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Capítulo 5

CHAPITRE 5

Associando-se com Kṛṣṇa

Vivre avec Kṛṣṇa

Quando alguém obtém algo superior, ele certamente abandona todas as coisas inferiores. Nós queremos satisfação, mas o impersonalismo e a filosofia do vazio têm criado uma atmosfera tal que ficamos viciados na gratificação material. A satisfação precisa ser em conexão com a Pessoa Suprema (puruṣaḥ sa paraḥ), com o qual podemos ver face a face. No mundo espiritual, nós podemos falar pessoalmente com Deus, brincar com Ele, comer com Ele, etc. Tudo isso pode ser alcançado através de bhaktiā: serviço amoroso transcendental. Contudo, este serviço deve ser prestado sem adulteração; isso é, devemos amar Deus sem esperar por remuneração material. Amar Deus com o objetivo de tornar-se uno com Ele também é uma forma de adulteração.

Obtenant quelque chose de supérieur, on abandonne naturellement tout ce qui lui est inférieur. Nous voulons le bonheur, mais l’impersonnalisme et le nihilisme ont créé une atmosphère telle que nous voilà enchaînés au bonheur matériel. Il nous faut goûter le bonheur en relation avec la Personne Suprême (puruṣaḥ sa paraḥ). Dans le monde spirituel, nous sommes à même de parler personnellement avec Dieu. Il nous est possible de Le voir face à face, de nous divertir en Sa compagnie, de manger avec Lui, et ainsi de suite. Tout cela nous est accessible par le service d’amour transcendantal qu’on Lui offre (bhaktyā). Toutefois, ce service doit être dénué de toute motivation matérielle, c’est-à-dire que nous devons aimer Dieu sans chercher à en retirer une quelconque rémunération matérielle. Et notons bien qu’aimer Dieu en vue de ne plus faire qu’un avec Lui est aussi une motivation impure.

Uma das principais diferenças entre o céu espiritual e o céu material é que no céu espiritual o chefe ou o líder dos planetas espirituais não tem rivais. Em todos os casos, a personalidade predominante nos planetas espirituais é uma expansão plenária de Śrī Kṛṣṇa. O Senhor Supremo e Suas múltiplas manifestações preside sobre todos os planetas Vaikuṇṭha. Na Terra, por exemplo, existe rivalidade em torno da posição de Presidente ou de Primeiro-ministro, mas no céu espiritual todos reconhecem a Suprema Personalidade de Deus como o Supremo. Aqueles que não O reconhecem e tentam rivalizar com Ele são postos no Universo material, que é como uma prisão. Assim como em qualquer cidade existe uma prisão, que é apenas uma parte muito insignificante de toda a cidade, da mesma forma, o Universo material é uma prisão para as almas condicionadas. Este Universo constitui apenas uma parte insignificante do céu espiritual, mas ele não está fora dele, assim como uma prisão não está fora da cidade.

Une des différences essentielles entre le monde spirituel et le monde matériel réside en ceci : le chef, ou celui qui dirige les planètes spirituelles, n’a pas de rival. Le personnage principal sur chacune des planètes spirituelles est une émanation plénière de Kṛṣṇa. Le Seigneur Suprême et Ses multiples manifestations règnent sur toutes les planètes du monde spirituel. Sur terre, au contraire, divers candidats luttent pour les postes de président et de premier ministre, mais dans le monde spirituel tous reconnaissent la suprématie de Dieu. Ceux qui ne L’acceptent pas et tentent de rivaliser avec Lui sont acheminés vers l’univers matériel, qui n’est ni plus ni moins qu’une prison. Tout comme chaque ville a sa prison, qui ne représente qu’une partie très insignifiante de la ville entière, l’univers matériel sert de prison pour les âmes conditionnées qui ne veulent pas accepter Dieu et constitue une partie insignifiante du monde spirituel.

