Skip to main content

Capítulo 8

HUITIÈME CHAPITRE

A Visão da Forma Universal

Vision de la forme universelle

Depois do incidente com Vasudeva, pediu ao sacerdote de sua família, Garga Muni, que visitasse a casa de Nanda Mahārāja para calcular astrologicamente a vida futura de Kṛṣṇa. Garga Muni era um grande sábio santo que se submeteu a muitas austeridades e penitências e foi nomeado sacerdote da dinastia Yadu. Quando Garga Muni chegou à casa de Nanda Mahārāja, esse ficou muito satisfeito em vê-lo e levantou-se imediatamente de mãos postas, oferecendo-lhe suas respeitosas reverências. Ele recebeu Garga Muni com o sentimento de alguém que estivesse adorando a Suprema Personalidade de Deus. Nanda Mahārāja ofereceu-lhe um bom lugar para sentar-se e, quando estava sentado, deu-lhe uma calorosa recepção. Dirigindo-se a ele com muita polidez, Nanda Mahārāja disse: “Meu querido brāhmaṇa, seu aparecimento na casa de um pai de família tem o único fim de iluminar. Estamos sempre ocupados com deveres domésticos e nos esquecemos de nosso verdadeiro dever da autorrealização. Sua vinda a nossa casa é para nos dar alguma iluminação sobre a vida espiritual. Você não tem outro objetivo ao visitar os pais de família”. De fato, uma pessoa santa, ou um brāhmaṇa, não tem qualquer obrigação de visitar pais de família que estão sempre ocupados com problemas financeiros. A única razão pela qual pessoas santas e brāhmaṇas vão à casa de um pai de família é para iluminá-lo. Se perguntarmos: “Por que os pais de família não procuram a pessoa santa ou brāhmaṇa para se iluminarem?”, a resposta é que os pais de família são pessoas de coração muito pobre. Em geral, os chefes de família pensam que se ocuparem em assuntos familiares é seu dever principal, e que a autorrealização ou iluminação no conhecimento espiritual é algo secundário. É apenas por compaixão que as pessoas santas e os brāhmaṇas vão às casas dos chefes de família.

Peu de temps après la vision de Yaśodā, Vasudeva demanda au prêtre de la famille, Gargamuni, de se rendre à la demeure de Nanda Mahārāja pour calculer selon les astres l’avenir de Kṛṣṇa. Gargamuni était un grand sage, rompu à de nombreuses austérités et pénitences ; les Yadus l’avaient désigné comme prêtre de leur dynastie. Lorsque Gargamuni arriva chez Nanda Mahārāja, ce dernier, fort heureux de sa visite, se leva aussitôt et, les mains jointes, lui offrit ses respects. Il reçut Gargamuni avec l’attitude même que l’on réserve à Dieu, la Personne Suprême, lorsqu’on Lui voue son adoration. Il lui présenta un siège confortable et lui offrit un accueil chaleureux. Puis, il s’adressa à lui dans les termes les plus affables : « Mon cher brāhmaṇa, tu n’apparais dans nos maisons, à nous, les chefs de famille, que pour nous illuminer. Les devoirs familiaux nous absorbent et nous oublions notre vrai devoir : la réalisation spirituelle. Ta visite dans la maison d’un père de famille n’a d’autre but que de l’éclairer sur la vie spirituelle. » Un saint homme ou un brāhmaṇa n’a rien à faire dans la maison d’hommes mariés, où l’on a souci et peine d’écus, de richesses. « Pourquoi, demandera-t-on, les chefs de famille ne vont-ils pas d’eux-mêmes, pour trouver le savoir spirituel, à la recherche des sages et des brāhmaṇas ? » Parce qu’ils sont bien pauvres de cœur, croyant, pour la plupart, que leurs occupations familiales représentent le premier devoir, devant quoi la réalisation spirituelle, l’illumination par le savoir spirituel, ne viennent qu’en second. Et c’est donc par compassion uniquement que sages, et brāhmaṇas visitent leurs demeures.

Nanda Mahārāja dirigiu-se a Garga Muni como uma das grandes autoridades na ciência astrológica. As predições da ciência astrológica, tais como a ocorrência de eclipses do Sol ou da Lua, são cálculos maravilhosos, e, por meio dessa ciência específica, é possível compreender com muita clareza o futuro. Garga Muni era versado nesse conhecimento que possibilita saber quais atividades anteriores causam o desfrute ou o sofrimento nesta vida.

Nanda Mahārāja loue Gargamuni en tant que l’un des grands maîtres de la science astrologique. Les prédictions des astrologues – touchant par exemple l’heure des éclipses solaires ou lunaires – relèvent de merveilleux calculs ; l’homme, grâce à cette science, peut clairement voir l’avenir. Ce savoir par quoi l’on peut connaître ses actes passés, en évaluer les conséquences, et également prédire les joies et les peines futures, Gargamuni en était maître.

Nanda Mahārāja também se dirigiu a Garga Muni como “o melhor dos brāhmaṇas”. Um brāhmaṇa é aquele que é versado no conhecimento do Supremo. Sem conhecimento do Supremo Absoluto, não se pode ser reconhecido como um brāhmaṇa. A palavra exata usada neste contexto é brahma-vidām, que significa: aqueles que conhecem muito bem o Supremo. Um brāhmaṇa perito é capaz de dar facilidades reformatórias às castas inferiores – ou seja, os kṣatriyas e vaiśyas, pois os śūdras não observam cerimônias reformatórias. O brāhmaṇa é considerado mestre espiritual ou sacerdote para o kṣatriya e o vaiśya. Nanda Mahārāja era vaiśya e aceitava Garga Muni como um brāhmaṇa de primeira classe. Por isso, ele ofereceu seus dois filhos adotivos – Kṛṣṇa e Balarāma – para que ele Os purificasse. Nanda Mahārāja disse que não só estes meninos, mas todos os seres humanos deviam aceitar um brāhmaṇa qualificado como mestre espiritual logo após o nascimento.

