Skip to main content

8

8

Let There Be Calamities

Que Aconteçam Calamidades

vipadaḥ santu tāḥ śaśvat
tatra tatra jagad-guro
bhavato darśanaṁ yat syād
apunar bhava-darśanam
vipadaḥ santu tāḥ śaśvat
tatra tatra jagad-guro
bhavato darśanaṁ yat syād
apunar bhava-darśanam

I wish that all those calamities would happen again and again so that we could see You again and again, for seeing You means that we will no longer see repeated births and deaths.

Desejo que todas essas calamidades aconteçam repetidamente, para que possamos ver-Te continuamente, pois ver-Te significa que não veremos mais repetidos nascimentos e mortes.

Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.25

Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.25

Generally, the distressed, the needy, the intelligent, and the inquisitive who have performed some pious activities worship or begin to worship the Lord. Others, who are thriving on misdeeds only, regardless of status, cannot approach the Supreme due to being misled by the illusory energy. Therefore, for a pious person, if there is some calamity there is no other alternative than to take shelter of the lotus feet of the Lord. Constantly remembering the lotus feet of the Lord means preparing for liberation from birth and death. Therefore, even though there are so-called calamities, they are welcome because they give us an opportunity to remember the Lord, which means liberation.

De modo geral, o aflito, o necessitado, o inteligente e o curioso que executaram algumas atividades piedosas adoram, ou começam a adorar, o Senhor. Outros, que estão apenas acumulando más ações, não importa qual seja seu status, não podem aproximar-se do Supremo, devido a estarem desencaminhados pela energia ilusória. Portanto, para o piedoso, se alguma calamidade acontece, não lhe sobra alternativa senão refugiar-se aos pés de lótus do Senhor. Lembrança constante dos pés de lótus do Senhor significa preparar-se para se libertar de nascimentos e mortes. Portanto, muito embora haja assim chamadas calamidades, elas são bem-vindas, porque nos dão a oportunidade de nos lembrarmos do Senhor, o que proporciona a libertação.

One who has taken shelter of the lotus feet of the Lord, which are accepted as the most suitable boat for crossing the ocean of nescience, can achieve liberation as easily as one leaps over the holes made by the hooves of a calf. Such persons are meant to reside in the abode of the Lord, and they have nothing to do with a place where there is danger in every step.

Quem se refugia nos pés de lótus do Senhor, que são aceitos como o barco mais adequado para cruzar o oceano de ignorância, pode alcançar a libertação tão facilmente como se saltam as pegadas de um bezerro. Tais pessoas residirão na morada do Senhor, e não possuem qualquer ligação com lugares onde há perigos a cada passo.

This material world is certified by the Lord in the Bhagavad-gītā as a dangerous place full of calamities. Less intelligent persons prepare plans to adjust to those calamities, without knowing that the nature of this place is to be full of calamities. They have no information of the abode of the Lord, which is full of bliss and without trace of calamity. The duty of the sane person, therefore, is to be undisturbed by worldly calamities, which are sure to happen in all circumstances. Suffering all sorts of unavoidable misfortunes, one should make progress in spiritual realization, because that is the mission of human life. The spirit soul is transcendental to all material calamities; therefore, the so-called calamities are called false. A man may see a tiger swallowing him in a dream, and he may cry for this calamity. Actually there is no tiger and there is no suffering; it is simply a case of dreams. In the same way, all calamities of life are said to be dreams. If someone is lucky enough to get in contact with the Lord by devotional service, it is all gain. Contact with the Lord by any one of the nine devotional services is always a forward step on the path going back to Godhead.

O Senhor afirma na Bhagavad-gītā que este mundo material é um lugar perigoso, cheio de calamidades. As pessoas menos inteligentes fazem planos para ajustar-se a essas calamidades, sem saber que é da natureza deste lugar haver uma abundância de problemas. Elas não têm informação da morada do Senhor, que é plena de bem-aventurança e sem vestígio de calamidade. O dever da pessoa sã, portanto, é não se deixar perturbar perante as calamidades mundanas, que com certeza acontecem em todas as circunstâncias. Sofrendo todas as espécies de infortúnios inevitáveis, deve-se progredir em compreensão espiritual, porque essa é a meta da vida humana. Uma vez que a alma espiritual é transcendental a todas as calamidades materiais, as ditas calamidades são chamadas de falsas. Num sonho, um homem pode ver um tigre o engolindo e pode até mesmo chorar devido a essa calamidade. Na verdade, porém, não há tigre, nem sofrimento; trata-se simplesmente de sonho. Da mesma forma, todas as calamidades da vida são tidas como um sonho. Alguém que tenha a fortuna de entrar em contato com o Senhor, através do serviço devocional, fica em uma posição muitíssimo vantajosa. O contato com o Senhor, através de uma das nove formas de executar serviço devocional, é sempre um passo adiante no caminho de volta ao Supremo.

In this very interesting verse, it is described that vipadaḥ – calamities or dangers – are very good if such dangers and calamities remind us of Kṛṣṇa.

