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CAPÍTULO TRÊS

O Nascimento do Senhor Kṛṣṇa

Como se descreve neste capítulo, sob Sua forma original, a Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa, Hari, apareceu como Viṣṇu para que Seu pai e Sua mãe pudessem entender que seu filho era a Suprema Personalidade de Deus. Como temiam Kaṁsa, logo que o Senhor apareceu como uma criança comum, levaram-nO para Gokula, o lar de Nanda Mahārāja.

Mãe Devakī, sendo plenamente transcendental, sac-cid-ānanda, não pertence a este mundo material. Assim, a Suprema Personalidade de Deus apareceu com quatro mãos, como se houvesse nascido de seu ventre. Ao ver o Senhor apresentar aquela forma de Viṣṇu, Vasudeva ficou maravilhado e, em felicidade transcenden­tal, ele e Devakī deram mentalmente dez mil vacas em caridade aos brāhmaṇas. Então, Vasudeva ofereceu orações ao Senhor, dirigindo­-se a Ele como a Pessoa Suprema, Parabrahman, a Superalma, que está situado além da dualidade e que, interna e externamente, é onipenetrante. O Senhor, a causa de todas as causas, está além da existên­cia material, embora seja o criador deste mundo material. Ao entrar neste mundo como o Paramātmā, Ele é onipenetrante (aṇḍāntara-stha-paramāṇu-cayāntara-stham), mas Ele Se situa transcendentalmente. Para executar a criação, manutenção e aniquilação deste mundo material, o Senhor aparece como os guṇa-avatāras – Brahmā, Viṣṇu e Maheśvara. Assim, Vasudeva ofereceu significati­vas orações à Suprema Personalidade de Deus. A exemplo de seu esposo, Devakī ofereceu orações que descreviam a natureza transcen­dental do Senhor. Temendo Kaṁsa e desejando que o Senhor não fosse entendido pelos ateístas e não-devotos materialistas, ela orou para que o Senhor desfizesse Sua transcendental forma de quatro braços e aparecesse como uma criança comum, com duas mãos.

O Senhor fez com que Vasudeva e Devakī se lembrassem das duas outras encarnações em que Ele aparecera como filho deles. Ele aparecera como Pṛśnigarbha e Vāmanadeva, e essa era a terceira vez que Ele aparecia como filho de Devakī para satisfazer-lhes o desejo. Então, o Senhor decidiu deixar a residência de Vasudeva e Devakī, na prisão em que foram colocados por Kaṁsa, e, naquele exato momento, Yogamāyā nasceu como filha de Yaśoda. Por ar­ranjo de Yogamāyā, Vasudeva foi capaz de deixar a prisão e salvar a criança das mãos de Kaṁsa. Ao levar Kṛṣṇa à casa de Nanda Mahārāja, Vasudeva viu que, por arranjo de Yogamāyā, Yaśoda, bem como os demais, estavam em sono profundo. Assim, ele trocou os bebês, tirando Yogamāyā do colo de Yaśodā e substituindo-a por Kṛṣṇa. Vasudeva retornou, então, à mesma prisão, levando Yogamāyā como se fosse sua filha. Ele colocou Yogamāyā na cama de Deva­kī e voltou a ser um prisioneiro como antes. Em Gokula, Yaśodā não ficara sabendo se dera à luz um menino ou uma menina.

VERSOS 1-5:
Em seguida, no momento auspicioso do aparecimento do Senhor, o universo inteiro transbordou de todas as qualidades em que existia bondade, beleza e paz. A constelação Rohiṇī apareceu, e também estrelas como a Aśvinī. O Sol, a Lua e as outras estrelas e planetas estavam muito plácidos. Todas as direções pareciam extremamente agradáveis, e belas estrelas cintilavam no céu diáfano. Decorada com cidades, vilas, minas e campos de pastagem, a Terra parecia muito auspiciosa. As águas dos rios eram cristalinas, e os lagos e vários reservatórios, cheios de lírios e lótus, estavam extraordinariamente belos. Nas árvores e plantas verdes, repletas de flores e folhas, agra­dáveis aos olhos, pássaros como cucos e enxames de abelhas começa­ram a cantar com doces vozes para agradar aos semideuses. Soprava uma brisa pura, que satisfazia o tato e transportava o aroma das flores, e, quando os brāhmaṇas ocupados em cerimônias ritualísticas acen­deram o fogo de sacrifício de acordo com os princípios védicos, as chamas se revelaram estáveis, não sendo perturbadas pela brisa. Assim, quando o não-nascido Senhor Viṣṇu, a Suprema Personalidade de Deus, estava prestes a aparecer, os santos e brāhmaṇas, que sempre eram incomodados por demônios como Kaṁsa e seus homens, sen­tiram paz no âmago de seus corações, e, simultaneamente, os timbales vibraram no sistema planetário superior.