Nanda Mahārāja nomme aussi Gargamuni le meilleur des brāhmaṇas. Le brāhmaṇa, c’est l’homme versé dans la connaissance de l’Absolu. Privé du savoir de l’Absolu, nul ne peut se faire reconnaître comme un brāhmaṇa. Le terme exact utilisé ici est brahma-vidām, ou celui qui possède une parfaite connaissance de l’Absolu. Il appartient au brāhmaṇa qualifié d’accomplir les rites purificatoires pour les groupes sociaux inférieurs, nommément les kṣatriyas et les vaiśyas. Les śūdras, pour leur part, n’en observent aucun. Le brāhmaṇa est considéré être le maître spirituel et le prêtre des kṣatriyas et des vaiśyas. Nanda Mahārāja se trouvait être un vaiśya, et il accepta Gargamuni comme un maître brāhmaṇa. Il lui soumit donc ses deux Fils adoptifs, Kṛṣṇa et Balarāma, pour qu’il Les sanctifie. Par son geste, il réaffirmait que non seulement ses deux Fils, mais aussi tous les êtres humains, doivent aussitôt après la naissance accepter comme maître spirituel un brāhmaṇa qualifié.

Recebendo este pedido, Garga Muni respondeu: “Vasudeva enviou-me para cuidar das cerimônias reformatórias destes meninos, especialmente da de Kṛṣṇa. Porém, se assim o fizer, pode parecer que Kṛṣṇa é o filho de Devakī, pois sou o sacerdote da família de Vasudeva”. Por seus cálculos astrológicos, Garga Muni podia entender que Kṛṣṇa era filho de Devakī, fato este que Nanda ignorava. Indiretamente, Garga Muni disse que tanto Kṛṣṇa quanto Balarāma eram filhos de Vasudeva. Balarāma era conhecido como filho de Vasudeva porque Sua mãe, Rohiṇī, estava presente ali, mas Nanda Mahārāja não estava informado sobre Kṛṣṇa. E, agora, Garga Muni revelava indiretamente o fato de que Kṛṣṇa era filho de Devakī. Garga Muni também avisou a Nanda Mahārāja que, se ele realizasse a cerimônia reformatória, Kaṁsa, que era de natureza muito pecaminosa, entenderia que Kṛṣṇa era filho de Devakī e Vasudeva. Conforme o cálculo astrológico, Devakī não poderia ter tido uma menina, embora todos pensassem que o oitavo filho de Devakī tivesse sido uma menina. Assim, Garga Muni deu a entender a Nanda Mahārāja que a menina nascera de Yaśodā e que Kṛṣṇa nascera de Devakī e que eles tinham sido trocados. A menina, ou Durgā, também informara a Kaṁsa que a criança que haveria de matá-lo já havia nascido em algum outro lugar. Garga Muni declarou: “Se eu der um nome a seu filho e se Ele realizar a profecia que a menina fez a Kaṁsa, pode acontecer que o demônio pecador venha e mate também esta criança depois da cerimônia em que se dá o nome. Não quero, porém, ser o responsável por todas essas calamidades futuras”.

À la requête de Nanda Mahārāja, Gargamuni fit cette réponse : « Vasudeva m’a envoyé ici pour que je procède, en faveur de ces deux Enfants, et plus particulièrement de Kṛṣṇa, au rite purificatoire. Je suis le prêtre de Leur famille, et il me semble bien que Kṛṣṇa est le Fils de Devakī. » Gargamuni, par le biais de ses calculs astrologiques, pouvait déduire que Kṛṣṇa était le Fils de Devakī, maintenant placé sous la tutelle de Nanda Mahārāja, lequel, pour sa part, en ignorait tout. Indirectement, il révéla que Kṛṣṇa, autant que Balarāma, était Fils de Vasudeva. Chacun savait déjà que Balarāma avait Vasudeva pour père, puisque sa mère, Rohiṇī, vivait à Vṛndāvana. Indirectement, donc, Gargamuni dévoila le secret. Il fit valoir aussi à Nanda Mahārāja que s’il prenait en charge la cérémonie purificatoire de Kṛṣṇa, alors Kaṁsa, infâme de nature, découvrirait la vraie parenté de l’Enfant. Selon les calculs astrologiques, Devakī ne pouvait avoir une fille, comme tout le monde l’avait cru. Ainsi, Gargamuni indiquait à Nanda Mahārāja que la fillette était née de Yaśodā, et Kṛṣṇa de Devakī, et révélait l’échange. La fillette, ou Durgā, on le sait, avertit Kaṁsa que l’Enfant qui le tuerait était déjà né quelque part ailleurs. Gargamuni dit à Nanda Mahārāja : « Si je donne, selon le rite, un nom à ton Enfant et qu’il correspond à la prophétie que Kaṁsa entendit des lèvres de la fillette, l’infâme asura viendra peut-être Le tuer aussitôt après la cérémonie. Comment souhaiterais-je provoquer de tels désastres ? »

Ouvindo as palavras de Garga Muni, Nanda Mahārāja disse: “Se existe esse perigo, é melhor não planejar uma suntuosa cerimônia de nomeação. Seria melhor se você apenas cantasse os hinos védicos e realizasse o processo purificatório. Pertencemos à casta dos duas vezes nascidos e estou aproveitando esta oportunidade de sua presença. Então, por favor, realize a cerimônia de dar o nome sem pompa externa”. Nanda Mahārāja queria manter em segredo a cerimônia em que se dá o nome, mas também queria aproveitar a presença de Garga Muni para executá-la.

