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Text 28

VERSO 28

Devanagari

Devanagari

त्वमकरण: स्वराडखिलकारकशक्तिधर-
स्तव बलिमुद्वहन्ति समदन्त्यजयानिमिषा: ।
वर्षभुजोऽखिलक्षितिपतेरिव विश्वसृजो
विदधति यत्र ये त्वधिकृता भवतश्चकिता: ॥ २८ ॥

Text

Texto

tvam akaraṇaḥ sva-rāḍ akhila-kāraka-śakti-dharas
tava balim udvahanti samadanty ajayānimiṣāḥ
varṣa-bhujo ’khila-kṣiti-pater iva viśva-sṛjo
vidadhati yatra ye tv adhikṛtā bhavataś cakitāḥ
tvam akaraṇaḥ sva-rāḍ akhila-kāraka-śakti-dharas
tava balim udvahanti samadanty ajayānimiṣāḥ
varṣa-bhujo ’khila-kṣiti-pater iva viśva-sṛjo
vidadhati yatra ye tv adhikṛtā bhavataś cakitāḥ

Synonyms

Sinônimos

tvam — You; akaraṇaḥ — devoid of material senses; sva-rāṭ — self-effulgent; akhila — of all; kāraka — sensory functions; śakti — of the potencies; dharaḥ — the maintainer; tava — Your; balim — tribute; udvahanti — carry; samadanti — and partake of; ajayā — along with material nature; animiṣāḥ — the demigods; varṣa — of districts of a kingdom; bhujaḥ — the rulers; akhila — entire; kṣiti — of the land; pateḥ — of the lord; iva — as if; viśva — of the universe; sṛjaḥ — the creators; vidadhati — execute; yatra — in which; ye — they; tu — indeed; adhikṛtā — assigned; bhavataḥ — of You; cakitāḥ — afraid.

tvam — Vós; akaraṇaḥ — sem sentidos materiais; sva-rāṭ — autorreful­gente; akhila — de todas; kāraka — as funções sensoriais; śakti — das potências; dharaḥ — o mantenedor; tava — Vosso; balim — tributo; udvahanti — carregam; samadanti — e partilham de; ajayā — juntamente com a natureza material; animiṣāḥ — os semideuses; varṣa — dos distritos de um reino; bhujaḥ — os governantes; akhila — inteira; kṣiti — da terra; pateḥ — do senhor; iva — como se; viśva — do universo; sṛjaḥ — os criadores; vidadhati — executam; yatra — em que; ye — eles; tu — de fato; adhikṛtā — designados; bhavataḥ — de Vós; cakitāḥ — com medo.

Translation

Tradução

Though You have no material senses, You are the self-effulgent sustainer of everyone’s sensory powers. The demigods and material nature herself offer You tribute, while also enjoying the tribute offered them by their worshipers, just as subordinate rulers of various districts in a kingdom offer tribute to their lord, the ultimate proprietor of the land, while also enjoying the tribute paid them by their own subjects. In this way the universal creators faithfully execute their assigned services out of fear of You.

Embora não tenhais sentidos materiais, Vós sois o sustentador autorrefulgente dos poderes sensoriais de todos. Os semideuses e a própria natureza material oferecem-Vos tributo, enquanto também desfrutam o tributo que lhes oferecem seus adoradores, assim como governantes subordinados dos vários distritos de um reino oferecem tributo a seu senhor, o proprietário supremo da terra, e, ao mesmo tempo, também desfrutam o tributo que seus súditos lhes pagam. Desta maneira, por medo de Vós, os criado­res universais executam fielmente seus serviços prescritos.

Purport

Comentário

All intelligent living beings should acknowledge the sovereignty of the Lord and willingly engage in devotional service to Him. Such is the consensus of the personified Vedas. But Lord Nārāyaṇa, while hearing these prayers, may have reasonably asked, “Since I also have a bodily form with sense organs and limbs, am I not just another doer and enjoyer? Especially since as the Supersoul in every being’s heart I supervise countless organs and limbs, how am I not implicated in the sum total of everyone’s sense gratification?” “No,” the assembled śrutis here rejoin, “You have no material senses, yet You are the absolute controller of all.” As expressed in the Śvetāśvatara Upaniṣad (3.19):

