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Capítulo 73

SOIXANTE-TREIZIÈME CHAPITRE

O Senhor Kṛṣṇa Retorna à Cidade de Hastināpura

Śrī Kṛṣṇa retourne à Hastināpura

Os reis e príncipes libertados pelo Senhor Kṛṣṇa depois da morte de Jarāsandha eram governantes de diferentes partes do mundo. Jarāsandha era tão poderoso em força militar que conquistara o total de vinte mil e oitocentos príncipes e reis. Eles foram todos encarcerados dentro de uma gruta de montanha especialmente construída como um forte e, por muito tempo, ali foram mantidos naquela situação. Quando foram libertados pela graça do Senhor Kṛṣṇa, todos pareciam muito tristes, com roupas esfarrapadas e faces quase completamente ressecadas devido à carência de cuidados físicos. Eles estavam muito debilitados por causa da fome, e seus rostos tinham perdido toda beleza e todo brilho. O longo encarceramento dos reis fizera com que todas as partes de seus corpos se tornassem flácidas e inválidas.

Les rois et princes libérés par Śrī Kṛṣṇa après la mort de Jarāsandha se trouvaient gouverner différentes parties du monde. Jarāsandha jouissait d’une puissance militaire si grande qu’il avait conquis tous ces princes et rois, en tout vingt mille huit cents (20 800). Ils étaient incarcérés à l’intérieur d’une montagne, dans une caverne spécialement aménagée en forteresse, et ce, depuis bien longtemps. Quand la grâce de Śrī Kṛṣṇa vint les délivrer, ils avaient tous l’air malheureux, leurs vêtements n’étaient plus que haillons, et leurs visages s’étaient presque entièrement desséchés par manque de soin. La faim les avait fort affaiblis, et leurs visages avaient perdu toute beauté et tout éclat. Leur longue incarcération avait alangui et handicapé chacune des parties de leur corps.

No entanto, porque naquela condição miserável tinham recebido a oportunidade de pensar no Senhor Kṛṣṇa, eles imediatamente viram-nO agora como a Suprema Personalidade de Deus, Viṣṇu. Eles contemplaram que a cor do corpo transcendental do Senhor Kṛṣṇa se assemelhava ao matiz de uma nuvem recém-formada no céu. Ele apareceu diante deles coberto com vestimentas amarelas sedosas, com quatro mãos, como Viṣṇu, portando os diferentes símbolos: a maça, o búzio, o disco e a flor de lótus. O peito dEle estava marcado com um cordão dourado, e os mamilos em Seu peito pareciam com os verticilos de flores de lótus. Seus olhos pareciam se espalhar como as pétalas de um lótus, e Sua face sorridente exibia o símbolo da paz eterna e da prosperidade. Ele usava reluzentes brincos em forma de tubarão, e Seu elmo estava ornado com valiosas joias. O colar de pérolas do Senhor e os braceletes e pulseiras em Seu corpo resplandeciam com beleza transcendental. A joia Kaustubha pendurada em Seu peito reluzia com intenso brilho, e o Senhor usava uma bela guirlanda de flores. Depois de tanta angústia, quando os reis e príncipes viram o Senhor Kṛṣṇa com Suas primorosas características transcendentais, eles O contemplaram para a alegria de seus corações, como se estivessem bebendo néctar pelos olhos, lambendo o corpo dEle com as línguas, cheirando o aroma do corpo dEle com os narizes e envolvendo-O com os braços. Apenas por causa de sua presença diante da Suprema Personalidade de Deus, todas as reações de suas atividades pecaminosas se purificaram. Assim, sem reservas, eles se renderam aos pés de lótus do Senhor. É declarado no Bhagavad-gītā que, a menos que a pessoa seja libertada de todas as reações pecaminosas, ela não pode se render completamente aos pés de lótus do Senhor. Todos os príncipes que viram o Senhor Kṛṣṇa esqueceram todas as suas tribulações passadas. De mãos juntas e com grande devoção, eles ofereceram orações ao Senhor Kṛṣṇa como segue:

Mais bien que soumis à cette misérable condition d’existence, et accablés par la souffrance, ils s’étaient vus accorder la grâce de pouvoir concentrer leurs pensées sur Dieu, la Personne Suprême, Śrī Viṣṇu.

