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Bewildering Pastimes

Passatempos Desconcertantes

na veda kaścid bhagavaṁś cikīrṣitaṁ
tavehamānasya nṛṇāṁ viḍambanam
na yasya kaścid dayito ’sti karhicid
dveṣyaś ca yasmin viṣamā matir nṛṇām
na veda kaścid bhagavaṁś cikīrṣitaṁ
tavehamānasya nṛṇāṁ viḍambanam
na yasya kaścid dayito ’sti karhicid
dveṣyaś ca yasmin viṣamā matir nṛṇām

O Lord, no one can understand Your transcendental pastimes, which appear to be human and so are misleading. You have no specific object of favor, nor do You have any object of envy. People only imagine that You are partial.

Ó Senhor, ninguém pode entender Teus passatempos transcendentais, que parecem ser humanos e são tão desconcertantes! A Ti, ninguém é objeto especial de favores, nem tens algum objeto de inveja. As pessoas apenas imaginam que Tu és parcial.

Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.29

Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.29

The Lord’s mercy upon the fallen souls is equally distributed. He has no one as the specific object of hostility. The very conception of the Personality of Godhead as a human being is misleading. His pastimes appear to be exactly like a human being’s, but actually they are transcendental and without any tinge of material contamination. He is undoubtedly known as partial to His pure devotees, but in fact He is never partial, as much as the sun is never partial to anyone. By utilizing the sun rays, sometimes even the stones become valuable, whereas a blind man cannot see the sun, although there are enough sun rays before him. Darkness and light are two opposite conceptions, but this does not mean that the sun is partial in distributing its rays. The sun rays are open to everyone, but the capacities of the receptacles differ. Foolish people think that devotional service is flattering the Lord to get special mercy. Factually the pure devotees who are engaged in the transcendental loving service of the Lord are not a mercantile community. A mercantile house renders service to someone in exchange for values. The pure devotee does not render service unto the Lord for such exchange, and therefore the full mercy of the Lord is open for him. Suffering and needy men, inquisitive persons, or philosophers make temporary connections with the Lord to serve a particular purpose. When the purpose is served, there is no more relation with the Lord. A suffering man, if he is pious at all, prays to the Lord for his recovery. But as soon as the recovery is over, in most cases the suffering man no longer cares to keep any connection with the Lord. The mercy of the Lord is open for him, but he is reluctant to receive it. That is the difference between a pure devotee and a mixed devotee. Those who are completely against the service of the Lord are considered to be in abject darkness; those who ask for the Lord’s favor only at the time of necessity are partial recipients of the mercy of the Lord; and those who are cent-percent engaged in the service of the Lord are full recipients of the mercy of the Lord. Such partiality in receiving the Lord’s mercy is relative to the recipient, and it is not due to the partiality of the all-merciful Lord.

A misericórdia do Senhor para com as almas caídas é distribuída igualmente. Ninguém é para Ele objeto especial de hostilidade. A própria concepção da Personalidade de Deus como um ser humano é desconcertante. Seus passatempos parecem ser exatamente como os de um ser humano, mas, na verdade, eles são transcendentais e sem nenhum vestígio de contaminação material. Ele é, sem dúvida, conhecido como parcial para com Seus devotos puros. Mas, na verdade, Ele nunca é parcial, assim como o sol não é parcial com ninguém. Pela influência dos raios do Sol, às vezes até mesmo as pedras se tornam preciosas, ao passo que um homem cego não pode ver o Sol, embora haja suficientes raios-de-sol diante dele. Escuridão e luz são duas concepções opostas, mas isso não significa que o Sol seja parcial na distribuição de seus raios. Os raios do Sol estão disponíveis para todos, mas as capacidades dos receptadores diferem. Os tolos pensam que serviço devocional seja adular o Senhor para obter misericórdia especial. Na verdade, os devotos puros, que estão ocupados em serviço transcendental amoroso ao Senhor, não são uma comunidade mercantil. Uma casa comercial presta serviços em troca de valores. Mas os devotos puros do Senhor não agem com essa consciência e, por isso, recebem a misericórdia total do Senhor. Homens sofredores e necessitados, pessoas curiosas ou filósofos estabelecem contato temporário com o Senhor, por propósitos particulares. Quando o objetivo é atingido, cessa a relação com o Senhor. Um homem que está sofrendo, caso seja realmente piedoso, ora ao Senhor por sua recuperação. Mas, tão logo se recupere, na maioria dos casos, não tem mais interesse em manter qualquer contato como Senhor. A misericórdia do Senhor esta à sua disposição, mas ele reluta em aceitá-la. Essa é a diferença entre o devoto puro e o devoto misto. Aqueles que se opõem completamente ao serviço devocional ao Senhor são considerados como estando em abjeta escuridão; aqueles que pedem o favor do Senhor apenas em momentos de necessidade são recipientes parciais da Sua misericórdia, e aqueles que estão cem por cento ocupados no serviço ao Senhor são recipientes completos da misericórdia do Senhor. Essa parcialidade no recebimento da misericórdia do Senhor é relativa ao recipiente e não significa que o Senhor todo-misericordioso seja parcial.

