Skip to main content

4

4

Aproximando-se de Kṛṣṇa, a Verdade Onipenetrante

Approaching Kṛṣṇa, the All-pervading Truth

kṛṣṇāya vāsudevāya
devakī-nandanāya ca
nanda-gopa-kumārāya
govindāya namo namaḥ
kṛṣṇāya vāsudevāya
devakī-nandanāya ca
nanda-gopa-kumārāya
govindāya namo namaḥ

Portanto, ofereço minhas respeitosas reverências a Ti, que Te tornaste filho de Vasudeva, o prazer de Devakī, o menino de Nanda e dos outros pastores de vacas de Vṛndāvana, e aquele que vivifica as vacas e os sentidos.

Let me therefore offer my respectful obeisances unto the Lord, who has become the son of Vasudeva, the pleasure of Devakī, the boy of Nanda and the other cowherd men of Vṛndāvana, and the enlivener of the cows and the senses.

Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.21

Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.21

O Senhor é inacessível através dos bens materiais. Por misericórdia ilimitada e sem causa, porém, desce à Terra como Ele é, para mostrar Sua misericórdia especial para com Seus devotos puros e para evitar o aumento do número de pessoas demoníacas. A rainha Kuntī adora especificamente o advento do Senhor na forma de Kṛṣṇa, acima de todos os outros adventos, porque, nessa forma específica, Ele é mais acessível. No advento como Rāma, Ele permaneceu como o filho de um rei desde a Sua infância, mas, no advento como Kṛṣṇa, embora filho de um rei, Ele deixou a proteção de Seu pai e de Sua mãe verdadeiros (o rei Vasudeva e a rainha Devakī) logo após Seu aparecimento e foi para o colo de Yaśodāmayī, para representar o papel de um vaqueirinho comum na abençoada Vrajabhūmi, que é muito santificada por causa de Seus passatempos infantis. Por isso, o Senhor Kṛṣṇa é mais misericordioso que o Senhor Rāma. Ele foi, sem dúvida, muito bondoso para com Vasudeva, o irmão de Kuntī, e para com a família deste. Se Ele não tivesse Se convertido no filho de Vasudeva e Devakī, a rainha Kuntī não poderia tê-lO incluído como seu sobrinho e tratá-lO com afeição maternal. No entanto, Nanda e Yaśodā são mais afortunados, porque puderam saborear os passatempos infantis do Senhor, que são mais atrativos que todos os outros passatempos. Seus passatempos infantis, como foram exibidos em Vrajabhūmi, são incomparáveis, e são o protótipo de Suas atividades eternas no Kṛṣṇaloka original, descrito como cintāmaṇi-dhāma na Brahma-saṁhitā. O próprio Senhor Śrī Kṛṣṇa apareceu em Vrajabhūmi com todo o Seu séquito e parafernália transcendentais. Por isso, Śrī Caitanya Mahāprabhu confirmou que ninguém é tão afortunado como os residentes de Vrajabhūmi, especificamente as vaqueirinhas, que dedicaram tudo à satisfação do Senhor. Seus passatempos com Nanda e Yaśodā, Seus passatempos com os vaqueiros e especialmente com os vaqueirinhos e as vacas, fizeram-nO conhecido como Govinda. O Senhor Kṛṣṇa, como Govinda, tem mais inclinação pelos brāhmaṇas e pelas vacas, o que indica que a prosperidade humana depende mais dessas duas coisas, a saber, a cultura bramânica e a proteção às vacas. O Senhor Kṛṣṇa nunca está satisfeito onde essas duas coisas estejam ausentes.

The Lord, being thus unapproachable by any material assets, out of unbounded and causeless mercy descends on the earth as He is in order to show His special mercy upon His unalloyed devotees and to diminish the upsurges of the demoniac persons. Queen Kuntī specifically adores the incarnation, or descent, of Lord Kṛṣṇa above all other incarnations because in this particular incarnation He is more approachable. In the Rāma incarnation He remained a king’s son from His very childhood, but in the incarnation of Kṛṣṇa, although He was the son of a king, He at once left the shelter of His real father and mother (King Vasudeva and Queen Devakī) just after His appearance and went to the lap of Yaśodāmayī to play the part of an ordinary cowherd boy in the blessed Vrajabhūmi, which is very sanctified because of His childhood pastimes. Therefore Lord Kṛṣṇa is more merciful than Lord Rāma. He was undoubtedly very kind to Kuntī’s brother Vasudeva and the family. Had He not become the son of Vasudeva and Devakī, Queen Kuntī could not claim Him to be her nephew and thus address Kṛṣṇa in parental affection. But Nanda and Yaśodā are more fortunate because they could relish the Lord’s childhood pastimes, which are more attractive than all other pastimes. There is no parallel to His childhood pastimes as exhibited at Vrajabhūmi, which are the prototypes of His eternal affairs in the original Kṛṣṇaloka, described as the cintāmaṇi-dhāma in the Brahma-saṁhitā. Lord Śrī Kṛṣṇa descended Himself at Vrajabhūmi with all His transcendental entourage and paraphernalia. Śrī Caitanya Mahāprabhu therefore confirmed that no one is as fortunate as the residents of Vrajabhūmi, and specifically the cowherd girls, who dedicated their everything for the satisfaction of the Lord. His pastimes with Nanda and Yaśodā and His pastimes with the cowherd men and especially with the cowherd boys and the cows have caused Him to be known as Govinda. Lord Kṛṣṇa as Govinda is more inclined to the brāhmaṇas and the cows, indicating thereby that human prosperity depends more on these two items, namely brahminical culture and cow protection. Lord Kṛṣṇa is never satisfied where these are lacking.