Maintenant, ils pouvaient de leurs yeux contempler la carnation du Corps spirituel et absolu de Śrī Kṛṣṇa, carnation semblable à celle d’un nuage fraîchement formé dans le ciel. Le Seigneur apparut devant eux joliment vêtu de soies jaunes, doté de quatre bras, tel Viṣṇu, et portant les différents symboles : la masse, la conque, le disque et la fleur de lotus. Sur Son torse se distinguaient des lignes d’or, et les mamelons de Sa poitrine rappelaient le cœur des fleurs de lotus, Ses yeux s’allongeaient tels des pétales de lotus, et Son visage souriant brillait du symbole de la paix et de la prospérité éternelles. Il portait avec grâce d’étincelants pendants d’oreilles, ainsi qu’un casque incrusté de joyaux précieux. Son collier de perles et les bracelets qu’Il portait aux bras comme aux chevilles resplendissaient d’une beauté sublime. La pierre kaustubha, tombant sur Sa poitrine, scintillait d’un grand éclat. Le Seigneur portait aussi une magnifique guirlande de fleurs. Après tant de souffrance, lorsque les rois et princes virent Śrī Kṛṣṇa, lorsqu’ils purent contempler Ses traits merveilleux et sublimes, tous spirituels, ils fixèrent sur Lui leur regard jusqu’à ce que leur cœur se comble de satisfaction, comme si de leurs yeux ils buvaient du nectar, et de leur langue léchaient le Corps du Seigneur, comme si de leurs narines ils en humaient le parfum, et L’étreignaient de leurs bras. Le simple fait de se trouver devant Dieu, la Personne Suprême, les purifia de toutes les suites de leurs actes coupables. Aussi, sans nulle réserve, ils s’abandonnèrent aux pieds pareils-au-lotus du Seigneur. La Bhagavad-gītā enseigne à cet effet qu’à moins d’être affranchi de toutes les suites de ses fautes, nul ne peut tout entier s’abandonner aux pieds pareils-au-lotus de Kṛṣṇa. Les princes qui Le virent oublièrent tous par là même leurs tribulations passées. Les mains jointes, et animés d’une grande dévotion, ils offrirent leurs prières à Śrī Kṛṣṇa  :

“Querido Senhor, ó Suprema Personalidade de Deus, mestre de todos os semideuses, Você pode remover automaticamente as aflições de todos os Seus devotos porque Seus devotos se rendem completamente a Você. Ó querido Senhor Kṛṣṇa, ó Deidade eterna de felicidade e conhecimento transcendentais, Você é imperecível e oferecemos nossas respeitosas reverências a Seus pés de lótus. É por Sua misericórdia sem causa que fomos libertados do encarceramento de Jarāsandha, mas agora oramos que nos livre do encarceramento da existência material, ou seja, Sua energia ilusória. Por favor, interrompa nosso ciclo contínuo de nascimentos e mortes. Agora temos suficiente experiência da miserável vida material, na qual estamos completamente absortos, e, tendo provado sua amargura, viemos nos refugiar aos Seus pés de lótus. Então, por gentileza, dê-nos Sua proteção. Querido Senhor, ó assassino do demônio Madhu, agora podemos ver claramente que Jarāsandha não cometera nem mesmo a mínima falta; é de fato por Sua misericórdia sem causa que fomos privados de nossos reinos, pois estávamos muito orgulhosos de sermos chamados de governantes e reis. Um governante ou um rei que se torna muito presunçoso com falso prestígio e poder dificilmente tem oportunidade de entender sua verdadeira posição constitucional e vida eterna. Sob a influência de Sua energia ilusória, esse governante ou rei tolo fica falsamente soberbo devido à sua posição, exatamente como uma pessoa ingênua que considera uma miragem no deserto um reservatório de água. As pessoas tolas pensam que as posses materiais lhes darão proteção; ocupadas em satisfação dos sentidos, elas falsamente aceitam este mundo material como um lugar de prazer eterno. Ó Senhor, ó Suprema Personalidade de Deus, devemos admitir que, antes disso, éramos arrogantes por causa de nossas opulências materiais. Era como se estivéssemos embriagados. Como éramos todos invejosos e queríamos conquistar uns aos outros, ocupamo-nos todos em lutar pela supremacia, até mesmo às custas do sacrifício das vidas de muitos cidadãos”.