When the Lord descends on this material world by His all-merciful energy, He plays like a human being, and therefore it appears that the Lord is partial to His devotees only, but that is not a fact. Despite such an apparent manifestation of partiality, His mercy is equally distributed. In the Battlefield of Kurukṣetra all persons who died in the fight before the presence of the Lord got salvation without the necessary qualifications, because death before the presence of the Lord purifies the passing soul from the effects of all sins, and therefore the dying man gets a place somewhere in the transcendental abode. Somehow or other if someone puts himself open in the sun rays, he is sure to get the requisite benefit both by heat and by ultraviolet rays. Therefore, the conclusion is that the Lord is never partial. It is wrong for the people in general to think of Him as partial.

Quando o Senhor desce a este mundo material, através de Sua energia todo-misericordiosa, Ele atua como um ser humano, e, por isso, parece que o Senhor é parcial apenas com Seus devotos. Mas isso não é verdade. A despeito dessa manifestação aparente de parcialidade, Sua misericórdia é distribuída igualmente. No Campo de Batalha de Kurukṣetra, todas as pessoas que morreram na presença do Senhor obtiveram a salvação, mesmo sem as qualificações necessárias, porque a morte na presença do Senhor purifica a alma dos efeitos de todos os pecados. Portanto, o moribundo obtém um lugar em alguma parte da morada transcendental. De alguma forma, alguém que se expõe aos raios do Sol obterá o devido benefício do calor e dos raios ultravioleta. Conclui-se, portanto, que o Senhor nunca é parcial. É um erro pensarmos que Ele seja parcial.

The Lord says in Bhagavad-gītā (4.8):

O Senhor diz na Bhagavad-gītā (4.8):

paritrāṇāya sādhūnāṁ
vināśāya ca duṣkṛtām
dharma-saṁsthāpanārthāya
sambhavāmi yuge yuge
paritrāṇāya sādhūnāṁ
vināśāya ca duṣkṛtām
dharma-saṁsthāpanārthāya
sambhavāmi yuge yuge

“In order to deliver the pious and to annihilate the miscreants, as well as to reestablish the principles of religion, I advent Myself millennium after millennium.”

“Para proteger os piedosos e aniquilar os canalhas, bem como para restabelecer os princípios religiosos, Eu próprio advenho, milênio após milênio”.

When God incarnates, He has two missions – to vanquish the demons and deliver the sādhus, the faithful devotees. The word sādhūnām, which means “saintly persons,” refers to devotees. It has nothing to do with worldly honesty or dishonesty, morality or immorality; it has nothing to do with material activities. Sometimes we may think that the word sādhu refers to a person who is materially good or moral, but actually the word sādhu refers to one who is on the transcendental platform. A sādhu, therefore, is a devotee, because one who engages in devotional service is transcendental to material qualities (sa guṇān samatītyaitān).

Quando desce, Deus tem duas missões: aniquilar os demônios e libertar os sādhus, os devotos sinceros. A palavra sādhūnām, que significa “pessoas santas”, refere-se aos devotos. Ela não tem nada a ver com honestidade ou desonestidade, moralidade ou imoralidade mundanas; não tem que ver com atividades materiais. Às vezes, podemos pensar que a palavra sādhu se refira a uma pessoa que seja materialmente boa e íntegra; mas, na verdade, ela se refere àquele que está na plataforma transcendental. Um sādhu, portanto, é um devoto, porque a pessoa que se ocupa em serviço devocional é transcendental às qualidades materiais (sa guṇān samatītyaitān).

Now, the Lord comes to deliver the devotees (paritrāṇāya sādhūnām), but it is clearly stated in Bhagavad-gītā (14.26) that a devotee transcends the material qualities (sa guṇān samatītyaitān). A devotee is in a transcendental position because he is no longer under the control of the three material modes of nature – goodness, passion, and ignorance. But if a sādhu is already delivered, being on the transcendental platform, then where is the necessity of delivering him? This question may arise. The Lord comes to deliver the devotee, but the devotee is already delivered. Therefore the word viḍambanam, meaning “bewildering,” is used in this verse because this appears contradictory.

O Senhor vem para libertar os devotos (paritrāṇāya sādhūnām), mas está dito claramente na Bhagavad-gītā (14.26): o devoto transcende as qualidades materiais (paritrāṇāya sādhūnāṁ). Um devoto está na posição transcendental, porque não está mais sob o controle dos três modos materiais da natureza – bondade, paixão e ignorância. “Mas, se um sādhu está liberado, estando na plataforma transcendental, qual é, então, a necessidade de libertá-lo?”, esta pergunta pode surgir. O Senhor vem para libertar o devoto, mas o devoto já está livre. Essa aparente contradição é a razão pela qual se usa, neste verso, a palavra viḍambanam, que significa desconcertante.

