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Mantra Treze

Mantra Treize

Texto

Texte

anyad evāhuḥ sambhavād
anyad āhur asambhavāt
iti śuśruma dhīrāṇāṁ
ye nas tad vicacakṣire
anyad evāhuḥ sambhavād
anyad āhur asambhavāt
iti śuśruma dhīrāṇāṁ
ye nas tad vicacakṣire

Sinônimos

Synonyms

anyat — diferente; eva — decerto; āhuḥ — está dito; sambhavāt — adorando o Senhor Supremo, a causa de todas as causas; anyat — diferente; āhuḥ — está dito; asambhavāt — adorando o que não é o Supremo; iti — assim; śuśruma — eu ouvi isto; dhīrāṇām — das autoridades imperturbáveis; ye — que; naḥ — nós; tat — sobre este assunto; vicacakṣire — explicaram perfeitamente.

anyat : différent ; eva : certes ; āhuḥ : il est dit ; sambhavāt : en adorant le Seigneur Suprême, la cause de toutes les causes ; anyat : différent ; āhuḥ : il est dit ; asambhavāt : en adorant ce qui n’est pas suprême ; iti : ainsi ; śuśruma : je l’ai entendu ; dhīrāṇām : d’autorités imperturbables ; ye : qui ; naḥ : à nous ; tat : à ce sujet ; vicacakṣire : ont parfaitement expliqué.

Tradução

Translation

Está declarado que se obtém um resultado adorando a suprema causa de todas as causas e outro resultado adorando o que não é supremo. Tudo isso foi falado pelas autoridades imperturbáveis, que deram sobre este assunto uma explicação clara.

Adorer la cause suprême de toutes les causes, ou adorer ce qui n’est pas suprême, il est dit que ces deux voies apportent des fruits différents. C’est ce qu’expliquèrent avec clarté les sages dont la sérénité n’est jamais troublée.

Comentário

Purport

Este mantra aprova o processo de se ouvir de autoridades imperturbadas. Quem não ouve o ācārya fidedigno, que jamais se deixa perturbar pelas mudanças existentes no mundo material, não pode ter verdadeiro acesso ao conhecimento transcendente. O mestre espiritual genuíno, que também ouviu seu ācārya imperturbado falar os śruti-mantras, ou o conhecimento védico, jamais apresenta algo que não esteja mencionado na literatura védica. Na Bhagavad-gītā (9.25), afirma-se claramente que aqueles que adoram os pitṛs, ou antepassados, alcançam os planetas dos antepassados; que os materialistas grosseiros que planejam ficar aqui permanecem neste mundo; e que os devotos do Senhor, que adoram apenas o Senhor Kṛṣṇa, a suprema causa de todas as causas, O alcançam no céu espiritual. Também aqui, no Śrī Īśopaniṣad, comprova-se que, através de diferentes modos de adoração, obtêm-se resultados diferentes. Se adorarmos o Senhor Supremo, com certeza O alcançaremos em Sua morada eterna, e, se adorarmos os semideuses, como o deus do sol ou o deus da lua, poderemos sem dúvida alguma atingir seus respectivos planetas. E com certeza também poderemos ficar neste planeta ignóbil com nossas comissões de planejamento e ajustes políticos provisórios se assim desejarmos.

Ce mantra de la Śrī Īśopaniṣad certifie qu’il faut écouter les sages pleins de compétence et de sérénité. Seul un ācārya authentique, imperturbable malgré les fluctuations du monde matériel, peut nous donner la clé permettant d’accéder à la connaissance transcendantale. Le maître spirituel légitime qui a reçu le savoir védique, les śruti-mantras, de son propre ācārya, n’enseigne jamais rien qui ne soit cité dans les Écritures védiques. Selon la Bhagavad-gītā (9.25), ceux qui rendent un culte aux ancêtres (pitṛs) atteignent les planètes des ancêtres, les matérialistes convaincus qui veulent demeurer en ce monde renaissent sur cette terre, tandis que les bhaktas qui adorent uniquement Kṛṣṇa, la cause suprême de toutes les causes, Le rejoindront dans le monde spirituel. La Śrī Īśopaniṣad le confirme en enseignant que les divers cultes entraînent des résultats différents. En adorant le Seigneur Suprême, nous Le rejoindrons assurément en Son royaume éternel ; en rendant un culte aux devas, comme celui du soleil ou de la lune, nous atteindrons leur planète respective. Mais si nous désirons rester sur cette pauvre planète avec nos « commissions de planification » et nos « politiques bouche-trou », cela est tout à fait possible aussi.