À ces paroles du brāhmaṇa, Nanda Mahārāja répondit : « Mieux vaut, pour écarter ce péril, ne pas fêter en grande pompe la cérémonie du nom. Mieux vaut que tu chantes les hymnes védiques et accomplisses le rite purificatoire de la façon la plus simple. Tu appartiens au varṇa des deux-fois-nés, ta présence est un bienfait que je désire. Procède donc, je t’en prie, à la cérémonie du nom sans faste apparent. » Nanda Mahārāja désirait garder secrète la cérémonie du nom, tout en gardant le bénéfice d’un sacrificateur tel que Gargamuni.

Como Nanda Mahārāja solicitou a Garga Muni com muito ardor, este realizou a cerimônia de dar o nome da maneira mais secreta possível, no estábulo de Nanda Mahārāja. O muni informou a Nanda Mahārāja que Balarāma, o filho de Rohiṇī, daria muito prazer aos membros de Sua família e parentes e, por isso, seria chamado Rāma. No futuro, Ele teria uma força extraordinária e, por isso, seria chamado Balarāma. Garga Muni disse mais: “Como sua família e a família dos Yadus têm uma união e atração muito íntima, o nome dessa criança também será Saṅkarṣaṇa”. Isso quer dizer que Garga Muni deu três nomes ao filho de Rohiṇī – Balarāma, Saṅkarṣaṇa e Baladeva. No entanto, teve o cuidado de não revelar o fato de que Balarāma também aparecera no ventre de Devakī e, em seguida, fora transferido para o ventre de Rohiṇī. Kṛṣṇa e Balarāma são verdadeiros irmãos, sendo originalmente filhos de Devakī.

Requis avec tant d’ardeur, Gargamuni accepta d’accomplir la cérémonie dans le plus grand secret, sous le toit de l’étable de Nanda Mahārāja. Ce lui fut l’occasion de révéler à Nanda que Balarāma, Fils de Rohiṇī, serait une grande joie pour Sa famille et Ses proches, et porterait le Nom de Rāma. Mais comme, grandissant, Il serait doué d’une force extraordinaire, Il porterait aussi le Nom de Balarāma. Gargamuni déclara encore : « Parce que ta famille et celle des Yadus sont très intimement liées, et fortement attirées l’une vers l’autre, Son Nom sera aussi Saṅkarṣaṇa. » Gargamuni donna au Fils de Rohiṇī trois Noms : Balarāma, Saṅkarṣaṇa, et aussi Baladeva. Mais il eut le grand souci d’oublier de dire que Balarāma était Lui aussi apparu dans le sein de Devakī, et seulement plus tard transféré dans celui de Rohiṇī. Tous deux à l’origine Fils de Devakī, Kṛṣṇa et Balarāma sont deux véritables frères.

Garga Muni, então, informou a Nanda Mahārāja: “Quanto ao outro menino, essa criança teve corpos de cores diferentes em diferentes yugas (milênios). Primeiro, Ele assumiu a cor branca, em seguida assumiu a cor vermelha, depois a cor amarela e, agora, assumiu a cor preta. Além disso, Ele foi outrora filho de Vasudeva; por isso, Seu nome deve ser tanto Vāsudeva como Kṛṣṇa. Alguns vão chamá-lO de Kṛṣṇa, e outros, de Vāsudeva. Mas saiba de uma coisa: este filho tem tido muitíssimos outros nomes e atividades devido a Seus diferentes passatempos”.

Gargamuni continua : « Pour le deuxième Enfant, sachez qu’Il S’est manifesté en différents yugas, dans des Formes de différentes carnations : blanche, rouge, jaune, et maintenant noire. Il fut le Fils de Vasudeva, Son Nom sera donc Vāsudeva. Mais il est une chose que tu dois savoir : ce Fils a eu maints autres Noms, chacun selon Ses multiples Divertissements. »

Garga Muni ainda insinuou a Nanda Mahārāja que o filho dele também seria chamado Giridhāri por causa de Seu passatempo incomum de levantar a colina Govardhana. Como podia entender tudo, tanto do passado quanto do futuro, Garga Muni ainda disse: “Sei tudo sobre os nomes e as atividades dEle, mas outros não sabem. Este menino dará muito prazer a todos os vaqueiros e vacas. Sendo muito popular em Vṛndāvana, Ele será a causa de toda a boa fortuna para vocês. Por causa dEle, vocês vão superar toda a espécie de calamidades, apesar de muitos elementos opostos”.

Gargamuni laissa encore savoir à Nanda que son Fils serait également appelé Giridhārī, pour Son acte bien extraordinaire de soulever la colline de Govardhana. Parce qu’il pouvait tout voir du passé comme du futur, il dit : « Je sais tout des Actes et des Noms de cet Enfant, mais je suis le seul. Il sera une grande source de joie pour tous les pâtres et les vaches. Célèbre à Vṛndāvana, de Lui te viendra toute fortune heureuse. Grâce à Sa présence, tu surpasseras, malgré nombre d’éléments adverses, bien des catastrophes. »

Garga Muni continuou dizendo: “Meu querido rei de Vraja, em Seus nascimentos anteriores, esta criança muitas vezes protegeu as pessoas justas das mãos de patifes e ladrões sempre que havia disputas políticas. Seu filho é tão poderoso que qualquer pessoa que se tornar devoto dEle nunca será perturbado por inimigos. Assim como os semideuses são sempre protegidos pelo Senhor Viṣṇu, os devotos de seu filho sempre serão protegidos por Nārāyaṇa, a Suprema Personalidade de Deus. Esta criança crescerá em poder, beleza, opulência – em tudo – no mesmo nível de Nārāyaṇa, a Suprema Personalidade de Deus. Por isso, eu o aconselho a protegê-lO com muito cuidado para que Ele possa crescer sem perturbações”. Em outras palavras, Garga Muni informou a Nanda Mahārāja que, por Nanda ser um grande devoto de Nārāyaṇa, o Senhor Nārāyaṇa lhe dera agora um filho igual a Ele. Ao mesmo tempo, Garga Muni indicou que essa criança seria perturbada por muitos demônios, em virtude do que Nanda deveria ser cuidadoso e Lhe dar muita proteção. Dessa maneira, Garga Muni convenceu Nanda Mahārāja de que o próprio Nārāyaṇa Se tornara filho dele e descreveu de várias maneiras as qualidades transcendentais de seu filho. Depois de ter dado essas informações, Garga Muni regressou à sua casa. Nanda Mahārāja começou a considerar-se a pessoa mais afortunada, e ficou muito satisfeito de ter recebido tantas bênçãos daquela maneira.