Os habitantes dos planetas Vaikuṇṭha no céu espiritual são todos almas liberadas. O Śrīmad-Bhāgavatam nos informa que suas formas corporais são idênticas às de Deus. Em alguns destes planetas Deus Se manifesta com dois braços, e em outros com quatro. Assim como o Senhor Supremo, os habitantes desses planetas também manifestam dois e quatro braços, e é dito que não é possível distingui-los da Pessoa Suprema.

No mundo espiritual, há cinco classes de liberação. Sāyujya-mukti é uma classe de liberação em que nos fundimos na existência impessoal do Senhor Supremo, chamada Brahman. Outra forma de liberação é sārūpya-mukti, através da qual recebemos características idênticas às de Deus. Outra liberação é a sālokya-mukti, através da qual podemos viver no mesmo planeta que Deus, e através da sārṣṭi-mukti podemos ter opulências semelhantes às do Senhor Supremo. Outra classe de liberação capacita-nos a permanecer sempre na companhia de Deus como um de Seus companheiros, como no caso de Arjuna, que está sempre com Kṛṣṇa como Seu amigo.

É possível obter qualquer uma destas cinco formas de liberação. Entretanto, dentre as cinco a sāyujya-mukti, fundir-se no aspecto impessoal, não é aceita por devotos vaiṣṇavas. Um vaiṣṇava deseja adorar Deus tal como Ele é, e conserva sua individualidade separada para servir a Ele, ao passo que o filósofo impersonalista māyāvādī deseja perder sua individualidade e fundir-se na existência do Supremo. Esta fusão não é recomendada nem por Śrī Kṛṣṇa no Bhagavad-gītā, nem pela sucessão discipular de filósofos vaiṣṇavas. O Senhor Caitanya Mahāprabhu escreveu sobre este tema em Seu Śikṣāṣṭaka (4):

Les habitants des planètes spirituelles sont tous des âmes libérées. Le Śrīmad-Bhāgavatam nous apprend que leurs traits sont semblables à ceux de Dieu. Sur certaines de ces planètes, Dieu Se manifeste avec deux bras, sur d’autres avec quatre. Les habitants de ces planètes ont eux aussi deux ou quatre bras, et il est dit qu’on ne peut les distinguer de la Personne Suprême. Dans le monde spirituel il y a cinq sortes de libération. La sāyujya-mukti est une forme de libération par laquelle on se fond dans l’existence impersonnelle du Seigneur, appelée Brahman. Une autre forme de libération, la sārūpya-mukti permet d’obtenir des traits corporels en tous points semblables à ceux de Dieu. La sālokya-mukti donne de vivre sur la même planète que Dieu. Par la sārṭi-mukti on peut jouir des mêmes perfections que le Seigneur Suprême. Une autre sorte de libération permet de demeurer toujours auprès de Dieu tel un de Ses compagnons, tout comme Arjuna vit toujours auprès de Kṛṣṇa en tant que Son ami. On peut obtenir n’importe laquelle de ces cinq formes de libération, mais d’entre elles, la sāyujya-mukti, qui consiste à se fondre dans l’aspect impersonnel de Dieu n’est pas désirée par le dévot vaiṣṇava. Le vaiṣṇava désire adorer Dieu et garder son individualité propre pour Le servir, tandis que le philosophe impersonnaliste, le māyāvādī, souhaite perdre son individualité et se fondre dans l’existence de l’Absolu. Cette fusion n’est recommandée ni par Kṛṣṇa dans la Bhagavad-gītā, ni par la filiation spirituelle des philosophes vaiṣṇavas. Śrī Caitanya Mahāprabhu écrit à ce sujet dans son Śikṣāṣtakam :

na dhanaṁ na janaṁ na sundarīṁ
kavitāṁ vā jagad-īśa kāmaye
mama janmani janmanīśvare
bhavatād bhaktir ahaitukī tvayi
na dhanaṁ na janaṁ na sundarīṁ
kavitāṁ vā jagad-īśa kāmaye
mama janmani janmanīśvare
bhavatād bhaktir ahaitukī tvayi

“Ó Senhor todo-poderoso! Não desejo acumular riquezas, nem desejo desfrutar de belas mulheres, nem quero número algum de seguidores. O que desejo é unicamente que possa ter Seu serviço devocional imotivado em minha vida, nascimento após nascimento.”