The answer to this contradiction is that a sādhu, a devotee, does not require deliverance, but because he is very much anxious to see the Supreme Lord face to face, Kṛṣṇa comes not to deliver him from the clutches of matter, from which he has already been delivered, but to satisfy his inner desire. Just as a devotee wants to satisfy the Lord in all respects, the Lord even more wants to satisfy the devotee. Such are the exchanges of loving affairs. Even in our ordinary dealings, if we love someone we want to satisfy him or her, and he or she also wants to reciprocate. So if the reciprocation of loving affairs exists in this material world, in what an elevated way must it exist in the spiritual world. There is a verse in which the Lord says, “The sādhu is My heart, and I am also the sādhu’s heart.” The sādhu is always thinking of Kṛṣṇa, and Kṛṣṇa is always thinking of the sādhu, His devotee.

A resposta para essa contradição é que um sādhu, um devoto, não necessita de liberação. Mas, porque está muito ansioso por ver o Senhor Supremo face a face, Kṛṣṇa vem – não para libertá-lo das garras da matéria, das quais ele já está livre – mas, sim, para satisfazer seu desejo interno. Da mesma forma que um devoto deseja satisfazer o Senhor de todas as maneiras, o Senhor tem o desejo, ainda mais intenso, de satisfazer o devoto. Assim são os intercâmbios nos assuntos amorosos. Mesmo em nossos relacionamentos comuns, desejamos satisfazer a pessoa amada, e vice-versa. Então, se o intercâmbio nos assuntos amorosos existe mesmo neste mundo material, imagine de que forma superior esse intercâmbio deve existir no mundo espiritual. Há um verso no qual o Senhor diz: “O sādhu é Meu coração, e Eu também sou o coração do sādhu”. O sādhu está sempre pensando em Kṛṣṇa, e Kṛṣṇa está sempre pensando no sādhu, Seu devoto.

The appearance and disappearance of the Lord within this material world are called cikīrṣitam, pastimes. It is Kṛṣṇa’s pastime that He comes. Of course, when the Lord comes He has some work to perform – to protect the sādhu and kill those who are against the sādhu – but both of these activities are His pastimes.

O aparecimento e desaparecimento do Senhor neste mundo material são chamados de cikīrṣitam, passatempos. É por passatempo que Kṛṣṇa vem. Evidentemente, quando vem, o Senhor tem algum trabalho a realizar – proteger o sādhu e matar os que são contra o sādhu –, mas ambas as atividades são Seus passatempos.

The Lord is not envious. The killing of the demons is also a display of His affection. Sometimes we may punish our children by giving them a very strong slap because of love. Similarly, when Kṛṣṇa kills a demon this killing is not on the platform of material jealousy or envy, but on the platform of affection. Therefore it is mentioned in the śāstras, the Vedic literatures, that even the demons killed by the Lord attain immediate salvation. Pūtanā, for example, was a demoniac witch who wanted to kill Kṛṣṇa. When Kṛṣṇa was performing pastimes as a small child, she coated the nipple of her breast with poison and approached Kṛṣṇa’s home to offer the milk of her breast. “When Kṛṣṇa sucks my nipple,” she thought, “the child will immediately die.” But that was not possible. Who can kill Kṛṣṇa? Instead she herself was killed, for Kṛṣṇa sucked the nipple and also sucked out her life altogether. But what was the result? Kṛṣṇa took the bright side. “This demoniac woman came to kill Me,” He thought, “but somehow or other I have sucked her breast milk, so she is My mother.” Thus Pūtanā attained the position of Kṛṣṇa’s mother in the spiritual world. This is explained in the Śrīmad-Bhāgavatam, where Uddhava says to Vidura that Kṛṣṇa is so kind, God is so kind, that even the witch who wanted to kill Him with poison was accepted as His mother. “Since Kṛṣṇa is such a kind God,” he said, “whom else shall I worship but Kṛṣṇa?”

O Senhor não é invejoso. O matar de demônios também é uma demonstração de Sua afeição. De vez em quando punimos nossos filhos, dando-lhes umas boas palmadas, mas o fazemos por amor. Da mesma maneira, quando Kṛṣṇa mata um demônio, esse matar não está na plataforma da inveja ou ciúme materiais, e, sim, na plataforma da afeição. Por conseguinte, está mencionado nos śāstras, as literaturas védicas, que mesmo os demônios mortos pelo Senhor alcançam imediatamente a salvação. Pūtanā, por exemplo, era uma bruxa demoníaca que desejou matar Kṛṣṇa. Quando Kṛṣṇa estava realizando Seus passatempos como uma criancinha, ela untou o bico de seio com veneno e se aproximou da casa de Kṛṣṇa para oferecer-Lhe seu leite. “Quando Kṛṣṇa mamar no meu seio”, ela pensou, “morrerá instantaneamente”. Mas isso não é possível. Quem pode matar Kṛṣṇa? Na verdade, quem morreu foi ela, porque Kṛṣṇa mamou em seu seio retirando o leite e sua vida juntos. Mas qual foi o resultado? Kṛṣṇa viu o lado bom. “Esta mulher demoníaca veio matar-Me”, Ele pensou, “mas, de uma forma ou outra, Eu tomei o leite de seu seio. Então, ela é Minha mãe”. Assim, Pūtanā alcançou a posição de mãe de Kṛṣṇa no mundo espiritual. Isso é explicado no Śrīmad-Bhāgavatam, onde Uddhava diz a Vidura que Kṛṣṇa é tão bondoso, Deus é tão bondoso, que mesmo a bruxa que desejou matá-lO com veneno foi aceita como Sua mãe. “Visto que Kṛṣṇa é um Deus tão bondoso”, ele disse, “quem mais deveríamos adorar além dEle?”