Nesse verso muito interessante, é descrito que vipadaḥ – calamidades ou perigos – são muito bons se tais perigos e calamidades nos lembram de Kṛṣṇa.

tat te ’nukampāṁ susamīkṣamāṇo
bhuñjāna evātma-kṛtaṁ vipākam
tat te ’nukampāṁ susamīkṣamāṇo
bhuñjāna evātma-kṛtaṁ vipākam

(Bhāgavatam 10.14.8)

(Bhāgavatam 10.14.8)

How does a devotee receive dangers? There must be dangers because this material world is full of dangers. But foolish people who do not know this try to avoid the dangers. Thus they struggle for existence. Everyone is trying to become happy and avoid danger. This is our material business. Everyone is trying for ātyantikaṁ sukham, ultimate happiness. A working man thinks, “Let me work very hard now and put money in the bank, so that when I get old I shall enjoy life without working.” This is the inner intention of everyone. No one wants to work; as soon as one gets some money, he wants to retire from work and become happy. But that is not possible. One cannot become happy in that way.

Como o devoto recebe os perigos? Deve haver perigos, porque este mundo material está repleto deles. Contudo, as pessoas tolas, que não sabem disso, tentam evitá-los. Assim, elas lutam pela vida. Todos estão tentando ser felizes e evitar os perigos. Este é o nosso negócio material. Todos estão buscando atyantikaṁ sukham, a felicidade última. Um trabalhador pensa: “Deixe-me trabalhar duro e guardar o dinheiro no banco para, quando velho, desfrutar a vida sem trabalhar”. Este é o desejo interno de todos. Sabemos que ninguém quer trabalhar porque, logo que alguém consegue algum dinheiro, deseja parar de trabalhar e ser feliz. Mas isso não é possível. Ninguém pode ser feliz assim.

Here Kuntīdevī speaks of apunar bhava-darśanam. The prefix a means “not,” and punar bhava means “repetition of birth and death.” The real danger is the repetition of birth and death. That must be stopped.

Aqui, Kuntīdevī fala sobre apunar bhava-darśanam. O prefixo a significa “não”, e punar bhava significa “repetição de nascimento e morte”. O verdadeiro perigo é a repetição de nascimento e morte. Isso deve parar.

The material world is full of dangers (padaṁ padaṁ yad vipadām). For example, if one is on the ocean one may have a very strong ship, but that ship can never be safe; because one is at sea, at any time there may be dangers. The Titanic was safe, but on its first voyage it sank, and many important men lost their lives. So danger there must be, because we are in a dangerous position. This material world itself is dangerous. Therefore, our business now should be to cross over this sea of danger as soon as possible. As long as we are at sea, we are in a dangerous position, however strong our ship may be. That’s a fact. But we should not be disturbed by the sea waves; instead, we should just try to cross over the sea and get to the other side. That should be our business.

O mundo material é cheio de perigos (padaṁ padaṁ yad vipadām). Por exemplo: alguém pode estar cruzando o oceano num navio muito forte, mas o navio nunca é completamente seguro – porque está no oceano, a qualquer momento pode surgir algum imprevisto, algum perigo. O Titanic era seguro, mas, na sua primeira viagem, afundou, e muitos homens importantes perderam suas vidas. Então, os perigos surgirão, porque estamos numa posição perigosa. O mundo material é perigoso. Por conseguinte, nossa preocupação imediata deveria ser como atravessar esse oceano de perigos o mais rápido possível. Enquanto estivermos no mar, estaremos numa posição perigosa, independente de quão seguro seja nosso navio. Isso é fato. Porém, não devemos nos perturbar com as ondas. Ao contrário, devemos tentar cruzar o oceano e alcançar a outra margem. Essa deveria ser a nossa preocupação.

As long as we are in this material world, there must be calamities because this is the place of calamity. But even with calamities our business should be to develop our Kṛṣṇa consciousness, so that after giving up this body we may go back home, back to Kṛṣṇa.

Enquanto estivermos neste mundo material, acontecerão calamidades, porque este é um lugar calamitoso, mas, com ou sem calamidades, nosso negócio deve ser o desenvolvimento de nossa consciência de Kṛṣṇa para que, tendo abandonado este corpo, voltemos para casa, voltemos para Kṛṣṇa.

On the Battlefield of Kurukṣetra, Arjuna said to Kṛṣṇa, “Whatever You are saying is all right. I am not this body. I am a soul, and this is also true of everyone else. So when the body is annihilated, the soul will continue to exist. But when I see that my son is dying or my grandfather is dying and that I am killing, how can I be solaced simply by knowing that they are not dying, but that only their bodies are changing? I am accustomed to thinking of them with affection in terms of the body, and so there must be grief and suffering.”

No Campo de Batalha de Kurukṣetra, Arjuna disse a Kṛṣṇa: “Tudo o que Você disse é verdade. Eu não sou este corpo, mas, sim, uma alma espiritual, e isso é verdade em relação a todos. Assim, quando meu corpo for aniquilado, eu, a alma, continuarei a existir. Contudo, quando vejo que meu filho está morrendo ou que meu avô está morrendo e que estou matando outros, como eu posso ser consolado só pelo fato de saber que eles não estão morrendo de fato, mas, sim, que estão mudando de corpo? Estou acostumado a pensar neles com amor em relação ao corpo, e assim fico triste e sofro”.