« Ô Seigneur tout-puissant ! Je n’aspire nullement aux richesses, je ne rêve pas de jolies femmes et ne recherche pas non plus de disciples. Je désire uniquement m’absorber sans fin, vie après vie, dans Ton service d’amour pur et absolu. » (Śikṣāṣtakam 4)

Aqui, o Senhor Caitanya Mahāprabhu menciona “nascimento após nascimento”. Quando existe nascimento após nascimento, não há liberação. Na liberação, ou alcançamos os planetas espirituais, ou nos fundimos na existência do Supremo — em ambos os casos, não existe a questão de voltar a nascer no mundo material. Entretanto, Caitanya Mahāprabhu não Se importa em ser liberado ou não: sua única preocupação é estar ocupado em consciência de Kṛṣṇa, servir ao Senhor Supremo.

O devoto não se preocupa com o lugar onde está, nem se importa se recebe um nascimento na sociedade animal, na sociedade humana, na sociedade dos semideuses ou onde que quer seja: ele apenas ora a Deus pedindo-Lhe a graça de não esquecê-lO e de poder estar sempre ocupado em Seu serviço transcendental. São estes os sintomas da devoção pura. Naturalmente, onde quer que o devoto esteja, ele permanece no mundo espiritual, mesmo enquanto habita este corpo material. Apesar disso, ele nunca exige nada de Deus para sua própria elevação pessoal ou para seu conforto pessoal.

Śrī Caitanya Mahāprabhu utilise ici les mots « vie après vie ». Lorsque les naissances se succèdent dans différents corps, il n’est pas question de libération. Atteignant la libération, on rejoint en effet les planètes spirituelles, et il n’est pas question de renaître dans l’univers matériel. Cependant, Caitanya Mahāprabhu ne se soucie pas d’être libéré ou non : sa seule préoccupation est de pouvoir participer activement au service du Seigneur Suprême, dans la conscience de Kṛṣṇa. Le dévot de Kṛṣṇa ne se soucie pas de l’endroit où il se trouve ; peu lui importe de renaître dans le règne animal ou parmi les humains, au royaume des devas ou dans quelque autre condition. Il prie seulement le Seigneur de lui permettre de ne jamais L’oublier et de toujours pouvoir demeurer à Son service transcendantal. Ce sont là les signes d’une dévotion pure. Il est bien entendu, cependant, qu’un bhakta où qu’il soit, vit dans le monde spirituel, même lorsqu’il se trouve dans un corps matériel. Mais il ne demande rien à Dieu pour sa propre élévation ou son confort.

Embora Śrī Kṛṣṇa indique que pode ser facilmente alcançado por aquele que se dedica a Ele, existe um elemento de risco no caso dos yogīs que praticam outros métodos de yoga. Para esses yogīs, Kṛṣṇa dá orientações no Bhagavad-gītā (8.23) a respeito do momento adequado para abandonarem o corpo grosseiro.

Il est vrai que Śrī Kṛṣṇa souligne l’aisance avec laquelle peut L’atteindre celui qui Lui est dévoué. Mais il y a aussi d’autres méthodes pour atteindre la libération, que pratiquent des yogīs, et qui comportent des risques. Pour eux, Kṛṣṇa donne des directives dans la Bhagavad-gītā concernant le moment approprié pour quitter le corps physique.

yatra kāle tv anāvṛttim
āvṛttiṁ caiva yoginaḥ
prayātā yānti taṁ kālaṁ
vakṣyāmi bharatarṣabha
yatra kāle tv anāvṛttim
āvṛttiṁ caiva yoginaḥ
prayātā yānti taṁ kālaṁ
vakṣyāmi bharatarṣabha

“Ó melhor dos Bhāratas, agora lhe explicarei os diferentes momentos nos quais, ao abandonar esse mundo, regressa-se ou não.”