No início de suas orações, Kuntīdevī disse, namasye puruṣaṁ tvādyam īśvaraṁ prakṛteh param: “Eu ofereço minhas reverências à pessoa puruṣa, que é prakṛteḥ param, transcendental a esta manifestação material”. Assim, no começo, Kuntīdevī nos deu a compreensão de que Deus é o puruṣa supremo, a Pessoa Suprema. Ele não é impessoal. Ele é uma pessoa, mas não é uma pessoa deste mundo material, ou desta criação material, e não possui um corpo material. Devemos compreender isso muito bem. O pobre fundo de conhecimento dos impersonalistas não aceita a ideia de como a Suprema Verdade Absoluta possa ser uma pessoa, porque eles pensam em pessoa em termos deste mundo material. Esse é o seu defeito. Por que Deus seria uma pessoa deste mundo material? Por causa desse tipo de pensamento, Kuntīdevī elimina essa falsa concepção logo no começo, dizendo que o Senhor é prakṛteḥ param, transcendental a esta criação material. Ainda assim, Ele é uma pessoa, e agora, pela graça de Kuntī, podemos compreender que essa Pessoa Suprema, embora alakṣyam, invisível, apareceu como Kṛṣṇa.

In the beginning of her prayers, Kuntīdevī said, namasye puruṣaṁ tvādyam īśvaraṁ prakṛteḥ param: “I offer my obeisances unto the person, puruṣa, who is prakṛteḥ param, beyond this material manifestation.” Thus in the beginning Kuntīdevī gave us the understanding that God is the supreme puruṣa, the Supreme Person. He is not impersonal. He is a person, but He is not a person of this material world or this material creation, and He does not have a material body. This is to be understood. The poor fund of knowledge held by the impersonalists cannot accommodate how the Supreme Absolute Truth can be a person, because whenever they think of a person they think of a person of this material world. That is their defect. Why should God be a person of this material world? Therefore in the beginning Kuntīdevī cleared away this misunderstanding by saying that the Lord is prakṛteḥ param, beyond this material creation. Yet He is a person, and now by the grace of Kuntī we can understand that this Supreme Person, although alakṣyam, invisible, has now visibly appeared as Kṛṣṇa.

Kuntīdevī diz: kṛṣṇāya vāsudevāya. A palavra vāsudeva é, às vezes, compreendida como “o onipenetrante”. Os impersonalistas têm essa concepção de Vāsudeva, em virtude do que Kuntīdevī ressalta: “Esse Vāsudeva, o todo-penetrante, é Kṛṣṇa”. Īśvaraḥ sarva-bhūtānām hṛd-deśe ’rjuna tiṣṭhati – Kṛṣṇa, o Senhor Supremo, está presente no coração de todos. Assim, Ele é onipenetrante.

Kuntīdevī says, kṛṣṇāya vāsudevāya. The word vāsudeva is sometimes understood to mean “the all-pervading.” The impersonalists have this conception of Vāsudeva, and therefore Kuntīdevī points out, “That Vasudeva, the all-pervading, is Kṛṣṇa.” Īśvaraḥ sarva-bhūtānāṁ hṛd-deśe ’rjuna tiṣṭhati: Kṛṣṇa, the Supreme Lord, is present in everyone’s heart. Thus He is all-pervading.

Kṛṣṇa, a pessoa original, existe em três aspectos: como a Suprema Personalidade de Deus, como o Paramātmā onipenetrante (Superalma) e como a refulgência impessoal Brahman. Aqueles que estão dedicados a bhakti-yoga não têm interesse na refulgência impessoal Brahman, que existe para os homens comuns. Para um habitante do Sol, que interesse despertaria o brilho do Sol? Isso seria algo muito insignificante. Da mesma forma, aqueles que são avançados na vida espiritual não estão interessados na refulgência impessoal Brahman. Ao contrário, eles estão interessados no puruṣa, a Pessoa Suprema, Vāsudeva. Como se declara na Bhagavad-gītā, essa realização da Pessoa Suprema acontece após muitos e muitos anos (bahūnāṁ janmanām ante). Os jñānīs, os impersonalistas, que estão apegados à refulgência do Brahman, tentam entender a Verdade Absoluta através de seu próprio conhecimento, mas não sabem que esse conhecimento é imperfeito e limitado, enquanto Kṛṣṇa, a Verdade Absoluta, é ilimitado. Nós não podemos nos aproximar do ilimitado através de nosso conhecimento limitado. Isso não é possível.

Kṛṣṇa, the original person, exists in three features: as the Supreme Personality of Godhead, as the all-pervading Paramātmā (the Supersoul), and as the impersonal Brahman effulgence. Those who are interested in bhakti-yoga have no interest in the impersonal Brahman effulgence, which is for common men. If one were an inhabitant of the sun, what interest would he have in the sunshine? That would be most insignificant for him. Similarly, those who are advanced in spiritual life are not interested in the impersonal Brahman effulgence. Rather, they are interested in puruṣa, the Supreme Person, Vāsudeva. As stated in Bhagavad-gītā, this realization of the Supreme Person takes place after many, many births (bahūnāṁ janmanām ante). The jñānīs, the impersonalists, who are attached to the Brahman effulgence, try to understand the Absolute Truth by dint of their knowledge, but they do not know that their knowledge is imperfect and limited whereas Kṛṣṇa, the Absolute Truth, is unlimited. We cannot approach the unlimited by our limited knowledge. That is not possible.

Através da graça de devotos como Kuntīdevī, podemos compreender que a Verdade Absoluta é onipenetrante. Vāsudeva, Paramātmā, esteve presente como Kṛṣṇa (kṛṣṇāya vāsudevāya). Essa realização de Vāsudeva não é facilmente alcançável por parte dos impersonalistas. Kṛṣṇa diz na Bhagavad-gītā (7.19):

By the grace of devotees like Kuntīdevī, we can understand that the all-pervading Absolute Truth, Vāsudeva, Paramātmā, is present as Kṛṣṇa (kṛṣṇāya vāsudevāya). This realization of Vāsudeva is not possible for impersonalists very easily. Kṛṣṇa says in Bhagavad-gītā (7.19):

bahūnāṁ janmanām ante
jñānavān māṁ prapadyate
vāsudevaḥ sarvam iti
sa mahātmā sudurlabhaḥ
bahūnāṁ janmanām ante
jñānavān māṁ prapadyate
vāsudevaḥ sarvam iti
sa mahātmā sudurlabhaḥ

“Depois de muitos nascimentos e mortes, aquele que alcançou o conhecimento se rende a Mim, sabendo que Eu sou a causa de todas as causas e de tudo o que existe. Tal grande alma é muito rara”. A palavra mahātmā significa liberal. Uma pessoa não pode compreender Kṛṣṇa se for medíocre. Tornando-se liberal, a pessoa pode, pela graça de Kṛṣṇa, entendê-lO.

