Skip to main content

15

15

Além do Nascimento e da Morte

Más Allá del Nacimiento y la Muerte

kecid āhur ajaṁ jātaṁ
puṇya-ślokasya kīrtaye
yadoḥ priyasyānvavāye
malayasyeva candanam
kecid āhur ajaṁ jātaṁ
puṇya-ślokasya kīrtaye
yadoḥ priyasyānvavāye
malayasyeva candanam

Alguns dizem que o não-nascido nasce para a glorificação dos reis piedosos, e outros dizem que Ele nasce para comprazer o rei Yadu, um de Seus devotos mais queridos. Nasceste em Tua família assim como o sândalo nasce nas colinas da Malásia.

Algunos dicen que el Innaciente nace en aras de la glorificación de los reyes piadosos, y otros dicen que ha nacido para complacer al rey Yadu, uno de Tus devotos más queridos. Tú apareces en su familia  como el sándalo aparece en las colinas de Malaya.

Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.32

Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.32

Visto que o aparecimento do Senhor neste mundo material é desconcertante, há diferentes opiniões sobre o nascimento do não-nascido. Na Bhagavad-gītā, o Senhor diz que Ele nasce no mundo material, embora seja o Senhor de todas as criações e seja não-nascido. Desse modo, não pode haver negação do nascimento do não-nascido, porque Ele próprio estabelece a verdade. Entretanto, existem diferentes opiniões sobre por que Ele nasce. Isto também se declara na Bhagavad-gītā. Ele aparece através de Sua própria potência interna, para restabelecer os princípios da religião, proteger os piedosos e aniquilar os impiedosos. Esta é a razão do aparecimento do não-nascido. Diz-se, ainda, que o Senhor vem para glorificar o piedoso rei Yudhiṣṭhira. O Senhor Śrī Kṛṣṇa certamente queria estabelecer o reino dos Pāṇḍavas, para o bem de todo o mundo. Quando um rei piedoso governa o mundo, as pessoas são felizes! Quando o governante é ímpio, as pessoas são infelizes. Na era de Kali, na maioria dos casos, os governantes são ímpios, e por isso, os cidadãos são sempre infelizes. Mas, no caso da democracia, os próprios cidadãos ímpios elegem seu representante para governá-los. Portanto, eles não podem culpar ninguém por sua infelicidade. Mahārāja Nala também era famoso como um grande rei piedoso, mas não tinha contato com o Senhor Kṛṣṇa. Portanto, Mahārāja Yudhiṣṭhira destina-se, aqui, a ser glorificado pelo Senhor Kṛṣṇa, que também glorificou o rei Yadu, nascendo em sua família. Ele é conhecido como Yādava, Yaduvīra, Yadunandana etc., embora o Senhor seja sempre independente de tal obrigação. Ele é como o sândalo que cresce nas colinas da Malásia. As árvores podem crescer em toda e qualquer parte: contudo, porque as árvores de sândalo crescem mais na área das colinas da Malásia, o nome sândalo e as colinas da Malásia ficaram inter-relacionados. Portanto, a conclusão é que o Senhor é sempre não-nascido como o sol. Todavia, Ele aparece assim como o sol que surge no horizonte oriental. Assim como o sol nunca é o sol do horizonte oriental, da mesma forma o Senhor não é filho de ninguém, mas sim o pai de tudo que existe.

Como el advenimiento del Señor al mundo material es desconcertante, hay diferentes opiniones acerca del nacimiento del Innaciente. En el Bhagavad-gītā, el Señor dice que Él nace en el mundo material, aunque Él es el Señor de todas las creaciones y es innaciente. De modo que no puede negarse en absoluto el nacimiento del Innaciente, debido a que Él mismo establece esa verdad. Pero aun así hay diferentes opiniones acerca de por qué nace Él. Eso también se declara en el Bhagavad-gītā. Él aparece por medio de Su propia potencia interna, para restablecer los principios religiosos, proteger a los seres piadosos y aniquilar a los impíos. Ésa es la misión del advenimiento del Innaciente. No obstante, se dice que el Señor viene para glorificar al piadoso rey Yudiṣṭhira. El Señor Śrī Kṛṣṇa quería ciertamente establecer el reino de los Pāṇḍavas por el bien de todos los seres del mundo. Cuando un rey piadoso gobierna el mundo, la gente es feliz. Cuando el gobernante es impío, la gente es infeliz. En la era de Kali, los gobernantes son impíos en la mayoría de los casos, por tanto, los ciudadanos también están infelices continuamente. Pero en el caso de la democracia, los mismos ciudadanos impíos eligen a su representante para que los gobierne y, en consecuencia, no pueden culpar a nadie de su infelicidad. Mahārāja Nala también fue célebre como gran rey piadoso, pero él no tenía ninguna relación con el Señor Kṛṣṇa. Por consiguiente, a Mahārāja Yudiṣṭhira se le destina aquí a ser glorificado por el Señor Kṛṣṇa, quien también había glorificado al rey Yadu al nacer en su familia. Al Señor se le conoce como Yādava, Yaduvīra, Yadunandana, etc., aunque Él siempre es independiente de dicha obligación. Él es como el sándalo que crece en las colinas de Malaya. Los árboles pueden crecer en cualquier parte, pero como los árboles de sándalo crecen principalmente en el área de las colinas de Malaya, el nombre del sándalo y las colinas de Malaya están estrechamente vinculados. Por lo tanto, se concluye que el Señor es por siempre innaciente como el Sol y, sin embargo, Él aparece del mismo modo en que el Sol sale por el horizonte oriental. Así como el Sol nunca es el Sol del horizonte oriental, así mismo el Señor no es el hijo de nadie, sino más bien el padre de todo lo que existe.

