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Mantra Quinze

Mantra Quinze

Texto

Texte

hiraṇmayena pātreṇa
satyasyāpihitaṁ mukham
tat tvaṁ pūṣann apāvṛṇu
satya-dharmāya dṛṣṭaye
hiraṇmayena pātreṇa
satyasyāpihitaṁ mukham
tat tvaṁ pūṣann apāvṛṇu
satya-dharmāya dṛṣṭaye

Sinônimos

Synonyms

hiraṇmayena — pela refulgência dourada; pātreṇa — por uma cobertura deslumbrante; satyasya — da Verdade Suprema; apihitam — coberto; mukham — rosto; tat — essa cobertura; tvam — Ele mesmo; pūṣan — ó sustentador; apāvṛṇu — por favor, remove; satya — puro; dharmāya — ao devoto; dṛṣṭaye — para mostrar.

hiraṇmayena : par une radiance dorée ; pātreṇa : par un voile éblouissant ; satyasya : de la Vérité Suprême ; apihitam : couvert ; mukham : le visage ; tat : ce voile ; tvam : Ta Personne ; pūṣan : ô Toi qui maintiens ; apāvṛṇu : aie la bonté d’ôter ; satya : pur ; dharmāya : au bhakta ; dṛṣṭaye : pour montrer.

Tradução

Translation

Ó meu Senhor, sustentador de tudo o que vive, o Teu rosto verdadeiro está coberto por Tua refulgência deslumbrante. Por favor, remove essa cobertura e manifesta-Te ao Teu devoto puro.

Ô mon Seigneur, maintien de toute vie, Ton éblouissante radiance me cache Ton vrai visage. Enlève, je T’en prie, ce voile de lumière, et révèle-Toi à Ton pur dévot.

Comentário

Purport

Na Bhagavad-gītā (14.27), o Senhor faz a seguinte explicação a respeito de Seus raios pessoais (brahmajyoti), a refulgência deslumbrante de Sua forma pessoal:

Dans la Bhagavad-gītā (14.27), le Seigneur décrit ainsi l’éclatante lumière (brahmajyoti)irradiant de Sa Personne :

brahmaṇo hi pratiṣṭhāham
amṛtasyāvyayasya ca
śāśvatasya ca dharmasya
sukhasyaikāntikasya ca
brahmaṇo hi pratiṣṭhāham
amṛtasyāvyayasya ca
śāśvatasya ca dharmasya
sukhasyaikāntikasya ca

“Eu sou a base do Brahman impessoal, que é imortal, imperecível e eterno e é a posição constitucional da felicidade última”.

Brahman, Paramātmā e Bhagavān são três aspectos da mesma Verdade Absoluta. Brahman é o aspecto mais facilmente percebido pelo iniciante. Quem progride ainda mais compreende Paramātmā, a Superalma. Por fim, visualizar Bhagavān é a percepção última acerca da Verdade Absoluta. Confirma isso a Bhagavad-gītā (7.7), onde o Senhor Kṛṣṇa diz que Ele é o conceito último acerca da Verdade Absoluta: mattaḥ parataraṁ nānyat. Portanto, Kṛṣṇa é a fonte do brahmajyoti e do Paramātmā onipenetrante. Em uma passagem posterior da Bhagavad-gītā (10.42), Kṛṣṇa continua Sua explicação:

« Je suis la base du Brahman impersonnel, lequel est immortel, impérissable, éternel, et constitue le principe même du bonheur ultime. » Le Brahman, le Paramātmā et Bhagavān sont les trois aspects d’une même Vérité. Le Brahman en constitue l’aspect le plus facilement accessible au spiritualiste néophyte. Lorsqu’il progresse, ce dernier prend conscience du second aspect de la Vérité Absolue, le Paramātmā, puis il en réalise l’aspect ultime, Bhagavān. La Bhagavad-gītā confirme encore cela dans le septième verset du chapitre sept où Kṛṣṇa dit qu’Il est le concept ultime de la Vérité Absolue : mattaḥ parataraṁ nānyat. Kṛṣṇa est donc la source du brahmajyoti ainsi que du Paramātmā omniprésent. Un peu plus loin dans la Bhagavad-gītā (10.42), Il ajoute :

atha vā bahunaitena
kiṁ jñātena tavārjuna
viṣṭabhyāham idaṁ kṛtsnam
ekāṁśena sthito jagat
atha vā bahunaitena
kiṁ jñātena tavārjuna
viṣṭabhyāham idaṁ kṛtsnam
ekāṁśena sthito jagat

