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VERSO 15

TEXT 15

Texto

Texte

na māṁ duṣkṛtino mūḍhāḥ
prapadyante narādhamāḥ
māyayāpahṛta-jñānā
āsuraṁ bhāvam āśritāḥ
na māṁ duṣkṛtino mūḍhāḥ
prapadyante narādhamāḥ
māyayāpahṛta-jñānā
āsuraṁ bhāvam āśritāḥ

Sinônimos

Synonyms

na — não; mām — a Mim; duṣkṛtinaḥ — descrentes; mūḍhāḥ — tolos; prapadyante — rendem-se; nara-adhamāḥ — os mais baixos da humanidade; māyayā — pela energia ilusória; apahṛta — roubado; jñānāḥ — cujo conhecimento; āsuram — demoníaca; bhāvam — natureza; āśritāḥ — aceitando.

na: ne pas; mām: à Moi; duṣkṛtinaḥ: les incroyants; mūḍhāḥ: les sots; prapadyante: s’abandonnent; nara-adhamāḥ: les plus bas des hommes; māyayā: par l’énergie illusoire; apahṛta: dérobée; jñānāḥ: la connaissance; āsuram: démoniaque; bhāvam: la nature; āśritāḥ: acceptant.

Tradução

Translation

Os descrentes que são grosseiramente tolos, que são os mais baixos da humanidade, cujo conhecimento é roubado pela ilusão e que compartilham da natureza ateísta dos demônios, não se rendem a Mim.

Les hommes d’une sottise grossière, ceux qui se trouvent au dernier échelon de l’humanité, ceux dont le savoir a été dérobé par l’illusion et ceux qui participent de la nature athée des démons, aucun de ces incroyants ne s’abandonne à Moi.

Comentário

Purport

Diz-se no Bhagavad-gītā que, pelo simples fato de render-se aos pés de lótus da Suprema Personalidade, Kṛṣṇa, é possível sobrepujar as estritas leis da natureza material. Neste ponto, surge a pergunta: Por que é que filósofos instruídos, cientistas, homens de negócios, administradores e todos os líderes dos homens comuns não se rendem aos pés de lótus de Śrī Kṛṣṇa, a todo-poderosa Personalidade de Deus? Mukti, ou ficar livre das leis da natureza material, é algo que os líderes da humanidade tentam alcançar, empreendendo diferentes esforços, traçando altos planos e perseverando durante muitíssimos anos e nascimentos. Mas se esta liberação é possível pela simples rendição aos pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus, então, por que estes líderes inteligentes e trabalhadores não adotam este método simples?

La Bhagavad-gītā nous enseigne qu’il suffit de s’abandonner aux pieds pareils-au-lotus de Kṛṣṇa, la Personne Suprême, pour surmonter la rigueur des lois de la nature matérielle. On pourrait alors se demander pourquoi les philosophes érudits, les hommes de science, les chefs d’entreprise, les administrateurs et, plus généralement, tous les dirigeants de la société, ne s’abandonnent pas aux pieds de lotus de Kṛṣṇa, la toute-puissante Personne Divine. Les leaders de l’humanité ont cherché avec opiniâtreté, en élaborant toutes sortes de plans année après année, et même vie après vie, à échapper aux lois de la nature matérielle, à atteindre la mukti. Mais si cette libération peut s’obtenir par le simple abandon au Seigneur, pourquoi tant de chefs intelligents et laborieux n’ont-ils pas adopté cette voie ?

O Gītā responde a esta pergunta mui francamente. Aqueles líderes da sociedade que são de fato eruditos, tais como Brahmā, Śiva, Kapila, os Kumāras, Manu, Vyāsa, Devala, Asita, Janaka, Prahlāda, Bali e, mais recentemente, Madhvācārya, Rāmānujācārya, Śrī Caitanya e muitos outros — que são legítimos filósofos, políticos, educadores, cientistas, etc. — rendem-se aos pés de lótus da Pessoa Suprema, a autoridade todo-poderosa. Aqueles que não são verdadeiros filósofos, cientistas, educadores, administradores, etc., mas que em troca de ganho material, assumem tal posição, não aceitam o plano ou o caminho delineado pelo Senhor Supremo. Eles não têm nenhuma idéia a respeito de Deus; tudo o que fazem é fabricar seus próprios planos mundanos e em conseqüência complicam os problemas da existência material com suas vãs tentativas de resolvê-los. Porque é tão poderosa, a energia (natureza) material pode resistir aos planos não-autorizados dos ateus e frustrar o conhecimento das “comissões de planejamento”.