Na Bhagavad-gītā (4.6), o Senhor diz:

En el Bhagavad-gītā (4.6), el Señor dice:

ajo ’pi sann avyayātmā
bhūtānām īśvaro ’pi san
prakṛtiṁ svām adhiṣṭhāya
sambhavāmy ātma-māyayā
ajo ’pi sann avyayātmā
bhūtānām īśvaro ’pi san
prakṛtiṁ svām adhiṣṭhāya
sambhavāmy ātma-māyayā

“Embora Eu não tenha nascimento e Meu corpo transcendental nunca se deteriore, e embora Eu seja o Senhor de todos os seres vivos, ainda assim Eu apareço a cada milênio, em minha forma transcendental original”.

«Aunque soy innaciente y Mi cuerpo trascendental nunca se deteriora, y aunque soy el Señor de todas las entidades vivientes, Yo aparezco en cada milenio en Mi forma trascendental original».

Kṛṣṇa é não-nascido, e nós também somos não-nascidos, mas a diferença é que, ao contrário do Senhor, estamos aprisionados num corpo material. Portanto, não conseguimos manter a posição de não-nascidos, mas temos de aceitar o processo de nascimento e transmigrar de um corpo para outro, sem garantia sobre qual tipo de corpo receberemos a seguir. Mesmo nesta vida, somos obrigados a aceitar um corpo após o outro. Uma criança abandona seu corpo infantil e aceita o corpo de um menino, e o menino abandona seu corpo para aceitar o corpo de um jovem, que mais tarde será abandonado para a aceitação de um corpo idoso. Portanto, é natural a conclusão de que, quando abandonarmos o corpo velho, teremos de aceitar outro corpo; novamente receberemos um corpo infantil.

Kṛṣṇa es innaciente, y también nosotros somos innacientes, pero, a diferencia del Señor, nosotros hemos quedado atrapados en un cuerpo material. Por consiguiente, no podemos mantener nuestra posición de innacientes, sino que tenemos que nacer y transmigrar de un cuerpo a otro, sin ninguna garantía de qué clase de cuerpo recibiremos a continuación. Incluso en esta vida, estamos obligados a aceptar un cuerpo tras otro. El bebé deja su cuerpo de la infancia y acepta el cuerpo de niño, y el niño deja su cuerpo de la niñez y acepta el cuerpo de joven, que luego deja por un cuerpo de anciano. Así pues, es natural concluir que, cuando dejemos nuestro cuerpo viejo, tendremos que aceptar otro cuerpo; aceptaremos de nuevo el cuerpo de bebé.

Este ciclo é natural neste mundo material. É como se fossem as mudanças de estações. Depois da primavera vem o verão, depois do verão o outono e em seguida o inverno; depois, novamente a primavera. Analogamente, depois do dia vem a noite e depois um novo dia. Da mesma forma que estas mudanças cíclicas acontecem, nós trocamos de corpo um após o outro, e é natural concluir que, após abandonar este corpo, teremos de aceitar outro (bhūtvā bhūtvā pralīyate).

Ése es un ciclo natural del mundo material. Es similar a los cambios de estación. Después de la primavera viene el verano, y después del verano viene el otoño, y luego el invierno, y luego de nuevo la primavera. De igual modo, después del día viene la noche y después de la noche viene el día. Y así como estos cambios cíclicos ocurren uno tras otro, así mismo nosotros pasamos de un cuerpo a otro, y es natural concluir que, después de abandonar el cuerpo actual, habremos de recibir otro cuerpo (bhūtvā bhūtvā pralīyate).