“Mas qual a necessidade, Arjuna, de todo esse conhecimento minucioso? Com um simples fragmento de Mim mesmo, Eu penetro e sustento todo este universo”. Assim, com uma única porção plenária Sua, o Paramātmā onipenetrante, o Senhor mantém toda a criação material cósmica. Ele também mantém todas as manifestações existentes no mundo espiritual. Portanto, neste śruti-mantra do Śrī Īśopaniṣad, o Senhor é chamado de pūṣan, o mantenedor último.

« Mais à quoi bon, ô Arjuna, tout ce détail ? D’une part infime de Ma personne, Je pénètre et soutiens l’univers tout entier. » Ce mantra de l’Īśopaniṣad appelle donc le Seigneur pūṣan, l’ultime soutien, car non seulement Il soutient l’entière manifestation cosmique grâce à Son émanation plénière, le Paramātmā omniprésent, mais Il maintient également le monde spirituel.

Kṛṣṇa, a Pessoa Suprema, está sempre repleto de bem-aventurança transcendental (ānanda-mayo ’bhyāsāt). Desde o começo de Seus passatempos infantis em Vṛndāvana, Índia, há cinco mil anos, Kṛṣṇa sempre permaneceu em bem-aventurança transcendental. Matar vários demônios — tais como Agha, Baka, Pūtanā e Pralamba — foi para Ele uma simples recreação agradável. No Seu vilarejo, Vṛndāvana, Ele divertiu-Se com Sua mãe, irmão e amigos, e, ao agir como um travesso ladrão de manteiga, o roubo causou em Seus associados uma bem-aventurança celestial. Sua fama como ladrão de manteiga não é censurável, pois, roubando manteiga, o Senhor alegrou Seus devotos puros. Tudo o que o Senhor fazia em Vṛndāvana era para o prazer de Seus associados que estavam lá. O Senhor criou esses passatempos para atrair os que querem encontrar a Verdade Absoluta, tais como os especuladores áridos e os acrobatas do suposto sistema de haṭha-yoga.

Śrī Kṛṣṇa, la Personne Suprême, jouit d’une félicité spirituelle absolue (ānanda-mayo ’bhyāsāt). Lorsqu’Il descendit sur terre il y a 5 000 ans à Vṛndāvana, en Inde, tous Ses divertissements, depuis Sa toute petite enfance, débordaient de félicité transcendantale. Même l’anéantissement de monstres comme Agha, Baka, Pūtanā et Pralamba n’était qu’un amusement pour Lui. Il Se divertissait dans Son village avec Sa mère, Son frère et Ses amis, et lorsqu’Il jouait le rôle d’un espiègle petit chapardeur de beurre, Il les remplissait tous d’une joie céleste. Sa réputation de chapardeur de beurre n’a rien de condamnable puisqu’Il n’agissait ainsi que pour la joie de Ses purs dévots. En fait, lorsque le Seigneur Se trouvait à Vṛndāvana, toutes Ses actions avaient pour objectif le plaisir de Ses compagnons. Il a aussi créé ces divertissements pour attirer l’attention des philosophes desséchés et des « contorsionnistes », pseudo-adeptes du haṭha-yoga, vers l’aspect personnel de la Vérité Absolue.

A respeito das diversões infantis do Senhor e dos vaqueirinhos, Seus companheiros de folguedos, Śukadeva Gosvāmī diz no Śrīmad-Bhāgavatam (10.12.11):

Dans le Śrīmad-Bhāgavatam (10.12.11), Śukadeva Gosvāmī commente ainsi les divertissements d’enfance du Seigneur en compagnie des jeunes pâtres de Vṛndāvana :

itthaṁ satāṁ brahma-sukhānubhūtyā
dāsyaṁ gatānāṁ para-daivatena
māyāśritānāṁ nara-dārakeṇa
sākaṁ vijahruḥ kṛta-puṇya-puñjāḥ
itthaṁ satāṁ brahma-sukhānubhūtyā
dāsyaṁ gatānāṁ para-daivatena
māyāśritānāṁ nara-dārakeṇa
sākaṁ vijahruḥ kṛta-puṇya-puñjāḥ

“A Personalidade de Deus, que os jñānīs percebem como o bem-aventurado Brahman impessoal; que os devotos que adotaram a atitude de servos adoram como o Senhor Supremo, e que as pessoas mundanas consideram um ser humano comum, divertia-Se com os vaqueirinhos, que alcançaram sua posição após acumularem os resultados de muitas atividades piedosas”.