Em nenhuma passagem das escrituras autênticas afirma-se que alguém acabará alcançando a mesma meta fazendo qualquer coisa ou adorando qualquer um. Somente os “mestres” autofabricados oferecem essas teorias tolas, totalmente desvinculados do paramparā, que é o sistema genuíno de sucessão discipular. O mestre espiritual genuíno não pode dizer que todos os caminhos levam ao mesmo objetivo e que, através de seu próprio processo de adoração aos semideuses ou ao Supremo ou a quem seja, qualquer um pode alcançar esse objetivo. É muito fácil o homem comum compreender que só se pode chegar a um determinado destino comprando uma passagem para esse destino. Aquele que comprar uma passagem para Calcutá poderá chegar a Calcutá, mas não a Bombaim. Porém, os supostos mestres espirituais dizem que todos os caminhos levam-nos à meta suprema. Essas ofertas mundanas e comprometedoras atraem muitas criaturas tolas, que se envaidecem com seus métodos inventados de desenvolvimento espiritual. No entanto, as instruções védicas não as apoiam. Enquanto não recebermos o conhecimento transmitido pelo mestre espiritual genuíno que está na linha de sucessão discipular autorizada, não poderemos captar o verdadeiro sentido das coisas. Kṛṣṇa diz a Arjuna na Bhagavad-gītā (4.2):

Nulle part les Écritures révélées ne mentionnent que nous atteindrons tous le même but, quel que soit l’objet de notre dévotion. Seuls de pseudo-maîtres n’appartenant à aucune filiation authentique (paramparā) peuvent énoncer une théorie aussi absurde. Un vrai maître spirituel ne dira jamais que les différentes formes d’adoration mènent toutes au même but, que l’on rende un culte aux devas, au Suprême, ou à toute autre chose. Chacun sait qu’un billet d’avion ne vaut que pour une destination précise ; un billet pour Calcutta nous conduit à Calcutta et non pas à Bombay. Pourtant, ces prétendus maîtres spirituels proclament que l’on peut atteindre le but suprême par n’importe quelle voie. Leurs présomptions attirent bien des sots qui s’enorgueillissent de ces méthodes faites d’un amalgame de compromis entre matérialisme et spiritualité ; mais ils ne sont nullement légitimés par les Vedas. À moins d’être reçue des lèvres d’un maître appartenant à une filiation spirituelle reconnue, notre connaissance ne peut être vraie. Le Seigneur dit à ce propos dans la Bhagavad-gītā (4.2) :

evaṁ paramparā-prāptam
imaṁ rājarṣayo viduḥ
sa kāleneha mahatā
yogo naṣṭaḥ parantapa
evaṁ paramparā-prāptam
imaṁ rājarṣayo viduḥ
sa kāleneha mahatā
yogo naṣṭaḥ parantapa

“Esta ciência suprema foi então recebida através da corrente de sucessão discipular, e os reis santos compreenderam-na dessa maneira. Porém, com o passar do tempo, a sucessão foi interrompida, e, portanto, a ciência como ela é parece ter se perdido”.

« Cette science suprême fut transmise à travers une succession disciplique, et les saints rois la reçurent ainsi. Mais au fil du temps, la filiation s’est rompue, et cette science, dans son intégrité originelle, semble maintenant perdue. »

Quando o Senhor Śrī Kṛṣṇa esteve presente nesta Terra, os princípios de bhakti-yoga definidos na Bhagavad-gītā tinham sido distorcidos. Por isso, foi preciso que o Senhor restabelecesse o sistema discipular, começando com Arjuna, Seu amigo e devoto mais confidencial. O Senhor disse claramente a Arjuna (Bhagavad-gītā 4.3) que, porque ele era Seu devoto e amigo, os princípios contidos na Bhagavad-gītā seriam facilmente compreensíveis a ele. Em outras palavras, somente o devoto e amigo do Senhor pode compreender a Gītā. O que também significa que só é possível compreender a Bhagavad-gītā seguindo o caminho trilhado por Arjuna.