Essa conclusão é bem lógica, e é confirmada pelo śāstra, a literatura védica, e também pela autoridade suprema, o próprio Kṛṣṇa. Portanto, por que não aceitaríamos essa conclusão? Quem não aceita isso – quem pensa que não há vida após a morte – é um tolo.

Esa conclusión es muy lógica, la respalda el śāstra, las Escrituras védicas, y lo afirma también la más grande de todas las autoridades, el propio Kṛṣṇa. Por lo tanto, ¿por qué no habríamos de aceptarlo? Si no aceptamos esto —si creemos que no hay vida después de la muerte—, somos unos tontos.

Existe vida após a morte, e também existe a oportunidade de libertar-se do ciclo de nascimento e morte e atingir uma vida de imortalidade. Mas, porque estamos acostumados a aceitar um corpo após outro, desde tempos imemoriais, é-nos muito difícil pensar numa vida eterna. E a vida na existência material é tão problemática que a pessoa pode pensar que, se existe alguma vida eterna, deve ser tão problemática quanto esta. Um homem doente, por exemplo, que esteja tomando algum remédio muito amargo e vivendo deitado em uma cama, onde come, evacua e urina, incapaz de mover-se, pode considerar sua vida tão intolerável a ponto de pensar: “Deixe-me cometer suicídio”. Da mesma forma, a vida material é tão miserável que, em desespero, uma pessoa pode aceitar a filosofia do vazio, ou impersonalismo, para tentar negar sua própria existência e transformar tudo em zero. Na verdade, entretanto, tornar-se zero não é possível, nem é necessário. Estamos com problemas nesta condição material. Mas, quando sairmos desta condição, descobriremos a verdadeira vida, a vida eterna.

Sí hay vida después de la muerte, y también hay la oportunidad de liberarse del ciclo de los sucesivos nacimientos y muertes y lograr una vida de inmortalidad. Pero, debido a que hemos estado acostumbrados a aceptar un cuerpo tras otro desde tiempos inmemoriales, nos resulta difícil pensar en una vida que sea eterna. Y la vida de la existencia material es tan problemática que podríamos pensar que, si hay una vida eterna, también ha de ser problemática. Por ejemplo, un hombre enfermo que está tomando una medicina muy amarga y que está en cama, teniendo que comer, defecar y orinar allí, sin poder moverse, puede que considere su vida tan intolerable que piense: «Voy a suicidarme». De forma similar, la vida materialista es tan desoladora que, por la desesperación, a veces se adopta una filosofía nihilista o impersonalista para tratar de negar la propia existencia y volver todo un cero. De hecho, sin embargo, volverse cero no es posible, ni tampoco es necesario. En nuestra condición material nos hallamos en dificultades, pero cuando salimos de nuestra condición material, podemos encontrar verdadera vida, vida eterna.

Porque somos partes integrantes de Kṛṣṇa, que é aja, além do nascimento e da morte, nós também somos aja. Como poderia ser de outra forma? Se meu pai é feliz, e eu sou filho de meu pai, por que deveria eu ser infeliz? Eu posso concluir naturalmente que tenho direito de usufruir da propriedade de meu pai, exatamente como ele está usufruindo. Analogamente. Deus, Kṛṣṇa, é todo-poderoso, todo-belo, todo-sábio e completo sob todos os aspectos. E embora eu não seja completo, sou parte integrante de Deus, e, portanto, tenho todas as qualidades de Deus, de forma parcial.

Como somos partes integrales de Kṛṣṇa, que es aja, es decir, que está más allá del nacimiento y la muerte, nosotros también somos aja. ¿Cómo no habríamos de serlo? Si mi padre es feliz y yo soy el hijo de mi padre, ¿por qué habría yo de ser infeliz? Puedo concluir, naturalmente, que habré de disfrutar de las pertenencias de mi padre tal como él disfruta de ellas. De igual manera, Dios, Kṛṣṇa, es todopoderoso, supremamente hermoso, supremamente conocedor y completo en todo, y aunque puede que yo no sea completo, soy parte integral de Dios, por tanto, tengo todas las cualidades de Dios en una cierta medida.

Como Deus não morre, eu também não morro. Esta é minha posição. Isto é explicado na Bhagavad-gītā (2.20): na jāyate mriyate vā kadācit. Descrevendo a alma, Kṛṣṇa diz que ela nunca nasce (na jāyate). E, se não nasce, como pode morrer? Não existe a questão da morte (mriyate vā). Morte é para os que nasceram. Mas quem não nasce também não morre.

Dios no muere, así que yo tampoco habré de morir. Ésa es mi posición. Eso se explica en el Bhagavad-gītā (2.20): na jāyate mriyate vā kadācit. Al describir el alma, Kṛṣṇa dice que nunca nace (na jāyate), y si no nace, ¿cómo es posible que muera? No hay ninguna posibilidad de muerte (mriyate vā). La muerte es para aquel que ha nacido, y si no se ha nacido, tampoco se tiene que morir.