“After many births and deaths, he who is actually in knowledge surrenders unto Me, knowing Me to be the cause of all causes and all that is. Such a great soul is very rare.” The word mahātmā means “broad-minded.” One who cannot understand Kṛṣṇa is not broad-minded but cripple-minded. If one becomes broad-minded, then by the grace of Kṛṣṇa one can understand Kṛṣṇa.

O processo de compreender Kṛṣṇa é sevonmukha – prestar serviço. Sevonmukhe hi jihvādau. Realização de Vāsudeva é possível através de serviço, começando com a língua. A língua tem duas funções – vibrar e saborear. Assim, quem ouve e vibra repetidamente o mantra Hare Kṛṣṇa e prova prāsada, comida oferecida a Kṛṣṇa, pode, através desse método simples, entender Vāsudeva, Kṛṣṇa. Kṛṣṇa Se revelará. Não é que, através do nosso próprio esforço, seremos capazes de compreender Kṛṣṇa, mas o nosso trabalho em serviço amoroso nos tornará qualificados, e, assim, Kṛṣṇa Se revelará (svayam eva sphuraty adaḥ).

The process of understanding Kṛṣṇa is sevonmukha – by rendering service. Sevonmukhe hi jihvādau. Realization of Vāsudeva is possible by rendering service, beginning with the tongue. The tongue has two functions – to vibrate and to taste. So if one repeatedly hears and vibrates the Hare Kṛṣṇa mantra and tastes prasāda, food offered to Kṛṣṇa, by this very simple method one will realize Vāsudeva, Kṛṣṇa. Kṛṣṇa will reveal Himself. It is not that by our endeavor alone we can understand Kṛṣṇa, but our endeavor in loving service will make us qualified, and then Kṛṣṇa will reveal Himself (svayam eva sphuraty adaḥ).

Kṛṣṇa está muito ansioso para nos levar de volta ao lar, de volta ao Supremo, mas somos teimosos e não desejamos ir. Por isso, Ele está sempre esperando uma oportunidade para nos levar para casa. Ele é assim como um pai amoroso. Quando o filho é um sujeito sem caráter, rebelde e abandona a casa e sai vagueando pelas ruas, sem comida nem abrigo, sofrendo muito, o pai fica muito ansioso e preocupado, desejando trazer o filho de volta para o seu lado. De forma semelhante, Kṛṣṇa é o pai supremo, e todas as entidades vivas dentro deste mundo material são exatamente como crianças desencaminhadas, como filhos de uma pessoa muito rica, mas que abandonaram a casa para ficar vagando pelas ruas. Portanto, o maior benefício que alguém pode dar a um ser humano, seu companheiro, é a consciência de Kṛṣṇa. Nenhum tipo de benefício material satisfará a entidade viva, mas, se lhe for dada a consciência de Kṛṣṇa, ela se satisfará realmente. Um menino confuso, vagando pelas ruas, pode ser lembrado: “Meu querido menino, por que você está sofrendo tanto? Seu pai tem muita riqueza, muitas terras. Por que você está perdido pelas ruas?” E se ele vier a entender: “Sim, sou filho de um homem muito importante. Por que tenho de ficar andando pelas ruas?”, poderá, então, voltar para casa. Portanto, o melhor serviço é informar a quem esqueceu Kṛṣṇa: “Você é parte integrante de Kṛṣṇa, você é filho de Kṛṣṇa, que é pleno de todas as opulências. Por que está apodrecendo neste mundo material?” Este é o maior serviço. Māyā, a ilusão, é muito forte, mas é dever de cada devoto de Kṛṣṇa tentar iluminar o mundo inteiro com a consciência de Kṛṣṇa. Kuntīdevī, por exemplo, disse primeiro que, embora Kṛṣṇa, a Pessoa Suprema, estivesse dentro e fora, Ele é invisível para os sujeitos ignorantes e baixos. Por isso, ela ressalta: “Aqui está o Senhor – Kṛṣṇa”.

Kṛṣṇa is very much anxious to take us back home, back to Godhead, but we are stubborn and do not wish to go. Therefore He is always looking for the opportunity to take us back home. He is just like an affectionate father. When a son who is a rascal leaves his father and goes loitering in the street, with no food and no shelter, and suffers very much, the father is always anxious to bring the boy back home. Similarly, Kṛṣṇa is the supreme father, and all the living entities within this material world are exactly like misled children of a wealthy man who have left home to loiter in the street. Therefore the greatest benefit one can bestow upon one’s fellow human being is to give him Kṛṣṇa consciousness. No kind of material profit will satisfy the living entity, but if he is given Kṛṣṇa consciousness he will actually be satisfied. A bewildered boy loitering in the street may be reminded, “My dear boy, why are you suffering so much? You are the son of a very rich man who has so much property. Why are you loitering in the street?” And if he comes to understand, “Yes, I am the son of this important man. Why shall I loiter in the street?” he may then return home. Therefore the best service is to inform those who have forgotten Kṛṣṇa, “You are part and parcel of Kṛṣṇa. You are the son of Kṛṣṇa, who is full in all opulence. Why are you rotting in this material world?” This is the greatest service. Māyā, illusion, is very strong, but it is the duty of every devotee of Kṛṣṇa to try to enlighten everyone to Kṛṣṇa consciousness. Kuntīdevī, for example, first said that although Kṛṣṇa, the Supreme Person, is within and without, to rascals and fools He is invisible. Therefore she points out, “Here is the Lord – Kṛṣṇa.”