La Bhagavad-gītā donne une réponse très directe: les vrais chefs de la société, les vrais érudits tels Brahmā, Śiva, Kapila, les Kumāras, Manu, Vyāsa, Devala, Asita, Janaka, Prahlāda, Bali et, plus récemment, Madhvācārya, Rāmānujācārya, Śrī Caitanya, et bien d’autres encore – tous fervents philosophes, politiciens, hommes de science, instructeurs et administrateurs – se sont effectivement abandonnés aux pieds pareils-au-lotus de la Personne Suprême, la toute-puissante autorité. Ceux qui n’acceptent pas de suivre la voie tracée par le Seigneur sont des imposteurs qui, afin d’en tirer nombre d’avantages matériels, s’attribuent le titre de philosophe, politicien, etc. N’ayant aucune notion de Dieu, ils concoctent leurs propres plans, et ne réussissent qu’à compliquer les problèmes de l’existence au lieu de les résoudre. L’énergie matérielle est si puissante qu’elle peut résister à tous les congrès, commissions et plans contestables des athées.

Os planejadores ateus são aqui descritos com a palavra duṣkṛtinaḥ, ou “descrentes”. Kṛtī refere-se a alguém que executou trabalho meritório. O planejador ateu é às vezes muito inteligente, e louvável também, porque é preciso inteligência para executar qualquer plano gigantesco, bom ou mau. Porém, como o cérebro do ateu é indevidamente utilizado em oposição ao plano do Senhor Supremo, o planejador ateu é chamado duṣkṛtī, o que indica que sua inteligência e esforços são mal dirigidos.

Ces planificateurs athées sont désignés dans ce verset par le mot duṣkṛtinaḥ, « incroyants », (de la racine kṛtī, « ceux qui accomplissent des actes méritoires »). Il ne s’agit pas de nier l’intelligence et le mérite de certains matérialistes, car toute réalisation d’envergure, bonne ou mauvaise, requiert de l’intelligence. Mais parce qu’ils font un mauvais usage de cette faculté en allant à l’encontre de la volonté du Seigneur Suprême, on les nomme duṣkṛtī, pour indiquer que leur intelligence s’est égarée et que leurs efforts sont mal employés.

No Gītā, menciona-se claramente que a energia material funciona sob a completa direção do Senhor Supremo. Ela não tem autoridade independente e funciona como a sombra que se move conforme os movimentos de um objeto. Mesmo assim, esta energia é muito poderosa, e o ateu, devido a seu temperamento ímpio, não pode saber como ela funciona; nem pode conhecer o plano do Senhor Supremo. Sob a ilusão e sob os modos da paixão e da ignorância, todos os seus planos malogram-se, como aconteceu com Hiraṇyakaśipu e Rāvaṇa, cujos planos foram reduzidos a cinzas embora ambos materialmente tivessem a erudição de cientistas, filósofos, administradores e educadores. Estes duṣkṛtinas, ou descrentes, são de quatro tipos diferentes, como se delineia abaixo:

La Gītā explique clairement que l’énergie matérielle est entièrement dirigée par le Seigneur Suprême. Semblable à l’ombre contrainte de suivre chaque mouvement d’un objet, elle n’a aucun libre-arbitre. Elle n’en demeure pas moins très puissante, et l’athée qui ignore Dieu ne peut ni en connaître le fonctionnement, ni connaître les plans divins du Seigneur. Parce qu’il demeure prisonnier de l’illusion, de la passion et de l’ignorance, toutes ses entreprises sont vouées à l’échec, comme le furent jadis celles d’Hiraṇyakaśipu et de Rāvaṇa, tous deux pourtant matériellement très instruits, tout à la fois grands philosophes, administrateurs, hommes de science et instructeurs. On dénombre quatre sortes de duṣkṛtinas, d’incroyants:

(1) Os mūḍhas são aqueles que são grosseiramente tolos, como burros de carga que trabalham arduamente. Eles querem gozar sozinhos os frutos de seu trabalho, e por isso negam-se a compartilhá-los com o Supremo. O exemplo típico do burro de carga é o asno. O dono deste animal humilde coloca-o para trabalhar mui arduamente. O asno na verdade não sabe para quem trabalha tão arduamente dia e noite. Ele fica satisfeito enchendo o estômago com um feixe de capim, dormindo só alguns instantes porque tem medo de ser espancado pelo dono e satisfazendo o apetite sexual com o risco de ser repetidamente escoiceado por sua parceira. O asno, às vezes, canta poesia e filosofia, mas esse seu zurrar só perturba os outros. Esta é a posição do trabalhador fruitivo tolo que não sabe para quem deve trabalhar. Ele não sabe que karma (ação) destina-se a yajña (sacrifício).