Kuntīdevī says, na yasya kaścid dayitaḥ. The word dayita means “favorite.” Kṛṣṇa favors no one. Dveṣyaś ca: and no one is His enemy. We expect some benediction or profit from a friend and harmful activities from an enemy, but Kṛṣṇa is so perfect that no one can harm Him nor can anyone give Him anything. So who can be His friend or enemy? Na yasya kaścid dayito ’sti: He doesn’t need anyone’s favor. He is complete. I may be a very poor man, and therefore I may expect some favor from a friend, but that is because I am imperfect. Because I am not full, because I am deficient in so many ways, I am always needy, and therefore I want to create some friend, and similarly I hate an enemy. But since Kṛṣṇa is the Supreme, no one can harm Kṛṣṇa, nor can anyone give Kṛṣṇa anything.

Kuntīdevī diz: na yasya kaścid dayitaḥ. A palavra dayita significa “favorecer”. Kṛṣṇa não favorece ninguém. Dveṣyaś ca: e ninguém é Seu inimigo. Podemos esperar por alguma bênção ou lucro de um amigo e problemas de um inimigo, mas Kṛṣṇa é tão perfeito que ninguém pode Lhe criar problemas ou Lhe dar nada. Então, quem pode ser Seu amigo ou Seu inimigo? Na yasya kaścid dayito ’sti: Ele não precisa da ajuda de ninguém. Ele é completo. Devido à pobreza, podem-se esperar benefícios de algum amigo, mas isso acontece devido à nossa imperfeição. Pelo fato de não sermos completos e termos tantas deficiências, estamos sempre necessitados. Portanto, desejamos criar amizades, e, da mesma maneira, odiar nossos inimigos. Porém, uma vez que Kṛṣṇa é o Supremo, ninguém pode incomodá-lO nem Lhe dar nada.

Why then are we worshiping Kṛṣṇa in the temple by offering Kṛṣṇa so many comforts, dressing Him, decorating Him, and giving Him nice food? We should try to understand that Kṛṣṇa does not need our offerings of nice garments, flowers, or food, but if we give such offerings to Kṛṣṇa, we shall benefit. Thus it is Kṛṣṇa’s favor that He accepts such offerings. If one decorates oneself, one’s reflection in a mirror will also appear decorated. Similarly, since we are reflections of Kṛṣṇa, if we decorate Kṛṣṇa we also shall be decorated. In the Bible it is said that man was made in the image of God, and this means that we are reflections of God’s image. It is not that we invent or imagine some form of God according to our own form. Those who adhere to the Māyāvāda philosophy of anthropomorphism say, “The Absolute Truth is impersonal, but because we are persons we imagine that the Absolute Truth is also a person.” This is a mistake, and in fact just the opposite is true. We have two hands, two legs, and a head because God Himself has these same features. We have personal forms because we are reflections of God. Furthermore, we should philosophically understand that if the original person benefits, the reflection also benefits. So if we decorate Kṛṣṇa, we also shall be decorated. If we satisfy Kṛṣṇa, we shall become satisfied. If we offer nice food to Kṛṣṇa, we shall also eat the same food. Those who live outside the temples of Kṛṣṇa consciousness may never have imagined such palatable food as the food we are offering to Kṛṣṇa, but because it is being offered to Kṛṣṇa, we also have the opportunity to eat it. So we should try to satisfy Kṛṣṇa in all respects, and then we shall be satisfied in all respects.

Por que, então, adoramos Kṛṣṇa no templo, oferecendo-Lhe tantos confortos, vestindo-O, decorando-O e dando-Lhe tantos pratos saborosos? Devemos tentar compreender que Kṛṣṇa não necessita nossos oferecimentos de boa roupa, flores ou comida. Mas adorando-O assim, nos beneficiaremos. Então, é um favor que Kṛṣṇa nos faz ao aceitar esses oferecimentos. Quando alguém se veste bem, seu reflexo no espelho também estará bem vestido. Da mesma maneira, visto que somos reflexos de Kṛṣṇa, se decorarmos Kṛṣṇa nós também seremos decorados. Na Bíblia, está dito que o homem é feito à imagem de Deus, e isso significa que somos reflexos da imagem, da forma de Deus. Não é que inventamos ou imaginamos alguma forma para Deus, baseados em nossa própria forma. Aqueles que aderem à filosofia māyāvādā do antropomorfismo dizem: “A Verdade Absoluta é impessoal, mas, porque somos pessoas, imaginamos que a Verdade Absoluta também seja uma pessoa”. Isso é um engano. Na verdade, acontece o oposto. Temos duas mãos, duas pernas e uma cabeça porque o próprio Deus tem essas características. Temos formas pessoais porque somos reflexos de Deus. Ainda mais, devemos compreender filosoficamente que se a pessoa original se beneficia, o reflexo também se beneficia. Então, se decorarmos Kṛṣṇa, nós também seremos decorados. Se satisfizermos Kṛṣṇa, nós também ficaremos satisfeitos. Se oferecermos boa comida a Kṛṣṇa, nós também comeremos a mesma boa comida. Aqueles que vivem fora dos templos de Kṛṣṇa não podem nem imaginar que comida deliciosa se oferece a Kṛṣṇa. Mas, porque está sendo oferecida a Kṛṣṇa, nós também temos a oportunidade de comê-la. Por isso, deveríamos tentar satisfazer Kṛṣṇa em todos os sentidos, para também nos sentirmos satisfeitos.

