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ŚB 9.18.22

Texto

yad idaṁ kūpa-magnāyā
bhavato darśanaṁ mama
na brāhmaṇo me bhavitā
hasta-grāho mahā-bhuja
kacasya bārhaspatyasya
śāpād yam aśapaṁ purā

Sinônimos

yat — devido a; idam — esta; kūpa-magnāyāḥ — queda no poço; bha­vataḥ — teu; darśanam — encontro; mama — comigo; na — não; brāhmaṇa — um brāhmaṇa qualificado; me — meu; bhavitā — ele se tornará; hasta-grāhaḥ — esposo; mahā-bhuja — ó pessoa de braços poderosíssimos; kacasya — de Kaca; bārhaspatyasya — o filho do brāhmaṇa erudito e sacerdote celestial Bṛhaspati; śāpāt — devido à maldição; yam — a quem; aśapam — amaldiçoei; purā — no passado.

Tradução

Por ter caído no poço, eu te encontrei. Na verdade, isso foi arranjo da providência. Depois que amaldiçoei Kaca, o filho do erudito e sábio Bṛhaspati, ele me amaldiçoou, dizendo que eu não teria um brāhmaṇa como esposo. Portanto, ó pessoa de braços poderosos, não há possibilidade de que eu me torne esposa de um brāhmaṇa.

Comentário

SIGNIFICADO—Kaca, o filho do erudito sacerdote celestial Bṛhaspati, fora discí­pulo de Śukrācārya, com quem aprendeu a arte de reviver um homem que tenha morrido prematuramente. Esta arte, chamada mṛta-sañjīvanī, era especialmente usada durante a guerra. Quando havia uma guerra, os soldados na certa morriam prematuramente, mas, se o corpo do soldado estivesse intacto, ele poderia ser ressuscitado através dessa arte de mṛta-sañjīvanī, a qual era conhecida por Śukrācārya e muitos outros. Kaca, o filho de Bṛhaspati, tornou-se discípulo de Śukrācārya e aprendeu a mesma. Devayānī desejou ter Kaca como seu esposo, mas Kaca, por respeito a Śukrācārya, via a filha do guru como alguém respeitá­vel que lhe era superior e, portanto, recusou o enlace com ela. Irada, Devayānī amaldiçoou Kaca, dizendo que, embora ele tivesse apren­dido com o seu pai a arte de mṛta-sañjīvanī, ela não surtiria efeito. Ao receber essa maldição, Kaca revidou, amaldiçoando Devayānī a jamais ter um esposo brāhmaṇa. Como gostou de Yayāti, que era um kṣatriya, Devayānī pediu-lhe que a aceitasse como sua legítima esposa. Embora isso fosse pratiloma-vivāha, o casamento de uma filha de família superior com o filho de uma família inferior, ela ex­plicou que esse arranjo fora feito pela providência.