Infelizmente, entretanto, não sabemos disto. Estamos realizando pesquisas científicas, mas não sabemos que cada entidade viva é uma alma espiritual, sem nascimento ou morte. Esta é a nossa ignorância. A alma é eterna e primordial (nityaḥ śāśvato ’yaṁ purāno). A alma não morre com a aniquilação do corpo (na hanyate hanyamāne śarīre). Mas, embora a alma não morra, ela aceita outro corpo, e isto é chamado de bhava-roga, a doença material.

Desgraciadamente, sin embargo, no sabemos eso. Estamos llevando a cabo investigaciones científicas, pero no sabemos que la entidad viviente es un alma espiritual, sin nacimiento ni muerte. He ahí nuestra ignorancia. El alma es eterna, perpetua y primordial (nityaḥ śāśvato ’yaṁ purāṇo). El alma no muere con la aniquilación del cuerpo (na hanyate hanyamāne śarīre). Pero, aunque el alma no muere, recibe otro cuerpo, y eso se denomina bhava-roga, la enfermedad material.

Visto que Kṛṣṇa é a entidade viva suprema (nityo nityānāṁ cetanaś cetanānām), nós somos exatamente como Kṛṣṇa. A diferença é que Kṛṣṇa é vibhu, ilimitado, ao passo que nós somos aṇu, limitados. Qualitativamente, somos tão bons quanto Kṛṣṇa. Portanto, temos as mesmas propensões que Kṛṣṇa. Por exemplo: Kṛṣṇa tem a propensão para amar alguém do sexo oposto, daí termos a mesma propensão. O começo do amor está presente no amor eterno, entre Rādhā e Kṛṣṇa. Nós também estamos procurando amor eterno, mas, porque estamos condicionados pelas leis materiais, nosso amor é interrompido. Porém, se conseguirmos transcender esta interrupção, poderemos participar de casos amorosos similares aos de Kṛṣṇa e Rādhārāṇī. Nosso objetivo, portanto, deve ser voltar para casa, de volta a Kṛṣṇa, porque, já que Kṛṣṇa é eterno, lá nós também receberemos um corpo eterno.

Puesto que Kṛṣṇa es la entidad viviente suprema (nityo nityānāṁ cetanaś cetanānām), nosotros somos exactamente iguales a Kṛṣṇa, diferenciándonos de Él por el hecho de que Kṛṣṇa es vibhu, ilimitado, mientras que nosotros somos aṇu, limitados. En términos cualitativos, somos prácticamente iguales a Kṛṣṇa. De manera que, cualquier propension que Kṛṣṇa tenga, nosotros también las tenemos. Por ejemplo, Kṛṣṇa tiene la propensión a amar a alguien del sexo opuesto y, en consecuencia, nosotros tenemos esa misma propensión. El origen del amor se halla presente en el amor eterno entre Rādhā y Kṛṣṇa. Nosotros también estamos buscando amor eterno, pero, debido a que estamos condicionados por las leyes materiales, nuestro amor se interrumpe. Mas, si podemos trascender esa interrupción, podremos participar en intercambios amorosos similares a los de Kṛṣṇa y Rādhārāṇī. Así que nuestro objetivo debe ser ir de regreso al hogar, de vuelta a Kṛṣṇa, pues, como Kṛṣṇa es eterno, nosotros recibiremos allí un cuerpo eterno.

Kuntī diz: kecid āhur ajaṁ jātaṁ – o eterno supremo, o não-nascido supremo, agora aceitou Seu nascimento. Mas, embora Kṛṣṇa nasça, Seu nascimento não é como o nosso. Isso nós temos que saber. O Senhor diz na Bhagavad-gītā (4.9):

Kuntī dice: kecid āhur ajaṁ jātam: El eterno supremo, el innaciente supremo, ahora ha nacido. Pero, aunque Kṛṣṇa nace, Su nacimiento no es como el nuestro. Eso hemos de saberlo. El Señor dice en el Bhagavad-gītā (4.9):

janma karma ca me divyam
evaṁ yo vetti tattvataḥ
tyaktvā dehaṁ punar janma
naiti mām eti so ’rjuna
janma karma ca me divyam
evaṁ yo vetti tattvataḥ
tyaktvā dehaṁ punar janma
naiti mām eti so ’rjuna

“Ó Arjuna, aquele que conhece a natureza transcendental de Meu aparecimento e atividades ao deixar o corpo não nasce outra vez neste mundo material, mas alcança Minha morada eterna”.