Kṛṣṇa é a Suprema Personalidade de Deus onipenetrante (kṛṣṇāya vāsudevāya), mas Ele fica muito satisfeito em Se tornar o filho de Devakī (devakī-nandanāya). Devakī-nandana também é mencionado no Atharva Veda. Kṛṣṇa vem como Devakī-nanda, e Seu pai é Nanda-gopa, Nanda Mahārāja. Kṛṣṇa gosta de ser relacionado com os devotos que atuam como Seus pai e mãe. Embora, aqui no mundo material, tentemos criar um relacionamento com o Supremo aceitando-O como pai, Kṛṣṇa deseja tornar-Se o filho. Ele sente prazer em ser o filho do devoto. Homens comuns desejam Deus como pai, mas isso não é muito agradável para Kṛṣṇa, porque o filho sempre pede ao pai: “Dê-me isto, dê-me aquilo”.

Kṛṣṇa is the all-pervading Supreme Personality of Godhead (kṛṣṇāya vāsudevāya), but He is very much pleased to become the son of Devakī (devakī-nandanāya). Devakī-nandana is also mentioned in the Atharva Veda. Kṛṣṇa comes as Devakī-nandana, and His father is Nanda-gopa, Nanda Mahārāja. Kṛṣṇa likes to be related with His devotees who act as father and mother. Although here in this material world we try to make our relationship with the Supreme by accepting Him as father, Kṛṣṇa wants to become the son. He takes pleasure in becoming the son of a devotee. Ordinary men want God as their father, but that is not very pleasing to Kṛṣṇa because the son always bothers the father: “Give me this, give me this, give me this.”

Por certo que Kṛṣṇa tem potências imensas, através das quais Ele pode suprir tudo na quantidade que a pessoa desejar. Eko bahūnāṁ yo vidadhāti kāmān. Uma vez que Ele dá comida ao elefante e à formiga, por que Ele não alimentaria os seres humanos? Entretanto, homens baixos não sabem disso. Eles trabalham como asnos, dia e noite, para conseguir pão, e, se vão à igreja, lá também pedem: “Dê-nos pão”. O problema do pão é sua única e exclusiva preocupação.

Of course, Kṛṣṇa has immense potencies by which He can supply as much as everyone wants. Eko bahūnāṁ yo vidadhāti kāmān. He supplies food to the elephant, and He supplies food to the ant, so why not to the human being? But rascals do not know this. They work like asses day and night to find bread, and if they go to church, there also they pray, “Give me bread.” They are concerned only with the bread problem.

Embora o ser vivo seja filho da pessoa mais opulenta e rica, ele criou o problema do pão. Isso é chamado de ignorância. Ele pensa: “Se eu não resolver o meu problema em relação ao pão, se não dirigir meus caminhões dia e noite, como viverei?” Esse é o disparate da nossa civilização moderna. Onde está o problema do pão? Kṛṣṇa pode suprir uma quantidade ilimitada de pão. Existem milhares de elefantes na África, e Kṛṣṇa provê comida para todos eles. Então, se Ele pode alimentar os elefantes, por que não os seres humanos? O Bhāgavatam diz, a esse respeito: “Não desperdice seu tempo com esse problema do pão”.

Although the living entity is the son of the richest, most opulent person, he has created a bread problem. This is called ignorance. He thinks, “If I do not solve my bread problem, if I do not drive my trucks day and night, how can I live?” This is the nonsense of our modern civilization. Where is there a bread problem? Kṛṣṇa can supply unlimited amounts of bread. There are thousands of elephants in Africa, and Kṛṣṇa supplies food to them. So if He can supply food to the elephants, why not to the human beings? The Bhāgavatam therefore says, “Don’t waste your time with this bread problem.”

tasyaiva hetoḥ prayateta kovido
na labhyate yad bhramatām upary adhaḥ
tasyaiva hetoḥ prayateta kovido
na labhyate yad bhramatām upary adhaḥ

Não devemos gastar nosso tempo resolvendo problemas econômicos. Desenvolvimento econômico é disparate. É claro que essa proposta é muito revolucionária, e as pessoas podem até me odiar por isso. “O que diz o Svāmījī?”, elas podem perguntar. Mas, na verdade, isso é um fato. Esse desenvolvimento econômico é loucura. Suponha que alguém tenha um pai muito rico, comida suficiente e que saiba que seu pai é o homem mais rico da cidade. Então, onde está o problema econômico dessa pessoa? Na verdade, essa é a nossa verdadeira posição. Nós não temos problemas econômicos. Tudo é providenciado perfeitamente. Se queremos água, veja bem: existem oceanos d’água. Naturalmente, desejamos água pura, e, embora o oceano tenha tanta água, nós, quando falta água, temos que pedir auxílio a Kṛṣṇa, que evapora a água e a transforma em nuvens, após o que a chuva cai e a água fica doce. De outra maneira, não poderíamos bebê-la.

We should not waste our time with solving economic problems. Economic development is nonsense. Of course, this proposal is very revolutionary, and people may even hate me for it. “What is Swamiji saying?” they may ask. But actually it is a fact. This economic development is madness. Suppose one has a rich father and enough food. Suppose one knows, “My father is the richest man in the city.” Then where is one’s economic problem? Actually, that is our position. We have no economic problem. Everything is completely provided. We want water. Just see – there are oceans of water. Of course, we want pure water, and although the ocean has so much water, when water is scarce we shall have to take help from Kṛṣṇa, who will evaporate the water and turn it into clouds, and then when the rain falls down the water will be sweet. Otherwise we cannot drink it.

Tudo está sob controle, e tudo – água, luz, calor e assim por diante – é completo.