« Cher Seigneur, ô Personne Suprême, Maître de tous les devas, Tu peux dans l’instant effacer toutes les misères de Tes dévots, car ils se sont tout entiers abandonnés à Toi. Ô Śrī Kṛṣṇa, ô Dieu éternel de félicité et de connaissance spirituelle et absolue, Tu es impérissable : nous offrons notre hommage respectueux à Tes pieds pareils-au-lotus. C’est par Ta miséricorde immotivée que nous avons été libérés de la prison où nous avait enfermés Jarāsandha, et nous T’implorons à présent de nous libérer des chaînes de l’énergie illusoire qui nous gardent prisonniers de l’existence matérielle. Mets donc un terme, nous T’en prions, au cycle interminable de nos naissances et de nos morts. Nous avons maintenant une expérience suffisante de la misérable condition matérielle où nous nous trouvons pleinement absorbés ; en ayant goûté l’amertume, nous avons résolu de prendre refuge à Tes pieds pareils-au-lotus. Cher Seigneur, ô Vainqueur du monstre Madhu, nous pouvons maintenant voir avec clarté que Jarāsandha n’a commis aucune faute envers nous. C’est en vérité Ta miséricorde immotivée qui nous a privés de nos royaumes, car nous tirions grand orgueil de nos titres de rois et de maîtres. Tout dirigeant qui s’enorgueillit outre mesure de son prestige et de ses pouvoirs, perd l’occasion de comprendre sa véritable position originelle ainsi que la vie éternelle. Ces insensés, sous le nom de chef ou de roi, tirent vanité de leurs positions par l’influence de Ton énergie illusoire ; ils sont tel l’étourdi qui tient un mirage dans le désert pour une véritable oasis. Les sots croient que leurs possessions matérielles les protégeront contre tous maux, et ceux qui s’adonnent aux plaisirs des sens acceptent bien à tort cet univers matériel comme un lieu de jouissance éternelle. Ô Seigneur, ô Personne Suprême, il nous faut reconnaître qu’avant ces tribulations, nous étions enflés d’orgueil du fait de nos atouts matériels. À cause de l’envie que nous nourrissions les uns envers les autres, et du désir qui nous animait de conquérir nos royaumes respectifs, nous nous sommes tous battus pour la suprématie absolue, au prix même de la vie de nombreux citoyens. »

Essa é a doença do poder político. Tão logo um rei enriquece com opulências materiais, ele deseja dominar outras nações através da agressão militar. Da mesma forma, homens de negócios querem monopolizar certo tipo de negócio e controlar outros grupos mercantis. Impelida por falso prestígio e enamorada pelas opulências materiais, a sociedade humana, em vez de se esforçar pela consciência de Kṛṣṇa, cria distúrbios e perturba a vida pacífica. Dessa forma, os homens esquecem o real propósito da vida: atingir o favor do Senhor Viṣṇu, a Suprema Personalidade de Deus.

Telle est la maladie inhérente au pouvoir politique. Dès qu’un roi ou une nation devient riche d’atouts matériels, le désir de dominer autrui en l’assaillant de sa force militaire ne tarde pas à se manifester. Dans un même ordre d’idée, les commerçants aspirent au monopole d’un certain type de commerce, ou à la domination de leurs concurrents. Ainsi, dégradée par la vanité, et infatuée de ses valeurs matérielles, la société humaine, plutôt que de chercher à s’élever dans la Conscience de Kṛṣṇa, provoque le désordre et trouble la paix générale. Et les hommes en oublient naturellement le véritable but de l’existence : atteindre la faveur de Śrī Viṣṇu, Dieu, la Personne Suprême.