Kṛṣṇa did not deny what Arjuna said. “Yes,” He replied. “That’s a fact. Because you are in the bodily concept of life, there must be suffering. So you must tolerate it, that’s all. There is no other remedy.” As mentioned in Bhagavad-gītā (2.14), Lord Kṛṣṇa told Arjuna:

Kṛṣṇa concordou com o que Arjuna falava. “Sim”, Ele disse. “Isso é fato. Devido a você estar no conceito corpóreo da vida, tem de haver sofrimento. Você tem de tolerá-lo, e isso é tudo. Não há outro remédio”. Na Bhagavad-gītā (2.14), o Senhor Kṛṣṇa diz a Arjuna:

mātrā-sparśās tu kaunteya
śītoṣṇa-sukha-duḥkha-dāḥ
āgamāpāyino ’nityās
tāṁs titikṣasva bhārata
mātrā-sparśās tu kaunteya
śītoṣṇa-sukha-duḥkha-dāḥ
āgamāpāyino ’nityās
tāṁs titikṣasva bhārata

“O son of Kuntī, the nonpermanent appearance of heat and cold, happiness and distress, and their disappearance in due course, are like the appearance and disappearance of winter and summer seasons. They arise from sense perception, O scion of Bharata, and one must learn to tolerate them without being disturbed.”

“Ó filho de Kuntī, o aparecimento temporário de calor e frio, alegria e tristeza, e seu desaparecimento no devido curso, são como o aparecimento e desaparecimento do inverno e do verão. Surgem da percepção sensorial, ó descendente de Bharata, e deve-se aprender a tolerá-los sem se perturbar”.

In America it may sometimes be very chilly in the morning, and that may make taking one’s morning bath a little difficult. But does that mean that those who are devotees will stop taking their prescribed morning bath? No. Even if it is chilly, they must take this regular bath. The duty must be done, even if there is a little suffering involved. That is called tapasya, or austerity. Tapasya means that we must proceed with our business of Kṛṣṇa consciousness despite all the dangers and calamities of this world. This is called tapasya, or voluntary acceptance of the difficulties of life.

Nos Estados Unidos, às vezes, faz muito frio pela manhã, e isso faz com que o banho seja um pouco difícil. Contudo, será que isso é motivo para que os devotos deixem de tomar seu banho prescrito? Não. Mesmo que esteja frio, eles devem se banhar. O dever deve ser cumprido, mesmo que envolva algum sofrimento. Isso se chama tapasya, ou austeridade. Tapasya significa que devemos continuar com nossos deveres na consciência de Kṛṣṇa apesar de todos os perigos e calamidades deste mundo. Isso é tapasya, ou aceitar voluntariamente as dificuldades da vida.

Sometimes those who have undertaken strict vows of tapasya will ignite a ring of fire all around themselves, and in the scorching heat of the sun in the hot summer they will sit down in the midst of that fire and meditate. Similarly, in the chilly cold of winter they will immerse themselves in water up to the neck and meditate. Such vows are prescribed in strict systems of tapasya. But Lord Caitanya Mahāprabhu does not give us such a prescription. Instead, He gives us a very nice program: chant, dance, and take prasāda, food offered first to Lord Kṛṣṇa. But still we are unwilling. We are so fallen that we cannot accept even this tapasya. Although this kind of tapasya is very easy to perform and very pleasant (su-sukhaṁ kartum avyayam), still we are not agreeable. We may even prefer to rot in the street. Some people prefer to drink and have sex and live in the street. So what can be done?

Algumas vezes, aqueles que aceitaram votos muito estritos de tapasya acendem um círculo de fogo em volta de si e, em pleno verão, sob o calor escaldante do sol, sentam e meditam. De forma similar, no frio rigoroso do inverno, eles entram nos rios com água até o pescoço e meditam. Esses votos são prescritos para aqueles que aderem aos sistemas estritos de tapasya. O Senhor Caitanya Mahāprabhu, porém, não nos deu esse processo. Ao contrário, Ele nos deu um ótimo programa: cantar, dançar e aceitar prasāda, o alimento primeiramente oferecido ao Senhor Kṛṣṇa. Ainda assim, não queremos. Somos tão caídos que não aceitamos nem esse tipo de tapasya. Muito embora essa tapasya seja muito fácil e agradável (susukhaṁ kartum avyayam), não concordamos em segui-la. Preferimos até mesmo ficar pelas ruas. Algumas pessoas preferem beber, fazer sexo e viver na rua. Então, o que se pode fazer?

The Kṛṣṇa consciousness movement is giving all facilities so that people may come here, chant, dance, live very peacefully, take kṛṣṇa-prasāda, and be happy, but people will not accept it. That is called misfortune. Caitanya Mahāprabhu, portraying the people of this age, therefore said, “I am so unfortunate that I have no attachment for chanting Hare Kṛṣṇa.” Lord Caitanya prayed:

O movimento da consciência de Kṛṣṇa está dando todas as facilidades para que as pessoas venham, cantem, dancem, vivam muito pacificamente, aceitem kṛṣṇa-prasāda e sejam felizes, mas elas não querem. O nome disso é “infortúnio”. O Senhor Caitanya Mahāprabhu, retratando as pessoas desta era, disse: “Eu sou tão desafortunado que não tenho apego pelo cantar de Hare Kṛṣṇa”. Ele orava:

nāmnām akāri bahudhā nija-sarva-śaktis
tatrārpitā niyamitaḥ smaraṇe na kālaḥ
etādṛśī tava kṛpā bhagavan mamāpi
durdaivam īdṛśam ihājani nānurāgaḥ
nāmnām akāri bahudhā nija-sarva-śaktis
tatrārpitā niyamitaḥ smaraṇe na kālaḥ
etādṛśī tava kṛpā bhagavan mamāpi
durdaivam īdṛśam ihājani nānurāgaḥ