Everything is under control, and everything – water, light, heat, and so on – is complete.

oṁ pūrṇam adaḥ pūrṇam idaṁ
pūrṇāt pūrṇam udacyate
pūrṇasya pūrṇam ādāya
pūrṇam evāvaśiṣyate
oṁ pūrṇam adaḥ pūrṇam idaṁ
pūrṇāt pūrṇam udacyate
pūrṇasya pūrṇam ādāya
pūrṇam evāvaśiṣyate

“A Personalidade de Deus, Śrī Kṛṣṇa, é perfeito e completo, e, por ser completamente perfeito, todas as emanações dEle, tais como este mundo fenomenal, são perfeitamente equipadas como tudo completo. Tudo que é produzido do todo completo também é completo em si mesmo. Porque Ele é o todo completo, Ele permanece o equilíbrio completo muito embora muitas unidades completas emanem dEle”. (Īśopaniṣad, Invocação)

“The Personality of Godhead is perfect and complete, and because He is completely perfect, all emanations from Him, such as this phenomenal world, are perfectly equipped as complete wholes. Whatever is produced of the complete whole is also complete in itself. Because He is the complete whole, even though so many complete units emanate from Him, He remains the complete balance.” (Īśopaniṣad, Invocation)

O estoque de Kṛṣṇa nunca se esgota. Nós temos simplesmente de nos tornar obedientes a Ele, e tudo que necessitarmos será providenciado. Portanto, uma pessoa consciente de Kṛṣṇa não tem problemas econômicos; o suficiente é dado por Kṛṣṇa. Em Los Angeles, os vizinhos do nosso templo ficavam muitas vezes com inveja. “Vocês não trabalham”, eles diziam a nossos devotos conscientes de Kṛṣṇa. “Vocês não têm ansiedades. Vocês têm quatro carros. Vocês estão comendo suntuosamente. Como é possível?” Na verdade, eles estão com a razão. De uma maneira ou outra, nós estamos conseguindo tudo que precisamos e não temos problemas, porque, se alguém se torna simplesmente um servo sincero de Kṛṣṇa, tudo lhe é suprido. Eles sentem inveja porque não trabalhamos e, ainda assim, temos tanto. Contudo, por que eles não se juntam a nós? Isso eles não fazem. “Venham conosco”, nós dizemos. “Cantem Hare Kṛṣṇa”. “Não, não, não. Isso eu não posso fazer”. “Tudo bem, trabalhem com seus caminhões”. Rodando com seus carros e caminhões, eles tornam suas próprias vidas perigosas e criam perigos para os outros também. A qualquer momento, pode ocorrer um acidente. Contudo, eles dizem que isso é civilização. Bobagem! Isso não é civilização. Civilização significa calma, prosperidade e śanti, paz. Na paz e na prosperidade, podemos ser sempre conscientes de Kṛṣṇa.

Kṛṣṇa’s stock is never exhausted. We must simply become obedient to Him, and the supply will be there. Therefore a Kṛṣṇa conscious person has no economic problem; everything is sufficiently supplied by Kṛṣṇa. In Los Angeles the neighbors of our temple are sometimes very envious. “You do not work,” they say to our Kṛṣṇa conscious devotees. “You have no anxiety. You have four cars. You are eating so nicely. How is that?” Actually, they are right. Somehow or other we are getting everything we need, and we have no problems, for if one simply becomes a sincere servant of Kṛṣṇa, everything is provided. They are envious of us because we do not work but still we have so much. But why don’t they come join us? That they will not do. “Come with us,” we say. “Chant Hare Kṛṣṇa.” “No, no, no. That I cannot do.” “All right. Then work with your trucks.” By zooming around in their cars and trucks, they have made their own lives dangerous, and they have created danger for others also. At any moment there may be an accident. But they say that this is civilization. Nonsense. This is not civilization. Civilization means calmness, prosperity, and śānti, peace. In peace and prosperity one should be Kṛṣṇa conscious always.

As pessoas trabalham tão duro, dia e noite, só por um pouco de comida, não sabendo que sua comida já foi providenciada. Avidyā karma-saṁjñānyā tṛtīyā śaktir iṣyate (Viṣṇu Purāṇa 6.7.61). Este mundo material é cheio de ignorância (avidyā). Portanto, nosso esforço deve ser dirigido para nos livrarmos dessa ignorância. É só por esta razão que devemos trabalhar – para sair da ignorância. Nós estamos pensando: “Eu sou este corpo material. Eu tenho de trabalhar dia e noite e, somente assim, conseguirei meu alimento e poderei viver”. Isso é ignorância. Temos vivido essa ignorância em outras formas além da humana. Vivemos uma vida de ave, uma vida de fera e assim por diante, mas agora, nesta vida, deveríamos ser pacíficos, calmos e quietos e apenas indagar sobre a Verdade Absoluta (jīvasya tattva-jijñāsā athāto brahma-jijñāsā). Essa deveria ser a ocupação de cada um.

People work so hard, day and night, simply for a little food, not knowing that their food has already been provided. Avidyā-karma-saṁjñānyā tṛtīyā śaktir iṣyate (Viṣṇu Purāṇa 6.7.61). This material world is full of ignorance (avidyā). Therefore our endeavor should be to become free from this ignorance. It is only for this reason that we should work – to come out of ignorance. We are thinking, “I am this material body. I have to work day and night, and then I shall get my food, and I shall live.” This is ignorance. We have lived this life of ignorance in forms other than that of a human being. We have lived in bird life, in beast life, and so on, but now, in this life, we should be peaceful, calm, and quiet, and should simply inquire about the Absolute Truth (jīvasya tattva-jijñāsā, athāto brahma-jijñāsā). That should be one’s occupation.

Estamos apenas sentados e perguntando sobre Kṛṣṇa, e isso é o que todos deveriam fazer. Isto é vida. Por que deveríamos trabalhar dia e noite como um asno? Que tipo de vida é essa? Não, isso não é vida. Por isso, o Bhāgavatam diz para aquele que é inteligente (kovida): “Sua vida deve ser utilizada para este propósito – para a compreensão da Verdade Absoluta!” “Mas como será resolvido o meu problema econômico?”, a pessoa talvez pergunte. A resposta é que a felicidade que cada um espera através do desenvolvimento econômico virá automaticamente no devido curso do tempo. Tal labhyate duḥkhavad anyataḥ (Śrīmad-Bhāgavatam 1.5.18). Estamos procurando a felicidade. Vocês estão buscando a tristeza? “Não, senhor”. Então, por que os problemas chegam até vocês? Se não estão ansiosos por calamidades e problemas, por que eles vêm até vocês? De acordo com o nosso karma, nossa vida guarda certa quantidade de alegria e certa quantidade de miséria. Portanto, se a miséria vem sem ser convidada, a felicidade também virá sem convite.