« Dieu, la Personne Absolue en qui les bhaktas reconnaissent le Seigneur Suprême qu’ils adorent dans un sentiment de service, que les jñānīs perçoivent sous la forme du Brahman impersonnel et béatifique, et que les matérialistes considèrent comme une personne ordinaire, jouait avec les jeunes pâtres de Vṛndāvana ; si ces jeunes pâtres pouvaient jouir de la présence du Seigneur, c’est grâce aux innombrables actes de piété qu’ils avaient accomplis au cours de leurs vies précédentes. »

Assim, o Senhor ocupa-Se com Seus associados espirituais em amorosas atividades transcendentais, caracterizadas por várias espécies de relações, tais como śānta (neutralidade), dāsya (servidão), sakhya (amizade), vātsalya (afeição parental) e mādhurya (amor conjugal).

Une relation particulière unit au Seigneur, dans un sentiment d’amour transcendantal, chacun de Ses purs dévots ; cette relation peut s’exprimer de cinq manières différentes : śānta (relation neutre ou passive), dāsya (relation unissant serviteur et maître), sakhya (relation d’amitié), vātsalya(relation unissant parents et enfants) et mādhurya (relation d’amour conjugal).

Como se afirma que o Senhor Kṛṣṇa nunca sai de Vṛndāvana-dhāma, talvez alguém pergunte como Ele administra os afazeres da criação. A Bhagavad-gītā (13.14-18) dá esta resposta: através de Sua porção plenária conhecida como Paramātmā, Superalma, o Senhor penetra toda a criação material. Embora nada tenha a ver com a criação, manutenção e destruição materiais, o Senhor provoca todos esses fenômenos através de Sua expansão plenária, o Paramātmā. Cada entidade viva é conhecida como ātmā, e a principal ātmā que controla todas as demais é Paramātmā, a Superalma.

Il est dit que le Seigneur ne quitte jamais Vṛndāvana ; comment alors veille-t-Il au maintien de la création ? La Bhagavad-gītā (13.14–18) répond en disant que Kṛṣṇa pénètre partout dans l’univers matériel sous Sa forme de Paramātmā. Le Seigneur ne S’occupe pas personnellement de la création, du maintien et de la destruction de la manifestation cosmique ; Il y veille indirectement par l’entremise du Paramātmā, Son émanation plénière. Tous les êtres sont des ātmās (âmes spirituelles) et l’ātmā qui domine tous les autres est le Paramātmā, l’Âme Suprême.

O sistema para se compreender Deus é uma grande ciência. Os sāṅkhya-yogīs materialistas podem apenas analisar e meditar nos vinte e quatro fatores da criação material, pois têm pouquíssima informação sobre o puruṣa, o Senhor. E os transcendentalistas impersonalistas estão simplesmente perplexos com a refulgência deslumbrante do brahmajyoti. Para ver a Verdade Absoluta por inteiro, é preciso ultrapassar os vinte e quatro elementos materiais, bem como a refulgência deslumbrante. O Śrī Īśopaniṣad dirige-nos a esse ponto, orando pela remoção da hiraṇmaya-pātra, a cobertura refulgente do Senhor. Enquanto essa cobertura estiver presente, impedindo que se perceba o verdadeiro rosto da Personalidade de Deus, jamais se poderá obter verdadeira compreensão da Verdade Absoluta.

Ce système menant à la réalisation de Dieu est une grande science. Les sāṅkhya-yogīs matérialistes ne peuvent qu’analyser dans leur méditation les vingt-quatre éléments de la nature matérielle, car ils ne savent presque rien du Seigneur, le Puruṣa ; et les spiritualistes impersonnels, eux, sont détournés de la vision de Dieu par Son éclat éblouissant, le brahmajyoti. Or, la Vérité Absolue n’est réalisée dans tous Ses aspects que par celui qui sait voir, non seulement au-delà des vingt-quatre éléments matériels, mais aussi au-delà de la radiance du brahmajyoti. C’est pourquoi, dans l’Īśopaniṣad, on prie le Seigneur d’enlever le voile éblouissant (hiraṇmaya-pātra) qui cache Sa forme personnelle. À moins d’ôter ce voile, il nous est impossible de percevoir le vrai visage de la Personne Divine et de réaliser dans Sa plénitude la Vérité Absolue.