(Śikṣāṣṭaka 2)

(Śikṣāṣṭaka 2)

Kṛṣṇa, the transcendental holy name of God, has all potencies, Lord Caitanya said. Kṛṣṇa has unlimited potencies, and similarly in the holy name of Kṛṣṇa there are unlimited potencies. Kṛṣṇa has thousands and thousands of names, of which the name Kṛṣṇa is the chief, and there are no hard and fast rules for chanting. It is not that one must chant at a certain time. No. At any time one may chant. Furthermore, Kṛṣṇa’s name is identical with Kṛṣṇa Himself. Therefore the holy name of Kṛṣṇa is Kṛṣṇa.

“Kṛṣṇa”, o transcendental santo nome de Deus, tem todas as potências, disse o Senhor Caitanya. Kṛṣṇa tem potências ilimitadas, e, da mesma forma, no santo nome de Kṛṣṇa, existem potências ilimitadas. Kṛṣṇa tem milhares e milhares de nomes, dentre os quais “Kṛṣṇa” é o principal. E não existem regras estritas e difíceis para cantá-los. Não é que se tenha uma hora certa para cantar. Não. Pode-se cantar a qualquer momento. Além disso, o nome de Kṛṣṇa é idêntico a Ele mesmo. Por conseguinte, o santo nome de Kṛṣṇa é Kṛṣṇa.

We should not think that Kṛṣṇa is living in His abode, Goloka Vṛndāvana, and that His name is different from Him. In the material world, of course, in the material conception, a name is different from the fact it represents. But in the absolute world there are no such differences. The name is as potent as Kṛṣṇa is. We have a tongue, and if we use this tongue to chant Hare Kṛṣṇa, we shall immediately come directly in touch with Kṛṣṇa, because the name Kṛṣṇa and the person Kṛṣṇa are not different. We may think that Kṛṣṇa is far, far away, but in fact Kṛṣṇa is within us. He is far away, but at the same time He is the nearest. But even if we think that Kṛṣṇa is far, far away, His name is present. We can chant Hare Kṛṣṇa, and Kṛṣṇa will immediately become available. Kṛṣṇa is available in this easy way, for which there are no hard and fast rules. We can chant at any time and immediately get Kṛṣṇa. Just see the mercy of Kṛṣṇa!

Não devemos pensar que Kṛṣṇa esteja vivendo em Seu reino, Goloka Vṛndāvana, e que Seu nome seja diferente dEle. No mundo material, na concepção material, certamente um nome é diferente do fato ou coisa que representa, mas, no mundo absoluto, não existem tais diferenças. O nome é tão potente quanto o próprio Kṛṣṇa. Nós temos uma língua e, se a utilizarmos para cantar Hare Kṛṣṇa, entraremos imediatamente em contato direto com Kṛṣṇa, porque o nome “Kṛṣṇa” e a pessoa Kṛṣṇa não são diferentes. Podemos pensar que Kṛṣṇa esteja longe, muito longe, mas, na verdade, Kṛṣṇa está dentro de nós. Ele está muito longe, mas, ao mesmo tempo, é quem está mais perto. Mesmo se pensarmos que Kṛṣṇa está muito longe, Seu nome está aqui. Podemos cantar Hare Kṛṣṇa, e Kṛṣṇa imediatamente estará ao nosso alcance. Kṛṣṇa é obtenível dessa maneira simples, e não existem regras estritas e difíceis. Podemos cantar a qualquer momento e conseguir Kṛṣṇa imediatamente. Quão grande é a misericórdia de Kṛṣṇa!

Therefore Caitanya Mahāprabhu says, etādṛśī tava kṛpā bhagavan mamāpi durdaivam īdṛśam ihājani nānurāgaḥ: “My dear Lord, You have given me such generous facilities by which to contact You, but I am so unfortunate that I have no attachment for these things. I have attachment for so many other things, but I have no attachment for chanting Hare Kṛṣṇa. This is my misfortune.” Kṛṣṇa is so magnanimous that He is present before us by the transcendental vibration of His name, which has all the potencies of Kṛṣṇa Himself, and if we remain in contact with that name we shall get all the benefits of Kṛṣṇa’s benedictions. But still we are not inclined to chant the Hare Kṛṣṇa mantra. This is our misfortune.

Por isso, Caitanya Mahāprabhu diz, etādṛśī tava kṛpā bhagavan mamāpi durdaivam īdṛśam ihājani nānurāgaḥ: “Meu querido Senhor, o Senhor me deu facilidades imensas para me aproximar do Senhor, mas Eu sou tão desafortunado que não tenho atração por tais facilidades. Estou muito apegado a outras coisas, e não tenho vontade de cantar Hare Kṛṣṇa. Eis o meu infortúnio”. Kṛṣṇa é tão magnânimo que Se apresentou diante de nós na forma de uma vibração sonora, o santo nome que tem as mesmas potências dEle mesmo, e, se nos mantivermos em contato com tal nome, receberemos todos os benefícios das bênçãos de Kṛṣṇa. Ainda assim, porém, não nos sentimos inclinados a cantar o mantra Hare Kṛṣṇa. Essa é a nossa má sorte.