We are simply sitting down and inquiring about Kṛṣṇa, and this is what one should do. This is life. Why should one work day and night like an ass? What kind of life is this? No. This is not life. Therefore the Bhāgavatam says to one who is intelligent (kovida), “Your life should be engaged for this purpose – for understanding the Absolute Truth.” Then how will my economic problem be solved? The answer is that happiness one desires from economic development will come automatically in due course of time. Tal labhyate duḥkha-vad anyataḥ (Bhāgavatam 1.5.18). We are looking for happiness. Are you looking for distress? “No, sir.” Then why does distress come upon you? If you are not eager for calamities and distress, why do they come upon you? According to our karma, our life holds some portion of happiness and some portion of distress. Therefore, if distress comes without invitation, happiness will also come without invitation.

Nós já estamos destinados a gozar uma determinada quantidade de felicidade e sofrer outra quantidade de tristeza, e não podemos mudar isto. A mudança que devemos fazer, portanto, é nos libertarmos dessa condição material de vida. Esse deveria ser o nosso único negócio. De acordo com o nosso karma, às vezes nascemos nos sistemas planetários superiores como semideuses e, outras vezes, nascemos como gatos e cachorros, ou germes no excremento. Por esse motivo, Caitanya Mahāprabhu disse:

We are already destined to have a certain amount of happiness and a certain amount of distress, and we cannot change that. The change we should make, therefore, is to get free from this material condition of life. That should be our only business. According to our karma, we are sometimes taking birth in a higher planetary system as demigods and sometimes taking birth as cats and dogs or as germs in stool. Therefore Caitanya Mahāprabhu said:

ei rūpe brahmāṇḍa bhramite kona bhāgyavān jīva
guru-kṛṣṇa-prasāde pāya bhakti-latā-bīja
ei rūpe brahmāṇḍa bhramite kona bhāgyavān jīva
guru-kṛṣṇa-prasāde pāya bhakti-latā-bīja

“De acordo com seu karma, todas as entidades vivas estão vagueando pelo Universo inteiro. Algumas delas estão sendo promovidas aos sistemas planetários superiores e outras estão descendo para sistemas planetários inferiores. Dentre muitos milhões dessas entidades vivas viajantes, quem é muito afortunado obtém, pela graça de Kṛṣṇa, a oportunidade de se associar com um mestre espiritual autêntico. Através da misericórdia de Kṛṣṇa e do mestre espiritual, tal pessoa recebe a semente da trepadeira do serviço devocional”. (Caitanya-caritāmṛta, Madhya 19.151) Apenas a entidade viva afortunada recebe a oportunidade de se associar com Kṛṣṇa e com o devoto de Kṛṣṇa e, dessa forma, obtém a semente do serviço devocional, o cantar do mantra Hare Kṛṣṇa, para tornar sua vida sublime.

“According to their karma, all living entities are wandering throughout the entire universe. Some of them are being elevated to the upper planetary systems, and some are going down into the lower planetary systems. Out of many millions of wandering living entities, one who is very fortunate gets an opportunity to associate with a bona fide spiritual master by the grace of Kṛṣṇa. By the mercy of both Kṛṣṇa and the spiritual master, such a person receives the seed of the creeper of devotional service.” (Caitanya-caritāmṛta, Madhya 19.151) Only a fortunate living entity gets the opportunity to associate with Kṛṣṇa and Kṛṣṇa’s devotee, and in this way he gets the seed of devotional service, the chanting of the Hare Kṛṣṇa mantra, and then his life becomes sublime.

Kuntīdevī, portanto, está fazendo com que nossa atenção se volte para Kṛṣṇa, a Pessoa Suprema, que é alakṣya, invisível para todos. Onde está essa pessoa invisível? Aqui: Kṛṣṇa. “Ah! Kṛṣṇa...”, alguém pode dizer. “Existem tantos Kṛṣṇas”. Por essa razão, Kuntīdevī diz: “Eu estou oferecendo minhas orações a Vāsudeva, o filho de Vasudeva”. “Existem tantos Vāsudevas”. “Não!” Nanda-gopa-kumārāya. “Eu estou orando ao filho adotivo de Mahārāja Nanda”. Desta maneira, ela ressalta três vezes: “Aqui está Kṛṣṇa”.

Kuntīdevī, therefore, is pointing our attention toward Kṛṣṇa, the Supreme Person, who is alakṣya, invisible to all. Who is that invisible person? Here – Kṛṣṇa. “Oh, Kṛṣṇa,” one may say. “There are so many Kṛṣṇas.” Therefore Kuntīdevī says, “I am offering my prayers to Vāsudeva, the son of Vasudeva.” “There are many Vāsudevas.” “No. Nanda-gopa-kumārāya: I am praying to the foster son of Mahārāja Nanda.” In this way, three times she points out, “Here is Kṛṣṇa.”

Kṛṣṇa nasce oficialmente como filho de Vasudeva e Devakī, mas, na Sua infância, Ele desfruta a companhia de mãe Yaśodā e Nanda Mahārāja. Esse é um passatempo de Kṛṣṇa. Ānanda-līlāmayavigrahāya: “Todos os passatempos de Kṛṣṇa são plenos de júbilo”. Ānandamayo ’bhyāsāt: “Ele é, por natureza, repleto de bem-aventurança”. (Vedānta-sūtra 1.1.12) Nunca encontraremos Kṛṣṇa infeliz. Kṛṣṇa está sempre feliz, e qualquer um que se associe com Ele também será feliz. Por isso, Ele é conhecido como Govinda. A palavra go significa “sentidos”. Estamos buscando o gozo dos sentidos e, se nos associarmos com Kṛṣṇa, desfrutaremos dos nossos sentidos abundantemente, como as gopīs que estavam dançando com Kṛṣṇa. Assim, não há escassez de gozo dos sentidos, mas esse gozo sensorial em associação com Kṛṣṇa não é grosseiro; ao contrário, é o gozo espiritual desfrutado no mundo espiritual, ānanda-cinmaya-sad-ujjvala-vigrahasya (Brahma-saṁhitā 5.32). Esse ānanda, ou prazer, não é o ānanda de terceira classe que desfrutamos com nossos sentidos corpóreos. Tal desfrute corpóreo não é ānanda, mas, sim, ilusão. Nós pensamos: “Eu estou desfrutando”, mas esse ānanda não é verdadeiro, porque não podemos desfrutar desse prazer material dos sentidos por muito tempo. Todos têm experiência de que esse prazer material tem um fim. Desfrute espiritual, entretanto, não acaba; pelo contrário, ele aumenta. Essa é a diferença. Por isso, temos de nos associar com Govinda.