Parce que les principes du bhakti-yoga définis dans la Bhagavad-gītā furent altérés, le Seigneur rétablit la filiation spirituelle en instruisant Arjuna, Son disciple et Son ami le plus intime. Le Seigneur expliqua clairement à Arjuna (Bhagavad-gītā, 4.3) que seule sa dévotion et l’amitié qu’il Lui portait, lui permettaient de comprendre les principes de la Bhagavad-gītā. « Si Je t’enseigne aujourd’hui cette science, c’est parce que tu es Mon dévot et Mon ami. » Nul ne peut saisir purement le sens de la Gītā à moins d’être, comme Arjuna, l’ami et le dévot du Seigneur. Il indiquait par là également que pour assimiler cet enseignement, il faut suivre les traces d’Arjuna.

No momento atual, há muitos intérpretes e tradutores desse diálogo sublime que não dão a menor importância ao Senhor Kṛṣṇa e a Arjuna. Esses intérpretes explicam os versos da Bhagavad-gītā à sua própria maneira e, em nome da Gītā, formulam todas as espécies de disparates. Esses intérpretes não acreditam nem em Śrī Kṛṣṇa nem em Sua morada eterna. Como, então, podem explicar a Bhagavad-gītā?

Aujourd’hui, bon nombre d’exégètes et de traducteurs, reléguant à l’arrière-plan Kṛṣṇa et Arjuna, trahissent ce dialogue sublime en l’interprétant à leur façon et énoncent toutes sortes d’inepties au nom de la Gītā. Ils nient et l’existence de Śrī Kṛṣṇa, et celle de Sa demeure éternelle. Comment donc pourraient-ils expliquer la Bhagavad-gītā de façon exacte et sensée ?

Kṛṣṇa diz claramente que apenas aqueles que perderam o juízo prestam aos semideuses adoração em troca de uma mísera recompensa (Bhagavad-gītā 7.20-23). Em última análise, Ele aconselha que abandonemos todos os métodos e processos de adoração e rendamo-nos única e exclusivamente a Ele (Bhagavad-gītā 18.66). Apenas aqueles que se purificaram de todas as reações pecaminosas podem depositar no Senhor Supremo essa fé inabalável. Outros continuarão pairando na plataforma material com seus processos mesquinhos de adoração e, então, se desviarão do verdadeiro caminho, deixando-se conduzir pela ideia de que todos os caminhos levam ao mesmo objetivo.

Le Seigneur dit clairement dans la Bhagavad-gītā (7.20–23) que seuls les hommes qui ont perdu le sens commun rendent un culte aux devas pour de maigres bénéfices. L’ultime conseil qu’Il donne à Arjuna est de rejeter toute autre forme d’adoration pour s’abandonner complètement à Lui seul. (Bhagavad-gītā, 18.66) Or, la confiance absolue en Kṛṣṇa ne se trouve que chez ceux qui sont affranchis des conséquences de toutes leurs actions pécheresses ; les autres continueront d’entretenir, par des cultes médiocres, leur conscience matérialiste, et s’écarteront ainsi de la voie réelle, en croyant que toutes conduisent au même but.

Neste mantra do Śrī Īśopaniṣad, a palavra sambhavāt, “através da adoração à causa suprema”, é deveras significativa. O Senhor Kṛṣṇa é a Personalidade de Deus original, e tudo o que existe emana dEle. Na Bhagavad-gītā (10.8), o Senhor diz:

Ce mantra comporte un terme très significatif : c’est le mot sambhavāt, qui signifie « adorer la cause suprême ». En effet, Śrī Kṛṣṇa est la Personne originelle, Dieu dont tout émane. Dans la Bhagavad-gītā (10.8), Kṛṣṇa Se définit Lui-même parfaitement :

ahaṁ sarvasya prabhavo
mattaḥ sarvaṁ pravartate
iti matvā bhajante māṁ
budhā bhāva-samanvitāḥ
ahaṁ sarvasya prabhavo
mattaḥ sarvaṁ pravartate
iti matvā bhajante māṁ
budhā bhāva-samanvitāḥ

“Eu sou a fonte de todos os mundos, materiais e espirituais. Tudo emana de Mim. Os sábios que reconhecem isso perfeitamente ocupam-se em Meu serviço devocional e adoram-Me de todo o coração”.