«¡Oh, Arjuna!, aquel que conoce la naturaleza trascendental de Mi advenimiento y actividades, al abandonar el cuerpo no vuelve a nacer en este mundo material, sino que alcanza Mi morada eterna!».

É descrito no Śrīmad-Bhāgavatam que quando Kṛṣṇa apareceu, Ele não nasceu do ventre de Devakī. Ao contrário, Ele apareceu primeiro na forma majestosa de Viṣṇu, com quatro braços, e depois assumiu o corpo de um bebê, no colo de Devakī. Portanto, o nascimento de Kṛṣṇa é transcendental, ao passo que o nosso nascimento se dá à força, pelas leis da natureza. Kṛṣṇa não está sob as leis da natureza. As leis da natureza é que trabalham sob Ele (mayā dhyakṣeṇa prakṛtiḥ sūyate sa-carācaram). Prakṛti, a natureza, trabalha pela ordem de Kṛṣṇa, e nós trabalhamos sob as ordens da natureza. Kṛṣṇa é o senhor de toda a natureza e nós somos servos dela. Por conseguinte, Kuntīdevī diz, kecid āhuḥ: “Alguém pode dizer que o não-nascido nasceu”. Pode parecer que Ele nasceu como nós, mas, na verdade, isto não aconteceu. Kuntīdevī diz claramente, kecid āhuḥ: “Alguns tolos podem dizer que Ele nasceu”. O próprio Kṛṣṇa também diz na Bhagavad-gītā (9.11), avajānanti māṁ mūḍhā mānuṣīṁ tanum āśritam: “Porque Eu apareci como um ser humano, os ignorantes pensam que sou um ser humano comum”. Paraṁ bhāvam ajānantaḥ: “Eles não conhecem o mistério por trás do nascimento de Deus como um ser humano”.

En el Śrīmad-Bhāgavatam se explica que cuando Kṛṣṇa apareció por primera vez, no nació del vientre de Devakī, sino que apareció primero en la majestuosa forma de Viṣṇu de cuatro brazos, y luego Se volvió un bebé y Se puso en el regazo de Devakī. Por consiguiente, el nacimiento de Kṛṣṇa es trascendental, mientras que nuestro nacimiento tiene lugar a la fuerza, por las leyes de la naturaleza. Kṛṣṇa no Se encuentra bajo el control de las leyes de la naturaleza; las leyes de la naturaleza actúan bajo Su control (mayādhyakṣeṇa prakṛtiḥ sūyate sa-carācaram). Prakṛti, la naturaleza, actúa bajo las órdenes de Kṛṣṇa, y nosotros actuamos bajo las órdenes de la naturaleza. Kṛṣṇa es el amo de la naturaleza, y nosotros somos sirvientes de la naturaleza. Así pues, Kuntīdevī dice: kecid āhuḥ: «Puede que alguien diga que el innaciente ha nacido». Pudiera parecer que Él ha nacido como nosotros, pero en verdad no lo ha hecho. Kuntīdevī dice claramente: kecid āhuḥ: «Puede que algunas personas necias digan que Él ha nacido». El propio Kṛṣṇa dice en el Bhagavad-gītā (9.11): avajānanti māṁ mūḍha mānuṣīm tanum āśritam: «Como Yo he aparecido exactamente igual que un ser humano, los sinvergüenzas creen que también soy exactamente igual que un ser humano común». Paraṁ bhāvam ajānantaḥ: «Ellos no conocen el misterio que hay tras el nacimiento de Dios como ser humano».

Kṛṣṇa está em toda a parte. O Senhor está situado no coração de todos (īśvaraḥ sarva-bhūtānānāṁ). E visto que Ele está dentro de nós e é todo-poderoso, por que seria difícil para Ele aparecer diante de nós? Quando o grande devoto Dhruva Mahārāja estava ocupado, meditando na forma de Viṣṇu, de quatro braços, de repente sua meditação quebrou, e ele viu imediatamente, na sua frente, a mesma forma na qual estava meditando. Foi difícil para Kṛṣṇa aparecer dessa maneira? É claro que não. Analogamente, não foi difícil para Ele aparecer perante Devakī nessa mesma forma de quatro braços. Por isso, Kṛṣṇa diz, janma karma ca me divyam: “Deve-se compreender Meu nascimento e atividades transcendentais”. Kuntīdevī tinha essa compreensão. Ela sabia que, embora para alguns tolos Kṛṣṇa pareça nascer, Ele, na verdade, é não-nascido.

