, sob direção superior, a realização de Kṛṣṇa é completamente possível, até mesmo nesta existência material.

Si le bhakta réalise parfaitement que l’arcā-vigraha, la Forme de la mūrti dans le temple, n’est en rien différente de la Forme même de Kṛṣṇa, de Sa sac-cid-ānanda-vigraha, son service à la mūrti devient un service direct à Dieu, la Personne Suprême. De même, le temple en soi, ses accessoires et la nourriture offerte à la mūrti ne peuvent être séparés de Śrī Kṛṣṇa. Il suffit d’observer les principes régulateurs prescrits par les ācāryas pour être en mesure d’accéder, sous la direction d’autorités en la matière, à la réalisation de Kṛṣṇa, et ce, en cette vie même.

As gopīs, tendo sido instruídas por Kṛṣṇa nessa filosofia de igualdade e diferença simultâneas, permaneceram sempre em consciência de Kṛṣṇa e, portanto, libertaram-se de toda a contaminação material. A consciência da entidade viva que falsamente se apresenta como o desfrutador do mundo material é chamada jīva-kośa, que significa “encarceramento pelo falso ego”. Não só as gopīs, mas qualquer um que siga estas instruções de Kṛṣṇa, é imediatamente liberto do encarceramento de jīva-kośa. Uma pessoa em plena consciência de Kṛṣṇa é sempre livre de falso egoísmo; ela utiliza tudo para o serviço de Kṛṣṇa e não se encontra, em momento algum, separada de Kṛṣṇa.

Les gopīs, instruites par le Seigneur de cette philosophie de l’unité dans la diversité, s’établirent à jamais dans la conscience de Kṛṣṇa, et se virent ainsi affranchies de toute souillure matérielle. Au contraire, la conscience de celui qui se prétend le bénéficiaire légitime de l’Univers matériel a nom jīva-kośa, ce qui signifie littéralement « l’emprisonnement par le faux ego ». Or, non seulement les gopīs, mais quiconque adhère à ces instructions de Kṛṣṇa se voit aussitôt libéré de cette condition, de ce jīva-kośa. L’être pleinement absorbé dans la conscience de Kṛṣṇa se trouve à jamais libre du faux ego ; il fait usage de tout au service de Kṛṣṇa, et à aucun moment ne se trouve séparé du Seigneur.

Por conseguinte, as gopīs oraram a Kṛṣṇa: “Querido Kṛṣṇa, de Seu umbigo emanou a flor de lótus original, que é o local de nascimento de Brahmā, o criador. Ninguém pode avaliar Suas glórias ou Sua opulência, que permanecem sempre um mistério até mesmo aos mais grandiosos pensadores, os mestres de todos os poderes ióguicos. Porém, a alma condicionada caída no poço escuro desta existência material pode muito facilmente abrigar-se aos Seus pés de lótus. Assim, sua libertação está garantida”.

Par suite, les gopīs adressèrent ces prières à Kṛṣṇa  : « Cher Kṛṣṇa, de Ton nombril émana la fleur de lotus originelle, sur laquelle naquit Brahmā, le créateur. Nul ne peut estimer Tes gloires et Ton opulence, et celles-ci demeurent donc à jamais un mystère même pour les plus hauts penseurs, maîtres de tous pouvoirs yogiques. L’âme conditionnée, tombée au fond du puits sombre de l’existence matérielle, peut néanmoins, et sans difficulté, prendre refuge à Tes pieds pareils-au-lotus, assurant ainsi sa libération. Ô Kṛṣṇa, nous sommes toujours préoccupées par nos responsabilités familiales. Aussi T’implorons-nous de rester en nos cœurs tel un soleil levant. Voilà qui sera pour nous Ta plus grande bénédiction. »

As gopīs continuaram: “Querido Kṛṣṇa, estamos sempre ocupadas em nossos afazeres familiares. Portanto, pedimos que Você permaneça dentro de nossos corações como o Sol nascente. Essa será Sua maior bênção”. As gopīs são sempre almas libertas porque elas estão completamente em consciência de Kṛṣṇa. Elas simplesmente fingiam estar emaranhadas em afazeres domésticos em Vṛndāvana. Por causa da separação de Kṛṣṇa, elas poderiam ter pedido para voltar com Ele à Sua capital, Dvārakā, mas as gopīs, por serem habitantes de Vṛndāvana, não estavam interessadas na ideia de ir com Kṛṣṇa para Dvārakā. Elas queriam permanecer ocupadas em Vṛndāvana e, assim, sentir a presença de Kṛṣṇa a todo momento em suas vidas. Elas imediatamente convidaram Kṛṣṇa a voltar para Vṛndāvana. Essa existência emocional transcendental das gopīs é o princípio básico do ensinamento do Senhor Caitanya. O festival de Ratha-yātrā observado pelo Senhor Caitanya é o processo emocional de levar Kṛṣṇa de volta para Vṛndāvana. Śrīmatī Rādhārāṇī recusou-Se a ir com Kṛṣṇa para Dvārakā para desfrutar da Sua companhia na atmosfera de opulência real porque Ela queria desfrutar a companhia dEle na atmosfera da Vṛndāvana original. O Senhor Kṛṣṇa, sendo profundamente apegado às gopīs, nunca Se afasta de Vṛndāvana, e as gopīs e os outros residentes de Vṛndāvana, por essa razão, permanecem sempre completamente satisfeitos em consciência de Kṛṣṇa.

Les gopīs sont à jamais des âmes libérées, car elles ont pleine conscience de Kṛṣṇa. Elles prétendaient seulement se trouver empêtrées dans les affaires du foyer à Vṛndāvana. Malgré leur longue séparation d’avec Lui, les habitants de Vṛndāvana, et parmi eux les gopīs, n’avaient nul désir d’aller vivre avec Kṛṣṇa dans Sa capitale, Dvārakā. Elles désiraient continuer à s’affairer à Vṛndāvana pour ainsi sentir la présence du Seigneur à chaque pas de leur existence, et elles invitèrent aussitôt Kṛṣṇa à revenir dans Son village. Ces émotions spirituelles qui marquaient l’existence des gopīs forment précisément la base de l’enseignement de Śrī Caitanya. Le festival du ratha-yātrā célébré par Śrī Caitanya correspond d’ailleurs à l’expression des émotions sublimes qui permettent de ramener Kṛṣṇa à Vṛndāvana. Śrīmatī Rādhārāṇī, refusa d’aller avec Kṛṣṇa à Dvārakā et d’y jouir de Sa compagnie dans une atmosphère d’opulence royale. Elle désirait goûter Sa présence dans l’atmosphère originelle de Vṛndāvana. Mais en vérité, Śrī Kṛṣṇa, profondément attaché aux gopīs, ne quitte jamais Vṛndāvana, de sorte que les gopīs et les autres habitants du village demeurent à jamais satisfaits dans la conscience de Kṛṣṇa.

Neste ponto, encerram-se os significados Bhaktivedanta do capítulo oitenta e dois de Kṛṣṇa, intitulado “O Senhor Kṛṣṇa e Balarāma Se Encontram com os Habitantes de Vṛndāvana”.

Ainsi s’achèvent les enseignements de Bhaktivedanta pour le quatre-vingt-deuxième chapitre du Livre de Kṛṣṇa, intitulé: « Kṛṣṇa et Balarāma rencontrent les habitants de Vṛndāvana ».