VERSO 6:
Os Kinnaras e Gandharvas começaram a cantar canções auspiciosas, os Siddhas e Cāraṇas ofereceram orações auspiciosas, e os Vi­dyādharīs, juntamente com as Apsarās, começaram a dançar em júbilo.
VERSOS 7-8:
Os semideuses e grandes pessoas santas lançaram flores festivamente, e nuvens juntaram-se no céu e trovejaram muito discretamen­te, fazendo sons parecidos com os das ondas do oceano. Então, na densa escuridão da noite, a Suprema Personalidade de Deus, Viṣṇu, que está situado no âmago do coração de todos, apareceu do cora­ção de Devakī, como a lua cheia que surge no horizonte oriental, porque Devakī estava na mesma categoria de Śrī Kṛṣṇa.
VERSOS 9-10:
Então, Vasudeva viu a criança recém-nascida, que tinha maravilhosos olhos de lótus e, em Suas quatro mãos, portava as armas śaṅkha, cakra, gadā e padma. Sobre Seu peito, havia a marca de Śrīvatsa e, em Seu pescoço, a reluzente joia Kaustubha. Vestida de amarelo, o corpo negro como uma nuvem densa, Seu cabelo em desalinho e crescido, e Seu elmo e brincos incomumente cintilantes, cravejados da joia preciosa Vaidūrya, a criança, adornada com um cinto, bra­celetes, pulseiras e outros ornamentos brilhantes, parecia muito maravilhosa.
VERSO 11:
Quando Vasudeva viu seu extraordinário filho, seus olhos ficaram admirados. Em júbilo transcendental, ele reuniu mentalmente dez mil vacas e as distribuiu entre os brāhmaṇas, como um festival trans­cendental.
VERSO 12:
Ó Mahārāja Parīkṣit, descendente do rei Bharata, Vasudeva pôde entender que aquela criança era a Suprema Personalidade de Deus, Nārāyaṇa. Tendo definitivamente chegado a essa conclusão, ele se tornou destemido. Prostrando-se de mãos postas e concentrando sua atenção, ele começou a oferecer orações à criança, que, com Seu encanto natural, iluminava o lugar onde nascera.
VERSO 13:
Vasudeva disse: Meu Senhor, sois a Pessoa Suprema, situado além da existência material, e sois a Superalma. Vossa forma pode ser percebida através do conhecimento transcendental, pelo qual podeis ser entendido como a Suprema Personalidade de Deus. Agora compreendo perfeitamente a Vossa posição.
VERSO 14:
Meu Senhor, sois a própria pessoa que, no começo, criou este mundo material através de Sua energia externa pessoal. Após a criação deste mundo sob o influxo dos três guṇas [sattva, rajas e tamas], parece terdes entrado nele, embora de fato não o tenhais.