Kṛṣṇa está en todas partes. El Señor Se encuentra situado en el corazón de todo el mundo (īśvaraḥ sarva-bhūtānāṁ hṛd-deśe ’rjuna tiṣṭhati). Y como Él Se halla dentro de nosotros y es todopoderoso, ¿por qué habría de ser difícil para Él aparecer ante nosotros? Cuando el gran devoto Dhruva Mahārāja estaba meditando en la forma de Viṣṇu de cuatro brazos, repentinamente su meditación se interrumpió, y de inmediato vio ante él la misma forma en la que había estado meditando. ¿Fue acaso muy difícil para Kṛṣṇa aparecer de esa manera? Claro que no. De modo similar, no fue difícil para Él aparecer ante Devakī en la misma forma de cuatro brazos. Así que, Kṛṣṇa dice: janma karma ca me divyam: «Hay que entender Mi nacimiento y actividades trascendentales». Y Kuntīdevī los entiende. Ella sabe que, aunque a algunos tontos les parece que Kṛṣṇa nace, de hecho Él es innaciente.

Mas por que Kṛṣṇa realiza o passatempo de nascer? Kuntīdevī responde: punya-ślokasya kirtaye – para glorificar aqueles que são piedosos e muito avançados na compreensão espiritual. Kṛṣṇa aparece como filho de Devakī para glorificar Sua devota Devakī, e Se torna o filho de Yaśodā para glorificar Yaśodā. Analogamente, Kṛṣṇa aparece na dinastia de Mahārāja Yadu, Seu grande devoto, só para glorificá-lo. Por isso, Kṛṣṇa é conhecido até hoje como Yadava, o descendente de Mahārāja Yadu. Kṛṣṇa não tem obrigação de nascer numa família ou país particulares, mas Ele nasce para glorificar uma certa pessoa ou uma determinada família, por causa de sua devoção. Por conseguinte, Seu nascimento é chamado de divyam, transcendental.

Pero, ¿por qué Kṛṣṇa habría de realizar el pasatiempo de nacer? Kuntīdevī responde: puṇya-ślokasya kīrtaye: Para glorificar a aquellos que son muy piadosos y que están muy adelantados en la comprensión espiritual. Kṛṣṇa viene como hijo de Devakī, para glorificar a Su devota Devakī. Kṛṣṇa viene como hijo de Yaśodā, para glorificar a Yaśodā. De igual manera, Kṛṣṇa aparece en la dinastía de Mahārāja Yadu, Su gran devoto, únicamente para glorificar a Mahārāja Yadu. Por eso a Kṛṣṇa aún se Le conoce como Yādava, el descendiente de Mahārāja Yadu. Kṛṣṇa no tiene ninguna obligación de nacer en una familia o país en particular, mas Él lo hace para glorificar a una cierta persona o a una cierta familia en virtud de su devoción. En consecuencia, se dice que Su nacimiento es divyam, trascendental.

O Senhor não é obrigado a nascer, mas nós somos. Essa é a diferença entre nosso nascimento e o de Kṛṣṇa. Devido ao nosso karma, ou atividades, se estivermos preparados para nascer numa boa família, na sociedade humana ou na sociedade dos semideuses, nós o faremos. Mas, se nossas atividades forem inferiores às dos animais, nasceremos numa família de animais. Essa é a força do karma.Karmaṇā daiva-netreṇa jantor dehopapattaye (Śrīmad-Bhāgavatam 3.31.1). De acordo com nosso karma, desenvolvemos certo tipo de corpo.

El Señor no está obligado a nacer, pero nosotros sí lo estamos. Ésa es la diferencia que hay entre nuestro nacimiento y el de Kṛṣṇa. Si por nuestro karma, o actividades, somos aptos para nacer en una buena familia de la sociedad humana o de la sociedad de los semidioses, así será, pero si nuestras actividades son tan bajas como las de los animales, habremos de nacer en una familia de animales. Ésa es la fuerza del karma. Karmaṇā daiva-netreṇa jantur dehopapattaye (Śrīmad-Bhāgavatam 3.31.1). Nosotros desarrollamos un cierto tipo de cuerpo conforme a nuestro karma.

A forma humana de vida destina-se à compreensão do Supremo, a Verdade Absoluta (athāto brahma-jijñāsā). Mas, se não nos esforçarmos por isto, se mal utilizarmos esta oportunidade e permanecermos simplesmente como animais, retornaremos à forma de vida animal. Portanto, o movimento da consciência de Kṛṣṇa está tentando salvar as pessoas de descerem para a vida animal.

La forma humana de vida tiene por objeto que se entienda al Supremo, la Verdad Absoluta (athāto brahma-jijñāsā). Pero si no nos esforzamos por lograr eso, si desperdiciamos esta oportunidad y simplemente permanecemos como animales, habremos de regresar a una forma de vida animal. Por lo tanto, el movimiento para la conciencia de Kṛṣṇa está tratando de salvar a la gente de tener que descender a la vida animal.