Os reis continuaram: “Ó Senhor, estávamos simplesmente comprometidos na abominável tarefa de matar os cidadãos e persuadi-los a serem desnecessariamente mortos só para satisfazermos nossos caprichos políticos. Nem mesmo consideramos que Sua Onipotência está sempre presente diante de nós na forma da morte cruel. Ficamos tão iludidos que passamos a ser a causa da morte para outros e nos esquecemos de nossa própria morte iminente. Todavia, querido Senhor, a força do elemento tempo, que é Seu representante, é certamente insuperável. O elemento tempo é tão forte que ninguém pode escapar de sua influência; então, recebemos as reações de nossas atividades cruéis, fomos privados de todas as opulências e estamos agora diante de Você como mendigos de rua. Consideramos que nossa posição seja devido à Sua imaculada misericórdia sem causa para conosco, porquanto agora podemos entender que estávamos falsamente orgulhosos e que nossas opulências materiais podem ser retiradas de nós dentro de um segundo por Sua vontade. Apenas por Sua misericórdia imotivada podemos agora pensar em Seus pés de lótus. Esse é o nosso maior lucro. Querido Senhor, todos sabem que o corpo é um solo fértil para a proliferação de doenças. Agora estamos velhos e, em vez de ficarmos orgulhosos de nossa força física, estamos ficando cada dia mais fracos. Já não estamos mais interessados em gozo dos sentidos ou em falsa felicidade derivados do corpo material. Por Sua graça, chegamos agora à conclusão de que ansiar por tal felicidade material é exatamente igual a procurar por água em uma miragem do deserto. Já não estamos mais interessados nos resultados de nossas atividades piedosas, tais como executar grandes sacrifícios para nos elevar aos planetas divinos. Neste momento, entendemos que tal elevação a um padrão material superior pode soar muito aprazível, mas, de fato, não pode haver felicidade dentro deste mundo material. Oramos para que Sua Onipotência nos favoreça, instruindo-nos em relação a como nos ocupar no transcendental serviço amoroso a Seus pés de lótus, de forma que nunca possamos nos esquecer de nossa relação eterna com Sua Onipotência. Não queremos libertação do enredamento da existência material. Em virtude de Sua vontade, podemos nascer em qualquer espécie de vida; não importa. Simplesmente suplicamos que nunca nos esqueçamos, de forma alguma, de Seus pés de lótus. Querido Senhor, neste exato momento, rendemo-nos a Seus pés de lótus, oferecendo-Lhe nossas respeitosas reverências, porque Você é o Senhor Supremo, a Personalidade de Deus, Kṛṣṇa, o filho de Vasudeva. Você é a Superalma nos corações de todos e o Senhor Hari, que pode anular todas as miseráveis condições da existência material. Querido Senhor, Seu nome é Govinda, o reservatório de todo prazer, porque alguém que esteja comprometido em satisfazer Seus sentidos, satisfaz seus próprios sentidos automaticamente. Querido Senhor, Você é sempre famoso porque pode pôr um fim a todas as misérias de Seus devotos. Em consequência disso, por favor, nos aceite como Seus servos rendidos”.

Les rois poursuivirent : « Ô Seigneur, à seule fin de satisfaire nos caprices politiques, nous conduisions simplement, pure abomination, nos citoyens à la mort, les incitant à se faire massacrer sans nécessité. Nous ne considérions point que Ta Grâce Se trouve à jamais présente devant nous sous la forme de la mort cruelle. Si grande notre sottise que nous causions la mort d’autrui sans songer à la nôtre propre, si imminente. Mais, cher Seigneur, la vengeance du facteur temps, lui qui Te représente, est pour le moins implacable ; il jouit d’une puissance telle que nul se saurait échapper à son emprise. Nous avons donc dû subir les conséquences de nos actes monstrueux, si bien que nous voilà à présent privés de tout, et debout devant Toi tels de pauvres hères mendiant dans les rues. Mais nous tenons notre position présente pour le résultat de Ta miséricorde pure et immotivée sur nos têtes, car nous comprenons à présent la vanité de notre orgueil, et que nos biens matériels peuvent nous être retirés en un instant si telle est Ta volonté. Et toujours par Ta grâce sans fin, et par elle seule, nous voilà à même de méditer sur Tes pieds pareils-au-lotus. Voilà bien le plus important de nos gains.

« Cher Seigneur, chacun sait que le corps représente un terrain favorable au développement de la maladie. À présent, nous voilà assez âgés, et la fierté de notre puissance physique a cédé la place à la réalisation de notre faiblesse chaque jour grandissante. Les plaisirs des sens, ou le faux bonheur obtenu par l’intermédiaire du corps matériel, ne nous intéressent plus. Par Ta grâce, nous sommes arrivés à la conclusion que d’aspirer à un tel bonheur matériel, ne vaut guère mieux que de chercher de l’eau dans un mirage. Les fruits de nos actes pieux, tel l’accomplissement de sacrifices pompeux visant l’élévation aux planètes édéniques, n’offrent plus d’attrait pour nous. Nous comprenons à présent qu’une telle promotion à un niveau de vie supérieur, bien qu’elle puisse sembler fort désirable, ne change rien au fait que le bonheur ne saurait exister en ce monde. Nous implorons donc Ta Grâce de nous favoriser en nous instruisant sur la façon de pratiquer le service d’amour sublime offert à Tes pieds pareils-au-lotus, afin que jamais nous n’oubliions la relation éternelle qui nous unit à Toi. Nous ne désirons point être libérés des griffes de l’existence matérielle. Si telle est Ta volonté, peu nous importe de renaître au sein de quelque espèce vivante que ce soit. Nous prions simplement de ne jamais oublier Tes pieds pareils-au-lotus en aucune circonstance. Cher Seigneur, nous nous abandonnons aujourd’hui à Tes pieds pareils-au-lotus en T’offrant notre hommage respectueux, car Tu es Dieu, la Personne Souveraine, Kṛṣṇa, le Fils de Vasudeva. Tu es l’Âme Suprême sise dans le cœur de chacun ; Tu es Śrī Hari, Celui qui peut nous soustraire à toutes les conditions misérables de l’existence. Cher Seigneur, Ton Nom est Govinda, Source intarissable de tout plaisir. Car, celui qui s’occupe à satisfaire Tes Sens, tout naturellement satisfait les siens aussi ; voilà bien qui Te vaut ce Nom. Ta renommée est éternelle, du fait que Tu peux mettre un terme à toutes les souffrances de Tes dévots. Nous T’en prions donc, accepte-nous comme Tes serviteurs soumis. »

