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ŚB 10.27.11

Texto

svacchandopātta-dehāya
viśuddha-jñāna-mūrtaye
sarvasmai sarva-bījāya
sarva-bhūtātmane namaḥ

Sinônimos

sva — de Seus próprios (devotos); chanda — conforme o desejo; upātta — que assume; dehāya — Seus corpos transcendentais; viśuddha — perfeitamente puro; jñāna — conhecimento; mūrtaye — cuja forma; sar­vasmai — a Ele que é tudo; sarva-bījāya — que é a semente de tudo; sarva-bhūta — de todos os seres criados; ātmane — que é a Alma imanente; namaḥ — reverências.

Tradução

A Ele que assume corpos transcendentais segundo os desejos de Seus devotos, a Ele cuja forma é a própria consciência pura, a Ele que é tudo, que é a semente de tudo e que é a Alma de todas as criaturas, ofereço minhas reverências.

Comentário

SIGNIFICADO—Dificilmente poderíamos deduzir a partir da primeira linha deste verso que Deus é de algum modo impessoal, mas assume um corpo mate­rial pessoal. Aqui se diz claramente que o Senhor assume diferentes formas segundo svacchanda – segundo Seu próprio desejo ou se­gundo os desejos de Seus devotos. Um Deus impessoal dificilmente poderia corresponder aos desejos pessoais de Seus devotos, tampouco po­deria, sendo um Deus impessoal, ter desejos, já que o desejo é característico da personalidade. Portanto, o fato de o Senhor mani­festar diferentes formas de maneira pessoal, em resposta a desejos pessoais, indica que Ele é uma pessoa eternamente e manifesta Seus diferentes corpos transcendentais como expressão de Sua própria na­tureza eterna.

A expressão viśuddha-jñāna-mūrtaye é muito significativa. Mūrti indica a forma da Deidade, e aqui se afirma especificamente que a forma do Senhor é ela mesma consciência cem por cento pura. A consciência é o elemento espiritual primário, distinto de qualquer outro elemento material e distinto até mesmo dos elementos materiais sutis ou psicológicos – mente, inteligência e falso ego mundanos – que não passam de coberturas psíquicas da consciência pura. Visto que a forma do Senhor é constituída de consciência pura, dificilmente alguém julgará que ela é um corpo material como os sacos mortais de carne e ossos que carregamos neste mundo.

Nas duas últimas linhas deste verso, há ênfase poética sobre a pa­lavra sarva, “tudo”. O Senhor é tudo: Ele é a semente de tudo e a Alma de toda criatura. Portanto, juntemo-nos a Indra para oferecer nossas reverências ao Senhor.