O aspecto Paramātmā da Personalidade de Deus é uma das três expansões plenárias, ou viṣṇu-tattvas, que, no conjunto total, são conhecidas como puruṣa-avatāras. Um desses viṣṇu-tattvas que está dentro do universo é conhecido como Kṣīrodakaśāyī Viṣṇu. Ele é o Viṣṇu que compõe as três principais deidades — Brahmā, Viṣṇu e Śiva — e Ele é o Paramātmā onipenetrante situado em toda entidade viva individual. O segundo viṣṇu-tattva dentro do universo é o Garbhodakaśāyī Viṣṇu, a Superalma coletiva de todos os seres vivos. Além desses, há o Kāraṇodakaśāyī Viṣṇu, que repousa no oceano causal. Ele é o criador de todos os universos. O processo de yoga ensina ao estudante sério como encontrar os viṣṇu-tattvas após ter ultrapassado os vinte e quatro elementos materiais da criação cósmica. O cultivo da filosofia empírica ajuda a pessoa a perceber o brahmajyoti impessoal, o qual é a refulgência deslumbrante do corpo transcendental do Senhor Śrī Kṛṣṇa. A Bhagavad-gītā (14.27), bem como a Brahma-saṁhitā (5.40), confirmam que, de fato, o brahmajyoti é a refulgência de Kṛṣṇa:

Le Paramātmā, l’Âme Suprême sise au cœur de chaque être, est l’une des trois émanations plénières de la Personne Suprême, les viṣṇu-tattvas réunis sous le nom de puruṣa-avatāras. On l’appelle aussi Kṣīrodakaśāyī Viṣṇu, et Il est le Viṣṇu de la triade Brahmā, Viṣṇu, Śiva. Garbhodakaśāyī Viṣṇu, l’Âme cosmique suprême, est la deuxième émanation plénière ; au-delà de ces deux viṣṇu-tattvas Se trouve Kāraṇodakaśāyī Viṣṇu, le créateur de tous les univers. Le yoga apprend à ceux qui étudient sérieusement la science spirituelle à percevoir ces viṣṇu-tattvas après s’être élevés au-delà des vingt-quatre éléments de la nature matérielle, tandis que l’étude de la philosophie empirique les aide à réaliser le brahmajyoti impersonnel. La Bhagavad-gītā (14.27) atteste que le brahmajyoti est la radiance émanant du corps transcendantal de Kṛṣṇa et la Brahma-saṁhitā (5.40) le confirme ainsi :

yasya prabhā prabhavato jagad-aṇḍa-koṭi-
koṭiṣv aśeṣa-vasudhādi vibhūti-bhinnam
tad brahma niṣkalam anantam aśeṣa-bhūtaṁ
govindam ādi-puruṣaṁ tam ahaṁ bhajāmi
yasya prabhā prabhavato jagad-aṇḍa-koṭi-
koṭiṣv aśeṣa-vasudhādi vibhūti-bhinnam
tad brahma niṣkalam anantam aśeṣa-bhūtaṁ
govindam ādi-puruṣaṁ tam ahaṁ bhajāmi

“Nos milhões e milhões de universos, existem inumeráveis planetas, e, através da constituição cósmica, cada um deles difere do outro. Cada um desses planetas está situado num canto do brahmajyoti. Esse brahmajyoti são apenas os raios pessoais da Suprema Personalidade de Deus, Govinda, a quem eu adoro”. Este mantra da Brahma-saṁhitā foi falado a partir do estado de verdadeira compreensão da Verdade Absoluta, e o śruti-mantra do Śrī Īśopaniṣad que está sendo aqui comentado confirma-o como um processo de realização. O mantra do Īśopaniṣad é uma simples oração em que se pede ao Senhor que remova o brahmajyoti para que Seu verdadeiro rosto possa ser visto. Essa refulgência brahmajyoti é descrita em pormenores em vários mantras do Muṇḍaka Upaniṣad (2.2.10-12):