« Ô meilleur des Bhāratas, laisse-Moi à présent te décrire les moments propices pour quitter ce monde et n’y plus revenir et ceux qui, au contraire, forcent un yogī à retourner sur terre. » (Bhagavad-gītā, 8.23)

Aqui, Kṛṣṇa indica que se alguém é capaz de deixar este corpo em um momento particular, ele pode se libertar, sem precisar jamais regressar a este mundo material. Por outro lado, ele indica que se ele morre em outro momento, ele precisa regressar. Existe este fator de probabilidade, mas não existe questão de probabilidade para um devoto que esteja sempre na consciência de Kṛṣṇa, pois a ele é garantida a entrada na morada de Kṛṣṇa pela força de sua devoção ao Senhor.

Kṛṣṇa indique dans ce verset que si nous parvenons à quitter notre corps à un moment déterminé, nous pouvons être libérés et ne jamais avoir à revenir dans l’univers matériel. D’un autre côté, Il indique que si nous mourons à un autre moment, nous devrons revenir. Il y a donc un élément d‘incertitude, tout à fait inexistant pour un dévot. Un dévot, ou bhakta, toujours absorbé dans la conscience de Kṛṣṇa, est assuré par sa dévotion, d’entrer dans la demeure de Kṛṣṇa.

agnir jyotir ahaḥ śuklaḥ
ṣaṇ-māsā uttarāyaṇam
tatra prayātā gacchanti
brahma brahma-vido janāḥ
agnir jyotir ahaḥ śuklaḥ
ṣaṇ-māsā uttarāyaṇam
tatra prayātā gacchanti
brahma brahma-vido janāḥ

“Aqueles que conhecem o Brahman Supremo, abandonam o mundo durante a influência do deus do fogo, na luz, em um momento auspicioso, durante a quinzena da lua e os seis meses em que o Sol viaja na direção norte.” (Bg. 8.24)

« L’être qui connaît le Brahman Suprême parviendra jusqu’à Lui s’il quitte ce monde à un moment propice, sous le signe du deva du feu, en pleine lumière, pendant les quinze jours où croît la lune et les six mois durant lesquels le soleil passe au septentrion. » (Bhagavad-gītā, 8.24)

O Sol passa seis meses no lado setentrional do equador e seis meses no lado meridional. O Śrīmad-Bhāgavatam nos informa que, assim como os planetas se movimentam, o Sol também se movimenta. Aquele que morre quando o Sol está situado no hemisfério setentrional alcança a liberação.

Le soleil voyage six mois au nord de l’équateur et six mois au sud. Le Śrīmad-Bhāgavatam nous apprend en effet que le soleil se déplace au même titre que les autres planètes. Et si nous mourons au moment où il se trouve dans l’hémisphère nord, nous atteignons la libération.

dhūmo rātris tathā kṛṣṇaḥ
ṣaṇ-māsā dakṣiṇāyanam
tatra cāndramasaṁ jyotir
yogī prāpya nivartate
dhūmo rātris tathā kṛṣṇaḥ
ṣaṇ-māsā dakṣiṇāyanam
tatra cāndramasaṁ jyotir
yogī prāpya nivartate
śukla-kṛṣṇe gatī hy ete
jagataḥ śāśvate mate
ekayā yāty anāvṛttim
anyayāvartate punaḥ
śukla-kṛṣṇe gatī hy ete
jagataḥ śāśvate mate
ekayā yāty anāvṛttim
anyayāvartate punaḥ

“O místico que abandona este mundo durante a fumaça, à noite, na quinzena sem lua, ou durante os seis meses em que o Sol passa pelo sul, ou que alcança o planeta Lua, volta novamente. De acordo com os Vedas, há duas formas de abandonar este mundo — na luz e na escuridão. Aquele que parte na luz, não retorna; mas aquele que se vai na escuridão, ele retorna.” (Bg. 8.25-26)

« S’il part dans la brume, la nuit, pendant les quinze jours du déclin de la lune ou durant les six mois de soleil austral, le yogī atteindra l’astre lunaire, mais devra tout de même revenir sur terre. Il y a, d’après les Védas, deux façons de quitter ce monde: dans l’obscurité ou dans la lumière. L’une est la voie du retour, l’autre du non-retour. » (Bhagavad-gītā, 8.25-26)

Tudo isso acontece por acaso. Não sabemos quando vamos morrer, e podemos morrer acidentalmente a qualquer momento. Entretanto, para o bhakti-yogī que está estabelecido em consciência de Kṛṣṇa, não existe casualidade. Ele está sempre seguro.