Kṛṣṇa does not need our service, but He kindly accepts it. When Kṛṣṇa asks us to surrender unto Him (sarva-dharmān parityajya mām ekaṁ śaraṇaṁ vraja), this does not mean that Kṛṣṇa is lacking servants and that if we surrender He will profit. Kṛṣṇa can create millions of servants by His mere desire. So that is not the point. But if we surrender to Kṛṣṇa, we shall be saved, for Kṛṣṇa says, ahaṁ tvāṁ sarva-pāpebhyo mokṣayiṣyāmi: “I shall free you from all sinful reactions.” We are suffering here in this material world without any shelter. We even see many people loitering in the street, with no aim in life. When we go walking by the beach in the early morning, we see many young people sleeping or loitering there, aimless, confused, and not knowing what to do. But if we take shelter of Kṛṣṇa, then we shall know, “Oh, now I have found shelter.” Then there will be no more confusion, no more hopelessness. I receive so many letters daily from people expressing how they have found hope in Kṛṣṇa consciousness. Therefore, it is not a fact that Kṛṣṇa descended here merely to collect some servants. Rather, He descended for our benefit.

Kṛṣṇa não precisa de nosso serviço, mas Ele bondosamente o aceita. Quando Kṛṣṇa pede que nos rendamos a Ele (sarva-dharmān parityajya mām ekaṁ śaraṇaṁ vraja), isso não significa que Kṛṣṇa esteja precisando de servos e que, se nos rendermos, Ele Se beneficiará. Kṛṣṇa pode criar milhões de servos através de um simples desejo Seu. Então, esse não é o caso. Mas, se nos rendermos a Kṛṣṇa, seremos salvos, porque Kṛṣṇa diz, ahaṁ tvāṁ sarva-pāpebhyo mokṣayiṣyāmi: “Eu o livrarei de todas as reações pecaminosas”. Estamos sofrendo aqui neste mundo material, sem nenhum abrigo. Vemos até muitas pessoas vagueando, perambulando pelas ruas, sem um objetivo na vida. Quando passeamos pela praia, de manhã cedo, vemos muitos jovens dormindo ou perambulando, sem objetivo, confusos, sem saber o que fazer. Mas, quando nos abrigamos em Kṛṣṇa, sentimos: “Ah! Agora encontrei abrigo”. Então, não haverá mais confusão, nem desespero. Eu recebo diariamente muitas cartas de pessoas expressando como encontraram esperança na consciência de Kṛṣṇa. Portanto, não é um fato que Kṛṣṇa tenha vindo meramente para conseguir alguns servos. Ao contrário, Ele veio para nosso benefício.

Unfortunately, however, instead of becoming Kṛṣṇa’s servants, we are becoming servants of so many other things. We are servants of our senses and the sensual activities of lust, anger, greed, and illusion. Actually the whole world is serving in this way. But if we engage our senses in the service of Kṛṣṇa, we shall no longer be servants of the senses, but masters of the senses. When we have the strength to refuse to allow our senses to be engaged other than in the service of Kṛṣṇa, then we shall be saved.

Infelizmente, entretanto, ao invés de nos tornarmos servos de Kṛṣṇa, estamos servindo a tantas coisas diferentes. Somos servos de nossos sentidos e das atividades sensuais como luxúria, ira, inveja e ilusão. Na verdade, o mundo inteiro está assim iludido. Mas, se ocuparmos nossos sentidos no serviço a Kṛṣṇa, não seremos mais servos e, sim, senhores dos sentidos. Quando temos força para impedir que nossos sentidos se ocupem em outra coisa que não seja Kṛṣṇa, somos salvos.

Here Kuntīdevī says, “Your appearance in this material world is misleading, bewildering.” We think, “Kṛṣṇa has some mission, some purpose, and therefore He has appeared.” No, it is for His pastimes that He appears. For example, sometimes a governor goes to inspect a prison. He gets reports from the prison superintendent, so he has no business going there, but still he sometimes goes, thinking, “Let me see how they are doing.” This may be called a pastime because he is going by his free will. It is not that he has become subject to the laws of the prison. But still a foolish prisoner may think, “Oh, here the governor is also in prison. So we are equal. I am also governor.” Rascals think like that. “Because Kṛṣṇa has descended as an avatāra,” they say, “I am also an avatāra.” So here it is said, na veda kaścid bhagavaṁś cikīrṣitam: “No one knows the purpose of Your appearance and disappearance.” Tavehamānasya nṛṇāṁ viḍambanam: the Lord’s pastimes are bewildering. No one can understand their real purpose.