Gargamuni poursuivit : « Ô cher roi de Vraja, sache que lors de Ses Apparitions précédentes, chaque fois que s’élevait un chaos politique, cet Enfant a protégé de la menace des brigands et des fourbes les hommes de vertu. Si grande est la puissance de ton Enfant que quiconque deviendra Son dévot ne craindra plus aucun ennemi. De même que les devas se trouvent toujours sous la protection de Śrī Visnu, les dévots de ton Fils seront toujours protégés par Nārāyaṇa, Dieu, la Personne Suprême. Il sera doté d’un pouvoir, d’une beauté, d’une opulence, d’attributs semblables à ceux de Nārāyaṇa. Je te conseille donc de Le protéger avec vigilance, pour qu’Il puisse grandir sans trouble. »

Gargamuni apprit encore à Nanda Mahārāja que Nārāyaṇa lui avait accordé un Fils semblable à Lui parce que le roi de Vraja était un de Ses grands dévots. Mais il lui laissa également voir que ce Fils serait en butte aux assauts de nombreux asuras, et à nouveau lui recommanda de veiller à Sa protection. Ainsi, Gargamuni put convaincre Nanda Mahārāja que Nārāyaṇa en Personne était devenu son Fils, dont il lui décrivit en grand détail les Attributs absolus. Puis, le saint brāhmaṇa, sa tâche accomplie, reprit le chemin de sa demeure. Nanda Mahārāja se prit à penser qu’il était l’être le plus fortuné du monde, pleinement satisfait de la bénédiction venue sur lui.

Pouco tempo depois desse incidente, Balarāma e Kṛṣṇa começaram a engatinhar. Quando engatinhavam, Eles davam satisfação a Suas mães. Os sininhos amarrados em Suas cinturas e tornozelos soavam fascinantes, e Eles Se movimentavam por ali com muita graça. Algumas vezes, iguais às crianças comuns, Eles assustavam-Se com estranhos e corriam logo para a proteção de Suas mães. Às vezes, caíam no barro e lama de Vṛndāvana e Se aproximavam de Suas mães sujos de barro e açafrão-da-terra. Na verdade, as mães dEles costumavam passar açafrão e polpa de sândalo em Seus corpos, mas, por engatinharem no barro lamacento, Eles sujavam Seus corpos também com barro. Logo que chegavam engatinhando até Suas mães, Yaśodā e Rohiṇī tomavam-nOs em seus colos e, cobrindo-Os com a parte inferior de seus sārīs, deixavam-nOs mamar. Quando os bebês estavam mamando, as mães viam os pequenos dentes que estavam aparecendo. Assim se intensificava a alegria delas ao verem os filhos crescendo. Às vezes, os bebês travessos iam até o estábulo e ficavam de pé ao Se agarrarem no rabo de um bezerro. Perturbados, os bezerros logo começavam a correr de um lado para outro, e arrastavam as crianças pelo barro e estrume de vaca. Vendo essa diversão, Yaśodā e Rohiṇī chamavam todas as suas amigas, as gopīs. Ao verem esses passatempos infantis do Senhor Kṛṣṇa, as gopīs mergulhavam em bem-aventurança transcendental e, nesse desfrute, elas riam bem alto.

Peu de temps après, Balarāma et Kṛṣṇa commencèrent à ramper sur Leurs mains et Leurs genoux ; quel plaisir pour Leurs mères de Les voir ainsi ! Les clochettes attachées à Leur taille et à Leurs chevilles tintaient merveilleusement ; rien de plus plaisant à voir que Leurs gestes, Leurs mouvements gracieux. Parfois, comme des enfants ordinaires, Ils Se laissaient effrayer par d’autres et Se hâtaient de trouver refuge auprès de Leurs mères. Parfois, Ils tombaient dans la poussière et la boue de Vṛndāvana et retournaient à la maison couverts d’argile et de safran. C’était elles qui Les enduisaient de pulpe de bois de santal et de safran, Eux qui barbotaient dans l’argile boueuse. Dès qu’Ils S’approchaient d’elles en rampant, Yaśodā et Rohiṇī couvraient la moitié inférieure de leur sari, Les prenaient sur les genoux, et Les laissaient téter leur sein. Alors les mères pouvaient voir des petites dents qui commençaient à Leur pousser. Et voyant leurs Enfants grandir, elles sentaient leur joie plus intense. Parfois les Garçons espiègles rampaient jusqu’à l’étable ; chacun Se cramponnait à la queue d’un veau, et Les voilà debout ! Les veaux, troublés, galopaient en tous sens, traînant les petits dans la terre argileuse et la bouse de vache. Alors, Yaśodā et Rohiṇī invitaient leurs amies du voisinage, les gopīs, à partager le charme qu’elles éprouvaient à voir ces Jeux. Et en contemplant ces Divertissements d’enfance de Śrī Kṛṣṇa, les gopīs baignaient dans la félicité spirituelle. De joie, elles riaient à toute gorge.