Tout cela survient fortuitement. Nous ne savons pas quand nous allons mourir et à chaque instant nous pouvons quitter notre corps de façon accidentelle. Mais pour le dévot établi dans la conscience de Kṛṣṇa, il n’est pas question de hasard. Il possède toujours la certitude.

naite sṛtī pārtha jānan
yogī muhyati kaścana
tasmāt sarveṣu kāleṣu
yoga-yukto bhavārjuna
naite sṛtī pārtha jānan
yogī muhyati kaścana
tasmāt sarveṣu kāleṣu
yoga-yukto bhavārjuna

“Os devotos que conhecem estes dois caminhos, ó Arjuna, nunca se confundem. Portanto, mantém-te sempre fixo em devoção.” (Bg. 8.27)

« Si les dévots connaissent ces deux voies, ils ne s’en soucient pas. Sois donc, ô Arjuna, toujours ferme dans la dévotion. » (Bhagavad-gītā, 8.27)

Já foi afirmado que se na hora da morte uma pessoa é capaz de pensar em Kṛṣṇa, ela é imediatamente transferida para a morada de Kṛṣṇa.

Il a été précisé que si au moment de la mort on peut penser à Kṛṣṇa on se trouve aussitôt élevé à Sa demeure :

anta-kāle ca mām eva
smaran muktvā kalevaram
yaḥ prayāti sa mad-bhāvaṁ
yāti nāsty atra saṁśayaḥ
anta-kāle ca mām eva
smaran muktvā kalevaram
yaḥ prayāti sa mad-bhāvaṁ
yāti nāsty atra saṁśayaḥ
abhyāsa-yoga-yuktena
cetasā nānya-gāminā
paramaṁ puruṣaṁ divyaṁ
yāti pārthānucintayan
abhyāsa-yoga-yuktena
cetasā nānya-gāminā
paramaṁ puruṣaṁ divyaṁ
yāti pārthānucintayan

“E todo aquele que, na hora da morte, abandona o corpo lembrando-se apenas de Mim, imediatamente alcança a Minha natureza. Quanto a isso, não há dúvida. Aquele que medita na Suprema Personalidade de Deus, com a mente constantemente ocupada em lembrar-se de Mim, sem se desviar do caminho, ó Pārtha [Arjuna], certamente Me alcança.” (Bg. 8.5, 8.8)

« Celui qui, à la fin de sa vie, quitte son corps en pensant à Moi seul partage aussitôt Ma nature, n’en doute pas. Celui qui médite sur Moi, la Personne Suprême, et toujours se souvient de Moi, sans jamais dévier, celui-là vient à Moi sans nul doute, ô Pārtha. » (Bhagavad-gītā, 8.5 et 8.8)

Tal meditação em Kṛṣṇa pode parecer muito difícil, mas não é. Se alguém pratica a consciência de Kṛṣṇa através do canto do mahā-mantra Hare Kṛṣṇa, Hare Kṛṣṇa, Kṛṣṇa Kṛṣṇa, Hare Hare/ Hare Rāma, Hare Rāma, Rāma Rāma, Hare Hare, ele será rapidamente ajudado. Kṛṣṇa e Seu nome não são diferentes, e Kṛṣṇa e Sua morada transcendental também não são diferentes.

