Skip to main content

Text 62

VERSO 62

Devanagari

Devanagari

निशाम्य वैष्णवं धाम पार्थ: परमविस्मित: ।
यत्किञ्चित् पौरुषं पुंसां मेने कृष्णानुकम्पितम् ॥ ६२ ॥

Text

Texto

niśāmya vaiṣṇavaṁ dhāma
pārthaḥ parama-vismitaḥ
yat kiñcit pauruṣaṁ puṁsāṁ
mene kṛṣṇānukampitam
niśāmya vaiṣṇavaṁ dhāma
pārthaḥ parama-vismitaḥ
yat kiñcit pauruṣaṁ puṁsāṁ
mene kṛṣṇānukampitam

Synonyms

Sinônimos

niśāmya — havīng seen; vaiṣṇavam — of Lord Viṣṇu; dhāma — the abode; pārthaḥ — Arjuna; parama — supremely; vismitaḥ — astonished; yat kiñcit — whatever; pauruṣam — special power; puṁsām — belonging to living beings; mene — He concluded; kṛṣṇa — of Kṛṣṇa; anukampitam — the mercy shown.

niśāmya — tendo visto; vaiṣṇavam — do Senhor Viṣṇu; dhāma — a morada; pārthaḥ — Arjuna; parama — sumamente; vismitaḥ — espantado; yat kiñcit — qualquer; pauruṣam — poder especial; puṁsām — pertencente aos seres vivos; mene — concluiu; kṛṣṇa — de Kṛṣṇa; anu­kampitam — a misericórdia mostrada.

Translation

Tradução

Having seen the domain of Lord Viṣṇu, Arjuna was totally amazed. He concluded that whatever extraordinary power a person exhibits can only be a manifestation of Śrī Kṛṣṇa’s mercy.

Tendo visto o reino do Senhor Viṣṇu, Arjuna ficou totalmente espantado e concluiu que qualquer poder extraordinário exibido por alguém só pode ser uma manifestação da misericórdia de Śrī Kṛṣṇa.

Purport

Comentário

Śrīla Viśvanātha Cakravartī describes Arjuna’s amazement: He thought, “Just see! Even though I am a mere mortal, by Kṛṣṇa’s mercy I have seen the Supreme Godhead, the root cause of everything.” Then, after a moment, he thought again, “But why did Lord Viṣṇu say that he took away the brāhmaṇa’s children out of a desire to see Kṛṣṇa? Why would the Supreme Personality of Godhead hanker to see His own expansion? This might be the effect of some peculiar temporary circumstance, but since He said didṛkṣuṇā instead of didṛkṣatā — where the specific suffix ṣuṇā carries the sense of a permanent characteristic, not a temporary one — it has to be concluded that He has always been wanting to see Kṛṣṇa and myself. Even granted that this is so, why couldn’t He simply see Kṛṣṇa at Dvārakā? After all, Lord Mahā-Viṣṇu is the all-pervading creator of the universe, which He holds like an āmalaka fruit in His hand. Is it that He could not see Kṛṣṇa in Dvārakā because Kṛṣṇa does not allow anyone to see Him without His special sanction?

SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī descreve o espanto de Arjuna: Ele pensou: “Vede bem! Embora eu seja um mero mortal, pela misericór­dia de Kṛṣṇa eu vi a Divindade Suprema, a causa original de tudo.” Então, depois de um momento, ele pensou de novo: “Mas por que o Senhor Viṣṇu disse que tinha levado embora os filhos do brāhmaṇa devido ao desejo de ver Kṛṣṇa? Por que a Suprema Perso­nalidade de Deus desejaria ver Sua própria expansão? Isso poderia ser efeito de alguma circunstância temporária peculiar, mas já que Ele disse didṛkṣuṇā em vez de didṛkṣatā – onde o sufixo específico -ṣuṇā tem o sentido de uma característica permanente, e não de uma tem­porária – deve-se concluir que Ele sempre quis ver a Kṛṣṇa e a mim. Mesmo supondo que seja assim, por que Ele não poderia simplesmente ver Kṛṣṇa em Dvārakā? Afinal, o Senhor Mahā-Viṣṇu é o onipenetrante criador do universo, o que Ele segura na mão como uma fruta āmala­ka. Será que Ele não poderia ver Kṛṣṇa em Dvārakā porque Kṛṣṇa não permite que qualquer um O veja sem Sua sanção especial?”