Depois de ouvir as orações dos reis libertados da prisão de Jarāsandha, o Senhor Kṛṣṇa, que é sempre o protetor das almas rendidas e um oceano de misericórdia para os devotos, respondeu-lhes em Sua doce voz transcendental, que estava grave e plena de significado. “Meus queridos reis”, disse Ele, “dou-lhes Minhas bênçãos. De hoje em diante, vocês terão grande apego ao Meu serviço devocional. Concedo-lhes esta bênção, como vocês desejam. Saibam que estou sempre sentado dentro de seus corações como a Superalma e, porque vocês voltaram suas faces agora em direção a Mim, Eu, como o mestre de todos, sempre lhes darei adequada orientação para que nunca se esqueçam de Mim, de forma que, no curso do tempo, vocês voltem ao lar, voltem ao Supremo. Meus queridos reis, sua decisão de deixar todas as concepções de prazer material e, ao invés disso, voltarem para Meu serviço devocional é de fato o sintoma de Sua boa fortuna. Daqui em diante, vocês serão sempre abençoados com uma vida bem-aventurada. Confirmo que tudo o que vocês falaram sobre Mim em suas orações é veraz. É fato que a posição materialmente opulenta de alguém que não é completamente consciente de Kṛṣṇa é a causa de sua queda e de sua posição como vítima da energia ilusória. No passado, houve muitos reis rebeldes, como Haihaya, Nahuṣa, Vena, Rāvaṇa e Narakāsura. Alguns deles eram semideuses e alguns deles eram demônios, mas, por causa de sua falsa percepção de suas posições, eles caíram dos seus postos elevados e, destarte, não permaneceram mais como reis de seus respectivos domínios, perdendo-se na violência da abominável vida condicionada”.

Après avoir entendu les prières des rois délivrés de la prison de Jarāsandha, Śrī Kṛṣṇa, à jamais le Protecteur des âmes soumises, et Océan de miséricorde pour Ses dévots, leur répondit de Sa voix douce et sublime, mais aussi grave et pleine de sens : « Chers rois, J’étends sur vous Ma bénédiction. À compter de ce jour, vous serez attachés à Mon service de dévotion sans jamais défaillir. Comme vous l’avez désiré, Je vous accorde cette grâce. Sachez que Je suis toujours dans votre cœur en tant que l’Âme Suprême, et qu’à présent, puisque vous avez vers Moi tourné votre regard, Moi, Maître de tous les êtres, vous conseillerai désormais afin que jamais vous ne M’oubliiez et que peu à peu vous progressiez sur la voie du retour à Dieu, en votre demeure originelle.

« Mes chers rois, votre décision de renoncer au concept même du plaisir matériel pour vous tourner vers le service de dévotion offert à Ma Personne constitue le véritable signe de votre bonne fortune. À partir d’aujourd’hui, vous vous verrez toujours bénis d’une existence heureuse. Je confirme en outre la véracité de tout ce que vous avez dit à Mon sujet dans vos prières. Il est vrai que l’opulence matérielle de ceux qui ne sont pas tout entiers conscients de Kṛṣṇa entraîne leur chute, et que par elle ils deviennent victimes de l’énergie illusoire. Les temps passés virent tant de rois rebelles – Haihaya, Nahuṣa, Vena, Rāvaṇa et Narakāsura. Certains d’entre eux étaient devas, et d’autres asuras, mais les uns comme les autres, du fait de leur perception erronée de leur position, se virent choir de leur poste élevé, et perdirent leurs royaumes.