VERSOS 15-17:
O mahat-tattva, a totalidade da energia material, é indiviso, mas, devido aos modos da natureza material, ele parece decompor-se em terra, água, fogo, ar e éter. Devido à energia vital [jīva-bhūta], essas energias separadas combinam-se para tornar visível a manifes­tação cósmica, mas, em verdade, antes da criação do cosmo, a energia total já está presente. Portanto, a totalidade da energia material, na realidade, nunca entra na criação. Do mesmo modo, embora sejais percebido por nossos sentidos devido à Vossa presença, não podeis ser percebido pelos sentidos, nem experimentado pela mente ou pala­vras [avāṅ-mānasa-gocara]. Com nossos sentidos, podemos perceber alguns objetos, mas não todos; por exemplo, podemos usar nossos olhos para ver, mas não para saborear. Consequentemente, estais além da percepção sensorial. Embora entreis em contato com os modos da natureza material, não sois afetado por eles. Sois o fator primordial em tudo, a Superalma onipenetrante e indivisa. Para Vós, portanto, não há externo ou interno. Jamais entrastes no ventre de Devakī; ao contrário, já existíeis ali.
VERSO 18:
Aquele que considera seu corpo visível, que é um produto dos três modos da natureza, como independente da alma não conhece a base da existência e, portanto, é um patife. Quem é erudito rejei­ta essa conclusão porque se pode entender através de argumentação sensata que, sem base na alma, o corpo visível e os sentidos não teriam fundamento. Entretanto, embora sua conclusão seja rejeitada, os tolos consideram-na real.
VERSO 19:
Ó meu Senhor, os eruditos estudiosos dos Vedas concluem que a criação, manutenção e aniquilação de toda a manifestação cósmica são realizadas por Vós, que não executais esforço algum, não sois afetado pelos modos da natureza material e sois imutável em Vossa posição espiritual. Não há contradições em Vós, que sois a Suprema Personalidade de Deus, o Parabrahman. Porque os três modos da natureza material – sattva, rajas e tamas – estão sob Vosso controle, tudo ocorre automaticamente.
VERSO 20:
Meu Senhor, Vossa forma é transcendental aos três modos mate­riais, mas, para a manutenção dos três mundos, manifestais a bondade, assumindo a cor branca de Viṣṇu; para a criação, que é revestida com a qualidade da paixão, apareceis vermelho, e, no final, quando há necessidade da aniquilação, que é revestida de ignorân­cia, apareceis negro.
VERSO 21:
Ó meu Senhor, proprietário de toda a criação, aparecestes agora em minha casa, desejando proteger este mundo. Tenho certeza de que matareis todos os exércitos que se locomovem por todo o mundo sob a liderança de políticos que se fazem passar por governantes kṣatriyas, mas que, em realidade, são demônios. Para a proteção do público inocente, eles devem ser mortos por Vós.
VERSO 22:
Ó meu Senhor, Senhor dos semideuses, após ouvir a profecia de que nasceríeis em nosso lar e o mataríeis, esse incivilizado Kaṁsa matou muitos de Vossos irmãos mais velhos. Logo que seus comissários lhe contarem que aparecestes, ele virá imediatamente com armas para matar-Vos.
VERSO 23:
Śukadeva Gosvāmī prosseguiu: Em seguida, tendo observado que seu filho tinha todas as características da Suprema Personalidade de Deus, Devakī, que tinha muito medo de Kaṁsa e estava deveras atônita, começou a oferecer orações ao Senhor.
VERSO 24:
Śrī Devakī disse: Meu querido Senhor, existem diferentes Vedas, alguns dos quais Vos descrevem como imperceptível às palavras e à mente. No entanto, sois a origem de toda a manifestação cósmi­ca. Sois o Brahman, o maior de tudo, pleno de refulgência como o Sol. Não tendes causa material, não sofreis mudanças ou modificações, e não tendes desejos materiais. Em razão disso, os Vedas dizem que sois a substância. Portanto, meu Senhor, sois diretamente a origem de todas as afirmações védicas, e, compreendendo-Vos, todos podem gradualmente passar a compreender tudo. Sois diferente da luz do Brahman e do Paramātmā, mas não sois diferente deles. Tudo emana de Vós. Na verdade, sois a causa de todas as causas, o Senhor Viṣṇu, a luz de todo o conhecimento transcendental.
VERSO 25:
Após milhões de anos, no momento da aniquilação cósmica, quando tudo, manifesto e imanifesto, é aniquilado pela força do tempo, os cinco elementos grosseiros entram na concepção sutil, e as catego­rias manifestas entram na substância imanifesta. Nessa ocasião, per­maneceis apenas Vós, e sois conhecido como Ananta Śeṣa-nāga.