Por meio da vibração sonora, podemos fazer com que Kṛṣṇa Se associe conosco. Se, por exemplo, cantamos Hare Kṛṣṇa na rua, veremos que Kṛṣṇa estará nos acompanhando, da mesma forma que, quando olhamos para o céu e vemos a Lua, percebemos que ela também nos acompanha. Se a energia inferior de Kṛṣṇa parece nos acompanhar, não seria possível para o próprio Kṛṣṇa estar conosco quando cantamos Seus nomes? Ele vai nos acompanhar, mas temos que nos qualificar para estar na companhia dEle. Se, entretanto, estamos sempre absortos pensando em Kṛṣṇa, devemos estar certos de que Kṛṣṇa estará sempre conosco. O Senhor Caitanya Mahāprabhu ora:

Une telle méditation centrée sur Kṛṣṇa peut paraître très difficile, mais il n’en est rien. Si l’on pratique la conscience de Kṛṣṇa, en chantant le mahā-mantra Hare Kṛṣṇa, Hare Kṛṣṇa, Kṛṣṇa Kṛṣṇa, Hare Hare / Hare Rāma, Hare Rāma, Rāma Rāma, Hare Hare, on sera rapidement aidé. Kṛṣṇa et Son nom ne sont pas différents, de même que Kṛṣṇa et Sa demeure transcendantale. Ainsi, par le son, nous pouvons avoir Kṛṣṇa à nos côtés. Si par exemple nous chantons Hare Kṛṣṇa dans la rue, nous verrons Kṛṣṇa Se joindre à nous. Tout comme lorsque nous regardons la lune au-dessus de nous, nous avons l’impression qu’elle nous suit, Kṛṣṇa nous suit partout où nous chantons Son nom. Si l’énergie inférieure de Kṛṣṇa peut ainsi sembler nous accompagner, combien plus est-il possible à Kṛṣṇa Lui-même d’être avec nous lorsque nous chantons Ses noms. Il nous tiendra compagnie, mais nous devons acquérir les qualités requises pour vivre à Son contact. Toutefois, si nous sommes toujours absorbés dans la pensée de Kṛṣṇa, nous pouvons être assurés que Kṛṣṇa Se trouve constamment avec nous. Caitanya Mahāprabhu priait ainsi :

nāmnām akāri bahudhā nija-sarva-śaktis
tatrārpitā niyamitaḥ smaraṇe na kālaḥ
etādṛśī tava kṛpā bhagavan mamāpi
durdaivam īdṛśam ihājani nānurāgaḥ
nāmnām akāri bahudhā nija-sarva-śaktis
tatrārpitā niyamitaḥ smaraṇe na kālaḥ
etādṛśī tava kṛpā bhagavan mamāpi
durdaivam īdṛśam ihājani nānurāgaḥ

“Ó meu Senhor! Só o Teu santo nome pode conceder todas as bênçãos aos seres vivos, e por isso tens centenas e milhões de nomes, como Kṛṣṇa e Govinda. Nestes nomes transcendentais, aplicaste todas as Tuas energias transcendentais, e não existem regras duras e rígidas para cantá-los. Ó meu Senhor! Tão bondosamente facilitaste o aproximar-se de Ti através de Teus santos nomes, mas, infeliz como sou, não sinto atração por eles.” (Śikṣāṣṭaka 2)

« Ton saint nom peut seul, ô Seigneur, combler l’âme de toutes les grâces. Or, des noms divins, Tu en possèdes à l’infini, tels Kṛṣṇa ou Govinda, que Tu as investis de toutes Tes puissances spirituelles ; pour les chanter, aucune règle stricte. Dans Ton infinie miséricorde, ô Seigneur, Tu permets qu’on s’approche aisément de Toi par le chant de Tes saints noms, mais dans mon infortune, je n’ai aucun attrait pour eux. » (Śikṣāṣtakam 2)

Simplesmente por cantar, podemos ter todas as vantagens da associação pessoal com Kṛṣṇa. O Senhor Caitanya Mahāprabhu, que é considerado não apenas uma alma realizada, mas também uma encarnação do próprio Kṛṣṇa, enfatizou que nesta era de Kali, embora as pessoas não tenham oportunidades reais para a auto-realização, Kṛṣṇa é tão bondoso que nos deu este śabda (encarnação sonora) para que seja utilizado como o yuga-dharma, ou o caminho de realização para esta era. Nenhuma qualificação especial é necessária para seguir  este método; não precisamos sequer saber sânscrito. As vibrações de Hare Kṛṣṇa são tão potentes que qualquer pessoa pode imediatamente começar a cantá-la sem nenhum conhecimento de sânscrito.