« Des mondes spirituel et matériel Je suis la source, de Moi tout émane. Les sages qui connaissent parfaitement cette vérité Me servent et M’adorent de tout leur cœur. » Les mots sarvasya prabhavaḥ indiquent qu’Il est le créateur de tous les êtres — Brahmā, Viṣṇu et Śiva inclus. S’Il est à l’origine de ces trois divinités, Il l’est aussi par conséquent de tout ce qui existe, tant dans l’univers matériel que dans le monde spirituel.

Eis uma descrição correta do Senhor Supremo feita pelo próprio Senhor. As palavras sarvasya prabhavaḥ indicam que Kṛṣṇa é o criador de tudo, incluindo Brahmā, Viṣṇu e Śiva. E como essas três principais deidades do mundo material são criadas pelo Senhor, o Senhor é o criador de tudo o que existe nos mundos materiais e espirituais. De modo semelhante, no Atharva Veda (Gopāla-tāpanī Upaniṣad 1.24), afirma-se: “Aquele que existia antes da criação de Brahmā e que iluminou Brahmā com o conhecimento védico é o Senhor Śrī Kṛṣṇa”. Igualmente, no Nārāyaṇa Upaniṣad (1), afirma-se: “A Pessoa Suprema desejou criar todos os seres vivos. Assim, Brahmā nasceu de Nārāyaṇa. Nārāyaṇa criou todos os prajāpatis. Nārāyaṇa criou Indra. Nārāyaṇa criou os oito vasus. Nārāyaṇa criou todos os onze rudras. Nārāyaṇa criou os doze ādityas”. Como Nārāyaṇa é uma manifestação plenária do Senhor Kṛṣṇa, Nārāyaṇa e Kṛṣṇa são a mesmíssima coisa. O Nārāyaṇa Upaniṣad (4) também afirma: “O filho de Devakī (Kṛṣṇa) é o Senhor Supremo”. A identidade de Nārāyaṇa com a suprema causa também foi aceita e confirmada por Śrīpāda Śaṅkarācārya, muito embora ele não pertença ao culto vaiṣṇava, ou personalista. O Atharva Veda (Mahā Upaniṣad) também afirma: “Apenas Nārāyaṇa existia no começo, quando nem Brahmā, Śiva, o fogo, a água, as estrelas, o sol ou a lua existiam. O Senhor não fica sozinho, mas cria o que quer que deseje”. O próprio Kṛṣṇa afirma no Mokṣa-dharma: “Eu criei os prajāpatis e os rudras. Eles não têm completo conhecimento a Meu respeito porque estão cobertos por Minha energia ilusória”. Também se afirma no Varāha Purāṇa: “Nārāyaṇa é a Suprema Personalidade de Deus, e dEle manifestou-se o Brahmā de quatro cabeças, bem como Rudra, que depois se tornou onisciente”.

L’Atharva Veda (Gopāla-tāpanī Upaniṣad, 1.24) enseigne par ailleurs : « Celui qui existait avant Brahmā et qui l’illumina de la connaissance védique n’est autre que Śrī Kṛṣṇa. » De même la Nārāyaṇa Upaniṣad souligne : « La Personne Suprême, Nārāyaṇa, désira créer les êtres. C’est donc de Nārāyaṇa que naquit Brahmā, de Nārāyaṇa aussi que procèdent tous les Prajāpatis, Indra, les huit Vasus, les onze Rudras, et les douze Ādityas. » Nārāyaṇa étant une émanation plénière de Kṛṣṇa, l’un et l’autre ne font qu’un. Ce même texte poursuit : « Le fils de Devakī (Kṛṣṇa) est le Seigneur Suprême. » Bien qu’il n’appartienne pas à l’école personnaliste vaiṣṇava,Śrīpāda Śaṅkarācārya a lui aussi accepté et confirmé que Nārāyaṇa est la cause suprême. Et l’Atharva Veda (Mahā Upaniṣad) stipule entre autres : « Au commencement, seul était Nārāyaṇa ; ni Brahmā, ni Śiva, ni le feu, l’eau, les étoiles, le soleil ou la lune n’existaient. Mais Dieu ne demeura pas seul. Il S’entoura de tous les êtres, créés selon Son désir. » On trouve aussi dans le Mokṣa-dharma ces mots de Kṛṣṇa : « J’ai créé les Prajāpatis et les Rudras ; même eux, cependant, n’ont pas de Moi une connaissance parfaite, car ils sont également sous l’emprise de Mon énergie illusoire. » Et le Varāha Purāṇa ajoute : « Nārāyaṇa est Dieu, la Personne Suprême, et c’est de Lui que vint Brahmā aux quatre têtes ainsi que Rudra, qui plus tard devint omniscient. » La Brahma-saṁhitā (5.1) dit, elle, que le Seigneur Suprême est Śrī Kṛṣṇa, Govinda, la cause originelle de toutes les causes et Celui qui réjouit tous les êtres.