Kṛṣṇa e Balarāma eram tão inquietos que Suas mães, Yaśodā e Rohiṇī, tentavam protegê-lOs de vacas, touros, macacos, água, fogo e aves, enquanto cumpriam seus deveres domésticos. Sempre ansiosas quanto a proteção de seus filhos e o cumprimento de seus deveres, elas não tinham muito sossego. Muito depressa, Kṛṣṇa e Balarāma começaram a ficar de pé e andar um pouco. Quando Kṛṣṇa e Balarāma começaram a andar, outros amigos da mesma idade juntaram-se a eles e começaram a dar o maior prazer transcendental às gopīs, especialmente a mãe Yaśodā e Rohiṇī.

Kṛṣṇa et Balarāma étaient tous deux bien turbulents ; et Leurs mères devaient, au milieu des devoirs du ménage, Les protéger des vaches, des bœufs, des singes, de l’eau, du feu et des oiseaux. Toujours en souci de la protection des Enfants, mais attentives à leurs autres devoirs, elles ne connaissaient nul repos. Quelque temps encore, et Kṛṣṇa et Balarāma commencèrent à Se tenir debout et à Se déplacer quelque peu sur Leurs jambes. Lorsqu’Ils commencèrent à marcher, d’autres enfants, amis du même âge, Les suivirent et ensemble ils donnèrent aux gopīs, surtout à Yaśodā et à Rohiṇī, le plaisir le plus sublime.

Todas as gopīs amigas de Yaśodā e Rohiṇī sentiam prazer com as travessuras infantis de Kṛṣṇa e Balarāma em Vṛndāvana. Para gozar de mais prazer transcendental, todas elas se reuniram e foram queixar-se à mãe Yaśodā sobre os meninos inquietos. Quando Kṛṣṇa estava sentado diante de mãe Yaśodā, todas as gopīs mais velhas começaram a dar queixa contra Ele de modo que Kṛṣṇa pudesse ouvir. Elas disseram: “Querida Yaśodā, por que você não controla seu travesso Kṛṣṇa? Ele vem a nossas casas com Balarāma todas as manhãs e tardes, soltam os bezerros antes da ordenha das vacas e os bezerros bebem todo o leite. Então, quando vamos ordenhar as vacas, não encontramos leite e voltamos com os baldes vazios. Se advertimos Kṛṣṇa e Balarāma para não fazerem isso, Eles simplesmente sorriem encantadoramente. Não podemos fazer nada. Também, Kṛṣṇa e Balarāma têm grande prazer em roubar nosso estoque de iogurte e manteiga, independente de onde os guardemos. Quando são surpreendidos roubando iogurte e manteiga, Kṛṣṇa e Balarāma dizem: ‘Por que vocês Nos acusam de roubar? Pensam que há escassez de iogurte e manteiga em Nossa casa?’ Às vezes, Eles roubam manteiga, iogurte e leite para dar aos macacos. Quando os macacos estão fartos e não querem mais, esses meninos, então, reclamam: ‘Estes leite, manteiga e iogurte não prestam, nem os macacos os querem’, e quebram os potes e os jogam aqui e ali. Se guardamos nosso estoque de iogurte, manteiga e leite em um lugar isolado e escuro, Kṛṣṇa e Balarāma o encontram no escuro graças à refulgência luminosa das joias e dos adornos de Seus corpos. Se por acaso não conseguem encontrar a manteiga e o iogurte escondidos, Eles vão até nossos bebês e beliscam seus corpos até que chorem, após o que vão embora. Se guardamos nosso estoque de manteiga e iogurte alto no teto e pendurado em um balanço, fora do alcance dEles, Eles ainda assim conseguem um jeito de alcançá-lo empilhando todo tipo de tábuas de madeira sobre o moedor. E se não conseguem alcançar, fazem um buraco no pote. Achamos, portanto, que vocês devem tirar todos os ornamentos de joias dos corpos de seus filhos”.

Toutes les gopīs amies de Yaśodā et de Rohiṇī trouvaient une grande joie à contempler les Divertissements espiègles des Enfants, Kṛṣṇa et Balarāma, à Vṛndāvana. Pour goûter plus encore de félicité spirituelle, elles se mirent d’accord pour se rendre ensemble chez Yaśodā, à laquelle elles se plaindraient des deux Garçons, trop turbulents. Afin qu’Il puisse les entendre, les gopīs aînées attendirent que Kṛṣṇa soit assis avec Mère Yaśodā pour exprimer leurs plaintes : « Chère Yaśodā, pourquoi ne freines-tu pas ton vilain Kṛṣṇa ? Chaque matin et chaque soir, avant la traite, il vient sous nos toits avec Balarāma et détache les veaux, qui boivent alors tout le lait des vaches. Ainsi, nous trouvons les pis secs et rentrons avec nos seaux vides. Et lorsque nous grondons Kṛṣṇa et Balarāma, ils sourient simplement, avec charme. Que faire alors ? Il nous faut également rapporter que votre Kṛṣṇa et votre Balarāma trouvent leur plus grand plaisir à piller notre yaourt et notre beurre, où que nous les gardions en réserve. Et si nous les prenons sur le fait : « Pourquoi Nous accusez-vous de vol, disent-ils ? Croyez-vous que chez Nous manquent le beurre et le yaourt ? » Parfois, ce qu’ils ont volé, ils le distribuent aux singes. Et lorsque les singes sont repus et incapables de plus rien avaler, ces garçons s’exclament sur un ton de reproche : « Ce lait, ce beurre et ce yaourt ne valent rien, même les singes n’en veulent pas ! » Alors, ils brisent les pots en les jetant autour d’eux. Si nous cachons nos réserves de yaourt, de beurre et de lait en un lieu sombre et retiré, votre Kṛṣṇa, votre Balarāma les trouveront tout de même, par la lumière qui vient des joyaux et des parures de leurs corps. Et s’il arrive qu’ils ne trouvent rien, ils s’attaquent à nos petits enfants et les pincent jusqu’à ce qu’ils pleurent, puis s’en vont. Si nous gardons beurre et yaourt pendus au plafond par des cordes, hors d’atteinte, toujours ils s’arrangent pour les ravir, en empilant des caisses de bois sur le moulin domestique. Et s’ils sont encore trop hauts, ils en percent les pots. Notre pensée est qu’il vaut mieux que tu ôtes de leur corps toutes ces parures de joyaux. »