O aparecimento do Senhor Kṛṣṇa é comparado ao crescimento das árvores de sândalo nas montanhas da Malásia (malayasyeva candanam). Existem duas Malásias – as montanhas Malásias e a parte do mundo conhecida como Malásia. A árvore candana, ou árvore de sândalo, pode nascer em qualquer parte – não há uma regra que a obrigue a nascer na Malásia ou nas montanhas Malásias – mas, porque este sândalo nasce em grande quantidade nesta parte, do mundo, ele é conhecido como malaya-candana. Nos países ocidentais existe uma água perfumada conhecida como água de colônia. Ela pode ser preparada em qualquer lugar, mas porque foi feita originalmente na cidade de Colônia, ela é conhecida como água de colônia. Analogamente, sândalo pode crescer em qualquer parte, mas porque, originalmente, é muito proeminente na Malásia e nas montanhas Malásias, ele é conhecido como sândalo da Malásia. Kuntī ofereceu essa prece há cinco mil anos. Isto indica que o sândalo crescia na Malásia há cinco mil anos. Malásia não é uma palavra nova. Ela é conhecida há milhares e milhares de anos pelos seguidores da cultura védica. Atualmente, é claro, estão plantando seringueiras na Malásia, porque há uma grande procura por borracha. Mas antigamente havia muito sândalo na Malásia, em larga escala, porque havia uma grande demanda de sândalo, especialmente na Índia.

Se dice que el advenimiento del Señor Kṛṣṇa se asemeja al crecimiento de árboles de sándalo en las colinas de Malaya (malayasyeva candanam). Existen dos Malayas: las colinas de Malaya, y la parte del mundo conocida como Malasia. El árbol de candana, el árbol de sándalo, puede crecer en cualquier parte —no hay ninguna regla por la que tenga que crecer en Malasia o en las colinas de Malaya—, pero debido a que ese sándalo crece abundantemente en esas partes del mundo, es conocido como malaya-candana. En los países occidentales hay un agua perfumada que se conoce como agua de colonia. La misma se puede producir en cualquier parte, pero debido a que se elaboró originalmente en la ciudad de Colonia, se conoce como agua de colonia. De manera similar, el sándalo puede crecer en cualquier parte, pero debido a que originalmente era muy abundante en Malasia y en las colinas de Malaya, es conocido como sándalo malayo. Kuntī ofreció esta oración hace cinco mil años, y eso indica que hace cinco mil años se cultivaba sándalo en Malasia. Malasia no es un nombre nuevo; hace miles y miles de años los seguidores de la cultura védica lo conocían. Desde luego que hoy en día Malasia está cultivando árboles de caucho, debido a que hay mucha demanda de caucho, pero antiguamente Malasia cultivaba sándalo en gran escala, pues había una gran demanda de sándalo, especialmente en la India.

Porque a Índia é um país tropical, e o sândalo é muito refrescante, as pessoas o utilizam como cosmético. Mesmo agora, durante os dias mais quentes do verão, aqueles que podem aplicam o sândalo no corpo e sentem-se refrescados durante todo o dia. Na Índia há o sistema de, após banhar-se e santificar o corpo aplicando-lhe marcas de tilaka, oferecer reverências à Deidade, pegar um pouco de candana-prasāda do quarto da Deidade e passá-la no corpo, como um cosmético. Isto é chamado de prasādhanam. Mas está declarado que em Kali-yuga, a era atual, snānam eva prasādhanam (Śrīmad-Bhāgavatam 12.2.5): se uma pessoa puder apenas banhar-se, isto já é prasādhana. Na Índia, mesmo o homem mais pobre toma diariamente seu banho matinal. Mas, quando eu vim para o Ocidente, vi que tomar banho diariamente é algo difícil, e que este não é o costume. Na Índia, estamos acostumados a ver as pessoas banharem-se três vezes por dia. Mas em Nova Iorque eu vi que as pessoas, às vezes, têm necessidade de ir à casa de outros para tomar banho, porque não têm essa facilidade em sua casa. Esses são os sintomas de Kali-yuga. Snānam eva prasādhanam. Em Kali-yuga, mesmo tomar um só banho será difícil.