VERSO 26:
Ó principiador da energia material, esta maravilhosa criação fun­ciona sob o controle do tempo poderoso, que se divide em segundos, minutos, horas e anos. Este elemento tempo, que se estende por muitos milhões de anos, é apenas outra forma do Senhor Viṣṇu. Para executardes Vossos passatempos, agis como o controlador do tempo, mas sois o reservatório de toda a boa fortuna. Assim, entrego-me por completo a Vossa Onipotência.
VERSO 27:
Nem mesmo fugindo para qualquer planeta, ninguém neste mundo material jamais se libertou dos quatro princípios: nascimento, morte, velhice e doença. Mas agora que aparecestes, meu Senhor, a morte foge com medo de Vós, e as entidades vivas, tendo por Vossa misericórdia obtido refúgio a Vossos pés de lótus, dormem com plena paz mental.
VERSO 28:
Meu Senhor, visto que dissipais todo o temor sentido por Vossos devotos, peço-Vos que nos salveis e nos protejais do terrível medo produzido por Kaṁsa. Vossa forma de Viṣṇu, a Suprema Personali­dade de Deus, é apreciada pelos yogīs meditativos. Por favor, tornai essa forma invisível àqueles que veem com olhos materiais.
VERSO 29:
Ó Madhusūdana, devido ao Vosso aparecimento, estou ficando cada vez mais ansiosa e com medo de Kaṁsa. Portanto, por favor, fazei com que este pecaminoso Kaṁsa seja incapaz de compreender que nascestes de meu ventre.
VERSO 30:
Ó meu Senhor, sois a onipenetrante Suprema Personalidade de Deus, e Vossa transcendental forma de quatro braços, portando o búzio, o disco, a maça e o lótus, não é natural a este mundo. Por favor, recolhei essa forma [e tornai-Vos tal qual uma criança humana natural para que eu possa esconder-Vos em algum lugar].
VERSO 31:
No momento da devastação, todo o cosmo, contendo todas as entidades móveis e inertes, entra em Vosso corpo transcendental, onde é mantido sem dificuldade. Agora, entretanto, essa forma transcenden­tal nasceu de meu ventre. As pessoas não acreditarão nisso, e eu cairei no ridículo.
VERSO 32:
A Suprema Personalidade de Deus respondeu: Minha querida mãe, ó mulher castíssima, em teu nascimento anterior, no milênio de Svāyambhuva, eras conhecida como Pṛśni, e Vasudeva, que era o mais piedoso Prajāpati, chamava-se Sutapā.
VERSO 33:
Quando ambos recebestes do senhor Brahmā a ordem para procriardes, primeiramente vos submetestes a rigorosas austeridades, controlando vossos sentidos.
VERSOS 34-35:
Meus queridos pai e mãe, vós suportastes chuva, vento, sol forte, calor escaldante e frio severo, sofrendo toda classe de inconveniências, de acordo com as diferentes estações. Praticando prāṇāyāma para, através do yoga, controlar o ar dentro do corpo, e alimentan­do-vos apenas de ar e das folhas secas que caíam das árvores, tiras­tes de vossa mente toda sujeira. Desse modo, desejando uma bênção Minha, adorastes-Me com a mente pacífica.
VERSO 36:
Assim, passastes doze mil anos celestiais realizando difíceis atividades de tapasya em consciência de Mim [consciência de Kṛṣṇa].
VERSOS 37-38:
Ó impecável mãe Devakī, após expirarem doze mil anos celestiais, nos quais, munidos de grande fé, devoção e austeridade, constante­mente Me contemplastes no âmago de vossos corações, fiquei muito satisfeito convosco. Como sou o melhor de todos os outorgadores de bênçãos, apareci nesta mesma forma de Kṛṣṇa para pedir-vos que recebais de Mim a bênção que desejastes. Expressastes, então, o desejo de ter um filho exatamente como Eu.
VERSO 39:
Sendo esposo e esposa, mas sempre sem filhos, fostes atraídos pelo desejo sexual, pois, por influência de devamāyā, o amor transcendental, quisestes ter-Me como vosso filho. Portanto, nunca dese­jastes libertar-vos deste mundo material.