Assim, toda a literatura védica confirma que Nārāyaṇa, ou Kṛṣṇa, é a causa de todas as causas. Na Brahma-saṁhitā (5.1), também se afirma que o Senhor Supremo é Śrī Kṛṣṇa, Govinda, a alegria de todo ser vivo e a causa primordial de todas as causas. Aqueles com verdadeira erudição obtêm esse conhecimento, seguindo a evidência dada pelos grandes sábios e pelos Vedas, e por isso decidem adorar o Senhor Kṛṣṇa como tudo o que existe. Eles são chamados budhas, ou realmente eruditos, porque adoram somente Kṛṣṇa.

Toutes les Écritures védiques attestent donc que Nārāyaṇa, Kṛṣṇa, est la cause de toutes les causes. Les vrais érudits, les budhas (ceux qui possèdent l’intelligence spirituelle, la buddhi), sont ceux qui, ayant compris ce fait en s’en rapportant aux grands sages et aux Vedas, adorent exclusivement Śrī Kṛṣṇa et reconnaissent en Lui le Tout suprême.

Ao ouvirmos com fé e amor a mensagem transcendental transmitida pelo ācārya imperturbado, desenvolvemos a convicção de que Kṛṣṇa é tudo o que existe. Quem não tem fé no Senhor Kṛṣṇa, nem sente amor por Ele, não pode se convencer dessa verdade simples. A Bhagavad-gītā (9.11) descreve os infiéis como mūḍhas — tolos ou asnos. Afirma-se que os mūḍhas zombam da Pessoa Suprema porque não receberam do ācārya imperturbado o conhecimento completo. Quem se deixa perturbar pelo redemoinho da energia material não está qualificado para tornar-se um ācārya.

Une telle conviction ne vient qu’à celui qui avec amour et confiance reçoit de l’imperturbable ācārya le message transcendantal. Ceux qui, par contre, n’éprouvent ni confiance ni amour pour le Seigneur, ne pourront jamais comprendre cette simple vérité. La Bhagavad-gītā (9.11) les qualifie de mūḍhas (sots comme l’âne). S’ils bafouent la Personne Suprême, c’est qu’ils n’ont pas reçu la connaissance parfaite d’un ācārya serein. Seul celui qui ne se laisse pas emporter par les tourbillons de l’énergie matérielle peut être qualifié d’ācārya.

Antes de ouvir a Bhagavad-gītā, Arjuna estava perturbado pelo redemoinho material, por causa de sua afeição à família, sociedade e comunidade. Assim, Arjuna queria se tornar um filantropo, adepto da não-violência neste mundo. Todavia, após ouvir a Pessoa Suprema transmitir o conhecimento védico contido na Bhagavad-gītā, ele tornou-se um budha, mudando sua decisão e passando a adorar o Senhor Śrī Kṛṣṇa, que pessoalmente planejara a batalha de Kurukṣetra. Lutando contra seus supostos parentes, Arjuna adorou o Senhor, tornando-se, então, Seu devoto puro. Essa compreensão só é possível quando se adora o verdadeiro Kṛṣṇa, e não algum “Kṛṣṇa” fabricado e inventado por homens tolos que não conhecem as complexidades da ciência de Kṛṣṇa descrita na Bhagavad-gītā e no Śrīmad-Bhāgavatam.