Ouvindo isso, Yaśodā disse: “Muito bem. Tirarei todas as joias de Kṛṣṇa para que Ele não possa ver a manteiga escondida no escuro”. Mas, então, as gopīs diziam: “Não, não faça isso. De que adiantará tirar as joias? Não sabemos que espécie de meninos são estes, pois, mesmo sem ornamentos, Eles difundem uma espécie de refulgência que até no escuro podem ver tudo”. Então, mãe Yaśodā disse: “Muito bem, guardem sua manteiga e seu iogurte com cuidado para que Eles não possam alcançá-los”. E, em resposta a isso, as gopīs diziam: “Sim, fazemos isso mesmo, mas, como às vezes estamos ocupadas com o trabalho doméstico, esses meninos danados entram em nossas casas de qualquer maneira e estragam tudo. Às vezes, não conseguindo roubar nossa manteiga e nosso iogurte, irritados, Eles urinam no assoalho limpo e, outras vezes, cospem nele. Olhe só seu filho agora – Ele está ouvindo esta queixa. O dia todo Eles passam planejando como roubar nossa manteiga e nosso iogurte, e agora estão sentados como se fossem meninos muito bem comportados. Olhe só a cara dEle”. Depois de ouvir todas as reclamações, mãe Yaśodā pensou em castigar seu filho, mas, ao ver Seu rosto de dar dó e Seu sorriso meigo, ela não O castigou.

Alors Yaśodā répond : « Très bien, je vais retirer de sur Kṛṣṇa tous ses joyaux, ainsi il ne verra plus le beurre caché dans l’obscurité. » Mais les gopīs ripostaient : « Ô non, pas ainsi ! À quoi cela servirait-il ? Nous ne savons pas quel genre d’enfants sont ces deux-là, mais même lorsqu’ils ne portent aucune parure, il émane de leur corps une espèce de radiance qui leur permet de tout voir, fût-ce dans les plus noires ténèbres.

– Bon, réplique Mère Yaśodā, gardez alors votre beurre et votre yaourt avec plus de soin, qu’ils ne puissent l’atteindre.

– Oui, reprennent les gopīs, c’est bien ce que nous faisons, mais il faut dire encore que parfois, nous voyant absorbées dans les devoirs du ménage, ces garçons espiègles s’arrangent pour entrer dans notre maison et tout y bouleverser. Parfois, même, quand ils n’ont pu voler notre beurre et notre yaourt, pris de colère, ils urinent ou crachent sur le sol tout propre. Regarde donc ton enfant ! Il entend nos plaintes. Toute la journée, ils intriguent pour nous voler beurre et yaourt, et les voilà maintenant assis comme de bons garçons bien sages ! Regarde donc le visage de Kṛṣṇa ! » Après toutes ces plaintes, Yaśodāmātā songe à punir son Fils. Mais elle voit Son visage malheureux ; alors elle sourit et oublie la punition.

Certo dia, quando Kṛṣṇa e Balarāma estavam brincando com Seus amigos, todos os meninos foram com Balarāma contar a mãe Yaśodā que Kṛṣṇa tinha comido barro. Ouvindo isso, mãe Yaśodā pegou a mão de Kṛṣṇa e disse: “Meu querido Kṛṣṇa, por que você comeu barro em um lugar solitário? Veja só, todos os Seus amigos e até Balarāma estão queixando-se de Você”. Com medo de Sua mãe, Kṛṣṇa respondeu: “Minha querida mãe, todos estes meninos, inclusive Balarāma, estão falando mentiras contra Mim. Eu nunca comi barro. Meu irmão mais velho, Balarāma, enquanto brincava comigo hoje, ficou zangado e, por isso, juntou-Se aos outros meninos para reclamar de Mim. Eles combinaram reclamar todos juntos de Mim; assim você fica zangada e Me castiga. Se você pensa que dizem a verdade, pode olhar dentro de Minha boca e ver se comi barro ou não”. Sua mãe respondeu: “Está bem, se de fato Você não comeu barro, então é só abrir a boca que eu verei”.

Un autre jour, comme Kṛṣṇa et Balarāma jouaient avec Leurs amis, tous les garçons vinrent avec Balarāma rapporter à Yaśodā que Kṛṣṇa avait mangé de l’argile. Yaśodā saisit alors la main de Kṛṣṇa et Lui dit : « Mon cher Kṛṣṇa, pourquoi avoir mangé de l’argile, en un lieu solitaire ? Regarde ! Tous tes amis, et même Balarāma, se plaignent de toi. » Effrayé de Sa Mère, Kṛṣṇa répondit : « Ma chère mère, tous ces garçons, et avec eux Mon Frère aîné Balarāma, ont menti à Mes dépens. Je n’ai jamais mangé d’argile. Simplement, nous jouions ensemble et, pris de colère contre Moi, Mon Frère aîné Balarāma Se mit d’accord avec les autres garçons pour Me nuire. Tous ensembles ils sont venus se plaindre pour que tu te fâches et que tu Me punisses. Et si tu penses qu’ils ont dit vrai, tu peux toujours regarder dans Ma bouche, et tu verras bien si J’ai mangé de l’argile.

