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VERSO 39

Text 39

Texto

Text

sura-dviṣāṁ śriyaṁ guptām
auśanasyāpi vidyayā
ācchidyādān mahendrāya
vaiṣṇavyā vidyayā vibhuḥ
sura-dviṣāṁ śriyaṁ guptām
auśanasyāpi vidyayā
ācchidyādān mahendrāya
vaiṣṇavyā vidyayā vibhuḥ

Sinônimos

Synonyms

sura-dviṣām — dos inimigos dos semideuses; śriyam — a opulência; guptām — protegida; auśanasya — de Śukrācārya; api — embora; vi­dyayā — pelos talentos; ācchidya — convocando; adāt — entregou; mahā-indrāya — ao rei Indra; vaiṣṇavyā — do Senhor Viṣṇu; vidyayā — mediante uma oração; vibhuḥ — o poderosíssimo Viśvarūpa.

sura-dviṣām — of the enemies of the demigods; śriyam — the opulence; guptām — protected; auśanasya — of Śukrācārya; api — although; vidyayā — by the talents; ācchidya — collecting; adāt — delivered; mahā-indrāya — unto King Indra; vaiṣṇavyā — of Lord Viṣṇu; vidyayā — by a prayer; vibhuḥ — the most powerful Viśvarūpa.

Tradução

Translation

A opulência dos demônios, geralmente conhecidos como os inimigos dos semideuses, estava protegida pelos talentos e táticas de Śukrācārya, mas Viśvarūpa, sendo muito poderoso, compôs uma oração protetora conhecida como Nārāyaṇa-kavaca. Através desse mantra inteligente, ele tirou a opulência dos demônios e a entregou a Mahendra, o rei dos céus.

The opulence of the demons, who are generally known as the enemies of the demigods, was protected by the talents and tactics of Śukrācārya, but Viśvarūpa, who was most powerful, composed a protective prayer known as the Nārāyaṇa-kavaca. By this intelligent mantra, he took away the opulence of the demons and gave it to Mahendra, the King of heaven.

Comentário

Purport

SIGNIFICADO—A distinção entre semideuses (devas) e demônios (asuras) é que todos os semideuses são devotos do Senhor Viṣṇu, ao passo que os demônios são devotos dos semideuses, tais como o senhor Śiva, a deusa Kālī e a deusa Durgā. Às vezes, os demônios também são devotos do senhor Brahmā. Por exemplo, Hiraṇyakaśipu era devoto do senhor Brahmā, Rāvaṇa era devoto do senhor Śiva, e Mahiṣā­sura era devoto da deusa Durgā. Os semideuses são devotos do Senhor Viṣṇu (viṣṇu-bhaktaḥ smṛto daiva), ao passo que os demô­nios (āsuras tad-viparyayaḥ) sempre se opõem aos viṣṇu-bhaktas, ou vaiṣṇavas. Para fazerem frente aos vaiṣṇavas, os demônios se tornam­ devotos do senhor Śiva, do senhor Brahmā, de Kālī, Durgā e assim por diante. Em tempos idos, há muitos e muitos anos, havia animosidade entre os devas e asuras, e o mesmo espírito perdura, pois os devotos do senhor Śiva e da deusa Durgā sempre invejam os vaiṣṇavas, os devotos do Senhor Viṣṇu. Essa discórdia entre os devotos do senhor Śiva e do Senhor Viṣṇu sempre existiu. Nos sis­temas planetários superiores, as lutas entre os demônios e os semi­deuses se dão desde muito e muito tempo.

The distinction between the demigods (devas) and demons (asuras) is that the demigods are all devotees of Lord Viṣṇu whereas the demons are devotees of demigods like Lord Śiva, Goddess Kālī and Goddess Durgā. Sometimes the demons are also devotees of Lord Brahmā. For example, Hiraṇyakaśipu was a devotee of Lord Brahmā, Rāvaṇa was a devotee of Lord Śiva, and Mahiṣāsura was a devotee of Goddess Durgā. The demigods are devotees of Lord Viṣṇu (viṣṇu-bhaktaḥ smṛto daiva), whereas the demons (āsuras tad-viparyayaḥ) are always against the viṣṇu-bhaktas, or Vaiṣṇavas. To oppose the Vaiṣṇavas, the demons become devotees of Lord Śiva, Lord Brahmā, Kālī, Durgā, and so on. In the days of yore, many long years ago, there was animosity between the devas and the asuras, and the same spirit still continues, for the devotees of Lord Śiva and Goddess Durgā are always envious of Vaiṣṇavas, who are devotees of Lord Viṣṇu. This strain between the devotees of Lord Śiva and Lord Viṣṇu has always existed. In the higher planetary systems, fights between the demons and the demigods continue for a long, long time.

Nesta passagem, vemos que Viśvarūpa fez para os semideuses uma cobertura protetora, impregnada de um mantra de Viṣṇu. Às vezes, o mantra de Viṣṇu é chamado Viṣṇu-jvara, e o mantra de Śiva é chamado Śiva-jvara. Consta nos śāstras que, às vezes, empregam-se o Śiva-­jvara e o Viṣṇu-jvara em lutas entre os demônios e os semideuses.

Herein we see that Viśvarūpa made for the demigods a protective covering, saturated with a Viṣṇu mantra. Sometimes the Viṣṇu mantra is called Viṣṇu-jvara, and the Śiva mantra is called Śiva-jvara. We find in the śāstras that sometimes the Śiva-jvara and Viṣṇu-jvara are employed in the fights between the demons and the demigods.

A palavra sura-dviṣām, que neste verso significa “dos inimigos dos semideuses”, refere-se também aos ateus. Em outra passagem, o Śrīmad-Bhāgavatam diz que o Senhor Buddha apareceu com o propósito de confundir os demônios ou os ateístas. A Suprema Personalidade de Deus concede sempre Suas bênçãos aos devotos. O próprio Senhor confirma isso na Bhagavad-gītā (9.31):

The word sura-dviṣām, which in this verse means “of the enemies of the demigods,” also refers to the atheists. Śrīmad-Bhāgavatam elsewhere says that Lord Buddha appeared for the purpose of bewildering the demons or atheists. The Supreme Personality of Godhead always awards His benediction to devotees. The Lord Himself confirms this in Bhagavad-gītā (9.31):

kaunteya pratijānīhi
na me bhaktaḥ praṇaśyati
kaunteya pratijānīhi
na me bhaktaḥ praṇaśyati

“Ó filho de Kuntī, declara ousadamente que Meu devoto jamais perece.”

“O son of Kuntī, declare it boldly that My devotee never perishes.”