Kṛṣṇa officially takes birth as the son of Devakī and Vasudeva, but in His childhood He enjoys the company of mother Yaśodā and Nanda Mahārāja. This is Kṛṣṇa’s pastime. Ānanda-līlāmaya-vigrahāya: Kṛṣṇa’s pastimes are all jubilant. Ānanda-mayo ’bhyāsāt (Vedānta-sūtra 1.1.12): He is by nature full of bliss. We shall never find Kṛṣṇa unhappy. Kṛṣṇa is always happy, and whoever associates with Him is also happy. Therefore He is known as Govinda. The word go means “senses.” We are looking for sense gratification, and if we associate with Kṛṣṇa we shall enjoy our senses abundantly, just like the gopīs who are dancing with Kṛṣṇa. Thus there is no scarcity of sense gratification, but this sense gratification in association with Kṛṣṇa is not gross sense gratification; rather, it is the spiritual sense gratification enjoyed in the spiritual world. Ānanda-cin-maya-sad-ujjvala-vigrahasya. That ānanda, or pleasure, is not the third-class ānanda we enjoy with our bodily senses. Such bodily enjoyment is not ānanda but illusion. We are thinking, “I am enjoying,” but that ānanda is not factual, because we cannot enjoy this material pleasure of the senses for long. Everyone has experience that this material pleasure comes to an end. Spiritual enjoyment, however, does not end; rather, it increases. That is the difference. Ānanda-cinmaya-sad-ujjvala-vigrahasya govindam ādi-puruṣaṁ tam ahaṁ bhajāmi (Brahma-saṁhitā 5.32). Therefore we have to associate with Govinda.

Aqui também está dito, govindāya namo namaḥ: “Eu ofereço minhas respeitosas reverências a Govinda”. O movimento da consciência de Kṛṣṇa é tão sublime que põe a pessoa diretamente em contato com Govinda. A adoração que é feita à Deidade de Kṛṣṇa no templo também é contato direto com Govinda. Śrī-vigrahārādhana-nitya-nānā-śṛṅgāra-tan-mandira-mārjanādau (Śrī-gurv-aṣtaka 3). A vigraha, a Deidade de Kṛṣṇa, aparece devido à misericórdia de Kṛṣṇa. Porque Kṛṣṇa é alakṣya, invisível, Ele Se torna visível para nos dar a facilidade de vê-lO. Não é que Kṛṣṇa seja pedra, madeira ou metal. Kṛṣṇa é sempre Kṛṣṇa, mas, porque não conseguimos ver nada além desses elementos materiais grosseiros, como madeira, pedra e metal, Ele aparece numa forma feita desses elementos. Em todo caso, Ele não é nem madeira, nem pedra, nem metal. Quando nos associamos com a Deidade, associamo-nos pessoalmente com Kṛṣṇa. Devido ao fato de Kṛṣṇa ser invisível, Ele bondosamente assume uma forma que seja visível para nós. Isso é misericórdia de Kṛṣṇa. Não pense: “Ah! Aqui está um Kṛṣṇa de pedra!” Kṛṣṇa é tudo e, por isso, Ele também é pedra, mas não do tipo de pedra que não se move. Mesmo sob a forma de pedra ou metal, Kṛṣṇa pode agir como Kṛṣṇa, e a pessoa que adora a Deidade percebe isso. Svayam eva sphuraty adaḥ. A Deidade, embora aparentemente feita de pedra, pode falar com o devoto. Existem muitas ocasiões em que isso aconteceu.

Here also it is said, govindāya namo namaḥ: “I offer my respectful obeisances to Govinda.” The Kṛṣṇa consciousness movement is so sublime that it puts one directly in contact with Govinda. The worship of the Deity of Kṛṣṇa in the temple is also direct contact with Govinda. Śrī-vigrahārādhana-nitya-nānā-śṛṅgāra-tan-mandira-mārjanādau (Śrī Gurv-aṣṭaka 3). The vigraha, the Deity of Kṛṣṇa, appears by Kṛṣṇa’s mercy. Because Kṛṣṇa is alakṣya, invisible, He becomes visible to give us the facility to see Him. It is not that Kṛṣṇa is stone, wood, or metal. Kṛṣṇa is always Kṛṣṇa, but because we cannot see anything beyond material elements like wood, stone, and metal, He appears in a form made of these elements. But He is neither wood, metal, nor stone. When we associate with the Deity, we associate with Kṛṣṇa personally. Because Kṛṣṇa is invisible, He very kindly takes a form that is visible to us. This is Kṛṣṇa’s mercy. Do not think, “Oh, here is a stone Kṛṣṇa.” Kṛṣṇa is everything, and therefore Kṛṣṇa is stone also, but He is not the kind of stone that cannot act. Even in the form of stone or metal, Kṛṣṇa can act as Kṛṣṇa, and one who worships the Deity will perceive that. Svayam eva sphuraty adaḥ. The Deity, although apparently stone, may speak with a devotee. There are many instances in which this has happened.

Eu fico muito satisfeito, portanto, quando meus discípulos vestem a Deidade belamente, oferecem alimentos de primeira classe e conservam o templo bem limpo. Śrī-mandira-marjanādau. Mārjana significa “limpar”. Seja vestindo Kṛṣṇa ou limpando o templo, o benefício espiritual que a pessoa recebe é o mesmo. Não pense: “Eu sou apenas um faxineiro, e ele decora a Deidade”. Vestir a Deidade ou limpar o templo é o mesmo, porque Kṛṣṇa é absoluto. Portanto, devemos nos ocupar a serviço de Kṛṣṇa de qualquer maneira, e nossa vida será bem-sucedida. Isso é o movimento da consciência de Kṛṣṇa.