Aqui, Kuntīdevī diz: “Seu aparecimento neste mundo material é desorientador, desconcertante”. Nós pensamos: “Kṛṣṇa tem alguma missão, algum propósito, e, portanto, apareceu”. Não. É para executar Seus passatempos que Ele aparece. Por exemplo: de vez em quando, o governador inspeciona a prisão. Ele pode se informar com o superintendente da prisão e assim não tem necessidade de ir pessoalmente. Mas, às vezes, ele pensa: “Vejamos como os presos estão passando”. Isso pode ser chamado de passatempo, porque ele vai por vontade própria e não tem de se sujeitar às leis da prisão. Mas, ainda assim, um prisioneiro pode pensar: “Ah! O governador também está preso. Então, somos iguais. Eu também sou governador!” Sujeitos ignorantes pensam assim. “Porque Kṛṣṇa apareceu como um avatāra”, eles dizem, “eu também sou um avatāra”. Mas aqui está dito, na veda kaścid bhagavaṁś cikīrṣitam: “Ninguém conhece o propósito de Seu aparecimento e desaparecimento”. Tavehamānasya nṛṇāṁ viḍam-banam: os passatempos do Senhor são desconcertantes. Ninguém pode compreender seu verdadeiro propósito.

The real purpose of the Lord’s pastimes is His free will. He thinks, “Let Me go and see.” He doesn’t need to come to kill the demons. He has so many agents in the material nature that can kill them. For example, in a moment He can kill thousands of demons merely by a strong wind. Nor does He need to come to give protection to the devotees, for He can do everything simply by His will. But He descends to enjoy pleasure pastimes. “Let Me go and see.”

A verdadeira causa dos passatempos do Senhor é Sua livre e espontânea vontade. Ele pensa: “Deixe-Me ir e ver”. Ele não precisa vir para matar os demônios. Ele tem muitos agentes na natureza material que podem matá-los. Por exemplo: em um momento, Ele pode matar milhares de demônios apenas com fortes ventanias. Ele também não precisa vir para proteger os devotos, porque pode fazer qualquer coisa simplesmente através de Sua vontade. Mas Ele desce para desfrutar de passatempos que Lhe deem prazer. “Deixe-Me ir e ver”.

Sometimes Kṛṣṇa even wants to enjoy the pleasure pastimes of fighting. The fighting spirit is also in Kṛṣṇa, otherwise wherefrom have we gotten it? Because we are part and parcel of Kṛṣṇa, all the qualities of Kṛṣṇa are present in minute quantity within us. We are samples of Kṛṣṇa. Wherefrom do we get the fighting spirit? It is present in Kṛṣṇa. Therefore, just as a king sometimes engages a wrestler to fight with him, Kṛṣṇa also engages living entities to engage in fighting. The wrestler is paid to fight with the king. He is not the king’s enemy; rather, he gives pleasure to the king by mock fighting. But when Kṛṣṇa wants to fight, who will fight with Him? Not anyone ordinary. If a king wants to practice mock fighting, he will engage some very qualified wrestler. Similarly, Kṛṣṇa does not fight with anyone ordinary, but rather with some of His great devotees. Because Kṛṣṇa wants to fight, some of His devotees come down to this material world to become His enemies and fight with Him. For example, the Lord descended to kill Hiraṇyakaśipu and Hiraṇyākṣa. Should we think that these were ordinary living entities? No, they were the great devotees Jaya and Vijaya, who came to this world because Kṛṣṇa wanted to fight. In the Vaikuṇṭha world, the spiritual world, there is no possibility of fighting, because everyone there engages in Kṛṣṇa’s service. With whom will He fight? Therefore He sends some devotee in the garb of an enemy and comes here to this material world to fight with him. At the same time, the Lord teaches us that becoming His enemy is not very profitable and that it is better to become His friend. Kuntīdevī therefore says, na veda kaścid bhagavaṁś cikīrṣitam: “No one knows the purpose of Your appearance and disappearance.” Tavehamānasya nṛṇāṁ viḍambanam: “You are in this world just like an ordinary human being, and this is bewildering.”