– C’est cela, répliqua Mère Yaśodā, si tu n’as vraiment pas mangé d’argile, ouvre donc ta bouche, et je verrai. »

Quando Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus, recebeu esta ordem de Sua mãe, Ele abriu sem demora a boca, como faria qualquer menino comum. Então, mãe Yaśodā viu dentro daquela boca toda a opulência da criação. Ela viu o espaço exterior inteiro, montanhas, ilhas, oceanos, mares, planetas, ar, fogo, a Lua e estrelas em todas as direções. Junto com a Lua e as estrelas, ela viu todos os elementos – água, céu, a extensa existência etérea junto com o ego total e os produtos dos sentidos e o controlador dos sentidos, todos os semideuses, os objetos dos sentidos, como o som e o olfato, e as três qualidades da natureza material. Pôde também perceber que, dentro de Sua boca, estavam todas as entidades vivas, o tempo eterno, a natureza material, a natureza espiritual, a atividade, a consciência e as diferentes formas de toda a criação. Yaśodā pôde encontrar dentro da boca de seu filho tudo o que é necessário para a manifestação cósmica. Ela também viu, dentro da boca de Kṛṣṇa, a si mesma tomando-O no colo e amamentando-O. Ao ver isso, ela ficou tomada de pavor e começou a perguntar-se se estava sonhando ou de fato vendo uma coisa extraordinária. Ela concluiu que ou estava sonhando ou vendo a ação da energia ilusória da Suprema Personalidade de Deus. Pensou que tinha ficado louca, ou mentalmente perturbada, para estar vendo todas aquelas coisas maravilhosas. Então, pensou: “Pode ser algum poder místico cósmico que meu filho tenha obtido, daí eu estar perplexa com o que vi dentro de Sua boca. Que eu ofereça minhas respeitosas reverências à Suprema Personalidade de Deus, que está além da expressão da consciência, da mente, do trabalho e da especulação filosófica e cujas diferentes energias produzem tudo o que é manifesto e imanifesto. Sob Sua energia, são concebidos o eu corpóreo e as posses corporais”. Então, ela disse: “Que eu ofereça minhas respeitosas reverências àquele sob cuja energia ilusória eu penso que Nanda Mahārāja é meu marido e Kṛṣṇa é meu filho, que todos os bens de Nanda Mahārāja me pertencem e que todos os vaqueiros, homens e mulheres, são meus súditos. Todas essas ideias erradas devem-se à energia ilusória do Senhor Supremo. Então, que eu ore a Ele para que me proteja sempre”.

Lorsque Dieu, la Personne Suprême, Śrī Kṛṣṇa, en reçut l’ordre de Sa mère, Il ouvrit aussitôt Sa bouche, tel un enfant ordinaire. Mais il arriva que Yaśodā vit au-dedans de cette bouche toute l’opulence de la Création. Elle vit l’espace dans toutes ses directions, les montagnes, les îles, les océans, les mers, les planètes, l’air, le feu, la lune et les étoiles. Elle vit aussi tous les éléments rassemblés, l’eau, l’éther dans son immensité, l’ensemble de l’ego…, les produits des sens et le Maître des sens, tous les devas, les objets des sens, tel le son, l’odorat, etc., et les trois guṇas. Elle put également percevoir qu’en cette bouche se trouvaient tous les êtres, le temps éternel, les natures matérielle et spirituelle, l’action, la conscience et différentes formes de l’entière création. Yaśodā trouva dans la bouche de son Enfant toutes choses nécessaires à la manifestation cosmique. Et elle s’y vit elle aussi, prenant Kṛṣṇa sur ses genoux et Lui donnant son sein. Alors elle fut frappée d’émerveillement, doutant si elle rêvait ou si elle voyait réellement un spectacle extraordinaire. « Ou bien je dors, conclut-elle, ou bien j’assiste au jeu de l’énergie illusoire de Dieu, la Personne Suprême. » Elle se crut devenue folle, perturbée mentalement, pour voir toutes ces choses merveilleuses. Puis elle se reprit : « Peut-être mon garçon est-il doté de pouvoirs surnaturels, qui engendrent de telles visions dans sa bouche. Voilà qui me laisse perplexe. J’offre mon hommage respectueux à Dieu, la Personne Suprême, dont l’énergie permet que soit conçu comme véritable moi le corps, et comme véritables attributs du moi les possessions du corps. J’offre mon hommage respectueux au Seigneur, Lui dont l’énergie illusoire fait que je pense que Nanda Mahārāja est mon époux et Kṛṣṇa mon fils, que toutes les possessions de Nanda Mahārāja m’appartiennent, que tous les pâtres et les gopīs sont mes sujets. Cette pensée, fautive, est tout entière le fruit de l’énergie illusoire du Seigneur Suprême. Je L’implore donc de toujours me couvrir de Sa protection. »

Enquanto mãe Yaśodā estava pensando dessa maneira altamente filosófica, o Senhor Kṛṣṇa expandiu de novo Sua energia interna só para confundi-la com afeição maternal. Mãe Yaśodā se esqueceu de imediato toda a especulação filosófica e aceitou Kṛṣṇa como seu próprio filho. Ela pegou-O no colo e ficou cheia de afeição maternal. Então, começou a pensar na Suprema Personalidade de Deus, aquele que não é compreendido pelo conhecimento grosseiro, mas através do conhecimento dos Upaniṣads e do Vedānta-sūtra, através da prática do yoga místico e do estudo da filosofia sāṅkhya, como seu próprio filho.