I am very pleased, therefore, when my disciples nicely dress the Deity, offer the Deity nice foodstuffs, and keep the temple very clean. Śrī-mandira-mārjanādau. Mārjana means “cleansing.” Whether one dresses Kṛṣṇa or cleanses the temple, the spiritual benefit one receives is the same. Don’t think, “I am only a cleanser, and he is a dresser.” No, the person who is dressing the Deity and the person who is cleansing the temple are the same because Kṛṣṇa is absolute. Therefore, one should engage in Kṛṣṇa’s service in any way, and one’s life will be successful. This is the Kṛṣṇa consciousness movement.

Pela graça de Kuntīdevī, podemos compreender que Kṛṣṇa, Vāsudeva, é a Suprema Personalidade de Deus. A palavra vāsudeva também indica que o Senhor é compreendido por quem alcança a plataforma de bondade pura, que é chamada de vasudeva ou viśuddha-sattva. Sattvam viśuddhaṁ vasudeva-śabditam (Śrīmad-Bhāgavatam 4.3.23). Para compreendermos o Senhor Supremo, temos primeiro de nos situar na plataforma de sattva, bondade, mas a bondade aqui neste mundo material às vezes se contamina pelas qualidades inferiores de paixão e ignorância. Através de ouvir sobre Kṛṣṇa, todavia, a pessoa alcança a plataforma de bondade pura. Śṛṇvatāṁ sva-kathāḥ kṛṣṇaḥ puṇya-śravaṇa-kīrtanaḥ. Deveríamos tentar ouvir e cantar sobre Kṛṣṇa constantemente, vinte e quatro horas por dia, e, dessa maneira, as coisas sujas seriam lavadas de nosso coração. Não é que devamos comparecer apenas a um bhāgavata-saptāha, uma leitura oficial do Śrīmad-Bhāgavatam pelo período de uma semana. Essa é outra forma de exploração. No Bhāgavatam, está dito: naṣṭa-prāyeśv abhadreṣu nityaṁ bhāgavata-sevayā. A palavra nityam significa “diariamente”, ou “vinte e quatro horas por dia”. Deve-se ler sempre o Śrīmad-Bhāgavatam e obedecer às ordens do mestre espiritual. A palavra bhāgavata pode referir-se tanto ao mestre espiritual como também ao livro Śrīmad-Bhāgavatam. Assim, deve-se sempre servir à pessoa bhāgavata ou ao livro Bhāgavata. Bhagavaty uttamaśloke bhaktir bhavati naiṣṭhikī. Dessa maneira, a pessoa ficará imperturbável (naiṣṭhikī) no serviço devocional à Suprema Personalidade de Deus.

By the grace of Kuntīdevī we can understand that Kṛṣṇa, Vāsudeva, is the Supreme Personality of Godhead. The word vāsudeva also indicates that the Lord is understood when one comes to the platform of pure goodness, which is also called vasudeva, or viśuddha-sattva. Sattvaṁ viśuddhaṁ vasudeva-śabditam (Bhāgavatam 4.3.23). To understand the Supreme Lord, we must first come to the platform of sattva, goodness, but goodness here in the material world is sometimes contaminated by the lower qualities ignorance and passion. By hearing about Kṛṣṇa, however, one comes to the platform of pure goodness. Śṛṇvatāṁ sva-kathāḥ kṛṣṇaḥ puṇya-śravaṇa-kīrtanaḥ. We should try to hear and chant about Kṛṣṇa always, twenty-four hours a day, and in this way the dirty things will be cleansed from our hearts. It is not that one should only attend a bhāgavata-saptāha, an official reading of Śrīmad-Bhāgavatam for seven days. That is another form of exploitation. In the Bhāgavatam it is said, naṣṭa-prāyesv abhadreṣu nityaṁ bhāgavata-sevayā. The word nityam means “daily” or “twenty-four hours a day.” One should always read Śrīmad-Bhāgavatam and carry out the order of one’s spiritual master. The word bhāgavata may refer either to the spiritual master or to the book Śrīmad-Bhāgavatam. So one should always serve the person bhāgavata or the book Bhāgavata. Bhagavaty uttama-śloke bhaktir bhavati naiṣṭhikī. Then one will be fixed immovably (naiṣṭhikī) in devotional service to the Supreme Personality of Godhead.

Podemos, assim, perceber os benefícios do movimento da consciência de Kṛṣṇa e, através do processo espiritual prescrito, podemos distribuir esses benefícios aos outros. Despertar nos outros a consciência de Kṛṣṇa adormecida é a maior atividade beneficente do mundo. Podemos ver realmente que devotos que não eram conscientes de Kṛṣṇa há quatro ou cinco anos já despertaram e são conscientes de Kṛṣṇa agora. Outros também podem se despertar. Não há dificuldade. O processo é o mesmo.

In this way, one should realize the benefits of the Kṛṣṇa consciousness movement by the prescribed spiritual process and try to distribute these benefits to other people. To awaken the dormant Kṛṣṇa consciousness of others is the greatest welfare activity in the world. We can actually see that devotees who were not Kṛṣṇa conscious four or five years ago have been awakened and are now Kṛṣṇa conscious. Similarly, others can be awakened also. There is no difficulty. The process is the same.

Seguindo os passos de devotos como Kuntī, seremos capazes de compreender a identidade de Kṛṣṇa. Podemos perguntar, por exemplo, a identidade de alguém desta maneira: “Qual o nome de seu pai?” Desse modo, o Śrīmad-Bhāgavatam apresenta Deus com o nome de Seu pai, de Sua mãe e até mesmo com Seu endereço. Nós não somos impersonalistas com alguma ideia vaga a respeito de Deus. Se alguém tirar proveito deste movimento da consciência de Kṛṣṇa, esse alguém poderá compreender Deus perfeita e completamente.

By following in the footsteps of devotees like Kuntī, we shall be able to understand Kṛṣṇa’s identity. For example, we may ask a person’s identity by asking, “What is your father’s name?” So Śrīmad-Bhāgavatam presents God with His father’s name, His mother’s name, and even His address. We are not impersonalists with a vague idea of God. If one takes advantage of the Kṛṣṇa consciousness movement, one can understand God perfectly and completely.