De vez em quando Kṛṣṇa deseja ter o prazer de lutar. O espírito de luta também está presente em Kṛṣṇa; caso contrário, de onde teríamos obtido esta propensão? Porque somos partes integrantes de Kṛṣṇa, todas as qualidades de Kṛṣṇa estão presentes em nós, em quantidade diminuta. Nós somos amostras de Kṛṣṇa. Onde conseguimos este espírito de luta? Ele está presente em Kṛṣṇa. Por conseguinte, da mesma maneira que um rei ocupa um lutador para competir com ele, Kṛṣṇa também ocupa entidades vivas em lutar com Ele. O lutador é pago para lutar com o rei. Ele não é um inimigo do rei; pelo contrário, ele satisfaz o rei, lutando com ele esportivamente. Mas, quando Kṛṣṇa quer lutar, quem pode lutar com Ele? Ninguém comum. Um rei que deseja lutar para treinar ocupa nisso um bom lutador. De forma similar, Kṛṣṇa não luta com pessoas comuns, mas, sim, com alguns de Seus maiores devotos. Porque Kṛṣṇa deseja lutar, alguns de Seus devotos vêm a este mundo material e atuam como seus inimigos, lutando contra Ele. Por exemplo: o Senhor veio para matar Hiraṇyakaśipu e Hiraṇyākṣa. Será que eles eram entidades vivas comuns? Não. Eles eram os grandes devotos Jaya e Vijaya, que vieram a este mundo material porque Kṛṣṇa desejava lutar. Em Vaikuṇṭha, o mundo espiritual, não há possibilidade de luta, porque todos estão ocupados no serviço a Kṛṣṇa. Com quem iria Ele lutar? Por conseguinte, Kṛṣṇa envia algum devoto para atuar como Seu inimigo neste mundo material e luta com ele. Ao mesmo tempo, o Senhor nos ensina que se tornar Seu inimigo não é tão proveitoso quanto se tornar Seu amigo. Kuntīdevī, portanto, diz, na veda kaścid bhagavaṁś cikīrṣitam: “Ninguém conhece o propósito de Seu aparecimento e desaparecimento”. Tavehamānasya nṛṇāṁ viḍambanam: “Você está neste mundo material como se fosse um ser humano comum, e isto é desconcertante”.

Because Kṛṣṇa sometimes appears like an ordinary man, people sometimes cannot believe or understand His activities. They wonder, “How can God become an ordinary person like us?” But although Kṛṣṇa sometimes plays like an ordinary person, in fact He is not ordinary, and whenever necessary He displays the powers of God. When sixteen thousand girls were kidnapped by the demon Bhaumāsura, they prayed to Kṛṣṇa, and therefore Kṛṣṇa went to the demon’s palace, killed the demon, and delivered all the girls. But according to the strict Vedic system, if an unmarried girl leaves her home even for one night, no one will marry her. Therefore when Kṛṣṇa told the girls, “Now you can safely return to your fathers’ homes,” they replied, “Sir, if we return to the homes of our fathers, what will be our fate? No one will marry us, because this man kidnapped us.”

Porque Kṛṣṇa às vezes aparece como um homem comum, de vez em quando as pessoas não conseguem acreditar ou compreender Suas atividades. Elas se admiram: “Como pode Deus tornar-Se alguém como nós?” Mas, embora Kṛṣṇa às vezes atue como uma pessoa comum, Ele, na verdade, não é comum e sempre que é necessário revela os poderes de Deus. Quando dezesseis mil moças foram raptadas pelo demônio Bhaumāsura, elas oraram a Kṛṣṇa, e, assim, Kṛṣṇa foi ao palácio do demônio, matou-o e libertou todas as moças. Mas, de acordo com o sistema védico estrito, se uma moça solteira abandonar sua casa, mesmo por uma noite, ninguém mais se casará com ela. Por conseguinte, quando Kṛṣṇa disse às moças “Agora vocês podem voltar em segurança para a casa de seus pais”, elas responderam: “Senhor, se voltarmos para casa de nossos pais, qual será nosso destino? Ninguém se casará conosco porque este homem nos raptou”.

“Then what do you want?” Kṛṣṇa asked. The girls replied, “We want You to become our husband.” And Kṛṣṇa is so kind that He immediately said yes and accepted them.

“Então, o que desejam vocês?”, Kṛṣṇa perguntou. As moças responderam: “Desejamos que Você seja nosso esposo”. E Kṛṣṇa é tão bondoso que disse sim imediatamente, e as aceitou.

Now, when Kṛṣṇa brought the girls back home to His capital city, it is not that each of the sixteen thousand wives had to wait sixteen thousand nights to meet Kṛṣṇa. Rather, Kṛṣṇa expanded Himself into sixteen thousand forms, constructed sixteen thousand palaces, and lived in each palace with each wife.

Contudo, quando Kṛṣṇa trouxe as moças para Sua capital, elas não tiveram que esperar, cada uma, dezesseis mil noites para se encontrar com Kṛṣṇa. Em vez disso, Kṛṣṇa expandiu-Se em dezesseis mil formas, construiu dezesseis mil palácios e viveu em cada palácio, com cada esposa.