“And why, also, would Lord Mahā-Viṣṇu, the compassionate master of all brāhmaṇas, have repeatedly tormented an elevated brāhmaṇa, year after year? He must have acted in this unusual way only because He could not give up His extreme eagerness to see Kṛṣṇa. All right, He may have acted improperly for that reason, but why couldn’t He have sent a servant to kidnap the brāhmaṇa’s sons? Why did He Himself have to come to Dvārakā? Was stealing them out of Lord Kṛṣṇa’s capital so difficult that no one but Viṣṇu Himself could hope to accomplish it? I can understand that He intended to cause so much distress to a brāhmaṇa of Lord Kṛṣṇa’s city that Kṛṣṇa would be unable to tolerate it; then He would grant Lord Viṣṇu His audience. Lord Viṣṇu inspired the distressed brāhmaṇa to pour out his complaints to Kṛṣṇa in person. Thus it is clear that Śrī Kṛṣṇa’s status of Godhood is superior to Lord Mahā-Viṣṇu’s.”

O pensamento de Arjuna prossegue: “Ainda, por que o Senhor Mahā-Viṣṇu, o compassivo senhor de todos os brāhmaṇas, teria atormentado repetidas vezes um elevado brāhmaṇa, ano após ano? Ele deve ter agido dessa maneira in­comum apenas porque não podia abandonar Sua extrema avidez por ver Kṛṣṇa. Muito bem, Ele pode ter agido de modo impróprio por essa razão, mas por que não poderia ter enviado um servo para raptar os filhos do brāhmaṇa? Por que Ele teve de vir pessoalmente a Dvārakā? Roubá-los da capital do Senhor Kṛṣṇa era tão difícil que ninguém senão o próprio Viṣṇu poderia realizar isso? Posso entender que Ele pretendia causar tanta aflição a um brāhmaṇa da cidade do Senhor Kṛṣṇa que Kṛṣṇa seria incapaz de tolerá-la, em decorrência do que Ele daria Sua audiência ao Senhor Viṣṇu. O Senhor Viṣṇu inspirou o brāhmaṇa aflito a se queixar para Kṛṣṇa em pessoa. Logo, fica claro que a posição de Divindade de Śrī Kṛṣṇa é superior à do Senhor Mahā-Viṣṇu.”

Having thought in this way, Arjuna was totally amazed. He asked Lord Kṛṣṇa whether these were actually the facts of the matter, and the Lord replied, as related in the Hari-vaṁśa:

Tendo pensado dessa maneira, Arjuna ficou totalmente atônito. Ele perguntou ao Senhor Kṛṣṇa se essa era de fato a realidade, e o Senhor respondeu como se narra no Hari-vaṁśa:

mad-darśanārthaṁ te bālā
hṛtās tena mahātmanā
viprārtham eṣyate kṛṣṇo
mat-samīpaṁ na cānyathā
mad-darśanārthaṁ te bālā
hṛtās tena mahātmanā
viprārtham eṣyate kṛṣṇo
mat-samīpaṁ na cānyathā

“It was to see Me that He, the Supreme Soul, stole the children. He believed, ‘Only on a brāhmaṇa’s behalf will Kṛṣṇa come to see Me, not otherwise.’”

“Foi para Me ver que Ele, a Alma Suprema, roubou as crianças. Ele pensou: ‘Só por causa de um brāhmaṇa Kṛṣṇa virá ver-Me, e não de outro modo.”

Śrīla Viśvanātha Cakravartī states that Lord Kṛṣṇa further told Arjuna, “I did not go there, however, for the brāhmaṇa’s sake; I went there, My friend, just to save your life. If it had been for the brāhmaṇa’s sake that I traveled to Vaikuṇṭha, I would have done so after his first child was abducted.”

Śrīla Viśvanātha Cakravartī afirma que o Senhor Kṛṣṇa ainda disse a Arjuna: “Eu não fui lá, no entanto, por causa do brāhmaṇa; Eu fui lá, Meu amigo, somente para salvar tua vida. Se Eu tivesse viajado para Vaikuṇṭha por causa do brāhmaṇa, Eu teria feito isso depois que seu primeiro filho foi sequestrado.”

According to Śrīla Śrīdhara Svāmī, although this pastime occurred before the Battle of Kurukṣetra, it is recounted here at the end of the Tenth Canto under the general heading of the supremacy of Lord Kṛṣṇa’s glories.

Segundo Śrīla Śrīdhara Svāmī, embora este passatempo tenha ocorrido antes da Batalha de Kurukṣetra, ele é contado aqui no final do décimo canto para ilustrar a supremacia das glórias do Senhor Kṛṣṇa.