1) Les mūḍhas sont ceux qui manquent totalement d’intelligence et peinent comme des bêtes de somme. Ils veulent jouir du fruit de leurs actes, et n’en donner aucune part à l’Être Suprême. Ils ressemblent à l’âne, exemple type de la bête de somme. Cet humble animal peine jour et nuit, sans trop savoir pour qui. Il se contente d’un peu d’herbe pour se nourrir, dort dans la crainte d’être battu, et satisfait ses pulsions sexuelles au risque de recevoir une ruade de l’ânesse. Il lui arrive de chanter, et même de philosopher, mais son braiment a pour seul résultat d’incommoder son entourage. Telle est la situation de l’insensé qui ignore à qui doit aller le fruit de ses actes, qui ignore que l’action (karma) est destinée au sacrifice (yajña).

Com muita freqüência, aqueles que dia e noite trabalham mui arduamente para aliviar a carga dos deveres criados por eles mesmos dizem que não têm tempo para ouvir sobre a imortalidade do ser vivo. Para esses mūḍhas, os ganhos materiais, que são destrutíveis, são tudo o que existe na vida — apesar do fato de os mūḍhas gozarem só uma pequena fração do fruto do trabalho. Às vezes, em troca de ganho fruitivo eles passam dias e noites em claro e, embora possam ter úlceras ou indigestão, eles se satisfazem sem comer praticamente nada; estando só absortos a trabalhar arduamente dia e noite para o benefício de patrões enganosos. Não conhecendo seu verdadeiro dono, os trabalhadores tolos perdem seu precioso tempo servindo ao dinheiro. Infelizmente, eles nunca se rendem ao supremo senhor de todos os senhores, nem reservam tempo para ouvir as fontes apropriadas falarem a respeito dEle. Os porcos que comem excremento não se interessam por doces feitos de açúcar e ghī. Da mesma forma, o trabalhador tolo continuará a bombardear seus sentidos, ouvindo incansavelmente as notícias a respeito do efêmero mundo secular, mas terá muito pouco tempo para ouvir sobre a força viva eterna que movimenta o mundo material.

En général, ceux qui travaillent sans répit pour satisfaire des besoins qu’ils se sont eux-mêmes créés n’ont pas le temps d’entendre parler de l’immortalité de l’âme. Ces mūḍhas ne vivent que pour des gains matériels fugaces, dont en outre seule une petite part leur revient. Ils travaillent parfois plusieurs jours et plusieurs nuits sans dormir, se nourrissent à peine, souffrent d’indigestion et d’ulcères de l’estomac, tout cela au profit de maîtres illusoires. Méconnaissant leur véritable maître, ils perdent leur temps à servir Mammon. Pour leur malheur, ils ne s’abandonnent jamais au maître absolu, au maître de tous les maîtres, et ne prennent pas même le temps de s’enquérir de Lui auprès de sources autorisées. Comme le porc qui préfère les immondices aux friandises faites de sucre et de ghī, le matérialiste insensé ne se fatiguera jamais d’entendre parler des fluctuations des choses de ce monde, alors qu’il n’aura que peu de temps à accorder aux sujets concernant l’éternelle force vivante qui fait se mouvoir l’univers.