Although this is described in Śrīmad-Bhāgavatam, rascals cannot understand this. Instead they criticize Kṛṣṇa. “He was very lusty,” they say. “He married sixteen thousand wives.” But even if He is lusty, He is unlimitedly lusty. God is unlimited. Why sixteen thousand? He could marry sixteen million and still not reach the limits of His perfection. That is Kṛṣṇa. We cannot accuse Kṛṣṇa of being lusty or sensuous. No. There are so many devotees of Kṛṣṇa, and Kṛṣṇa shows favor to all of them. Some ask Kṛṣṇa to become their husband, some ask Kṛṣṇa to become their friend, some ask Kṛṣṇa to become their son, and some ask Kṛṣṇa to become their playmate. In this way, there are millions and trillions of devotees all over the universe, and Kṛṣṇa has to satisfy them all. He does not need any help from these devotees, but because they want to serve Him in a particular way, the Lord reciprocates. These sixteen thousand devotees wanted Kṛṣṇa as their husband, and therefore Kṛṣṇa agreed.

Embora isso esteja descrito no Śrīmad-Bhāgavatam, os patifes não conseguem compreender. Ao contrário, eles criticam Kṛṣṇa. “Ele era muito luxurioso”, eles dizem. “Ele Se casou com dezesseis mil esposas”. Mesmo que seja luxurioso, Ele é ilimitadamente luxurioso. Deus é ilimitado. Por que dezesseis mil? Ele poderia casar-Se com dezesseis milhões e ainda assim não alcançar os limites de Sua perfeição. Isto é Kṛṣṇa. Não podemos acusar Kṛṣṇa de ser luxurioso ou sensual. Não. Existem muitos devotos de Kṛṣṇa, e Kṛṣṇa os favorece a todos. Alguns pedem a Kṛṣṇa que Se torne seu senhor, outros Lhe pedem que Se torne seu amigo, outros pedem que Se torne seu filho e outros Lhe pedem que Se torne seu amante. Dessa maneira, existem milhões e trilhões de devotos por todo o universo, e Kṛṣṇa tem que satisfazer a todos. Ele não precisa de nenhuma ajuda desses devotos: mas, porque eles desejam servi-lO de uma forma particular, o Senhor reciproca. Estas dezesseis mil devotas desejaram Kṛṣṇa como esposo, e, assim, Kṛṣṇa concordou.

Thus Kṛṣṇa may sometimes act like a common man, but as God He expanded Himself into sixteen thousand forms. Once the great sage Nārada went to visit Kṛṣṇa and His wives. “Kṛṣṇa has married sixteen thousand wives,” he thought. “Let me see how He is dealing with them.” Then he found Kṛṣṇa living differently in each of the sixteen thousand palaces. In one palace He was talking with His wife, in another He was playing with His children, in another He was arranging for the marriage of His sons and daughters, and in this way He was engaged in varied pastimes in all of the sixteen thousand palaces. Similarly, in His childhood Kṛṣṇa played just like an ordinary child, but when His mother, Yaśodā, wanted Him to open His mouth so that she could see whether He had eaten dirt, within His mouth He showed her all the universes. This is Kṛṣṇa. Although He plays just like an ordinary human being, when there is need He shows His nature as God. To give another example, Kṛṣṇa acted as the chariot driver of Arjuna, but when Arjuna wanted to see Kṛṣṇa’s universal form, Kṛṣṇa immediately showed him a cosmic form with thousands and millions of heads, legs, arms, and weapons. This is Kṛṣṇa.

Assim sendo, Kṛṣṇa, às vezes, age como um homem comum; mas, como Deus, Ele Se expandiu em dezesseis mil formas. Uma vez, o grande sábio Nārada foi visitar Kṛṣṇa e Suas esposas. “Kṛṣṇa Se casou com dezesseis mil esposas”, ele pensou. “Deixe-me ver como Ele está vivendo com elas”. Então, ele encontrou Kṛṣṇa vivendo diferentemente em cada um dos dezesseis mil palácios. Em um palácio Ele estava conversando com Sua esposa, em outro estava brincando com Seus filhos, em outro providenciando o casamento de Seus filhos e filhas, e, desta maneira, Ele estava ocupado em vários passatempos, em todos os Seus dezesseis mil palácios. Da mesma forma, em Sua infância, Kṛṣṇa brincava exatamente como uma criança comum, mas, quando Sua mãe, Yaśodā, lhe pediu que abrisse a boca para ver se Ele havia comido terra, Kṛṣṇa mostrou, dentro de Sua boca, todos os universos. Isto é Kṛṣṇa. Embora atue exatamente como um ser humano comum, quando surge a necessidade Ele mostra Sua natureza como Deus. Para dar outro exemplo, Kṛṣṇa atuou como quadrigário de Arjuna, mas, quando Arjuna desejou ver a forma universal de Kṛṣṇa, Kṛṣṇa imediatamente lhe mostrou uma forma cósmica com milhares e milhões de cabeças, pernas, braços e armas. Isto é Kṛṣṇa.

Kṛṣṇa is completely independent, and He has no friends or enemies, but He plays for the benefit of both His friends and enemies, and when He acts for the benefit of either, the result is the same. That is Kṛṣṇa’s absolute nature.

Kṛṣṇa é completamente independente, e não tem amigos ou inimigos, mas age para o benefício tanto de Seus amigos quanto de Seus inimigos, e quando Ele age para o benefício de ambos o resultado é o mesmo. Esta é a natureza absoluta de Kṛṣṇa.