Como la India es un país tropical y el sándalo es muy refrescante, la gente de allí usa la pasta de sándalo como cosmético. Incluso hoy en día, durante los muy calurosos días de la estación de verano, aquellos que pueden pagarlo se aplican pasta de sándalo por todo el cuerpo y se sienten frescos todo el día. En la India era usual que después de bañarse y santificar el cuerpo mediante la aplicación de marcas de tilaka, se ofrecía reverencias a la Deidad, se tomaba un poco de candana-prasāda del cuarto de la Deidad, y se aplicaba por el cuerpo como cosmético. Eso se llamaba prasādhanam. Pero se dice que en Kali-yuga, la era actual, snānam eva prasādhanam (Śrīmad-Bhāgavatam 12.2.5): Si tan siquiera uno puede bañarse bien, eso es prasādhanam. En la India, hasta el más pobre de los hombres se baña todos los días temprano por la mañana, pero cuando fui a Norteamérica, vi que hasta el baño diario resulta una cuestión difícil y no es lo que usualmente se acostumbra. En la India estamos acostumbrados a ver que la gente se baña tres veces al día, pero en Nueva York he visto que a veces uno tiene que ir a la casa de un amigo a bañarse, pues puede que no se tenga en casa las facilidades de hacerlo. Ésos son signos de Kali-yuga. Snānam eva prasādhanam. En Kali-yuga, incluso bañarse será algo muy difícil.

Outro sintoma de Kali-yuga é dākṣyam kuṭumba-bharaṇam (Śrīmad-Bhāgavatam 12.2.7) – a pessoa será famosa por suas atividades piedosas se simplesmente conseguir manter sua família. A palavra dākṣyam significa “famoso devido às atividades piedosas”. Essa palavra vem de dakṣa, que significa “perito”. Em Kali-yuga, um homem será considerado perito se conseguir manter uma família, consistindo dele próprio, sua esposa e um ou dois filhos. Na Índia, naturalmente, a família tradicional é a família unida, consistindo do esposo, esposa, seus pais, filhos, sogros, cunhados e assim por diante. Mas, em Kali-yuga, será difícil manter uma pequena família – o esposo, a esposa e poucos filhos. Quando eu estava morando em Nova Iorque, havia, entre as pessoas que compareciam às aulas, uma senhora idosa que tinha um filho crescido. Eu lhe perguntei: “Por que seu filho não se casa?”. Ela respondeu: “Sim, ele poderá casar-se quando puder manter uma família”. Eu não sabia que manter uma família no Ocidente é tão difícil. Mas isso está descrito no Śrīmad-Bhāgavatam: se um homem conseguir manter uma família, será considerado muito glorioso; e a moça que tiver um esposo será considerada muito afortunada.

Otro signo de Kali-yuga es dākṣyaṁ kuṭumba-bharaṇam (Śrīmad-Bhāgavatam 12.2.7): Será famoso por sus actividades piadosas quien simplemente pueda mantener a su familia. La palabra dākṣyaṁ, que significa «famoso por actividades piadosas», proviene de dakṣa, que significa «experto». En Kali-yuga se considerará experto, a quien pueda mantener a una familia constituida por uno mismo, su esposa y uno o dos hijos. En la India, por supuesto, la familia tradicional es la familia conjunta, constituida por un hombre y su esposa, sus padres e hijos, su familia política, etc. Pero en Kali-yuga será difícil mantener a una simple familia constituida por uno, su esposa y unos cuantos hijos. Cuando yo estaba viviendo en Nueva York, entre la gente que venía a nuestras clases había una señora mayor que tenía un hijo ya grande. Yo le pregunté: «¿Por qué su hijo no se casa?». Ella respondió: «Él podrá casarse cuando pueda mantener a una familia». Yo no sabía que mantener a una familia era allí una cosa tan difícil. Pero eso se describe en el Bhāgavatam: si un hombre puede mantener a una familia, se le considerará muy glorioso, y si una muchacha tiene esposo, se considerará que es muy afortunada.

Não é nossa intenção criticar, mas os sintomas de Kali-yuga são muito severos e o serão ainda mais. A duração de Kali-yuga é de 432.000 anos, e, embora apenas 5.000 anos se tenham passado, já podemos encontrar tantas dificuldades; e quanto mais esta Kali-yuga se desenvolver, mais difíceis os tempos serão. A melhor atividade, portanto, é completar nossa consciência de Kṛṣṇa e voltar para casa, de volta ao Supremo. Isto nos salvará. De outra forma, se voltarmos para outra vida em Kali-yuga, encontraremos dias ainda piores pela frente e teremos de sofrer cada vez mais.

No estamos interesados en criticar, pero los signos de Kali-yuga son muy fuertes, y se volverán más fuertes aún. La duración de Kali-yuga es de 432 000 años, y aunque sólo han pasado cinco mil, ya observamos muchísimas dificultades; y cuanto más avancemos en este Kali-yuga, más difíciles serán los tiempos. El mejor camino, en consecuencia, consiste en completar nuestro cultivo de conciencia de Kṛṣṇa y regresar al hogar, de vuelta a Dios. Eso nos salvará. De lo contrario, si regresamos de nuevo a tener otra vida en Kali-yuga, habremos de encontrar días difíciles en el futuro, y tendremos que sufrir cada vez más.