A devotee, however, is never disturbed by dangers, reverses, or calamities. Rather, he welcomes them. Because he is a surrendered soul, he knows that both dangers and festivals are but different demonstrations of Kṛṣṇa, who is absolute. In the śāstra, the Vedic literature, it is said that religion and irreligion, which are complete opposites, are merely the front portion and the back portion of God. But is there any difference between God’s front and God’s back? God is absolute, and therefore a devotee, either in opulence or in danger, is undisturbed, knowing that both of these are Kṛṣṇa.

Um devoto, entretanto, nunca se perturba com perigos, reveses ou calamidades. Ao contrário, ele dá boas-vindas aos mesmos. Por ser uma alma rendida, o devoto sabe que tanto os perigos quanto as alegrias são diferentes demonstrações de Kṛṣṇa, que é absoluto. No śāstra, a literatura védica, é dito que religião e irreligião, que são completamente opostas, são apenas a frente e as costas de Deus. Mas existe alguma diferença entre a frente e as costas de Deus? Não. Sendo Deus absoluto, um devoto, tanto na opulência quanto no perigo, é imperturbável, sabendo que ambos são Kṛṣṇa.

When a devotee is in danger, he thinks, “Now Kṛṣṇa has appeared before me as danger.” In His form of Nṛsiṁhadeva, the Lord was dangerous to the demon Hiraṇyakaśipu, but the same Nṛsiṁhadeva was the supreme friend to the devoted Prahlāda Mahārāja. God is never dangerous to the devotee, and the devotee is never afraid of dangers, because he is confident that the danger is but another feature of God. “Why should I be afraid?” the devotee thinks. “I am surrendered to Him.”

Quando em perigo, o devoto pensa: “Agora Kṛṣṇa apareceu diante de mim como o perigo”. Na Sua forma de Nṛsiṁhadeva, o Senhor foi perigoso para o demônio Hiraṇyakaśipu, mas o mesmo Nṛsiṁhadeva foi o amigo supremo do devoto Prahlāda Mahārāja. Deus nunca é perigoso para o devoto, e esse nunca teme os perigos, porque está confiante de que eles são apenas outra forma de Deus. “Por que eu deveria ter medo?”, o devoto pensa. “Eu sou rendido a Ele”.

Therefore Kuntīdevī says, vipadaḥ santu: “Let there be calamities.” Vipadaḥ santu tāḥ śaśvat: “Let all those calamities happen again and again.” Because she knows how to remember Kṛṣṇa at times of danger, she is welcoming danger. “My dear Lord,” she says, “I welcome dangers, because when dangers come I can remember You.” When Prahlāda Mahārāja’s father was putting him into dangerous predicaments, Prahlāda was always thinking of Kṛṣṇa. So if we are put into a dangerous position and that danger gives us an impetus to remember Kṛṣṇa, that is welcome: “Oh, I am getting this opportunity to remember Kṛṣṇa.” Why is this welcome? It is welcome because seeing Kṛṣṇa or remembering Kṛṣṇa means advancing in spiritual life so that we will not have to suffer any more of these dangers. Tyaktvā dehaṁ punar janma naiti mām eti so ’rjuna (Bhagavad-gītā 4.9). If one becomes advanced in Kṛṣṇa consciousness, the result will be that after giving up the body (tyaktvā deham) one will not have to take birth again in this material world (punar janma naiti). This is to be desired.

Portanto, Kuntīdevī diz, vipadaḥ santu: “Que haja calamidades”. Vipadaḥ santu tāḥ śaśvat: “Deixe que essas calamidades aconteçam repetidamente”. Porque sabe como lembrar-se de Kṛṣṇa nos momentos de perigo, ela está dando boas-vindas aos perigos. “Meu querido Senhor”, ela diz, “dou boas-vindas aos perigos porque, quando eles vêm, eu posso me lembrar de Você”. Quando o pai de Prahlāda Mahārāja o colocava em situações perigosas, Prahlāda sempre pensava em Kṛṣṇa. Assim, se somos postos em uma posição perigosa, e essa situação nos faz pensar em Kṛṣṇa, devemos lhe dar boas-vindas. “Ah! Estou recebendo esta oportunidade para pensar em Kṛṣṇa”. Por que é bom que isso aconteça? É bom porque ver Kṛṣṇa, ou lembrar-se de Kṛṣṇa, significa avançar na vida espiritual, e o resultado será que não teremos mais que sofrer nenhum desses perigos. Tyaktvā dehaṁ punar janma naiti mām eti so ’rjuna (Bhagavad-gītā 4.9). Para quem avança na consciência de Kṛṣṇa, o resultado será que, depois de abandonar o corpo (tyaktvā dehaṁ), não terá de nascer mais neste mundo material (punar janma naiti). Todos devem desejar isso.