(2) Outra classe de duṣkṛtī, ou descrente, chama-se narādhama, ou o mais baixo da humanidade. Nara significa ser humano, e adhama, o mais baixo. Dos oito milhões e quatrocentas mil diferentes espécies de seres vivos, há quatrocentas mil espécies humanas. Destas, há inúmeras formas inferiores de vida humana que são na maioria incivilizadas. Os seres humanos civilizados são aqueles que têm princípios reguladores da vida social, política e religiosa. Aqueles que são social e politicamente desenvolvidos mas que não têm princípios religiosos devem ser considerados narādhamas. Tampouco a religião sem Deus é religião, porque o propósito de seguir princípios religiosos é conhecer a Verdade Suprema e a relação que há entre o homem e Ele. No Gītā, a Personalidade de Deus afirma claramente que não há autoridade superior a Ele e que Ele é a Verdade Suprema. A forma de vida humana civilizada serve para o homem reatar sua relação eterna com a Verdade Suprema, a Personalidade de Deus, Śrī Kṛṣṇa, que é todo-poderoso. Qualquer um que perca esta oportunidade é classificado como narādhama. As escrituras reveladas nos informam que quando no ventre da mãe (uma situação extremamente desconfortável), o bebê ora a Deus, pedindo-Lhe que o salve, e promete adorar só a Ele logo que sair. Orar a Deus quando está em dificuldade é um instinto natural de cada ser vivo porque todos estão eternamente relacionados com Deus. Mas após o parto, a criança esquece-se das dificuldades do nascimento e esquece-se, também, do seu libertador, estando influenciada por māyā, a energia ilusória.

2) Les narādhamas, ou « les plus vils des hommes » (nara: homme, adhama: le plus bas), sont une autre classe de duṣkṛtīs. Parmi les 8400000 espèces vivantes, il y a 400000 espèces humaines dont un grand nombre sont inférieures, pratiquement non civilisées. L’homme est civilisé dans la mesure où il se soumet à certaines règles de vie sociale, politique et religieuse. Ceux qui sont évolués sur le plan social et politique, mais dépourvus de principes religieux, comptent au nombre des narādhamas. Or, il n’y a pas de vraie religion sans Dieu, puisque le but fondamental de toute religion est de connaître la Vérité Absolue ainsi que le lien qui nous relie à Elle. Dans la Gītā, Dieu, la Personne Suprême, énonce clairement qu’Il est cette Vérité Absolue, et que rien ni personne ne Lui est supérieur. La forme humaine est destinée à permettre à l’homme de raviver sa conscience perdue de la relation éternelle qui l’unit à la Vérité Suprême, Kṛṣṇa, la Personne Divine et toute-puissante. Quiconque se refuse à saisir cette opportunité est qualifié de narādhama.

Les Écritures révélées nous apprennent que l’enfant dans le sein de sa mère prie Dieu de le libérer de sa condition de fœtus, pénible à l’extrême, et Lui fait la promesse de n’adorer que Lui dès sa délivrance. Prier Dieu dans les moments difficiles est un instinct naturel pour l’être car il Lui est éternellement lié. Toutefois, à peine est-il sorti du ventre de sa mère, que l’enfant, sous l’influence de māyā, l’énergie illusoire, oublie les souffrances de la naissance, et du même coup, son sauveur.

É dever dos guardiães das crianças reviver a consciência divina que está latente nelas. Os dez processos de cerimônias reformatórias, como prescreve o Manu-smṛti, que é o guia para os princípios religiosos, servem para reviver a consciência de Deus no sistema de varṇāśrama. Entretanto, no momento atual nenhum processo é seguido estritamente em parte alguma do mundo, e por isso 99,9 por cento da população é narādhama.

Quiconque élève un enfant a le devoir de réveiller sa conscience divine assoupie. Dans la Manu-smṛti, le guide des principes religieux, dix sacrements purificateurs sont donnés dans le but de raviver la conscience de Dieu dans le cadre du varṇāśrama-dharma. Mais aujourd’hui, nul n’observe plus rigoureusement ces principes, et par suite, la population dans sa presque totalité ne compte plus que des narādhamas.

Quando a população inteira se torna narādhama, naturalmente toda a sua aparente instrução se invalida ou desaparece devido à todo-poderosa energia da natureza física. Segundo o padrão do Gītā, erudito é aquele que vê em termos de igualdade o brāhmaṇa instruído, o cachorro, a vaca, o elefante e o comedor de cachorro. Esta é a visão de um verdadeiro devoto. Śrī Nityānanda Prabhu, que é a encarnação de Deus como mestre divino, libertou os narādhamas típicos, os irmãos Jagāi e Mādhāi, e mostrou como a misericórdia de um verdadeiro devoto é concedida aos mais baixos da humanidade. Assim, o narādhama que está condenado pela Personalidade de Deus pode reviver sua consciência espiritual somente pela misericórdia de um devoto.