Avant de recevoir l’enseignement de la Bhagavad-gītā, Arjuna souffrait dans le tourbillon matériel de l’attachement à la famille, à la société et au pays ; il voulait devenir un philanthrope, un non-violent. Mais après avoir reçu l’enseignement de la Personne Suprême, il fut éclairé, il devint un budha. Il abandonna son idée et s’en remit à Kṛṣṇa, Lequel avait Lui-même décidé de la bataille de Kurukṣetra. Il L’adora en combattant sa prétendue parenté et devint par cette abnégation un pur bhakta. Mais il ne put atteindre une telle perfection qu’en s’abandonnant au Seigneur véritable, à Kṛṣṇa Lui-même, et non à quelque faux Dieu inventé par des insensés, totalement ignorants des subtilités de la science divine de la Bhagavad-gītā et du Śrīmad-Bhāgavatam.

De acordo com o Vedānta-sūtra, sambhūta é a fonte do nascimento e do sustento, bem como o reservatório que permanece após a aniquilação (janmādy asya yataḥ). O Śrīmad-Bhāgavatam, a obra em que o mesmo autor tece um comentário natural ao Vedānta-sūtra, afirma que a fonte de todas as emanações não é uma pedra morta, mas é abhijña, plenamente consciente. Kṛṣṇa, o Senhor Primordial, também afirma na Bhagavad-gītā (7.26) que Ele tem pleno conhecimento sobre o passado, o presente e o futuro e que ninguém, nem mesmo semideuses tais como Śiva e Brahmā, conhece-O por completo. Com certeza, “líderes espirituais” semi-educados, que se deixam perturbar pelo fluxo da existência material, não podem conhecê-lO na íntegra. Eles tentam se comprometer, fazendo da massa de gente o objeto de adoração, mas não sabem que essa adoração é apenas um mito, porque as massas são imperfeitas. A tentativa desses supostos líderes espirituais é parecida com o ato de a pessoa derramar água nas folhas de uma árvore ao invés de regar a raiz. O processo natural consiste em regar a raiz, mas esses líderes perturbados sentem-se mais atraídos às folhas do que à raiz. Entretanto, mesmo que continuem perpetuamente jogando água nas folhas, tudo secará por falta de nutrição.

Le Vedānta-sūtra explique que le sambhūta, le Seigneur Suprême, est l’origine de la manifestation cosmique (janmādy asya yataḥ), que c’est Lui qui la maintient et que lors de sa destruction, c’est en Lui que les éléments retournent. Le Śrīmad-Bhāgavatam, commentaire originel du Vedānta-sūtra par le même auteur, précise que cette source d’où tout émane n’est pas inerte, mais bien au contraire, abhijñaḥ, pleinement consciente. Ce que confirme la Bhagavad-gītā (7.26), puisque Kṛṣṇa S’y décrit comme pleinement conscient du passé, du présent et de l’avenir. Il ajoute que nul être, fût-il un deva comme Śiva ou Brahmā, ne Le connaît parfaitement. Que dire donc de ces prétendus « maîtres » à demi instruits, ballotés par le flux et le reflux de l’existence matérielle. Face à leur incapacité à connaître Dieu, ils arrivent à un compromis : c’est de l’humanité entière qu’ils font un objet de culte, sans se rendre compte que ce culte n’a aucun sens puisque l’homme est imparfait. Il est aussi vain de rendre un culte à l’humanité que d’arroser les feuilles d’un arbre plutôt que ses racines. Mais de nos jours, ces pseudo-chefs spirituels, désorientés, portent plus d’intérêt au corps qu’à l’âme, aux feuilles qu’à la racine, et malgré leurs efforts constants pour arroser les feuilles, la racine se dessèche et l’arbre meurt.

O Śrī Īśopaniṣad aconselha-nos a regar a raiz, a fonte germinadora. A adoração à massa humana, prestando-lhe serviço físico, que jamais pode ser perfeito, é menos importante que o serviço à alma. A alma é a raiz que produz diferentes espécies de corpos que lhe são impostos pelas leis do karma. Prestar serviço aos seres humanos, dando-lhes auxílio médico, assistência social e condições educacionais favoráveis e, ao mesmo tempo, cortando o pescoço de pobres animais em matadouros não é, em hipótese alguma, um serviço prestado à alma, o ser vivo.

Aussi l’Īśopaṇisad nous conseille-t-elle d’arroser la racine, source de vie. Servir le corps est moins important que servir l’âme, et ce service à l’humanité ne peut jamais être parfait. L’âme est la racine qui donne vie à toutes sortes de corps selon la loi du karma. Servir les humains de diverses manières dans le domaine de la médecine, de l’aide sociale et de l’éducation tout en égorgeant de malheureux animaux dans les abattoirs n’est d’aucun secours à l’âme, l’être véritable.