Suppose I am very comfortable at the present moment. My body may be comfortable, but there will be death, and then another birth. After giving up my present body, if I get the body of a cat or a dog, what is the meaning of my comfortable position? Death is sure, and after death one must surely accept another body. We may not know what kind of body we shall get, but we can know from the śāstra, the Vedic literature. The śāstra says that according to our particular mentality, we will get a particular kind of body. Although I may be in a comfortable position, if I keep myself in the mentality of a dog, I shall get my next life as a dog. Therefore, what is the value of this comfortable position? I may be in a comfortable position for twenty years, thirty years, fifty years, or at the utmost one hundred years. Yet if, when I give up this body, my mentality causes me to become a cat, a dog, or a mouse, what is the benefit of this comfortable position? But people do not consider this. They think, especially in the present age, “I am now in a comfortable position. I have enough money and a good estate. I have ample comforts and enough food. When this body is finished, I am not going to take birth again, so as long as I am living, let me enjoy life.” This is the modern philosophy of hedonism, but it does not correspond to the facts.

Suponha que, no presente momento, eu me encontre numa condição muito confortável. Meu corpo pode estar confortável, mas ainda assim existe a morte, e, em seguida, outro nascimento. Depois de abandonar meu presente corpo, se conseguir um corpo de gato ou cachorro, qual será o valor da minha condição confortável? A morte é certa, e depois da morte a pessoa terá certamente de aceitar outro corpo. Podemos não saber que tipo de corpo obteremos, mas podemos consultar o śāstra, a literatura védica. O śāstra diz que, de acordo com nossa mentalidade individual, obteremos um corpo específico. Embora esteja numa posição confortável, se eu mantiver uma mentalidade canina, meu próximo corpo será o de um cão. Então, qual será o valor da minha posição confortável? Eu posso ficar numa situação confortável por vinte anos, trinta anos, cinquenta anos, ou, no máximo, cem anos. Mas se, por acaso, no momento da morte, minha mentalidade me forçar a aceitar o corpo de um rato, gato ou cachorro, que benefício terei obtido da minha situação confortável? Contudo, as pessoas não pensam nisso. Especialmente nesta era elas pensam: “Agora me encontro numa ótima posição. Tenho uma ótima conta bancária e prestígio. Tenho todos os confortos e comida suficiente. Quando este corpo acabar, tudo estará acabado. Eu não terei que nascer novamente. Então, enquanto eu viver, deixe-me aproveitar a vida”. Esta é a filosofia moderna do hedonismo, mas ela não corresponde aos fatos.

Kuntī, however, is aware of birth and death, and she is anxious not to repeat this process. This is indicated by the words apunar bhava-darśanam. If one always sees Kṛṣṇa, one is in Kṛṣṇa consciousness, for Kṛṣṇa consciousness means always thinking of Kṛṣṇa. One’s consciousness should be absorbed in Kṛṣṇa thought. Therefore the spiritual master gives different varieties of engagements to devotees in Kṛṣṇa consciousness. For example, under the direction of the spiritual master the devotees may sell books in Kṛṣṇa consciousness. But if the devotees think that the energy invested in selling books should be diverted into selling jewelry, that is not a very good idea. Then they would become nothing more than jewelers. We should be very much careful not to be diverted from Kṛṣṇa consciousness. Even if there is danger or suffering in Kṛṣṇa consciousness, we should tolerate it. We should even welcome such danger, and we should pray in appreciation to Kṛṣṇa.

Kuntī, entretanto, está consciente do nascimento e da morte e está ansiosa para que esse processo não se repita. Isto é indicado pelas palavras apunar bhava-darśanam. Quem sempre vê Kṛṣṇa está em consciência de Kṛṣṇa, porque consciência de Kṛṣṇa significa pensar sempre em Kṛṣṇa. A consciência da pessoa deve estar absorta em pensar em Kṛṣṇa. Portanto, o mestre espiritual oferece diferentes tipos de ocupações para os devotos em consciência de Kṛṣṇa. Sob a orientação do mestre espiritual, por exemplo, o devoto pode distribuir livros sobre a consciência de Kṛṣṇa. Mas se os devotos acham que a energia utilizada na venda de livros seria melhor aproveitada na venda de joias, essa ideia não é muito boa. Dessa forma, eles não seriam mais do que joalheiros. Devemos sempre ter cuidado para não nos afastarmos da consciência de Kṛṣṇa. Mesmo se houver sofrimento ou perigo na consciência de Kṛṣṇa, devemos tolerá-los. Deveríamos mesmo era dar boas-vindas a tal perigo, e orar em agradecimento a Kṛṣṇa.

How should we pray? Tat te ’nukampāṁ susamīkṣamāṇaḥ: “My dear Lord, it is Your great mercy that I have been put into this dangerous position.” That is the viewpoint of a devotee. He doesn’t regard danger as danger. Rather, he thinks, “It is Kṛṣṇa’s mercy.” What kind of mercy? Bhuñjāna evātma-kṛtaṁ vipākam: “Because of my past activities, I was meant to suffer very much. But You are mitigating that suffering and giving me only a little.” In other words, by the grace of Kṛṣṇa a devotee may receive only token punishment.

Como deveríamos orar? Tat te ’nukampāṁ susamīkṣamāṇaḥ: “Meu querido Senhor, é devido à Sua misericórdia que estou nessa situação perigosa”. Esta é a visão do devoto. Ele não vê o perigo como tal. Ao contrário, ele pensa: “É a misericórdia de Kṛṣṇa”. Que tipo de misericórdia? Bhuñjāna evātma-kṛtaṁ vipākam: “Devido às minhas atividades passadas, eu estava destinado a sofrer muito. Mas o Senhor está mitigando esse sofrimento e me dando só um pouquinho”. Em outras palavras, pela graça de Kṛṣṇa, o devoto pode receber só um pouco do castigo que o aguardava.