En raison de la toute-puissance de l’énergie matérielle, le semblant d’éducation d’une telle population est tout à fait vaine. Selon les normes établies par la Bhagavad-gītā en effet, le véritable érudit est l’homme qui voit d’un œil égal le sage brāhmaṇa, la vache, l’éléphant, le chien et le mangeur de chien. Cette vision est celle du véritable dévot.

Nityānanda Prabhu, incarnation divine du maître parfait, libéra les frères Jagāi et Mādhāi, narādhamas typiques, montrant ainsi que la miséricorde du pur dévot s’étend même aux plus indignes des hommes. Et ce n’est que par la grâce d’un dévot du Seigneur que le narādhama, condamné par le Seigneur Lui-même, peut raviver sa conscience spirituelle.

Śrī Caitanya Mahāprabhu, ao propagar o bhāgavata-dharma, ou as atividades dos devotos, recomendou que as pessoas ouçam com submissão a mensagem da Personalidade de Deus. A essência dessa mensagem é o Bhagavad-gītā. Os mais baixos dentre os seres humanos somente podem ser salvos por este processo que consiste em ouvir com submissão, porém, se por infortúnio, eles se recusam até mesmo a dar ouvidos a essas mensagens, então, o que se dizer de renderem-se à vontade do Senhor Supremo? Os narādhamas, ou os mais baixos da humanidade, negligenciarão completamente o dever primordial do ser humano.

Śrī Caitanya Mahāprabhu, en propageant le bhāgavata-dharma, l’action dévotionnelle, recommande que l’on écoute avec soumission le message de Dieu. Or, la Bhagavad-gītā constitue l’essence de ce message, et c’est en l’écoutant avec soumission que le narādhama pourra se libérer. Malheureusement, les hommes vils refusent de prêter l’oreille à son message, que dire donc de s’abandonner à la volonté du Seigneur ? En un mot, les narādhamas négligent volontairement le devoir primordial de l’homme.

(3) A próxima classe de duṣkṛtī chama-se māyayāpahṛta-jñānāḥ, ou aqueles cujo conhecimento erudito foi anulado pela influência da energia ilusória material. Eles são na maioria indivíduos muito eruditos — grandes filósofos, poetas, literatos, cientistas, etc. — mas a energia ilusória os desorienta, e por isso eles desobedecem ao Senhor Supremo.

3) La troisième sorte de duṣkṛtīs s’appelle māyayāpahṛta-jñānāḥ, et regroupe ceux dont la vaste science a été frappée de nullité par le pouvoir d’illusion de l’énergie matérielle. La plupart d’entre eux sont très instruits – ce sont de grands philosophes, des poètes, des hommes de lettres ou de science – mais, aveuglés par l’énergie illusoire, ils vont à l’encontre de la volonté du Seigneur.

Há um grande número de māyayāpahṛta-jñānāḥ no momento atual, mesmo entre os estudiosos do Bhagavad-gītā. No Gītā, em linguagem simples e clara, afirma-se que Śrī Kṛṣṇa é a Suprema Personalidade de Deus. Não há ninguém igual ou superior a Ele. Ele é mencionado como o pai de Brahmā, o pai original de todos os seres humanos. De fato, diz-se que Śrī Kṛṣṇa é não só o pai de Brahmā, mas também o pai de todas as espécies de vida. Ele é a raiz do Brahman impessoal e do Paramātmā; a Superalma em cada entidade é Sua porção plenária. Ele é a fonte de tudo, e aconselha-se que todos se rendam a Seus pés de lótus. Apesar de todas essas afirmações claras, os māyayāpahṛta-jñānāḥ zombam da personalidade do Senhor Supremo e O consideram como um outro mero ser humano. Eles não sabem que a abençoada forma humana de vida, é traçada com base nas feições eternas e transcendentais do Senhor Supremo.

Leur nombre aujourd’hui est considérable. On en trouve même parmi les spécialistes de la Bhagavad-gītā. En termes clairs et évidents, la Gītā établit que Kṛṣṇa est Dieu, la Personne Suprême, à nul autre inférieur ou égal. Il est le père de Brahmā (l’ancêtre de l’humanité) et de toutes les espèces vivantes. Il est l’origine du Brahman impersonnel et du Paramātmā, Son émanation plénière. Il est la source de tout ce qui est, et tous doivent s’abandonner à Ses pieds pareils-au-lotus. Pourtant malgré ces évidences, les māyayāpahṛta-jñānāḥ considèrent avec ironie la Personnalité de Dieu et Le prennent pour un homme ordinaire. Ils ignorent que la forme humaine, forme privilégiée, est à l’image de la forme spirituelle et éternelle du Seigneur Suprême.