O ser vivo sofre perpetuamente as misérias materiais existentes sob a forma de nascimento, velhice, doença e morte em diferentes tipos de corpos. A forma de vida humana é uma oportunidade para se sair deste enredamento, bastando restabelecer a relação com o Senhor Supremo. O Senhor vem pessoalmente ensinar essa filosofia, que consiste na rendição ao Supremo, o sambhūta. Ao ensinar a rendição e a adoração ao Senhor Supremo com amor e energia totais, a pessoa presta verdadeiro serviço à humanidade. É essa a instrução contida neste mantra do Śrī Īśopaniṣad.

Le mal chronique de l’être est qu’il doit, vie après vie et d’un corps à l’autre, naître, souffrir, vieillir et mourir. Or, le fait de posséder une forme humaine offre à l’âme une chance d’échapper à cet esclavage par un moyen fort simple : rétablir sa relation perdue avec le Seigneur Suprême. Le Seigneur vient Lui-même nous enseigner comment s’abandonner à Lui. Le seul véritable service à rendre aux hommes est de leur apprendre à s’abandonner à Dieu (le sambhūta) et à n’adorer que Lui avec amour et dévotion. Tel est le message de ce mantra.

Nesta era conturbada, a maneira mais simples de adorar o Senhor Supremo é ouvir e cantar Suas grandes atividades. Mas os especuladores mentais, que pensam que as atividades do Senhor são imaginárias, procuram não as ouvir e, para desviar a atenção das massas inocentes, inventam algum jogo de palavras disparatado. Ao invés de ouvirem sobre as atividades do Senhor Kṛṣṇa, esses falsos mestres espirituais promovem a si mesmos, induzindo seus seguidores a glorificá-los. Nos tempos atuais, o número desses farsantes sofreu um considerável aumento, dificultando as atividades dos devotos puros do Senhor, que querem impedir que as massas caiam vítimas dessas propagandas profanas fomentadas por esses farsantes e pseudo-avatāras.

Dans l’âge de discorde où nous vivons, la manière la plus facile et la plus efficace d’adorer le Seigneur est d’entendre le récit de Ses actes glorieux et de les exalter. Par malheur, à force de vaines spéculations, maints ergoteurs croient que les actes du Seigneur ne sont que des mythes. Ils dédaignent donc de les entendre et préfèrent inventer une philosophie sans substance à force de jeux de mots, pour égarer les gens innocents. Ces pseudo-maîtres poussent leurs disciples à les glorifier eux plutôt qu’à entendre les louanges du Seigneur Suprême, Kṛṣṇa. De nos jours, le nombre de ces imposteurs et de faux avatāras s’est accru considérablement et il est devenu extrêmement difficile pour les purs bhaktas de préserver la masse des gens de leur propagande sacrilège.

TEnquanto os Upaniṣads dirigem nossa atenção para o Senhor Kṛṣṇa, o Senhor primordial, de uma maneira indireta, a Bhagavad-gītā, que é o resumo de todos os Upaniṣads, assinala diretamente Śrī Kṛṣṇa. Portanto, devemos recorrer à Bhagavad-gītā ou ao Śrīmad-Bhāgavatam para deles ouvirmos sobre como Kṛṣṇa é. Desse modo, a mente aos poucos se purifica de todas as contaminações. O Śrīmad-Bhāgavatam (1.2.17) diz: “Ouvindo sobre as atividades do Senhor, o devoto chama a atenção do Senhor. Assim, o Senhor, estando situado no coração de todo ser vivo, ajuda o devoto dando-lhe as devidas orientações”. A Bhagavad-gītā (10.10) também confirma isso: dadāmi buddhi-yogaṁ taṁ yena mām upayānti te.

Les Upaniṣads attirent indirectement notre attention sur Śrī Kṛṣṇa, le Seigneur originel, tandis que la Bhagavad-gītā, qui est l’essence de toutes les Upaniṣads, établit clairement Sa suprématie absolue en tant que la Personne Divine. Il faut donc s’en remettre à la Bhagavad-gītā et au Śrīmad-Bhāgavatam pour connaître le Seigneur tel qu’Il est et, par cette connaissance, graduellement purifier notre mental de toute contamination. Le Śrīmad-Bhāgavatam (1.2.17) dit : « Celui qui écoute le récit des actes glorieux du Seigneur attire sur lui Son attention. Le Seigneur, qui réside dans le cœur de chaque être, éclaire alors Son dévot et le guide. » Ce que corrobore la Bhagavad-gītā (10.10) par les mots : dadāmi buddhi-yogaṁ taṁ yena mām upayānti te.