« Il existe, de par les millions d’univers, d’innombrables planètes, et chacune d’elles est différente des autres en raison de sa constitution cosmique ; mais toutes se trouvent seulement dans un coin du brahmajyoti. Ce brahmajyoti n’est que la radiance émanant du corps de la Personne Suprême, Govinda, à qui je voue mon adoration. » Plusieurs mantras de la Muṇḍaka Upaniṣad (2.2.10–12) donnent encore d’autres détails sur le brahmajyoti :

hiraṇmaye pare kośe
virajaṁ brahma niṣkalam
tac chubhraṁ jyotiṣāṁ jyotis
tad yad ātma-vido viduḥ
hiraṇmaye pare kośe
virajaṁ brahma niṣkalam
tac chubhraṁ jyotiṣāṁ jyotis
tad yad ātma-vido viduḥ
na tatra sūryo bhāti na candra-tārakaṁ
nemā vidyuto bhānti kuto ’yam agniḥ
tam eva bhāntam anu bhāti sarvaṁ
tasya bhāsā sarvam idaṁ vibhāti
na tatra sūryo bhāti na candra-tārakaṁ
nemā vidyuto bhānti kuto ’yam agniḥ
tam eva bhāntam anu bhāti sarvaṁ
tasya bhāsā sarvam idaṁ vibhāti
brahmaivedam amṛtaṁ purastād brahma
paścād brahma dakṣiṇataś cottareṇa
adhaś cordhvaṁ ca prasṛtaṁ brahmai-
vedaṁ viśvam idaṁ variṣṭham
brahmaivedam amṛtaṁ purastād brahma
paścād brahma dakṣiṇataś cottareṇa
adhaś cordhvaṁ ca prasṛtaṁ brahmai-
vedaṁ viśvam idaṁ variṣṭham

“No reino espiritual, situado além da cobertura material, está a ilimitada refulgência Brahman, que está livre da contaminação material. Os transcendentalistas compreendem que essa refulgente luz branca é a luz de todas as luzes. Naquele reino, não há necessidade de iluminação proveniente do sol, luar, fogo ou eletricidade. De fato, toda iluminação que aparece no mundo material é apenas um reflexo dessa iluminação suprema. Esse Brahman está na região anterior e posterior, no Norte e no Sul, no Leste e no Oeste, e também na parte superior e inferior. Em outras palavras, essa suprema refulgência Brahman espalha-se nos céus material e espiritual”.

« Au-delà de l’enveloppe matérielle, dans le royaume spirituel, se trouve la radiance infinie du Brahman, qui n’est aucunement souillée par la matière. Cette lumière blanche et éclatante est pour les spiritualistes la lumière d’entre les lumières. En ce royaume, il n’est nul besoin de la clarté du soleil ou de la lune, du feu ou de l’électricité. En vérité, tous les moyens de s’éclairer dans l’univers matériel ne sont que le reflet de cette lumière suprême. Ce Brahman est partout, devant, derrière, au nord, au sud, à l’est et à l’ouest, au-dessus et en dessous. En d’autres termes, sa radiance illimitée s’étend aussi bien dans les cieux matériels que dans les cieux spirituels. »

Conhecimento perfeito significa conhecer Kṛṣṇa como a raiz dessa refulgência Brahman. Esse conhecimento pode ser obtido em escrituras como o Śrīmad-Bhāgavatam, que faz uma perfeita elaboração sobre a ciência de Kṛṣṇa. No Śrīmad-Bhāgavatam, o autor, Śrīla Vyāsadeva, estabelece que a Verdade Absoluta será descrita como Brahman, Paramātmā ou Bhagavān de acordo com nossa percepção. Śrīla Vyāsadeva jamais afirma que a Verdade Suprema é uma jīva, uma entidade viva comum. Jamais se deve considerar que o ser vivo é a Verdade Suprema todo-poderosa. Se ele fosse o Supremo, não precisaria orar pedindo para o Senhor remover Sua cobertura refulgente para poder ver Seu verdadeiro rosto.

Ce mantra de la Śrī Īśopaniṣad est donc une humble prière adressée au Seigneur pour qu’Il écarte le voile du brahmajyoti et nous permette de voir Son vrai visage.