Simplement en chantant ou en récitant Son saint nom, nous pouvons jouir de tous les avantages de la compagnie personnelle de Kṛṣṇa. Caitanya Mahāprabhu n’est pas seulement considéré comme une âme réalisée, mais comme une manifestation de Kṛṣṇa Lui-même. Il souligne que dans cet âge de Kali, l’âge où nous vivons, bien que les hommes n’aient pas vraiment de facilités pour réaliser leur identité spirituelle, Kṛṣṇa, montrant Son infinie bonté, nous a donné cette manifestation sonore de Sa personne pour qu’elle nous serve de moyen de réalisation spirituelle. Aucune qualité particulière n’est requise pour pratiquer cette méthode ; il n’est même pas besoin de connaître le sanskrit. Le mantra Hare Kṛṣṇa est en effet si puissant que n’importe qui peut immédiatement commencer à le chanter, sans la moindre connaissance du sanskrit.

vedeṣu yajñeṣu tapaḥsu caiva
dāneṣu yat puṇya-phalaṁ pradiṣṭam
atyeti tat sarvam idaṁ viditvā
yogī paraṁ sthānam upaiti cādyam
vedeṣu yajñeṣu tapaḥsu caiva
dāneṣu yat puṇya-phalaṁ pradiṣṭam
atyeti tat sarvam idaṁ viditvā
yogī paraṁ sthānam upaiti cādyam

“Uma pessoa que aceita o caminho do serviço devocional, não se priva dos resultados obtidos pelo estudo dos Vedas, pela execução de sacrifícios austeros, por dar caridade ou pela execução de atividades filosóficas e fruitivas. No fim, ela alcança a morada suprema.” (Bg. 8.28)

« Celui qui emprunte la voie du service de dévotion n’est en rien privé des fruits que confèrent l’étude des Védas, les sacrifices, les austérités, les actes charitables, la recherche philosophique et l’action intéressée. Par sa seule pratique dévotionnelle, il les obtient tous et atteint à la fin le royaume suprême et éternel. » (Bhagavad-gītā, 8.28)

Aqui, Kṛṣṇa diz que o objetivo de todas as instruções védicas é atingir a meta última da vida — voltar ao Supremo. Todas as escrituras, independentemente do país, visam esta meta. Esta tem sido também a mensagem de todos os reformadores religiosos ou ācāryas. No Ocidente, por exemplo, o Senhor Jesus Cristo difundiu esta mesma mensagem. Analogamente, o Senhor Buddha e Maomé fizeram a mesma coisa. Nenhum deles nos aconselha a estabelecermo-nos permanentemente aqui, neste mundo material.

Podem haver pequenas diferenças conforme o país, o tempo e as circunstâncias, e conforme o preceito das escrituras, mas o princípio básico de que nosso destino não é este mundo material, mas sim o mundo espiritual, é aceito por todos os transcendentalistas genuínos. Tudo o que é indicado para a satisfação de nossos mais íntimos desejos aponta para estes mundos de Kṛṣṇa, além do nascimento e da morte.

Kṛṣṇa affirme ici que l’objet de tous les enseignements védiques consiste à atteindre le but ultime de l’existence : retourner à Dieu. Toutes les Écritures saintes de tous les pays visent ce but, qui a également fait l’objet du message de tous les réformateurs religieux. Nul ne nous conseille de nous installer définitivement dans l’univers matériel. Il peut y avoir de légères différences, selon le pays, l’époque et les diverses circonstances ou les différentes injonctions scripturaires, mais le principe directeur, reconnu par tous les spiritualistes authentiques, reste le même : nous ne sommes pas destinés à vivre dans l’univers matériel mais devons regagner le monde spirituel. Toutes les indications relatives à la satisfaction du plus profond désir de notre âme, nous orientent vers ce royaume de Kṛṣṇa, Dieu la Personne Suprême, par-delà la naissance et la mort.