In court an important man is sometimes found to be a culprit, and the judge may be able to fine him a hundred thousand dollars and know that the man can pay it. But he may tell the man, “You just give one cent.” That is also punishment, but it is greatly minimized. Similarly, we have to suffer for our past deeds. That is a fact, and we cannot avoid it. But karmāṇi nirdahati kintu ca bhakti-bhājām (Brahma-saṁhitā 5.54): the sufferings of those who engage in devotional service in Kṛṣṇa consciousness are minimized. For example, one may have been destined to be killed, but instead of being killed with a knife, he may instead get some little cut on his finger. In this way, for those who engage in devotional service, the reactions of past activities are minimized. Lord Kṛṣṇa assures His devotees, ahaṁ tvāṁ sarva-pāpebhyo mokṣayiṣyāmi: “I shall give you protection from the reactions of sinful life.” So even if a devotee has a history of very grievous criminal activities behind him, instead of being killed he may only get a little cut on his finger. Why then should a devotee fear danger?

Num julgamento, um homem pode ser considerado criminoso e o juiz estabelecer a fiança em cem mil dólares, sabendo que o homem é capaz de pagá-la. Mas ele também pode dizer: “Dê-me apenas um centavo”. Isto também é punição, mas bem reduzida. De forma semelhante, devemos sofrer por nossas atividades passadas. Isto é um fato que não devemos esquecer. Mas karmāṇi nirdahati kintu ca bhakti-bhājām (Brahma-saṁhitā 5.54): o sofrimento daqueles que se ocupam em serviço devocional em consciência de Kṛṣṇa é minimizado. Por exemplo: alguém poderia estar destinado a ser assassinado, mas, em vez de ser morto a facadas, pode sofrer apenas um corte em seu dedo. Desta maneira, para aqueles que se ocupam em serviço devocional as reações das atividades passadas são minimizadas. O Senhor Kṛṣṇa assegura a Seus devotos, ahaṁ tvāṁ sarva-pāpebhyo mokṣayiṣyāmi: “Eu prometo protegê-lo das reações da vida pecaminosa”. Então, mesmo que um devoto tenha um passado de atividades criminosas, ao invés de ser assassinado, pode sofrer apenas um corte no dedo. Por que, então, deveria o devoto temer o perigo?

We should simply depend on Kṛṣṇa consciousness, because if we live Kṛṣṇa consciously under all circumstances, we shall not return to this material world (apunar bhava-darśanam). If we repeatedly think of Kṛṣṇa, see Kṛṣṇa, read of Kṛṣṇa, work for Kṛṣṇa, and somehow or other remain in Kṛṣṇa consciousness, we benefit in such a way that we shall be saved from taking birth again in the material world. That is true benefit. But if we become a little comfortable because of other, materialistic engagements and we forget Kṛṣṇa and have to take birth again, then what is our benefit? We should be very careful about this. We should act in such a way that our Kṛṣṇa consciousness can under no circumstances be disturbed, even if there is heavy suffering. That is the instruction of Kuntīdevī.

Devemos simplesmente depender da consciência de Kṛṣṇa, porque se vivermos conscientes de Kṛṣṇa, sob todas as circunstâncias, não voltaremos a este mundo material (apunar bhava-darśanam). Se sempre pensarmos em Kṛṣṇa, virmos Kṛṣṇa, lermos sobre Kṛṣṇa, trabalharmos para Kṛṣṇa e, de uma forma ou outra, permanecermos em consciência de Kṛṣṇa, nosso benefício será tal que seremos salvos de um novo nascimento no mundo material. Este é um benefício verdadeiro. Mas, se ficarmos muito confortáveis, devido a outras ocupações, e esquecermos Kṛṣṇa, teremos de nascer outra vez. E qual será o benefício? Devemos ter muito cuidado com isso e agir de tal maneira que nossa consciência de Kṛṣṇa nunca seja perturbada, em nenhuma circunstância, mesmo sob pesado sofrimento. Esta é a instrução de Kuntīdevī.

Before winning the Battle of Kurukṣetra, all the Pāṇḍavas were put into many dangers, as already described in the previous verses. They were given poison, they were put into a house of lac that was later set afire, and sometimes they were even confronted with great man-eating demons. They lost their kingdom, they lost their wife, they lost their prestige, and they were exiled to the forest. But throughout all those dangers, Kṛṣṇa was there. When the Kauravas were trying to strip Draupadī naked, Kṛṣṇa was there supplying cloth to protect her honor. Kṛṣṇa was always there.

Antes de vencer a Batalha de Kurukṣetra, os Pāṇḍavas foram postos em muitos perigos, como já foram descritos nos versos anteriores. Ofereceram-lhes veneno, foram postos numa casa de laca que foi incendiada, e, algumas vezes, foram atacados por grandes demônios canibais. Eles perderam o reino, a esposa, seu prestígio e foram exilados para a floresta. Mas, ao passarem por todos esses perigos, Kṛṣṇa estava presente. Quando os Kauravas tentaram desnudar Draupadī, Kṛṣṇa estava lá, suprindo tecido para proteger-lhe a honra. Kṛṣṇa estava sempre presente.