“Todos vocês devem compreender que qualquer coisa material tem seu início, crescimento, manutenção, expansão, deterioração e, por fim, desaparecimento. Todos os corpos materiais estão sujeitos a essas seis condições, e qualquer aquisição relativa acumulada por este corpo está definitivamente sujeita à destruição final. Portanto, ninguém deveria se apegar a coisas perecíveis. Enquanto a pessoa estiver dentro deste corpo material, ela deve ser muito cautelosa em seus procedimentos mundanos. O modo mais perfeito de vida neste mundo material é simplesmente dedicar-se ao Meu transcendental serviço amoroso e executar honestamente os deveres prescritos de sua posição específica. No seu caso, vocês pertencem a famílias kṣatriyas. Então, vocês devem viver honestamente, segundo os deveres prescritos condizentes à ordem real, e fazer Seus cidadãos felizes sob todos os aspectos. Mantenham-se nos padrões da vida kṣatriya. Não procriem filhos movidos pelo gozo dos sentidos, mas simplesmente encarreguem-se do bem-estar das pessoas em geral. Todos nascem neste mundo material em continuação à sua vida pretérita, sujeitando-se assim às estritas leis da natureza, tais como nascimento e morte, angústia e felicidade, lucro e perda. A pessoa não deveria perturbar-se com as dualidades, senão que deveria sempre se apegar ao Meu serviço devocional e ser equânime mentalmente, satisfazendo-se em todas as circunstâncias e considerando todas as coisas como sendo concedidas por Mim. Desta forma, pode-se viver uma vida muito feliz e pacífica, até mesmo dentro desta condição material. Em outras palavras, a pessoa deveria ser indiferente ao corpo material e a seus subprodutos, e não se alterar por eles. Deve-se permanecer completamente satisfeito com os interesses da alma espiritual e ocupar-se no serviço da Superalma, ocupando sua mente apenas em pensar em Mim, tornando-se Meu devoto, adorando-Me e oferecendo suas respeitosas reverências unicamente a Mim. Desse modo, o ser humano pode atravessar este oceano de ignorância com muita facilidade e, ao final, voltar a Mim. Em conclusão, suas vidas deveriam ser constantemente dedicadas ao Meu serviço”.

« Baignant dans la violence de l’existence conditionnée, chacun d’entre vous doit comprendre que toute chose matérielle connaît un début, une période de croissance, une autre de stabilisation, puis d’expansion, un déclin et une fin. Tout corps matériel est sujet à ces six conditions ; et toute acquisition relative à ce corps se trouve également, et sans qu’il soit permis d’en douter, sujette à la destruction finale. Par suite, nul ne devrait s’attacher aux choses périssables. Tant que l’on habite le corps matériel, il faut agir avec grande prudence en ce monde. Le mode de vie le plus parfait ici-bas, c’est simplement de se vouer à Mon service d’amour, spirituel et absolu, et de se soumettre de bonne foi aux devoirs que prescrivent à chacun les Écritures selon sa position. En ce qui vous concerne, vous appartenez tous à des familles kṣatriyas ; vous devez donc vivre honnêtement, selon les obligations qui incombent à l’ordre royal, et rendre vos citoyens heureux à tous les égards. Tenez-vous-en aux normes d’existence des kṣatriyas. N’engendrez point d’enfant pour le simple plaisir des sens ; veillez simplement au bien-être des hommes en général. Tous prennent naissance en ce monde en raison de désirs impurs nourris au cours de leur existence passée, et se voient dès lors assujettis aux sévères lois de la nature, telles la naissance et la mort, le malheur et le bonheur, le gain et la perte. Nul ne doit se laisser égarer par la dualité, mais bien plutôt demeurer ferme dans Mon service, et de ce fait garder un mental équilibré et satisfait en toutes circonstances, tenant toute chose pour un don de Ma Personne. Ainsi, chacun pourra vivre une existence des plus heureuses et des plus paisibles, même en ce monde. Pour tout dire, il s’agit de se montrer insoucieux du corps matériel et de ce qu’il peut produire sans jamais s’en laisser affecter. L’on doit demeurer pleinement satisfait dans la poursuite des intérêts de l’âme spirituelle, et se mettre au service de l’Âme Suprême. L’on ne devrait emplir son mental que de Moi, et seulement devenir Mon dévot, M’adorer, offrir à Moi seul l’hommage de son respect. Par cette voie, on pourra traverser l’océan de l’ignorance avec grande aise, et enfin revenir à Moi. Pour conclure, vos vies doivent tout entières être engagées à Mon service. »