La connaissance parfaite consiste à connaître la source du Brahman, Śrī Kṛṣṇa. Elle est contenue dans des Écritures comme le Śrīmad-Bhāgavatam, qui élabore en détail la science de la réalisation de Dieu. Śrīla Vyāsadeva, son auteur, y établit que la Vérité Absolue peut être perçue sous la forme du Brahman, du Paramātmā ou de Bhagavān selon le degré de réalisation de chacun ; mais jamais il ne décrit la Vérité Suprême comme étant le jīva, le simple être vivant. Celui-ci ne doit jamais être considéré comme la Vérité Suprême et toute-puissante ; s’il l’était, quel besoin aurait-il de prier le Seigneur pour qu’Il ôte Son voile éblouissant et montre Son vrai visage.

A conclusão é que, quando não temos conhecimento das potências da Verdade Absoluta, só percebemos o Brahman impessoal. De modo semelhante, ao compreendermos as potências materiais do Senhor, tendo pouca ou nenhuma informação sobre as potências espirituais, obtemos a percepção Paramātmā. Portanto, perceber a Verdade Absoluta como Brahman e Paramātmā está na plataforma das percepções parciais. Contudo, ao visualizar a Suprema Personalidade de Deus, Śrī Kṛṣṇa, em toda a Sua potência depois da remoção da hiraṇmaya-pātra, o indivíduo compreende verdadeiramente que vāsudevaḥ sarvam iti (Bhagavad-gītā 7.19): O Senhor Śrī Kṛṣṇa, que é conhecido como Vāsudeva, é tudo – Brahman, Paramātmā e Bhagavān. Ele é Bhāgavan, a raiz, e Brahman e Paramātmā são Seus ramos.

En conclusion, on réalise le Brahman impersonnel lorsqu’on ignore les diverses énergies de la Vérité Absolue, et on réalise le Paramātmā lorsque l’on prend conscience de Ses énergies matérielles tout en ne connaissant pas ou très peu Ses énergies spirituelles. Ces formes de réalisation de la Vérité Absolue sont donc toutes deux incomplètes. Mais lorsqu’on est pleinement réalisé, après que le Seigneur a enlevé l’hiraṇmaya-pātra, le voile éblouissant, on comprend que Kṛṣṇa, Vāsudeva, est tout (vāsudevaḥ sarvam iti). Il est à la fois le Brahman, le Paramātmā et Bhagavān. Kṛṣṇa, ou Bhagavān, est la racine, et le Brahman et le Paramātmā sont Ses branches.

Na Bhagavad-gītā (6.46-47), há uma análise comparativa das três classes de transcendentalistas — os adoradores do Brahman impessoal (jñānīs), os adoradores do aspecto Paramātmā (yogīs) e os devotos do Senhor Śrī Kṛṣṇa (bhaktas). Lá se afirma que os jñānīs, aqueles que cultivaram conhecimento védico, estão numa posição melhor que os trabalhadores fruitivos. No entanto, lá também se diz que os yogīs são superiores aos jñānīs e que, entre todos os yogīs, os mais elevados são aqueles que constantemente servem ao Senhor com todas as suas energias. Em resumo, o filósofo está em melhor situação do que o trabalhador, o místico é superior ao filósofo, e, de todos os yogīs místicos, superior é aquele que segue bhakti-yoga, constantemente ocupando-se no serviço ao Senhor. O Śrī Īśopaniṣad nos encaminha a essa perfeição.

À ces trois degrés de réalisation correspondent trois catégories de spiritualistes : les jñānīs (ceux qui révèrent le Brahman impersonnel), les yogīs (ceux qui révèrent le Paramātmā) et les bhaktas (les dévots du Seigneur, Śrī Kṛṣṇa). La Bhagavad-gītā (6.46–47) fait une analyse comparative de ces trois catégories et précise que celui qui cultive la connaissance védique, le jñānī, est supérieur à l’homme ordinaire qui n’agit qu’en vue de jouir du fruit de ses actes ; mais le yogī surpasse le jñānī et, de tous les yogīs, celui qui sert constamment le Seigneur de tout son être (le bhakta) est le plus grand. En résumé, le philosophe est plus évolué que celui qui peine pour quelque bienfait matériel, le yogī est supérieur au philosophe et le bhakti-yogī, celui qui sert constamment le Seigneur, est le plus élevé de tous. Et c’est vers cette perfection que nous guide la Śrī Īśopaniṣad.