Therefore, when the Pāṇḍavas went to see their grandfather, Bhīṣmadeva, on his deathbed, Bhīṣmadeva began to cry. “These boys, my grandsons, are all very pious,” he said. “Mahārāja Yudhiṣṭhira, the oldest of the brothers, is the most pious person. He is even called Dharmarāja, the king of religion. Bhīma and Arjuna are both devotees, and they are such powerful heroes that they can kill thousands of men. Their wife, Draupadī, is directly the goddess of fortune, and it has been enjoined that wherever she is, there will be no scarcity of food. Thus they all form a wonderful combination, and moreover, Lord Kṛṣṇa is always with them. But still they are suffering.” Thus he began to cry, saying, “I do not know what is Kṛṣṇa’s arrangement, because such pious devotees are also suffering.”

Portanto, quando os Pāṇḍavas foram ver seu avô Bhīṣmadeva no leito de morte, este começou a chorar. “Esses rapazes, meus netos, são todos muito piedosos”, ele disse. “Mahārāja Yudhiṣṭhira, o irmão mais velho, é a pessoa mais piedosa. Ele é chamado de Dharmarāja, o rei da religião. Bhīma e Arjuna são devotos e heróis tão poderosos que podem matar milhares de homens. Sua esposa, Draupadī é diretamente a deusa da fortuna, e já foi declarado que onde quer que ela esteja nunca haverá falta de alimento. Assim, eles formam uma combinação maravilhosa, e, acima de tudo, o Senhor Kṛṣṇa está sempre com eles. Mas ainda assim, estão sofrendo”. Então, ele começou a chorar, dizendo: “Eu não conheço o plano de Kṛṣṇa, porque vejo devotos tão piedosos também sofrendo”.

Therefore, we should not think, “Because I have become a devotee, there will be no danger or suffering.” Prahlāda Mahārāja suffered greatly, and so did other devotees like the Pāṇḍavas and Haridāsa Ṭhākura. But we should not be disturbed by such sufferings. We must have firm faith, firm conviction, knowing, “Kṛṣṇa is present, and He will give me protection.” Don’t try to take the benefit of any shelter other than Kṛṣṇa. Always take to Kṛṣṇa.

Por conseguinte, não devemos pensar “Porque me tornei um devoto, não haverá mais perigo nem sofrimento”. Prahlāda Mahārāja sofreu enormemente, assim como outros devotos tais como os Pāṇḍavas e Haridāsa Ṭhākura. Mas não devemos deixar que estes sofrimentos nos perturbem. Devemos ter fé firme e convicção determinada, sabendo que “Kṛṣṇa está presente, e Ele me protegerá”. Não tente buscar o benefício de outro abrigo que não seja Kṛṣṇa. Recorra sempre a Kṛṣṇa.

In Bhagavad-gītā Lord Kṛṣṇa says, kaunteya pratijānīhi na me bhaktaḥ praṇaśyati: “My dear Arjuna, you may declare to the world that My devotee is never vanquished.” Now, one may ask, why did Kṛṣṇa advise Arjuna to declare this? Why did He not declare it Himself? The answer is that if Kṛṣṇa Himself made this declaration, it might be suspect, because Kṛṣṇa sometimes violates His own promise. But the promise of a devotee will never be violated. This is Kṛṣṇa’s concern. “Oh, My devotee has declared this. I must see that his word is kept.” This is Kṛṣṇa’s position because of His affection for His devotee. Therefore Lord Kṛṣṇa said, “You declare it. If I declare it, people may not believe it, but if you declare it they will believe you because you are a devotee.” Even though Kṛṣṇa may break His own promise, He wants to see that the promises of His devotees are fulfilled.

Na Bhagavad-gītā, o Senhor Kṛṣṇa diz, kaunteya pratijānīhi na me bhaktaḥ praṇaśyati: “Meu querido Arjuna, declare ao mundo que Meu devoto nunca perece”. Mas alguém pode perguntar: “Por que Kṛṣṇa pediu a Arjuna que declarasse isso? Por que Ele mesmo não fez essa declaração?” A resposta é que, se o próprio Kṛṣṇa a fizesse, ela seria suspeita, porque Kṛṣṇa, às vezes, quebra Sua própria promessa. Mas a promessa feita por um devoto nunca é violada. Kṛṣṇa pensa: “Oh! Meu devoto declarou isso. Tenho de cuidar para que sua palavra não seja violada”. Esta é a posição de Kṛṣṇa, devido à afeição que Ele sente por Seu devoto. Por isso, o Senhor Kṛṣṇa disse: “Declare você, isso. Se Eu o fizer, talvez as pessoas não acreditem, mas em você elas acreditarão, porque você é um devoto”. Embora Kṛṣṇa possa quebrar Sua promessa, Ele cuida para que as promessas de Seus devotos não sejam quebradas.

Therefore, we must take to Kṛṣṇa consciousness and adhere to this consciousness under all circumstances, even in the most dangerous position. We must keep our faith in Kṛṣṇa’s lotus feet, and then there will be no danger.

Por isso, devemos aceitar e aderir à consciência de Kṛṣṇa, sob todas as circunstâncias, mesmo na posição mais perigosa. Devemos manter nossa fé nos pés de lótus de Kṛṣṇa, em decorrência do que não haverá perigo.