Após proferir Suas instruções aos reis e príncipes, o Senhor Kṛṣṇa imediatamente fez arranjos para o conforto deles e ordenou a muitos criados e criadas que cuidassem deles. O Senhor Kṛṣṇa pediu a Sahadeva, o filho do rei Jarāsandha, que provesse todas as necessidades dos reis e mostrar-lhes todo respeito e honra. Em atenção à ordem do Senhor Kṛṣṇa, Sahadeva ofereceu-lhes toda distinção e os presenteou com ornamentos, vestimentas, guirlandas e outras parafernálias. Depois de tomarem seus banhos e se vestirem muito bem, os reis pareciam felizes e gentis. Em seguida, eles receberam comida saborosa. O Senhor Kṛṣṇa supriu tudo para o conforto deles, tudo adequado às suas posições reais. Visto que os reis foram assim tão caridosamente tratados pelo Senhor Kṛṣṇa, eles sentiram grande felicidade, e suas faces ficaram luminosas, assemelhando-se às estrelas no céu depois do fim da estação chuvosa. Todos bem vestidos e ornamentados, com seus brincos reluzindo, eles foram então colocados em carruagens ornadas com ouro e joias e puxadas por cavalos decorados. Depois de ver que cada qual fora bem cuidado, o Senhor Kṛṣṇa, em um tom de voz suave, pediu-lhes que voltassem aos seus respectivos reinos. Pelo comportamento liberal dEle, inigualável na história do mundo, o Senhor Kṛṣṇa libertou todos os reis que tinham estado nas garras de Jarāsandha, e os reis, estando completamente satisfeitos, começaram a cantar o Seu santo nome, a pensar em Sua santa forma e a glorificar Seus passatempos transcendentais como a Suprema Personalidade de Deus. Assim envolvidos, eles voltaram aos seus respectivos reinos. Os cidadãos de seus reinos ficaram muito satisfeitos por vê-los retornar e, quando ouviram falar dos procedimentos amáveis do Senhor Kṛṣṇa, regozijaram-se bastante. Os reis começaram a administrar os negócios de seus reinos conforme as instruções do Senhor Kṛṣṇa, e todos esses reis e seus súditos passaram os dias muito felizes. Esse é um exemplo vívido de uma sociedade consciente de Kṛṣṇa. Se as pessoas do mundo, levando em consideração suas respectivas qualidades materiais, dividirem toda a sociedade em quatro ordens para o progresso material e quatro ordens para o avanço espiritual, centrando essas ordens em Kṛṣṇa e seguindo as instruções de Kṛṣṇa como declaradas no Bhagavad-gītā, a sociedade humana inteira será indubitavelmente feliz. Essa é a lição que devemos assimilar desse incidente.

Après avoir prodigué Ses enseignements aux rois et aux princes présents, Śrī Kṛṣṇa demande que de nombreux serviteurs et servantes veillent à leur confort et prennent soin d’eux. Śrī Kṛṣṇa prie Sahadeva, le fils du roi Jarāsandha, de fournir aux rois tout ce dont ils pourraient avoir besoin, et de leur accorder tout respect et tout honneur. Répondant au désir du Seigneur, Sahadeva comble les monarques et leur présente des habits, des parures, des guirlandes et bien d’autres objets. Après avoir pris leur bain et s’être bien vêtus, les rois paraissent heureux et paisibles. On leur offre alors de délicieux mets. Śrī Kṛṣṇa veille au moindre détail de leur confort comme l’exige leur position royale. Et ainsi traités par Śrī Kṛṣṇa, avec tant de miséricorde, tous ressentent une joie profonde, et leurs visages illuminés rappellent les étoiles dans le ciel à la fin de la saison des pluies. Tous sont fort agréablement vêtus et parés, et leurs pendants d’oreilles scintillent. Chacun est ensuite placé sur un char incrusté d’or et de pierreries, et tiré par des chevaux finement décorés. Puis, s’assurant que rien n’a été oublié, Śrī Kṛṣṇa, d’une voix douce, leur demande de s’en retourner dans leurs royaumes respectifs.