Tandis que Yaśodā se lançait ainsi dans de hautes pensées de philosophie, Śrī Kṛṣṇa déploya une fois encore Son énergie interne afin de l’égarer en la baignant dans un sentiment d’affection maternelle. Aussitôt, elle oublia toute spéculation philosophique et considéra de nouveau Kṛṣṇa comme son enfant. Elle Le prit contre elle, envahie d’affection maternelle. Elle pensa : « Le commun des hommes ne peut comprendre Kṛṣṇa par les moyens grossiers de connaissance ; mais Il peut être perçu à travers les Upaniṣads et le Vedānta-sūtra, le yoga et la philosophie du sāṅkhya « . Puis elle se mit à penser de Dieu, la Personne Suprême, qu’Il était son enfant, né de son propre sein.

Certamente mãe Yaśodā havia praticado muitíssimas atividades piedosas e, como resultado, obteve a Verdade Absoluta, a Suprema Personalidade de Deus, como seu filho. Esse filho que agora bebia o leite de seu peito. De forma análoga, Nanda Mahārāja também deve ter executado muitos grandes sacrifícios e atividades piedosas para que o Senhor Kṛṣṇa Se tornasse filho dele e o chamasse de pai. Contudo, é surpreendente que Vasudeva e Devakī não tivessem desfrutado a bem-aventurança transcendental dos passatempos infantis de Kṛṣṇa, embora Kṛṣṇa fosse seu verdadeiro filho. Os passatempos infantis de Kṛṣṇa são glorificados até hoje por muitos sábios e pessoas santas, mas Vasudeva e Devakī não puderam gozar desses passatempos infantis pessoalmente. A razão disso é dada por Śukadeva Gosvāmī a Mahārāja Parīkṣit como segue.

Pour avoir la Vérité Absolue, Dieu, la Personne Suprême, comme Fils, qui téta le lait de son sein, Yaśodāmātā certes avait dû accomplir, dans ses vies précédentes, grand nombre d’actes vertueux. De même, Nanda Mahārāja, pour que Śrī Kṛṣṇa devienne son Fils et l’appelle « père », avait dû procéder à nombre de grands sacrifices et se prêter à autant d’actes de vertu. Il est d’autre part surprenant que Vasudeva et Devakī, les vrais parents, de Kṛṣṇa, n’aient pu jouir de la félicité spirituelle de Ses Divertissements d’enfance, que glorifient encore aujourd’hui de nombreux sages et saints hommes. Śukadeva Gosvāmī en a expliqué la raison à Mahārāja Parīkṣit.

Quando o melhor dos Vasus, chamado Droṇa, e sua esposa Dharā receberam do senhor Brahmā a ordem de aumentar a descendência, eles lhe disseram: “Querido pai, dê-nos sua bênção – quando nascermos novamente no universo, possa o Supremo Senhor Kṛṣṇa, em Seu aspecto mais atraente, a infância, absorver toda a nossa atenção. Possa nossa relação com Kṛṣṇa ser tão poderosa que, apenas ouvindo as atividades da infância de Kṛṣṇa, qualquer um atravesse com facilidade a ignorância dos nascimentos e mortes”. O senhor Brahmā concordou em dar-lhes a bênção, e, como resultado, o mesmo Droṇa apareceu como Nanda Mahārāja em Vṛndāvana, e a mesma Dharā apareceu como mãe Yaśodā, a esposa de Nanda Mahārāja.

Lorsque le meilleur des Vasus, Droṇa, et son épouse Dharā reçurent des lèvres de Brahmājī l’ordre d’accroître la population, ils lui dirent : « Cher père, nous voulons de toi une bénédiction. » Droṇa et Dharā demandèrent alors à Brahmā de leur accorder que dans l’avenir, lorsqu’ils renaîtraient en l’Univers matériel, le Seigneur Suprême, Śrī Kṛṣṇa, dans Son aspect d’enfant, le plus fascinateur, absorbe toute leur attention. Leurs rapports avec Kṛṣṇa seraient d’une telle puissance que la simple écoute des Divertissements d’enfance du Seigneur en leur compagnie permettrait à n’importe qui d’échapper aux ténèbres du cycle des morts et des renaissances. Brahmājī leur accorda donc cette bénédiction, et c’est ainsi que Droṇa apparut à Vṛndāvana en tant que Nanda Mahārāja, et Dharā en tant que Yaśodā, son épouse.

Dessa maneira, Nanda Mahārāja e sua esposa, mãe Yaśodā, desenvolveram sua devoção pura pela Suprema Personalidade de Deus, tendo-O obtido como seu filho. E todas as gopīs e vaqueiros que eram associados de Kṛṣṇa desenvolveram naturalmente seus próprios diferentes sentimentos de amor por Kṛṣṇa.

Ainsi, Nanda Mahārāja et son épouse Yaśodā, ayant reçu Dieu, la Personne Suprême, comme Fils développèrent pour Lui une dévotion sans mélange. Et toutes les gopīs et les pâtres compagnons de Kṛṣṇa accrurent chacun, naturellement, leur propre sentiment d’amour pour Kṛṣṇa.

Por isso, só para cumprir a bênção do senhor Brahmā, o Senhor Kṛṣṇa apareceu junto de Sua expansão plenária, Balarāma, e realizou todos os tipos de passatempos infantis para aumentar o prazer transcendental de todos os residentes de Vṛndāvana.

Si donc Śrī Kṛṣṇa apparut avec Son émanation plénière Balarāma et révéla toutes sortes de Divertissements d’enfance, accroissant ainsi le plaisir spirituel de tous les habitants de Vṛndāvana, c’est à seule fin que s’accomplisse la bénédiction de Brahmājī.

Neste ponto, encerram-se os significados Bhaktivedanta do capítulo oito de Kṛṣṇa, intitulado “A Visão da Forma Universal”.

Ainsi s’achèvent les enseignements de Bhaktivedanta pour le huitième chapitre du Livre de Kṛṣṇa, intitulé: « Vision de la forme universelle ».