Skip to main content

Śrī caitanya-caritāmṛta Ādi-līlā 10.91

Texto

mahāprabhura priya bhṛtya — raghunātha-dāsa
sarva tyaji’ kaila prabhura pada-tale vāsa

Sinônimos

mahāprabhura — do Senhor Caitanya Mahāprabhu; priya — muito querido; bhṛtya — servo; raghunātha-dāsa — Raghunātha Dāsa Gosvāmī; sarva tyaji’ — renunciando a tudo; kaila — fez; prabhura — do Senhor; pada-tale — sob o abrigo dos pés de lótus; vāsa — habitação.

Tradução

Śrīla Raghunātha Dāsa Gosvāmī, o quadragésimo sexto galho da árvore, foi um dos servos mais queridos do Senhor Caitanya Mahāprabhu. Ele deixou todas as suas posses materiais para render-se inteiramente ao Senhor e viver a Seus pés de lótus.

Comentário

SIGNIFICADO— Śrīla Bhaktisiddhānta Sarasvatī Ṭhākura escreve em seu Anubhāṣya: “Śrīla Raghunātha Dāsa Gosvāmī nasceu mais provavelmente no ano de 1416 Śakābda (1494 d.C.) numa família kāyastha como filho de Govardhana Majumadāra, que era o irmão mais novo do então zamindar, Hiraṇya Majumadāra. A vila onde ele nasceu é conhecida como Śrī-kṛṣṇapura. Na linha férrea entre Calcutá e Burdwan, existe uma estação chamada Triśābaghā [agora conhecida como Ādi-saptagrāma], e, a cerca de dois quilômetros de distância, está a vila de Śrī-kṛṣṇapura, onde ficava o lar paterno de Śrī Raghunātha Dāsa Gosvāmī. Ali, ainda existe um templo de Śrī Śrī Rādhā-Govinda. Em frente ao templo, há uma grande área aberta, mas nenhum salão amplo para reuniões. No entanto, um rico cavalheiro de Calcutá, chamado Haricaraṇa Ghoṣa, que residia no bairro Simlā, restaurou o templo recentemente. Toda a área do templo é rodeada por muros, e, numa pequena sala bem ao lado do templo, existe uma pequena plataforma, sobre a qual Raghunātha Dāsa Gosvāmī costumava adorar a Deidade. Ao lado do templo, está o antigo leito do rio Sarasvatī.”

Os antepassados de Śrīla Raghunātha Dāsa Gosvāmī eram todos vaiṣṇavas e homens muito ricos. O mestre espiritual da família era Yadunandana Ācārya. Embora Raghunātha Dāsa fosse um chefe de família, não tinha qualquer apego ao seu patrimônio e à esposa. Vendo sua tendência a abandonar o lar, seu pai e tio puseram guardas especiais para vigiá-lo, mas, de qualquer maneira, ele conseguiu escapar da vigilância deles e fugiu para Jagannātha Purī, ao encontro de Śrī Caitanya Mahāprabhu. Esse incidente ocorreu no ano de 1439 Śakābda (1517 d.C.). Raghunātha Dāsa Gosvāmī compilou três livros, chamados Stava-mālā (ou Stavāvalī), Dāna-carita e Muktā-carita. Ele teve uma vida longa. Viveu a maior parte de sua vida no Rādhā-kuṇḍa. O local onde Raghunātha Dāsa Gosvāmī executava seu serviço devocional ainda existe às margens do Rādhā-kuṇḍa. Ele abandonou quase completamente o comer, motivo pelo qual era muito magro e de saúde fraca. Sua única preocupação era cantar o santo nome do Senhor. Aos poucos, ele reduziu seu sono até praticamente não dormir mais. Afirma-se que seus olhos viviam cheios de lágrimas. Quando Śrīnivāsa Ācārya foi visitar Raghunātha Dāsa Gosvāmī, o Gosvāmī abençoou-o abraçando-o. Śrīnivāsa Ācārya pediu-lhe as bênçãos para pregar na Bengala, e Śrīla Raghunātha Dāsa Gosvāmī abençoou-o. No Gaura-gaṇoddeśa-dīpikā (186), afirma-se que Śrīla Raghunātha Dāsa Gosvāmī fora, outrora, a gopī chamada Rasa-mañjarī. Às vezes se diz que ele foi Rati-mañjarī.