Todas as interpretações do Gītā, desautorizadamente feitas pela classe dos māyayāpahṛta-jñānāḥ, ou seja, daqueles que não pertencem ao sistema do paramparā, são os vários obstáculos no caminho da compreensão espiritual. Iludidos, esses intérpretes não se rendem aos pés de lótus de Śrī Kṛṣṇa, nem ensinam os outros a seguirem este princípio.

Ils refusent donc de s’abandonner aux pieds de lotus de Kṛṣṇa, et naturellement, d’enseigner ce principe fondamental. Par suite, leurs interprétations inauthentiques de la Bhagavad-gītā, faites en dehors de la paramparā, nuisent au progrès spirituel de leurs lecteurs.

(4) A última classe de duṣkṛtī chama-se āsuraṁ bhāvam āśritāḥ, ou aqueles cujos princípios são demoníacos. Esta classe é declaradamente ateísta. Alguns deles argumentam que o Senhor Supremo jamais pode descer a este mundo material, mas não conseguem explicar de maneira convincente por que é que o Senhor não adotaria este procedimento. Também há aqueles que O consideram subordinado ao aspecto impessoal, embora o Gītā declare exatamente o oposto. Invejoso da Suprema Personalidade de Deus, o ateu apresentará um grande número de encarnações ilícitas, produzidas na fábrica de seu cérebro. Essas pessoas, cujo próprio princípio de vida é criticar a Personalidade de Deus, não podem render-se aos pés de lótus de Śrī Kṛṣṇa.

4) Enfin, relèvent de la dernière catégorie les āsuraṁ bhāvam āśritāḥ, les hommes démoniaques, délibérément athées. Certains d’entre eux affirment sans pouvoir en donner de raison valable que Dieu ne peut descendre dans l’univers matériel. D’autres prétendent qu’Il est subordonné au Brahman impersonnel, quand la Bhagavad-gītā déclare le contraire. Envieux du Seigneur Suprême, les athées forgent de toutes pièces dans leurs cerveaux fertiles des incarnations de toutes sortes, toutes plus fausses les unes que les autres. Le refus de la Personnalité Divine étant au fondement de leur existence, ils ne peuvent évidemment pas s’abandonner à Kṛṣṇa.

Śrī Yāmunācārya Albandaru, do Sul da Índia, disse: “Ó meu Senhor! Você não pode ser conhecido por quem está envolvido com os princípios ateístas, apesar de Suas qualidades, aspectos e atividades incomuns, apesar do fato de que todas as escrituras reveladas que estão no modo da bondade façam a descrição de Sua personalidade e apesar de Você ser reconhecido pelas autoridades famosas, célebres por seu profundo conhecimento da ciência transcendental e situadas nas qualidades divinas”.

Śrī Yāmunācārya Albandaru, dévot du Sud de l’Inde, disait: « Ô Seigneur ! En dépit du caractère incomparable de Tes traits corporels, de Tes qualités et de Tes actes, bien que toutes les Écritures inspirées de la vertu confirment Ta nature personnelle, bien que toutes les autorités réputées pour leur sainteté et la profondeur de leur connaissance en matière de science spirituelle reconnaissent elles aussi que Tu es la Personne Suprême, Tu demeures inaccessible aux athées. »

Portanto, (1) as pessoas grosseiramente tolas; (2) os mais baixos da humanidade; (3) os especuladores iludidos; e (4) aqueles que, como se mencionou acima, professam o ateísmo, jamais se rendem aos pés de lótus da Personalidade de Deus apesar de todos os conselhos das escrituras e das autoridades.

C’est pourquoi, malgré les recommandations de toutes les Écritures et de toutes les autorités spirituelles, (1) les sots, (2) les derniers des hommes, (3) les penseurs spéculatifs et (4) les athées déclarés mentionnés dans ce verset, ne s’abandonnent jamais aux pieds pareils-au-lotus de Dieu, la Personne Suprême.