VERSO 40:
Depois que recebestes essa bênção e Eu desapareci, ocupastes-vos em sexo para terdes um filho como Eu, e satisfiz o vosso desejo.
VERSO 41:
Como não encontrei nenhuma outra pessoa tão ele­vadíssima como vós em simplicidade e outras qualidades de bom cará­ter, apareci neste mundo como Pṛśnigarbha, ou aquele que é célebre por ter nascido de Pṛśni.
VERSO 42:
No milênio seguinte, apareci mais uma vez por intermédio de vós, que fostes Minha mãe, Aditi, e Meu pai, Kaśyapa. Eu era conheci­do como Upendra e, por ser um anão, também era conhecido como Vāmana.
VERSO 43:
Ó mãe sumamente casta, Eu, a mesma personalidade, acabo de aparecer de vós como vosso filho, pela terceira vez. Aceitai Minhas palavras como verdadeiras.
VERSO 44:
Mostrei-vos esta forma de Viṣṇu simplesmente para que pudésseis lembrar-vos de Meus nascimentos anteriores. Se Eu aparecesse como uma criança humana comum não acreditaríeis que a Suprema Perso­nalidade de Deus, Viṣṇu, realmente apareceu.
VERSO 45:
Vós ambos, esposo e esposa, pensais constantemente em Mim como vosso filho, mas sabeis sempre que sou a Suprema Personalidade de Deus. Assim, pensando constantemente em Mim com amor e afeição, alcançareis a perfeição máxima – retornar ao lar, retornar ao Supremo.
VERSO 46:
Śukadeva Gosvāmī disse: Após dar essas instruções a Seu pai e Sua mãe, a Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa, manteve-Se em silêncio. Então, diante deles, através de Sua energia interna, Ele Se transformou­ em uma criancinha humana. [Em outras palavras, transfor­mou-Se em Sua forma original: kṛṣṇas tu bhagavān svayam.]
VERSO 47:
Em seguida, exatamente quando Vasudeva, recebendo inspiração da Suprema Personalidade de Deus, estava prestes a levar da sala de parto a criança recém-nascida, Yogamāyā, a energia espiritual do Senhor, nasceu como a filha da esposa de Mahārāja Nanda.
VERSOS 48-49:
Por influência de Yogamāyā, todos os porteiros caíram em sono profundo, e seus sentidos ficaram incapazes de funcionar, e os outros habitantes da casa também adormeceram profundamente. Quando o Sol nasce, a escuridão automaticamente desaparece; do mesmo modo, quando Vasudeva apareceu, as portas, estando fechadas com fortes travas e correntes de ferro, abriram-se automaticamente. Visto que trovões e chuva eram mansamente produzidos pelas nuvens do céu, Ananta-nāga, uma expansão da Suprema Personalidade de Deus, seguiu Vasudeva a partir da porta, estendendo Seus capelos para proteger Vasudeva e a criança transcendental.
VERSO 50:
Devido à constante chuva enviada pelo semideus Indra, o rio Yamunā transbordou, e suas águas espumavam, formando ondas revoltas. Porém, assim como o grande Oceano Índico anteriormente deu passagem ao Senhor Rāmacandra, permitindo que Ele construísse uma ponte, o rio Yamunā abriu passagem a Vasudeva e permitiu que ele o atravessasse.
VERSO 51:
Ao alcançar a casa de Nanda Mahārāja, Vasudeva viu que todos os vaqueiros estavam profundamente adormecidos. Assim, ele pôs seu próprio filho na cama de Yaśoda, pegou-lhe a filha, uma expansão de Yogamāyā, e, em seguida, regressou à sua residência, a prisão na casa de Kaṁsa.
VERSO 52:
Vasudeva colocou a menina na cama de Devakī, prendeu suas próprias pernas com as algemas de ferro e, então, ali permaneceu como antes.
VERSO 53:
Exausta com o trabalho de parto, Yaśodā estava mergulhada no sono e não sabia qual o sexo da criança que lhe nascera.