A orientação que o Senhor transmite internamente limpa do coração do devoto toda a contaminação produzida pelos modos da paixão e da ignorância. Os não-devotos estão sob a influência da paixão e da ignorância. Quem está em paixão não pode desapegar-se do anseio material, e quem está em ignorância não pode saber o que ele é ou o que é o Senhor. Logo, quando alguém está em paixão ou ignorância, não há nenhuma oportunidade de ele atingir a autorrealização, por mais que possa representar o papel de religioso. Pela graça do Senhor, o devoto livra-se dos modos da paixão e da ignorância, situando-se, então, na qualidade da bondade, sinal de um brāhmaṇa perfeito. Todos que seguirem o caminho do serviço devocional, sob a orientação do mestre espiritual genuíno, poderão qualificar-se como brāhmaṇas. O Śrīmad-Bhāgavatam (2.4.18) também diz:

De l’intérieur, le Seigneur donne à Son dévot des instructions destinées à purifier son cœur des influences de l’ignorance et de la passion. Les non-dévots, au contraire, demeurent sous leur empire. Tant que la passion gouverne l’homme, il lui est impossible de se libérer de la convoitise ; sous l’influence de l’ignorance, il n’arrive ni à savoir qui est le Seigneur, ni à connaître sa propre identité. L’homme n’a donc aucune chance d’atteindre à son épanouissement spirituel s’il est constamment dominé par ces guṇas, quelle que soit l’ardeur mise à se faire passer pour un spiritualiste. Le dévot, par contre, se voit arraché des griffes de l’ignorance et de la passion par la grâce de Dieu, et s’élève jusqu’à la vertu, guṇa qui caractérise le brāhmaṇa parfait. N’importe qui peut devenir un brāhmaṇa qualifié s’il pratique le service de dévotion sous la conduite d’un maître authentique. Le Śrīmad-Bhāgavatam (2.4.18) dit à ce sujet :

kirāta-hūṇāndhra-pulinda-pulkaśā
ābhīra-śumbhā yavanāḥ khasādayaḥ
ye ’nye ca pāpā yad-apāśrayāśrayāḥ
śudhyanti tasmai prabhaviṣṇave namaḥ
kirāta-hūṇāndhra-pulinda-pulkaśā
ābhīra-śumbhā yavanāḥ khasādayaḥ
ye ’nye ca pāpā yad-apāśrayāśrayāḥ
śudhyanti tasmai prabhaviṣṇave namaḥ

Através da orientação de um devoto puro do Senhor, qualquer pessoa de nascimento inferior pode purificar-se, pois o Senhor tem poderes extraordinários.

Même une personne de la plus basse condition peut être purifiée en suivant les directives d’un pur dévot du Seigneur, car la puissance de Dieu est inconcevable.

Ao obter qualificações bramânicas, a pessoa fica feliz e sente entusiasmo para prestar serviço devocional ao Senhor. Para ela, a ciência de Deus se desvenda de modo automático. Conhecendo essa ciência, ela aos poucos se livra dos apegos materiais, e sua mente, que antes vivia imersa em dúvidas, torna-se clara e cristalina. Isto se dá pela graça do Senhor Supremo. Quem atinge esta etapa é uma alma liberada e pode ver o Senhor a cada passo da vida. Esta é a perfeição de sambhava, como descreve este mantra do Śrī Īśopaniad.

La caractéristique de celui qui acquiert les qualités brahmaniques est qu’il connaît la joie et l’enthousiasme dans le service de dévotion. La science de Dieu lui est automatiquement révélée et, ainsi éclairé, le bhaktas’affranchit graduellement des liens matériels et devient, par la grâce divine, en mesure d’éclaircir les doutes qui assombrissaient son esprit. Devenu une âme libérée, il peut voir le Seigneur dans chaque circonstance de sa vie. Telle est la perfection du sambhava, l’adoration du Seigneur Suprême décrite dans ce mantra.