SIGNIFICADO—Todos os seres vivos inteligentes devem reconhecer a soberania do Senhor e ocupar-se voluntariamente no serviço devocional a Ele. Esse é o consenso dos Vedas personificados. Mas o Senhor Nārāyaṇa, enquanto ouvia essas orações, poderia ter feito a sensata pergunta: “Já que também tenho uma forma corpórea com órgãos dos sentidos e membros, não serei apenas outro agente e desfrutador? Sobretudo visto que, como a Superalma no coração de todo ser, Eu supervisiono incontáveis órgãos e membros, como é que não estou implicado na soma total do gozo dos sentidos de todos?” “Não”, replicam aqui os śrutis reunidos, “não tendes sentidos materiais, apesar do que sois o controlador absoluto de tudo.” Como se exprime na Śvetāśvatara Upaniṣad (3.19):

apāṇi-pādo javano grahītā
paśyaty acakṣuḥ sa śṛṇoty akarṇaḥ
sa vetti vedyaṁ na ca tasya vettā
tam āhur agryaṁ puruṣaṁ purāṇam
apāṇi-pādo javano grahītā
paśyaty acakṣuḥ sa śṛṇoty akarṇaḥ
sa vetti vedyaṁ na ca tasya vettā
tam āhur agryaṁ puruṣaṁ purāṇam

“He has no feet or hands, yet He is the swiftest runner and can grasp anything. Though without eyes or ears, He sees and hears. Nobody knows Him, yet He is the knower and the object of knowledge. Sages describe Him as the supreme, original Personality of Godhead.”

“Ele não tem pés nem mãos, apesar do que é o corredor mais veloz e pode agarrar qualquer coisa. Embora não tenha olhos nem ouvidos, Ele vê e ouve. Ninguém O conhece, mas Ele é o conhecedor e o objeto do conhecimento. Os sábios descrevem-nO como a suprema e origi­nal Personalidade de Deus.”

The hands, feet, eyes and ears of the Supreme Person are not like those of an ordinary, conditioned soul, which are derived from false ego, a material substance. Rather, the Lord’s transcendentally beautiful features are direct manifestations of His internal nature. Thus, unlike the soul and body of conditioned living beings, the Lord and His bodily form are identical in all respects. Moreover, His lotus hands, lotus feet, lotus eyes and other limbs are not restricted in their functions. Śrī Brahmā, the Lord’s first creature, glorifies Him on this account:

As mãos, pés, olhos e ouvidos da Pessoa Suprema não são como os de uma alma condicionada comum, que são provenientes do falso ego, uma substância material. Em vez disso, as características transcendentalmente belas do Senhor são manifestações diretas de Sua natureza interna. Dessa maneira, diferente da alma e do corpo dos seres vivos condicionados, o Senhor e Sua forma corpórea são idên­ticos em todos os aspectos. Além disso, Suas mãos de lótus, pés de lótus, olhos de lótus e outros membros não são restritos em suas funções. Śrī Brahmā, a primeira criatura do Senhor, glorifica essa Sua qualidade:

angāni yasya sakalendriya-vṛttimanti
paśyanti pānti kalayanti ciraṁ jaganti
ānanda-cinmaya-sad-ujjvala-vigrahasya
govindam ādi-puruṣam tam ahaṁ bhajāmi
angāni yasya sakalendriya-vṛttimanti
paśyanti pānti kalayanti ciraṁ jaganti
ānanda-cinmaya-sad-ujjvala-vigrahasya
govindam ādi-puruṣam tam ahaṁ bhajāmi

“I worship Govinda, the primeval Lord, whose transcendental form is full of bliss, truth and substantiality and thus emanates the most dazzling splendor. Each of the limbs of that transcendental figure possesses in itself the full-fledged functions of all the organs, and He eternally sees, maintains and manifests the infinite universes, both spiritual and material.” (Brahma-saṁhitā 5.32)

“Adoro Govinda, o Senhor primordial, cuja forma transcendental é plena de bem-aventurança, verdade e substancialidade, sendo plena do mais deslumbrante esplendor. Cada um dos membros dessa figura transcendental possui as funções integrais de todos os demais órgãos, e Ele vê, mantém e manifesta eternamente os universos infinitos, tanto os espirituais quanto os mundanos.” (Brahma-saṁhitā 5.32)

Śrīla Viśvanātha Cakravartī gives an alternative explanation of the phrase akhila-śakti-dhara: The power that the Supreme Lord maintains within Himself is akhila, free from the limitations of all that is khila, or inferior and insignificant. He energizes the living being’s senses, as described by the Kena Upaniṣad (1.2): Śrotrasya śrotraṁ manaso mano yad vāco ha vācam. “He is the ear’s ear, the mind’s mind, and the voice’s capacity of speech.” And the Śvetāśvatara Upaniṣad (6.8) declares:

Śrīla Viśvanātha Cakravartī apresenta uma explicação alternativa das palavras akhila-śakti-dhara: O poder que o Senhor Supremo mantém dentro de Si mesmo é akhila, livre das limitações de tudo o que é khila, ou inferior e insignificante. Ele energiza os sentidos do ser vivo, como se descreve na Kena Upaniṣad (1.2), śrotrasya śrotraṁ manaso mano yad vāco ha vācam: “Ele é o ouvido do ouvido, a mente da mente, e a capacidade de falar da fala.” E a Śvetāśvatara Upaniṣad (6.8) de­clara:

na tasya kāryaṁ karaṇaṁ ca vidyate
na tat-samaś cābhyadhikaś ca dṛśyate
parāsya śaktir vividhaiva śrūyate
svābhāvikī jñāna-bala-kriyā ca
na tasya kāryaṁ karaṇaṁ ca vidyate
na tat-samaś cābhyadhikaś ca dṛśyate
parāsya śaktir vividhaiva śrūyate
svābhāvikī jñāna-bala-kriyā ca

“He has no material work to perform, nor any material senses with which to perform it. No one can be found who is equal to or greater than Him. From the Vedas we hear how that Supreme Lord possesses multifarious energies — the potencies of knowledge, strength and action — each of which acts autonomously.”

“Ele não tem trabalho material a executar, nem sentidos materiais com os quais executá-lo. Não há ninguém que se iguale a Ele ou que O su­pere. Dos Vedas, ouvimos como o Senhor Supremo possui múltiplas energias – as potências de conhecimento, força e ação –, cada uma das quais age autonomamente.”

Indra and the other demigods who rule over mortal beings are themselves servants of the Personality of Godhead, as are their superiors — Brahmā and his sons, the secondary creators. All of these great gods and sages worship the Supreme Lord by performing their respective services of managing the universe and providing religious guidance for mankind.

Indra e os outros semideuses que governam os seres mortais são eles mesmos servos da Personalidade de Deus, como o são seus su­periores – Brahmā e seus filhos, os criadores secundários. Todos esses grandes deuses e sábios adoram o Senhor Supremo mediante a execução de seus respectivos serviços de administrar o universo e prover orientação religiosa para a humanidade.

The powerful controllers of the universe submit themselves in fearful reverence to the supreme controller, Lord Śrī Viṣṇu. As the Taittirīya Upaniṣad (2.8.1) states:

Os poderosos controladores do universo submetem-se com ame­drontada reverência ao controlador supremo, o Senhor Śrī Viṣṇu. Como declara a Taittirīya Upaniṣad (2.8.1):

bhīṣāsmād vātaḥ pavate
bhīṣād eti sūryaḥ
bhīṣāsmād agniś cendraś ca
mṛtyur dhāvati pañcamaḥ
bhīṣāsmād vātaḥ pavate
bhīṣād eti sūryaḥ
bhīṣāsmād agniś cendraś ca
mṛtyur dhāvati pañcamaḥ

“Out of fear of Him, the wind blows. Out fear of Him, the sun moves and Agni and Indra execute their duties. And death, the fifth of their number, races along out of fear of Him.”

“Por temor a Ele, o vento sopra. Por temor a Ele, o Sol se move e Agni e Indra executam seus deveres. E a morte, o quinto deles, foge correndo por temor a Ele.”

Śrīla Śrīdhara Svāmī prays:

Śrīla Śrīdhara Svāmī ora:

anindriyo ’pi yo devaḥ
sarva-kāraka-śakti-dhṛk
sarva-jñaḥ sarva-kartā ca
sarva-sevyaṁ namāmi tam
anindriyo ’pi yo devaḥ
sarva-kāraka-śakti-dhṛk
sarva-jñaḥ sarva-kartā ca
sarva-sevyaṁ namāmi tam

“The Supreme Lord has no material senses, yet He controls every living entity’s sensory functions. He is the knower of everything, the ultimate performer of all action, and everyone’s proper object of devotional service. I offer my obeisances to Him.”

“O Senhor Supremo não tem sentidos materiais, mesmo assim Ele controla as funções sensoriais de toda entidade viva. Ele é o conhe­cedor de tudo, o executor último de toda ação, e o objeto apropriado do serviço devocional de todos. Ofereço-Lhe minhas reverências.”