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ŚB 2.2.2

Texto

śābdasya hi brahmaṇa eṣa panthā
yan nāmabhir dhyāyati dhīr apārthaiḥ
paribhramaṁs tatra na vindate ’rthān
māyāmaye vāsanayā śayānaḥ

Sinônimos

śābdasya — do som védico; hi — com certeza; brahmaṇaḥ — dos Vedas; eṣaḥ — esses; panthāḥ — o caminho; yat — o que é; nāmabhiḥ — pelos diferentes nomes; dhyāyati — pondera; dhīḥ — inteligência; apārthaiḥ — pelas ideias sem sentido; paribhraman — vagando; tatra — lá; na — nunca; vindate — desfruta; arthān — realidades; māyā-maye — nas coisas ilusórias; vāsanayā — por diferentes desejos; śayānaḥ — como se estivessem sonhando enquanto dormiam.

Tradução

A forma como os sons védicos são apresentados traz tanta confusão que deixa a inteligência das pessoas dirigir-se para coisas sem sentido, tais como os reinos celestiais. As almas condicionadas vivem sonhando com esses prazeres celestiais ilusórios, mas, na verdade, não saboreiam nesses lugares nenhuma felicidade tangível.

Comentário

SIGNIFICADO—A alma condicionada sempre está ocupada em traçar planos para alcançar a felicidade dentro do mundo material, mesmo que seja preciso ir até os limites do universo. Ela nunca se satisfaz com as condições oferecidas por este planeta Terra, onde explora ao máximo os recursos da natureza. Ela quer ir à Lua ou ao planeta Vênus para explorar os recursos lá existentes. Na Bhagavad-gītā (8.16), porém, o Senhor nos adverte que é inútil tentar viver em algum planeta dentro deste universo, bem como naqueles planetas dentro de outros sistemas. Existem inúmeros universos e também inúmeros planetas em cada um deles. Todavia, nenhum deles é imune aos principais sofrimentos da existência material, a saber, as dores do nascimento, as dores da morte, as dores da velhice e as dores da doença. O Senhor diz que até mesmo o planeta mais elevado, conhecido como Brahmaloka, ou Satyaloka (e isso sem precisar mencionar outros planetas, tais como os planetas celestiais), não é uma região feliz onde se possa fixar residência, pois nele existem as dores materiais, como se mencionou acima. As almas condicionadas estão sob as estritas leis das atividades fruitivas, e, nesse caso, às vezes elas sobem a Brahmaloka e voltam a descer a Pātālaloka, como se fossem crianças pouco inteligentes brincando em um carrossel. A verdadeira felicidade está no reino de Deus, onde ninguém precisa submeter-se às dores da existência material. Portanto, os processos védicos mediante os quais as entidades vivas executam determinadas atividades que lhes foram prescritas são desencaminhadoras. A pessoa pensa no modo de vida superior existente nesse ou naquele país, ou nesse ou naquele planeta, mas, em nenhuma parte do mundo material, pode ela satisfazer seu desejo de verdadeira vida, a saber, vida eterna, inteligência plena e bem-aventurança completa. Indiretamente, Śrīla Śukadeva Gosvāmī afirma que Mahārāja Parīkṣit, na última etapa da vida, não deveria desejar transferir-se aos planetas ditos celestiais, mas deveria preparar-se para voltar ao lar, voltar ao Supremo. Nenhum dos planetas materiais, nem as condições neles existentes que propiciam uma vida confortável, são eternos; portanto, todos devem ter verdadeira relutância em aceitar a felicidade temporária que eles oferecem.