Dans son infinie libéralité, inégalée dans l’histoire du monde, Śrī Kṛṣṇa avait libéré tous les rois des griffes de Jarāsandha, et ceux-ci, se sentant comblés, commencèrent à chanter Son Saint Nom, à méditer sur Sa divine Forme, et à glorifier Ses Divertissements spirituels en tant que Dieu, la Personne Suprême. C’est ainsi absorbés qu’ils prirent le chemin de leurs royaumes, où leurs sujets se montrèrent fort heureux de leur retour, et transportés de joie en apprenant la bonté avec laquelle les avait traités Śrī Kṛṣṇa. Les rois reprirent leurs fonctions suivant les instructions du Seigneur, et tous vécurent avec leurs sujets des jours fort heureux. Tel est l’exemple vivant d’une société consciente de Kṛṣṇa. Si les peuples du monde divisent leur société en quatre groupes, déterminés par les attributs matériels de chacun et destinés à favoriser le progrès matériel aussi bien que spirituel de la population, quatre groupes centrés sur Kṛṣṇa, suivant Son enseignement – qu’Il prodigue dans la Bhagavad-gītā –, l’humanité tout entière connaîtra sans nul doute le bonheur. Telle est la leçon que nous devons tirer de ce récit.

Depois de causar a aniquilação de Jarāsandha por Bhīmasena e após ser apropriadamente honrado por Sahadeva, o filho de Jarāsandha, o Senhor Kṛṣṇa, acompanhado por Bhīmasena e Arjuna, voltou à cidade de Hastināpura. Quando eles chegaram às cercanias de Hastināpura, sopraram seus respectivos búzios. Ao ouvirem as vibrações dos sons e entenderem quem estava chegando, todos em Hastināpura se alegraram imediatamente. No entanto, os inimigos de Kṛṣṇa, ao ouvirem os búzios, ficaram muito pesarosos. Os cidadãos de Indraprastha sentiram seus corações ficarem joviais apenas por ouvirem a vibração do búzio de Kṛṣṇa, porque eles puderam entender que Jarāsandha fora eliminado. Agora, a execução do sacrifício rājasūya pelo rei Yudhiṣṭhira estava quase certa. Bhīmasena, Arjuna e Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus, chegaram diante do rei Yudhiṣṭhira e ofereceram seus cumprimentos. O rei Yudhiṣṭhira ouviu a narração da morte de Jarāsandha e a libertação dos reis com muita atenção. Ele também ouviu falar das táticas adotadas por Kṛṣṇa para matar Jarāsandha. O rei era naturalmente afetuoso para com Kṛṣṇa, mas, depois de ouvir a história, ele ficou ainda mais amorosamente apegado a Ele; lágrimas de êxtase deslizaram dos seus olhos, e ele ficou tão atordoado que quase não conseguia falar.

Après avoir veillé à l’annihilation de Jarāsandha par Bhīmasena et avoir été dûment honoré par Sahadeva, fils de Jarāsandha, Kṛṣṇa, accompagné de Bhīmasena et d’Arjuna, S’en retourna à Hastināpura. Parvenus à l’enceinte de la ville, ils soufflèrent chacun dans leur conque ; entendant ce son et comprenant par qui il était produit, tous s’animèrent de joie. Mais les ennemis de Kṛṣṇa, pour leur part, perçurent dans ce même son une cause de détresse. Les habitants d’Indraprastha, eux, sentirent leurs cœurs s’emplir de joie dès qu’ils entendirent vibrer la conque de Kṛṣṇa, car ils pouvaient comprendre par-là que Jarāsandha avait trouvé la mort. Dès lors, l’accomplissement du sacrifice rājasūya par le roi Yudhiṣṭhira ne faisait plus de doute. Bhīmasena, Arjuna et Kṛṣṇa, Dieu, la Personne Suprême, se présentèrent devant le roi Yudhiṣṭhira et lui offrirent leurs respects. L’empereur prêta une oreille attentive à la narration de la mise à mort de Jarāsandha et de la délivrance des rois. Il apprit également par quelle tactique Kṛṣṇa avait détruit Jarāsandha. Le roi portait une affection toute naturelle au Seigneur, mais après l’écoute de ce récit, son amour pour Lui s’accrut encore. Des larmes d’extase coulèrent de ses yeux, et si grande fut sa stupeur qu’il se trouva presque incapable de parler.

Neste ponto, encerram-se os significados Bhaktivedanta do capítulo setenta e três de Kṛṣṇa, intitulado “O Senhor Kṛṣṇa Retorna à Cidade de Hastināpura”.

Ainsi s’achèvent les enseignements de Bhaktivedanta pour le soixante-treizième chapitre du Livre de Kṛṣṇa, intitulé: « Śrī Kṛṣṇa retourne à Hastināpura ».